Picassio 03/04/2011O FIM DOS TEMPOS NO NOVO TESTAMENTO
SHEDD, Russell P. A Escatologia do Novo Testamento; São Paulo, SP:Vida Nova, 1999, 70p.
Russell Shedd nasceu na Bolívia, onde seus pais, Leslie Martin e Della Johnston eram missionários entre os índios. Aos cinco anos Shedd esteve pela primeira vez nos Estados Unidos, onde completou seus estudos e graduou-se em teologia pela Wheaton College. Diplomou-se Ph.D. em Novo Testamento pela Universidade de Edimburgo, Escócia.
É autor de vários livros, dentre os quais estão A Justiça Social e a Interpretação da Bíblia, Disciplina na Igreja, A Solidariedade da Raça, Justificação, A Oração e o Preparo de Líderes Cristãos, Fundamentos Bíblicos da Evangelização, Teologia do Desperdício, Criação e Graça: reflexão sobre as revelações de Deus, todos publicados pelas Edições Vida Nova ou pela Shedd Publicações.
Este livro visa orientar os cristãos sobre a compreensão dos eventos futuros conforme as interpletações dos teologos com suas defesas e posições, como o pré-milenismo, pré-tribulacionismo, Amilenismo e Pós-milenismo. São posições que se divergem e são capazes de transformar nossa fé e motivação, num viver santo diante de Deus ou num desleixo de má interpletação. Ele leva-nos a refletir biblicamente sobre as coisas futuras ditas por Jesus nos evangelhos em suas parábolas e nas epístolas de Paulo, juntamente com as epístolas de Hebreus as cartas gerais e principalmente o livro do Apocalipse.
A primeira preocupação do autor e definir a herenêutica correta pois ela é a questão fundamental para uma boa interpletação das Escrituras. Ele mostra o histórico dos teologos que começaram com os questionamentos das coisas futuras ditas na Bíblia e suas profecias. Assim ele analisa os diferenças das posições e o porque foram interpletadas nos textos bíblicos.
O autor destaca a relevância do Novo Testamento dizendo que ele “tem muito a dizer sobre a escatologia, oferecendo campo amplo para os intérpletes da Bíblia criarem seus sistemas ou quadros sobre o fim” (SHEDD, 1999, p.8).
Shedd relata os textos dos evangelhos onde Jesus fala sobre sua segunda vinda, admoestando a Igreja com a esperança verdadeira, dando assim orientações para que não sejam os cristãos enganados pelos falsos profetas.
Em Atos o autor mostra os textos que Jesus Cristo fala que para seu retorno ao reinado era necessario que os apóstolos levassem a Boas novas da Salvação até aos confins da terra. E para isso Ele levaria um bom tempo para retornar. Como ele mesmo disse “Cristo está sentado no trono de Seu Pai dirigindo a seus servos e concedendo-lhes o poder para testemunhar das boas novas da sua salvação a todas as raças e povos” (SHEDD, 1999, p.30).
Tempos e épocas são reservados pela autoridades do Pai e Nossa preocupação deve ser testemunhar até os confins da terra e não restabelecimento do reino em Israel Atos3:20,21 tempos de refrigério, a restauração de todas as cousas. Romanos – 8:18-23 – a restauração dos nossos corpos na ressurreição dos justos vv 19,21,23 – cf Fp3:21; Israel será salvo , Rm11:15,25,26; A salvação deve preceder a ressurreição 11:15; 1Coríntios – 2 Coríntios – 1Co15:23-28. Cristo reina e vai reinar em sua vinda; Os mortos em Cristo e os vivos serão ressurreto e transformados – 1Co15:51-56; Quando os crentes morrem, eles entram na casa não feita por mãos -2Co5:.
Russell explica os textos paulinos conforme sua interpletação coerente da Palavra de Deus, assim mostrando como ocorrerá as ressurreições dos mortos, ímpios e justos. como Grier afirma em seu livro sobre escatologia que a vinda de Cristo para julgar foi “o centro e a real substância da pregação de Paulo aos gentios. Logo após estes acontecimentos Shedd relata os textos de Paulo reacionados ao arrebatamento, mostrando como aconteceram conforme os que Paulo disse em suas epístolas.
Nas epístolas aos Hebreus, Russell Shedd apresenta o ponto de vista dos últimos dias nesta carta, mostrando os relatos dos textos das coisas vindouras que ainda não se cumpriram no livro. Ladd diz em seus estudos que alguns estudiosos insistem que o dualismo espacial dos dois mundos é o verdadeiro centro da teologia de Hebreus, e o dualismo escatólogico é a sobra de uma tradição não assimilada.
As epístolas gerais são avaliadas pelo Russell colocando cada uma em uma seqüência que mostra os acontecimentos conforme sua interpletação bíblica sobre cada um dos livros do Novo Testamento. Ladd complementa estes relatos de Shedd dizendo que as bênçãos do século futuro não estão mais exclusivamente no futuro; tornaram-se objetos da experiência presente. A morte de Cristo é um evento escatológico. Devido à morte de Cristo, o homem justificado já está do lado do século futuro no julgamento escatológico, absolvido de toda a culpa.
Ao chegar no livro do Apocalipse o autor mostra as dificuldades de interpletação dos textos relatados por João, assim mostra a dificuldade de má hermeneutica nestes textos. Por causa dos seus vários enigmas. Correndo o risco de muitas suposições sobre os eventos futuros.
Existem diversas interpletações como a Preterista – Mensagem dirigida aos leitores contemporâneos o Histórico – contínua - prediz o curso da história, principalmente da igreja. O dealista – reflete simplesmente o conflito entre o bem e o mal e o Futuristas – os capítulos 4-19 falam dos eventos, que precedem a vinda, especialmente a Grande tribulação.
O autor diz que os 144.000 selados são compostos pela Igreja de judeus e gentios, mas outros autores discordam com sua posição por causa da validação do Antigo Testamento sendo cumprido no Novo Testamento, por isso não seriam a Igreja nem gentios.
No momento das trombetas Shedd diz que elas seram como as pragas lançadas sobre o povo do Egito no livro de Êxodo. A visão da mulher e do dragão e as bestas mostrando assim a hostilidade de Satanás.
Eu creio que os 144 mil selados, serão 12 mil de cada uma das 12 tribos de Israel, serão apenas judeus, mas isso não quer dizer que serão os únicos lá no milênio, os que foram arrebatados, e os que morreram na Tribulação e Grande Tribulação estarão em corpo glorificado, reinarão juntamente com Cristo. Assim sendo os habitantes da Terra consistirão de Cristo como Rei supremo, os santos ressuscitados , os judeus que abraçaram a fé em Jesus, e as nações simpatizantes.
A omissão de Dã na lista das doze tribos incluído nos 144.000 – o fato que o NT entende que a igreja é descendência de Abraão (Gl3:29). Que Abraão é pai de todos que crêem (Rm4:11) e a afirmação de Paulo que “nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em “Cristo Jesus” (Fp3:3), mostra que o Israel de Deus (Gl6:16) é uma idéia bem divulgada no NT – João nega aos judeus incrédulos o direito de se chamar Israel ou judeus. porque rejeitaram seu Messias. De fato são da sinagoga de satanás.
O propósito do anti-cristo será de destronizar Deus no Seu mundo e receber culto dos homens. Ele tentará banir os fiéis servos do Senhor da terra (Ap13:7). Quer tomar o lugar de Jesus Cristo, exaltando-se si mesmo, proibindo toda espécie de culto que não seja oferecido a ele (2Ts2:4).
No capítulo 15, um dos quatro seres viventes deu as sete taças da cólera de Deus aos sete anjos, e o santuário se encheu com a fumaça da glória e do poder de Deus. Agora, aguardamos o trabalho dos anjos. Cada um derramará a sua taça, trazendo uma série de sete flagelos para castigar os adoradores da besta e os servos do dragão.
A besta da terra tem poder para afligir e até matar os servos de Deus, aqueles que recusam adorar a besta. Mas Deus mostra seu poder para castigar com muito mais severidade os adoradores da besta. Os sete flagelos trazem sofrimento incrível aos seguidores da besta, mas eles ainda não se humilham diante de Deus.
Segundo o ponto de vista pré-milenista, a era da igreja continuará até que, de repente, de maneira inesperada e secreta, Cristo chegará a meio caminho da terra e chamará para si os crentes: “...os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares” (1Ts 4.16-17). Cristo então retornará ao céu com os crentes arrebatados da terra. Quando isso acontecer, haverá uma grande tribulação sobre a terra por um período de sete anos.
Durante esse período de sete anos de tribulação, cumprir-se-ão muitos dos sinais que, segundo predições, precederiam a volta de Cristo. O grande ajuntamento da plenitude dos judeus ocorrerá à medida que eles aceitarem Cristo como o Messias. Em meio ao grande sofrimento haverá também muita evangelização eficaz, realizada em especial pelos novos cristãos judeus. Ao final da tribulação, Cristo voltará com os seus santos para reinar sobre a terra por mil anos. Depois desse período milenar haverá uma rebelião que resultará na derrota final de Satanás e suas forças, e então virá a ressurreição dos incrédulos, o último julgamento e o começo do estado eterno.
A nova criação não é um “remendo” da velha. As coisas velhas desaparecem e dão lugar às novas, que são inteiramente de Deus. Isso é também verdade com respeito a Cristo. Ele se humilhou uma vez nas circunstâncias da velha criação, estando entre nós segundo a carne (Rm 9:5). No final de Sua vida perfeita e santa, morreu sob a sentença que condenava a velha criação, “o justo pelos injustos” (1 Pe 3:18). Dessa forma, Ele estabeleceu os fundamentos da nova criação nEle mesmo, ressuscitando dentre os mortos. Adquiriu, assim, um caráter novo e celestial.
O propósito de revelação divina sempre é para incentivar o cultivo de vidas santas e a busca pelas almas perdidas.