A elite do atraso

A elite do atraso Jessé Souza




Resenhas - A Elite do Atraso


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Caio380 15/10/2017

O problema do Brasil não é a corrupção
"A conta do ódio aos pobres foi o empobrecimento de todos." Jessé Souza.

O livro é um acerto de contas com a direita e esquerda. Além de conceituar o sociedade brasileira a partir de uma excelente teoria social elaborada ao longo de vinte anos, Jessé Souza não se ausenta do debate político pós-golpe. A leitura desse livro é obrigatória para entender como o país conseguiu chegar na situação que se encontra. Antes de sermos um prolongamento do Estado português, a sociedade brasileira é marcada por uma instituição peculiar na história do Ocidente - a escravidão.

O problema do Brasil não é a corrupção. É a desigualdade.
Matt 11/02/2018minha estante
''O problema do Brasil não é a corrupção'' ? Pelo visto você gosta de ser roubado...


Dani 25/03/2018minha estante
E pelo visto o Matt não leu o livro. Excelente resenha, Caio.


Maurício Gomyde 29/03/2018minha estante
Certamente, o tal Matt não leu o livro...




Mauricio 15/02/2018

Quebrando paradigmas
Livro muito bem escrito e esclarecedor, uma excelente análise da sociedade brasileira, desde o período colonial até os dias atuais.
O autor rebate ideias amplamente difundidas entre os intelectuais brasileiros de várias vertentes. A principal delas é de que que o patrimonialismo aqui presente, explicado pelo “homem cordial” de Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil, que na prática se traduz em apropriação do bem público pela classe política no poder, é herança da colonização portuguesa e que essa é a nossa principal mazela transmitida por várias gerações desde então.
Segundo o autor, a nossa pior herança na verdade provém do culturalismo racista, herança da escravidão aqui presente por mais de três séculos, escravidão essa que praticamente não existiu em Portugal no mesmo período. Essa cultura racista atualmente se traduz por um total desapego e até ódio às classes inferiores, manifestada principalmente pela classe média com grande influência midiática. Nesse aspecto, o autor compara a classe média aos capatazes do período colonial, que apesar de saírem das classes baixas, eram fiéis aos seus patrões e castigavam com grande severidade os escravos desobedientes sob seus domínios. É comum vermos atualmente pessoas comemorando chacinas contra presidiários, favelados e outros integrantes de classes populares, aplaudindo políticos homo fóbicos, neofascistas e/ou desproporcionalmente favoráveis a questão da segurança (Bolsonaro e pastores evangélicos entre eles), tendo como justificativa a “ética” e a “moralidade” – herança maldita do nosso passado escravista.
Outra tese derrubada pelo autor é a da “corrupção somente na política”. Na verdade, os políticos atuais são meros "aviõezinhos do tráfico", que levam e trazem a droga no morro, sendo nessa analogia o dono do ponto do tráfico representado pela "elite de rapina" empresarial, financeira, rural e aristocrática atual, que são os verdadeiros corruptos que utilizam de toda forma de influência e dominação para impor suas vontades, ampliar e perpetuar suas regalias, utilizando-se para tanto de um mercado capitalista propositalmente desregulado e do conluio com as grandes empresas de mídia, principalmente a rede globo.
O autor omite ou ameniza muitos erros da administração petista, entre eles a associação com a classe política diametralmente oposta - principalmente o PMDB e seus rincões, regras do jogo alguns diriam, e incapacidade na condução de reformas chaves para a diminuição da desigualdade social, entre elas a tributária, política, regulatória, etc., o que fez com que a incipiente porém respeitável inclusão social realizada pelos anos do PT ficasse restrita somente ao campo da saída dos recursos, deixando o lado o campo da entrada dos recursos, que seria fundamental para a continuidade do processo inclusivo.
Mas a mensagem deixada é clara, precisamos romper com o pensamento reinante, e nisso o livro é muito bem-sucedido.
Marrenta_literaria 19/07/2018minha estante
Falou tudo.????


Mauricio 29/10/2018minha estante
Falei não! Pode ler que lá tem muito mais informação e conteúdo!




Gustavo Mahler 18/11/2020

Corajoso
Jessé se aventura a ser um iconoclasta dos ?deuses? e criadores da formação sociocultural brasileira. Colocar Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e até o queridinho da elite Raymundo Faoro como figura diretamente ?culpadas? pelo argumento vira lata que se instalou entre nós é uma tarefa deveras ambiciosa. Jessé parte da ideia patrimonialista que desde sempre permeia ( para o bem e para o mal ) o esqueleto republicano da jovem democracia brasileira. É com esse novo olhar que começamos nossa aventura por um Brasil que pensamos conhecer mas que estamos longe de ter uma síntese do foi e o que é este país. Ainda estamos presos aos nossos grilhões, seja o do racismo, seja o do preconceito, assim como os das falsas ideias, como uma tentativa de sempre justificar nossos fracassos ? que quase sempre se resume em eximir nossa participação crucial nas origens de nossas mazelas.
Maria 18/11/2020minha estante
"Jessé se aventura a ser um iconoclasta dos 'deuses' e criadores da formação sociocultural brasileira" haha Adorei


Gustavo Mahler 18/11/2020minha estante
Ahahahaha! Eu gostei muito desse livro. Foi fluindo feito água. Rsrs


Maria 18/11/2020minha estante
Eu acho a escrita do autor deliciosa.




Ingrid Lima 01/05/2023

O presente se explica no passado
O sociólogo Jesse Souza apresenta evidências de que o racismo continua a colonizar o espírito e as ideias da sociedade através do capitalismo, mídia e manutenção dos privilégios de uma pequena e gananciosa elite do atraso. Mesmo após 6 anos da sua publicação esta obra convoca a uma reflexão dos eventos históricos que marcaram a política no Brasil.

Concluo esta leitura após 13 páginas de anotações no dia do trabalhador - não pode ser mera coincidência. Pois a luta das classes por seus interesses é um dos seus temas centrais. E recomendo esta leitura para todos que se dedicam a construir um Brasil mais justo e sem grilhões.
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Disotelo 14/01/2021

Eu tentei
Ouvi muita gente elogiando o Jessé Souza, como um "grande sociólogo", pesquisei sobre ele e vi uma ou duas entrevistas. As entrevistas eram péssimas, eu tinha dificuldade de acreditar que aquele sujeito era o "grande sociólogo" do qual as pessoas falavam. Me convenci de que os livros deveriam ser melhores do que as entrevistas, mas depois de poucas páginas eu notei que se tratava de algo semelhante.
Jessé traz uma visão infantilizada de sociedade, onde a complexidade dos mecanismos sociais dá lugar a simplicidade da luta do bem contra o mal, o discurso dele é inflamado e é bem próximo da militância menos articulada, que não está interessada em um discurso mais objetivo, Jessé é meio previsível, no sentido de falar aquilo que esse tipo de militante quer ouvir... Não vale a pena.
Ju 14/01/2021minha estante
Luta do bem contra o mal? Vc realmente leu o livro? Se sim, pergunto-me se seu problema está relacionado à interpretação textual ou ao bolsonarismo crônico...


Disotelo 14/01/2021minha estante
Eu votei no Haddad contra o Bolso(Ciro no primeiro turno), me considero como social-democrata, de centro-esquerda, no máximo de centro. Não sou comunista, nem de longe, mas acho, por exemplo, que Marx foi um grande pensador em sua época. Jessé é um péssimo intelectual, aliás, teve um professor da USP bastante influente nos meios marxistas que apelidou ele de "Olavo da esquerda" pq ele realmente é muito ruim.


Disotelo 14/01/2021minha estante
O texto dele é muito caricato. Tipo, a Lava-Jatos foi muito problemática, mas a abordagem que ele faz da operação é muito emotiva e pouco factual, isso pode ser ok prum post de facebook, mas não aceitável num livro de sociologia. Por exemplo, olha esse trecho aqui no começo do livro
"Essas ideias do Estado e da política corrupta servem para que se repasse empresas estatais e nossas riquezas do subsolo a baixo custo para nacionais e estrangeiros"
Ou seja, segundo o Jessé o grande objetivo da Lava-jatos era facilitar a privatização do petróleo brasileiro e etcs... Tese manjada. Agora olha essa notícia:
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/11/07/leilao-pre-sal-6-rodada-partilha-producao-petroleo-resultado.htm
Governo nem sequer conseguiu vender as áreas do pré-sal, tamanho era o desinteresse estrangeiro, os únicos que compraram foram os chineses. Veja eu não nego que a Lava-Jatos fosse problemática e enviesada, como ficou claro posteriormente nos grampos do Intercept, não nego que eles possam ter tido apoio de agências americanas, principalmente quando a gente se recorda do caso Snowden, que denunciou que Dilma e a Petrobrás estavam sendo espionados pouco tempo antes da Lava-Jatos explodir, mas reduzir o fenômeno da lava-jatos a um mero interesse petrolífero é muito simplório. Aí depois o Jessé começa a falar de culturalismo, só que aí ele começa a se debater com um espantalho, pq o culturalismo que ele critica não tem mais espaço no meio acadêmico há muito tempo. E é lógico que ele fala algumas verdades, mas isso vem sempre com um desfile enorme de caricaturas, adjetivos e hipérboles desnecessárias, de vender idéias antigas como novidades... Tvz não seja tão ruim como introdução a certos debates, mas eu me recuso a pensar no livro dele como uma obra de ciências sociais.


Disotelo 14/01/2021minha estante
Tipo, a Lava-Jatos foi muito problemática, mas a abordagem que ele faz da operação é muito maniqueísta, emotiva e pouco factual, isso pode ser ok prum post de facebook, mas não aceitável num livro de sociologia. Por exemplo, olha esse trecho aqui no começo do livro
"Essas ideias do Estado e da política corrupta servem para que se repasse empresas estatais e nossas riquezas do subsolo a baixo custo para nacionais e estrangeiros"
Ou seja, segundo o Jessé o grande objetivo da Lava-jatos era facilitar a privatização do petróleo brasileiro e etcs... Tese manjada, soa legal numa mesa de bar, mas em ciências humanas é preciso ter mais rigor. Agora olha essa notícia:
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/11/07/leilao-pre-sal-6-rodada-partilha-producao-petroleo-resultado.htm
Governo nem sequer conseguiu vender as áreas do pré-sal, tamanho era o desinteresse estrangeiro, os únicos que compraram foram os chineses. Veja eu não nego que a Lava-Jatos fosse problemática e enviesada, como ficou claro posteriormente nos grampos do Intercept, não nego que eles possam ter tido apoio de agências americanas, principalmente quando a gente se recorda do caso Snowden, que denunciou que Dilma e a Petrobrás estavam sendo espionados pouco tempo antes da Lava-Jatos explodir, mas reduzir o fenômeno da lava-jatos a um mero interesse petrolífero é muito simplório. Aí depois o Jessé começa a falar de culturalismo, só que aí ele começa a se debater com um espantalho, pq o culturalismo que ele critica não tem mais espaço no meio acadêmico há muito tempo. E é lógico que ele fala algumas verdades, mas isso vem sempre com um desfile enorme de caricaturas, adjetivos e hipérboles desnecessárias, de vender idéias antigas como novidades... Tvz não seja tão ruim como introdução a certos debates, mas eu me recuso a pensar no livro dele como uma obra de ciências sociais.


Ju 15/01/2021minha estante
Então, primeiramente temos que separar bem as coisas: o livro não é uma tese de doutorado acerca da operação lava-jato. O principal propósito da obra é fazer uma análise sobre o processo de formação da conjuntura social excludente em que estamos inseridos e retraçar os caminhos que possibilitaram o golpe de 2016.
No trecho que vc citou, o autor não se refere ao propósito da Lava-Jato em si, mas sim, às ideias propagadas pela grande mídia - e endossadas por alguns intelectuais - de que o grande problema do Brasil é o Estado corrupto, as quais foram ratificadas pelo estouro muito conveniente de casos como o do esquema da Petrobrás, o que contribuiu para enraizar no imaginário social um sentimento de que a privatização das estatais - fontes de toda a corrupção - seria o único modo de salvar nosso país.
Acho um pouco problemático dizer que a abordagem dele é maniqueísta, posto que em momento algum ele afirma que a Lava-Jato é a grande vilã do Brasil; o que ele reitera é que a imensa visibilidade dessa operação - feita propositalmente pela grande mídia -, acrescida das ideias desses pseudointelectuais e de uma estrutura social que se orienta em torno do ódio ao pobre não apenas fomentaram o golpe de 2016, como também ocultaram os esquemas de corrupção que ocorrem fora do Estado, que tiram muito mais da população.
Enfim, eu até concordo com vc em relação ao culturalismo, mas acho que no geral vc realmente interpretou mal o que ele quis passar.


Disotelo 17/01/2021minha estante
"os caminhos que possibilitaram o golpe de 2016"
Acho que isso fica mais complicado quando se olha pra além das narrativas partidárias, mas acho que ainda vai levar muito tempo para as pessoas conseguirem ter esse distanciamento.
"propagadas pela grande mídia - e endossadas por alguns intelectuais - de que o grande problema do Brasil é o Estado corrupto"
Ok, isso realmente faz sentido, o foco na corrupção foi exagerado, as pessoas ficaram com a impressão de que o Brasil era o país mais corrupto do mundo e esqueceram outros problemas, esse tipo de mentalidade deu vigor prum retorno do liberalismo, inclusive o crescimento do NOVO e sua extrema negação da solidariedade social.
"Acho um pouco problemático dizer que a abordagem dele é maniqueísta, posto que em momento algum ele afirma que a Lava-Jato é a grande vilã "
Não afirma, mas insufla o ódio contra a operação e a imprensa, ele chega a dizer numa entrevista que a imprensa brasileira é a pior do mundo, isso foi uma hipérbole onde ele mostra um maniqueísmo muito forte, e legitima que grupos políticos se fechem em sua bolha, pq uma vez que a imprensa brasileira é horrível como ele diz, só me resta a mídia alternativa, aí o petista só acredita em blogs de má qualidade qualidade como Brasil 247 e DCM, mas no caso ainda, esses blogs são muito ruins, mas ainda trabalham em favor de causas progressistas, o problema é que veio o Bolsonaro e tá usando os blogs dele, agora tão aí o Bolsonaro fazendo essa atrocidade em relação ao Covid, grande parte da imprensa alertando em relação ao perigo, e o Bolso usando da mesma tática de desqualificação exagerada da imprensa, só que com Blogs ainda piores e pra propósitos totalmente obscuros.
Fora a questão dele adorar chamar o pessoal de centro e de direita de idiota, imbecil e etc. Se a maior parte da população brasileira comprou a narrativa da corrupção e os militantes saem xingando essas pessoas quem sai perdendo é a própria esquerda, que destruiu as pontes de diálogo com o resto da população, aí surge o Bolsonaro, a esquerda avisa, mas ngm tá nem aí mais pro que a esquerda fala, pq esse militante que em 2018, avisava em relação ao Bolso, era o mesmo que xingava as pessoas que eram contra a Dilma em 2016, a esquerda ficou presa dentro dos próprios muros e o Jessé tem culpa em relação a isso.
"que se orienta em torno do ódio ao pobre"
Outra hipérbole do Jessé e ele apresenta como uma tese, é absurdo. Pelo que eu aprendi, quando Marx critica o capitalismo, ele não parte d eum pressuposto infantil como "os burgueses odeiam o proletário", não, ele mostra uma motivação plausível e comum, a busca pelo lucro, assim como o burguês buscaria no lugar dele, ele foca no sistema, e não na demonização da elite, até que ponto Marx errou ou acertou? É um bom debate, a tese do ódio ao pobre não gera debate mas inflama as pessoas e gera gritaria, isso aumenta as vendas dos livros dele, mas é ruim pra sociedade.
"como também ocultaram os esquemas de corrupção que ocorrem fora do Estado, que tiram muito mais da população"
Nesse aspecto eu concordo, exemplo é a campanha do Doria em 2016, dizendo que não era político, mas empresário, mostrando o quanto a figura do empresário era superestimada em relação ao político.
Enfim, obrigado por argumentar, continuo tendo uma visão negativa do Jessé, mas achei sua argumentação interessante.


Patricia Falcao 19/01/2021minha estante
O rapaz votou no ciro, fica evidente o déficit cognitivo. Desde quando ciro é de esquerda? Só porque ele disse que é? Nem se deu ao trabalho de ler o programa político do coronel cearense, o programa econômico era idêntico, cópia do Macron da França, ou seja, esquerda é meu ovo esquerdo que nem tenho. Alias ciro é um dos que dizem que não deve ter impeachment, seus deputados votaram a favor do fim da aposentadoria... etc etc etc
Votar no Ciro é igual escutar ?não sou de direita e nem de esquerda?, quando vamos ver, é de direita. Eu li a obra do Jesse, seu objetivo é traçar a ?personalidade? da elite, sua mentalidade, sua história, seus pensamentos e como agem.


Disotelo 21/01/2021minha estante
Oi Patrícia, vc diz que o Ciro é de direita, tem gente que diz que ele é de esquerda, pra mim, definição de espectro é meio relativo e secundário. Sua argumentação faz algum sentido pra mim, mas o único problema no Ciro ser de direita é que a esquerda fica meio vazia, pois se o Ciro é de direita, o PT tbm é(lembrando, por exemplo, do Meirelles e do Levy, que comandaram pastas econômicas nos governos petistas tiveram também pastas nos governos Temer e Bolsonaro) ou, pelo menos, é de centro, aí, na esquerda só resta o PSOL e alguns partidos irrelevantes como PSTU.
Sou favorável a imposto progressivo, cota racial, redistribuição de renda, adoção por casais homoafetivos, se ser de direita comporta essas coisas, ok, tbm rejeito o Bolso e o NOVO veementemente, se sou de direita, sou de uma direita bem diferente da deles. Meu problema com o Jessé não está no fato dele se opor a tal elite.
Acho que a gente tem que ter maturidade de separar afinidade ideológica de qualidade, exemplo: eu sou muito crítico ao stalinismo do Hobsbwan, mas tenho aqui ao meu lado um livro dele, stalinista ou não, creio que é um grande historiador. É muito legal quando eu acho um livro bem feito com tendências ideológicas diferentes das minhas, com bons argumentos, eu gosto do embate, eu gosto de quando é difícil contradizer o autor, isso me desafia. As entrevistas e os trechos que eu li do Jessé não são nada desafiadores, é muito fácil achar aquilo que eu consideraria enquanto "erros" e contradições dele, acho que ele apela muito pro emocional das pessoas e pouco pra razão, a ainda insufla ressentimento, coisa que atrapalha mais do que ajuda.
O Brasil tem elites danosas? Com certeza, até um reaça sórdido como o Olavo reconhece isso, mas a reação diante disso seria entender os mecanismos que induzem as elites, movido pela curiosidade, pela necessidade da compreensão, ao invés de ficar requentando narrativa partidária e alimentando ressentimento de militante.


Disotelo 21/01/2021minha estante
Oi Patrícia, vc diz que o Ciro é de direita, tem gente que diz que ele é de esquerda, pra mim, definição de espectro é meio relativo e secundário. Sua argumentação faz algum sentido pra mim, mas o único problema no Ciro ser de direita é que a esquerda fica meio vazia, pois se o Ciro é de direita, o PT tbm é(lembrando, por exemplo, do Meirelles e do Levy, que comandaram pastas econômicas nos governos petistas tiveram também pastas nos governos Temer e Bolsonaro) ou, pelo menos, é de centro, aí, na esquerda só resta o PSOL e alguns partidos irrelevantes como PSTU.
Sou favorável a imposto progressivo, cota racial, redistribuição de renda, adoção por casais homoafetivos, se ser de direita comporta essas coisas, ok, tbm rejeito o Bolso e o NOVO veementemente, se sou de direita, sou de uma direita bem diferente da deles. Meu problema com o Jessé não está no fato dele se opor a tal elite.
Acho que a gente tem que ter maturidade de separar afinidade ideológica de qualidade, exemplo: eu sou muito crítico ao stalinismo do Hobsbwan, mas tenho aqui ao meu lado um livro dele, stalinista ou não, creio que é um grande historiador. É muito legal quando eu acho um livro bem feito com tendências ideológicas diferentes das minhas, com bons argumentos, eu gosto do embate, eu gosto de quando é difícil contradizer o autor, isso me desafia. As entrevistas e os trechos que eu li do Jessé não são nada desafiadores, é muito fácil achar aquilo que eu consideraria enquanto "erros" e contradições dele, acho que ele apela muito pro emocional das pessoas e pouco pra razão, a ainda insufla ressentimento, coisa que atrapalha mais do que ajuda.
O Brasil tem elites danosas? Com certeza, até um reaça sórdido como o Olavo reconhece isso, mas a reação diante disso seria entender os mecanismos que induzem as elites, demonizar elites é isca pra atrair leitores, mas não é útil.


Disotelo 21/01/2021minha estante
Oi Patrícia, vc diz que o Ciro é de direita, tem gente que diz que ele é de esquerda, pra mim, definição de espectro é meio relativo e secundário. Sua argumentação faz algum sentido pra mim, mas o único problema no Ciro ser de direita é que a esquerda fica meio vazia, pois se o Ciro é de direita, o PT tbm é(lembrando, por exemplo, do Meirelles e do Levy, que comandaram pastas econômicas nos governos petistas tiveram também pastas nos governos Temer e Bolsonaro) ou, pelo menos, é de centro, aí, na esquerda só resta o PSOL e alguns partidos irrelevantes como PSTU.
Sou favorável a imposto progressivo, cota racial, redistribuição de renda, adoção por casais homoafetivos, se ser de direita comporta essas coisas, ok, tbm rejeito o Bolso e o NOVO veementemente, se sou de direita, sou de uma direita bem diferente da deles. Meu problema com o Jessé não está no fato dele se opor a tal elite.
Acho que a gente tem que ter maturidade de separar afinidade ideológica de qualidade, exemplo: eu sou muito crítico ao stalinismo do Hobsbwan, mas tenho aqui ao meu lado um livro dele, stalinista ou não, creio que é um grande historiador. É muito legal quando eu acho um livro bem feito com tendências ideológicas diferentes das minhas, com bons argumentos, eu gosto do embate, eu gosto de quando é difícil contradizer o autor, isso me desafia. As entrevistas e os trechos que eu li do Jessé não são nada desafiadores, é muito fácil achar aquilo que eu consideraria enquanto "erros" e contradições dele, acho que ele apela muito pro emocional das pessoas e pouco pra razão, a ainda insufla ressentimento, coisa que atrapalha mais do que ajuda.
O Brasil tem elites danosas? Com certeza, até um reaça sórdido como o Olavo reconhece isso, mas a reação diante disso seria entender os mecanismos que induzem as elites, demonizar elites é isca prele atrair leitores, mas não é útil pra esquerda, pq gera uma militância muito agressiva, que repele o eleitor médio.


burguês safado 15/08/2021minha estante
perfeito, diego




Edras 13/03/2021

Um livro para quem quer entender a verdade
Um livro realmente fascinante e que mostra de maneira clara as principais mazelas da sociedade brasileira. Culpam o patrimonialismo e o populismo mas o autor nos mostra que o problema do Brasil não são especificamente esses, se é que eles existem. O problema maior do Brasil é a injustiça social aqui criada em nosso primórdio
Felipe.Camargo 13/03/2021minha estante
Um livro que quebra paradigmas!


Edras 15/03/2021minha estante
Exatamente




Yvan 13/07/2021

Achei a leitura densa, não fluiu bem, porém as "verdades" são necessárias apesar de saber que o autor é bem parcial, faz parte.
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Apenas Evelim 06/11/2022

A elite do atraso
Depois de meses terminei a leitura.
Um livro cheio de provocações interessantes, trouxe diversas reflexões sobre as classes no Brasil, em especial a elite e seus instrumentos de manipulação das demais classes. Além de dar um panorama sobre o golpeachment de 2016.
A leitura é densa em algumas partes, porém o que realmente travou a leitura foi o sentimento de raiva de uma estrutura midiática que nos imbeciliza.
Termino a leitura, finalmente, com a queda de Bolsonaro, que para mim, foi a pior coisa que aconteceu no país nos últimos tempos, pois ele representa a morte, a ignorância e a sujeira dessa elite podre.
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Ezequiel.Soares 06/06/2020

A elite da mentira
Um dos piores livros que li em toda minha vida. O único atraso que vi foi ter lido Ele kkkk.
Mentiras descaradas e manipulativas em nome de uma agenda ideológica esquerdista e criminosa, que esconde distorce fatos históricos e acusa quem os revelou. A máxima de Lênin " Acuse-os do que você faz, chame-os do que você é" descreve perfeitamente esse livro.
O cara dizer que a lava- jato atrasou o futuro brasileiro, que o PT e seu representante criminoso levaria os pobres à riqueza, não fora as interferências da elite do atraso ( classe média, manipulada pelos donos do poder), e que a globo foi responsável por todas corrupções do Brasil, não merece o mínimo de respeito e seriedade.

Na moral, não se faz mais esquerdistas como antigamente.
Tatiane 22/06/2020minha estante
Acho que vale dar um voto e ler "A ralé brasileira".


Ezequiel.Soares 22/06/2020minha estante
Desculpa aí, mais desse autor não leio mais nada kkkk.
Só se futuramente estiver incluso em algum estudo de caso.


Tatiane 22/06/2020minha estante
Tranquilo. É que eu comecei a ler agora A elite do atraso e percebi que o que se apresenta em A ralé brasileira parece muito mais viável em termos de percepção primeira da teoria que ele traz.




vicareno 07/01/2018

Revolucionário
Não poderia ter encerrado um livro melhor nesse início de ano de 2018 (a propósito, eleitoral!). Primeiramente, é necessário elogiar a coragem e a astúcia de Jessé Souza: ele simplesmente, com pesquisa, estudo e um senso crítico agudíssimo, chacoalha a cantilena sociológica conservadora-liberal que é repetida, como um clichê blindado de críticas, por todos nós e em todos os segmentos da sociedade há mais de um século. Literalmente, faz-nos refletir sobre as próprias raízes do Brasil (a propósito de Sérgio Buarque de Hollanda, autor do livro homônimo e de vários dos conceitos que explica(vam?) o Brasil de maneira não criticada - até Jessé Souza!
Nunca fui tão revolucionado por um livro como por este, mas é possível suspender as paixões e o arrebatamento que ele me ensejou para analisá-lo de maneira menos pessoal. De fato o livro chacoalha muitos pontos sensíveis da sociedade brasileira de uma maneira pungente e científica: teorias sociológicas, economia, o papel da mídia e dos próprios Poderes da República são eviscerados por Jessé Souza, que com verdadeira patriotismo nos faz o apelos de que retomemos a consciência e as rédeas de nosso país, com pensamento autônomo e plural.
Recomendo esse livro a todos que se importam com o Brasil e os rumos que tem tomado.
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Carol 21/06/2021

Reflexões para além do óbvio
Este livro de Jessé Souza é daqueles que levantam inúmeras questões esclarecedoras da História política do Brasil, além de colocar algumas "pulgas atrás da orelha" com outras tantas questões, até então desconhecidas do público em geral.

É um livro de fácil leitura e entendimento, não sendo exclusivo para os pesquisadores das Ciências Humanas, Sociais e Sociais Aplicadas. Todos devem ler este livro, pois mais "pulgas atrás da orelha" aparecerão e deixaremos de ser massa de manobra.
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augusto.defragacardoso 14/06/2020

Para entender o Brasil de hoje
Jessé Souza nos demonstra em A Elite do Atraso como os donos do poder atuam para perpetuar uma sociedade cruel forjada na escravidão, em que a desigualdade é o maior traço.

site: #JesséSouza #AElitedoAtraso
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Jesi 27/05/2022

Que tapa na cara de toda a sociedade, como fica visível o quanto foi fácil sermos manipulados e como é triste ver de quanto ódio aos mais pobres nossa sociedade é feita.
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Kim 29/09/2023

Todos os brasileiros precisam ler esse livro.
Jessé Souza nos guia a uma realidade em que há um pacto entre a elite do dinheiro, a classe média, os meios de comunicação de massa, o judiciário, os intelectuais etc contra a ralé brasileira, para manter o atraso e a desigualdade no país.
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Felipe 24/12/2022

Um novo viés social, contudo, com uma pitada de ideologia partidária
Gostei bastante da forma como o Jessé Souza traça a escravidão com as condições atuais da classe pobre. Eles, basicamente, demonstra os reflexos da escravidão e a ausência de uma política pública para integrar os ex-escravos, pois, com a abolição foram jogados ao relento social, tendo que buscar por sub-empregos, sem nenhuma qualificação profissional, sujeitos a trabalhos 110% braçais e ainda tendo que competir com imigrantes.

Contudo, quando o livro aborda a corrupção estatal e a influência da cultura portuguesa na colonização, deixa a desejar. Renegar que a corrupção estatal não é um dos principais causadores da pobreza e marginalização de pessoas, é ser muito negligente, chega ao ponto de argumentar que a corrupção do Sergio Cabral não acarretou diversos problemas no Rio de Janeiro, chegando ao ponto de minimizá-la.
A corrupção privada é extremamente preocupante, sabemos que empresas privadas e setores comerciais utilizam as mais variadas manobras para maximizar os lucros e exploração da mão de obra, mas, reduzir a corrupção pública em segundo plano é preocupante.
Fica a impressão que minimizar a corrupção estatal é para não debater sobre governos anteriores e os esquemas descobertos, quando você pesquisar sobre a filiação partidária do autor, começa a entender o porquê.

Outro ponto, o pseudo "esquecimento" da concentração de riqueza das classes políticas, incluindo partidos de direita, centrão e a própria esquerda. Se você vem com a teoria que a elite de um país é aproveitadora e predadora das classes desfavorecidas, os políticos sempre foram concentradores de riquezas - inclusive, algumas famílias tem a profissão "político" passada de geração para geração. É fundamental incluir os nossos ilustríssimos governantes, temos candidatos de esquerda e de direita declarando milhões de patrimônio, ou seja, você também é da elite, logo, "Excelência, você é culpado pelo atraso social brasileiro".

Vivemos num país com dimensões continentais, algumas regiões possuem uma cultura bem diferente da outra. Logo, não podemos generalizar problemas sociais e consequentemente suas soluções. Aprendi com um professor que problemas complexos exigem soluções complexas, pois, as soluções simples acarretam problemas futuros ou geram problemas ainda maiores. Quando Jessé Souza generaliza a mídia, todas as pessoas de classe média ou alta, polícia e outros grupos em um complô maquiavélico 100% consciente de intenções malignas, racistas e predadoras, é buscar solução simples para um problema complexo. Vai gerar inúmeras injustiças, pois, nem todo diretor de redação, policial, rico é insensível a miséria social que vivemos ou possuí um narcisismo estratosférico para explorar pessoas.

Porém, isso não extraí a inteligência do autor discorrendo sobre como, até os dias atuais, a Escravidão é um problema social de fronteiras além do tempo e do espaço, renegado muitas vezes em políticas públicas e explorado por uma parcela de grupos com interesses, maioria das vezes, econômicos.

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