Adriana Scarpin 30/12/2018Akerman na literatura é tão incisiva quanto no cinema porque igualmente lança mão da forma experimental, aqui ela usa um monólogo de duas vozes que se mesclam, no caso a de Akerman e sua mãe, vozes que se intercalaram também em seu cinema até o fim.
O curioso aqui vem de uma constatação pessoal, de como me identifico com tudo aqui narrado, como essa visão espelha a vida da minha família nos últimos anos, quer dizer, sempre me identifiquei com o cinema de Akerman, mas as semelhanças factuais entre a vida dela e a minha são na realidade assustadoras - por isso a morte da mãe dela e seu posterior suícidio me assustaram tanto.