A Velha do Tempo

A Velha do Tempo L. L. Alves




Resenhas - A Velha do Tempo


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Nu e As 1001 Nuccias 27/12/2017

Resenha do blog As 1001 Nuccias
*Resenhista: Nuccia De Cicco / imagens no link do blog

O Tempo.

O tempo é estranho. Dias, horas, meses, anos. Milionésimos de segundos. Éons infinitos. O tempo é a única escala que mede nossa existência, é o que nos dá continuidade e presença.

Em alguns dias, cinco segundos podem parecer infinitos; em outros, um ano parece ter se passado em uma noite. Na paixão, tudo acontece rápido demais; na guerra, o tempo se arrasta.

"A figura se impelia em sua direção de forma letal. Seus passos inaudíveis eram a certeza de que sua presença era indesejada."

O tempo pode ser seu maior aliado ou seu pior inimigo. Cabe apenas a você a escolha. Engana-se quem toma esta escolha por fácil, o simples. Ela não pode ser nem mesmo definitiva. Contudo, independente do como, o quem não modifica: tudo depende de si mesmo.

É o que Elisa precisa descobrir em sua jornada. Uma adolescente que passa por provações diárias em casa e na escola. Até que a Velha do Tempo lança um feitiço em nosso mundo e Elisa é obrigada a percorrer caminhos e vencer obstáculos no Mundo Reflexo para que o feitiço seja quebrado.

"Pensou em sua avó e nas brigas frequentes de seus pais, na violência e nas palavras cruéis proferidas. Na maior parte do tempo guardava aquelas memórias bem no fundo dentro da mente para nunca revisitá-las, mas em situações em que sua insegurança e um medo sufocante de que ninguém a amava ou se importava com ela a dominavam, todas as velhas histórias voltavam com força total."

O que ela não sabia era que a Velha do Tempo é uma conhecida muito antiga. E o desafio de vencê-la torna-se muito maior. Ou mais simples, depende do ponto de vista.

O conto tem aquele "quê" de RPG, de fábulas. Em cada provação, cada obstáculo que Elisa precisa superar no Mundo Reflexo, uma nova lição de vida é aprendida. É comum vermos personagens crescendo e amadurecendo em livros, aliás é o que todos desejamos. Todavia, em contos, por conta do seu formato rápido, de história curta, é praticamente impossível notar com clareza esse tipo de jogada literária.

"Tudo estava parado, como se tivesse congelado no tempo e no espaço. (...) Aquilo, definitivamente, não estava certo. Tinha certeza que a resposta encontrava-se na figura que vira pelo canto do olho no reflexo do espelho."

Mas... convenhamos, é a Luene! XD

Lu conseguiu nos mostrar o crescimento moral de Elisa após cada provação. Cada luta, cada briga, tinha um dever a cumprir, um ensinamento a entender e carregar. E sem esses, a luta com a Velha do Tempo não aconteceria.

Mais uma vez, Lu nos trouxe uma personagem fora dos padrões esperados. Elisa é jovem, negra, de classe média-baixa, com uma família cheia de problemas. Elisa é a pessoa que costumamos ignorar ou que encontramos como personagem terciário.

"A balbúrdia dos pássaros foi a primeira coisa que tomou consciência ao acordar. Contudo, não eram canários ou sabiás que cantavam melodias para um despertar calmo e amigável; eram corvos que crocitavam o prenúncio de uma realidade aterradora. Elisa não pertencia mais ao seu mundo."

O final foi o esperado, mas não o previsível. Complexo, não é? Só lendo para entender melhor.

Adorei a leitura e espero que em 2018 novos livros da Lu sejam lançados. Faço uma questão absurda de ajudar a divulgar. Merece!


site: http://1001nuccias.blogspot.com.br/2017/12/resenha-conto-velha-tempo.html
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"Ana Paula" 27/11/2017

Elisa, com apenas doze anos, já passou por muita coisa em sua vida. Ainda passa pra falar a verdade. Elisa é motivo de risinho na escola onde estuda e sua única amiga parece ter arrumado outra melhor amiga.
Elisa então se desespera. O mundo poderia ser melhor sem ela, certo? Ninguém perceberia se ela desaparecesse, ninguém sentiria sua falta...
Enquanto esses pensamentos rodeiam Elisa, a Velha do tempo ataca, estagnando o tempo real, leva Elisa para o Mundo Reflexo onde ela aprenderá a superar seus desafios e amar a si mesma.

Partindo dessa premissa, a autora cria uma fábula com uma bela lição para todos os jovens. Os desafios de Elisa, apesar de ser em um mundo fantástico, não são tão diferentes do que presenciamos no mundo real.
A narrativa é em terceira pessoa, acompanhando a personagem. A leitura é leve e rápida, sem muitas descrições. A autora vai direto ao ponto e aborda os temas com maestria.

"- O divergente assusta. O incomum é estranho. O inusitado intimida - ele elucidou, empurrando-a com delicadeza para um dos barcos ancorados nas pedras. - A culpa não é nossa, criança, é de quem não é capaz de respeitar as diferenças e aceitá-las. Somos responsáveis somente pelos nossos atos, não pela reação que causamos. Infelizmente, nem todos serão capazes de contemplar a nossa peculiaridade."

O que me incomodou, e sempre vai me incomodar nesse tipo de leitura, é o drama da personagem em não se aceitar do jeito que ela é, e também, a idade da personagem. Com essa idade, todos os sentimentos são aumentados e o drama parece ser maior. Mas entendo onde a autora quis chegar e a parabenizo pelo ótimo conto. Uma pena que são poucas páginas.

Do mais, indico sim a leitura. Fazia tempo que eu não lia nada da autora e relembrei porque gosto tanto de seus livros: sua escrita é ótima, abrangente, sucinta e real. Uma delícia de ler.
O conto é pequeno, o li em uma sentada. Vale super a pena!

site: http://livrosdeelite.blogspot.com.br/2017/11/resenhando-contos-velha-do-tempo-ll.html
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