Adriana Scarpin 07/12/2017No primeiro ensaio, O tráfico de mulheres, Rubin faz um paralelo entre Lévi-Strauss e Freud chegando em Lacan e explicita o gênero dentro da psicanálise. Gayle faz em sessenta páginas o que em cinco anos de graduação em psicologia não fizeram: eu ficar em paz com a questão de gênero pelo viés psicanalítico. Rubin termina o ensaio, escrito em 1975, implorando que alguém reescreva a Origem da propriedade, do Estado e da Família de Engels com a questão de gênero mais elucidada, felizmente trinta anos depois de ter escrito isso Silvia Federici apareceu com seu Calibã e a Bruxa.
O segundo e último ensaio, Pensando o Sexo, é uma ode à subjetivação da sexualidade e que as feministas radicais não irão gostar por afrontar justamente todo o tipo de conservadorismo presente em seus discursos, desde a questão do sexo comercial como a pornografia e prostituição, até a questão do consentimento intergeracional, tudo isso sob um viés liberal.
Um livro realmente essencial, tanto em questões feministas quanto antropológicas.