As alegrias da maternidade

As alegrias da maternidade Buchi Emecheta
Buchi Emecheta




Resenhas - As Alegrias da Maternidade


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Cíntia Da-Dalto 14/04/2024

Impactante, independente da cultura, a sobrecarga materna ainda precisa ser muito discutida e refletida, somos desde do nascimento imputadas a sermos boas mães, mesmo que isso te custe a alma.
Vale a leitura.
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Samara 13/04/2024

Outubro de 2017. É o que está escrito na capa da revista da Tag Experiências Literárias que veio junto com esta edição de "As alegrias da maternidade", de Buchi Emecheta, e é desde esta data que o livro estava lá, na minha estante, esperando ser lido. Hoje eu me pergunto porque demorei tanto para fazê-lo.

"As alegrias da maternidade" conta a história de Nnu Ego, uma mulher que nasceu no início do século XX e presenciou as mudanças que a Nigéria sofreu ao longo dos anos. Nnu Ego é filha de um chefe muito rico, Agbadi, e de sua favorita (e orgulhosa) amante Ona. Infelizmente, Ona morreu no parto, o que fez com que Nnu Ego fosse criada pelo pai e recebesse uma educação tradicional.

Nnu Ego então cresceu acreditando que só teria valor se se casasse e tivesse um filho homem, pois homens sustentam seus pais quando crescem, enquanto filhas só servem se conseguirem um bom dote do noivo.

E é contando a história de Nnu Ego que Buchi Emecheta nos mostra um pouco dos costumes, das tradições e crenças dos nigerianos antes e durante a colonização inglesa, assim como conta como esta mesma colonização e consequentemente a Segunda Guerra Mundial afetaram as pessoas que ali viviam.

A narradora do livro (que não é uma personagem, mas com certeza é uma mulher) narra naturalmente o que acontece com Nnu Ego, a princípio sem tecer comentários julgando as tradições de uma cultura tão patriarcal, apenas mostrando como esta cultura afetou nossa heroína para que nós julguemos, e aos poucos a narradora vai se tornando mais presente ao ponto de no fim rezar por Nnu Ego, querendo que ela não sofra.

A trajetória da protagonista também tem um arco. No início, ela não questiona a cultura patriarcal mesmo sendo vítima dela, e até passa as mesmas crenças para seus filhos e filhas, aos poucos ela vai se transformando, mas não deixando de ser uma mulher real, com qualidades e defeitos.

"As alegrias da maternidade" é um livro maestral. Eu, que sou muito crítica com minhas leituras, às vezes pensava "ah, podia ter isso ou aquilo para ser melhor", e daqui a pouco Emecheta me presenteava com o que eu esperava, mostrando que sabia muito bem como contar a história que criara.

Assim, terminei o livro pensando que demorei demais para começar a sua leitura, e que quero ler todos os livros da autora agora.
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Bruls 12/04/2024

Que livro triste...
O título engana. De alegrias não tem nada neste livro.

Nnu Ego passa por diversas provações dentro do mundo da maternidade, e isso acontece sem o devido apoio de seu marido.

Fiquei com vontade de abraçar ela em vários momentos da minha leitura.
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Aline 04/04/2024

Ao ler o livro, senti uma onda de sentimentos. A história se passa em um arranjo social no qual as mulheres são propriedades e o único objetivo aceito para uma mulher é ter filhos.
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Vania.Cristina 28/03/2024

Quanto vale uma mulher? E quanto vale uma tradição?
Minha terceira autora nigeriana lida. Acho que agora fui mais fundo, porque Buchi Emecheta nasceu na década de quarenta, escreveu antes de Chimamanda e Adébáyo.

O tema principal é comum às três: as condições de vida da mulher nigeriana.

Emecheta nesse livro, fala da época em que a Nigéria era colônia da Inglaterra. A história tem início em 1934, com nossa protagonista, Nnu Ego, vivendo na cidade de Lagos. Depois, a narrativa volta no tempo para contar de onde veio Nnu Ego, quem era seu pai e quem era sua mãe.

Eles viviam na cidade de Ibuza, na Nigéria Ocidental. Área rural onde o homem branco não conseguiu se adaptar, e onde vivia a etnia Igbó, seguindo suas tradições ancestrais.

O pai de Nnu Ego era um poderoso e rico chefe local, que vivia com conforto e fartura, entre suas esposas, amantes e escravas. A mãe de Nnu Ego era a amante favorita do chefe. Só não era sua esposa porque o pai dela também era chefe local e queria que a filha lhe desse um neto homem, que levasse seu nome e continuasse sua linhagem. Permitia que a filha fosse amante de quem quisesse, mas não esposa. Desse relacionamento nasceu uma menina, não um menino. Como não era do interesse do avô, a menina, chamada Nnu Ego, cresceu com o pai, mimada e protegida por ele.

Quando as mulheres igbós chegam à idade de casar são negociadas em troca de um dote. E assim Nnu Ego teve seu primeiro casamento. No entanto, ela não conseguiu engravidar e passou a ser desprezada pelo marido e pela sociedade. Considerada defeituosa porque não conseguia ser mãe. Para protegê-la, o pai desfez o casamento, devolveu o dote, e para manter a moça longe da língua ferina do povo, casou a filha com outro homem, que morava bem longe dali, na cidade de Lagos.

A cidade é totalmente diferente do ambiente que Nnu Ego conhecia: área urbana em franco crescimento, com comércio forte, localização estratégica, abrigava diferentes etnias africanas. E em Lagos, os colonizadores ingleses eram presentes e reinavam.

O novo marido de Nnu Ego chamava-se Nnaife, e trabalhava lavando as roupas dos patrões brancos. Era um dos empregados da mansão, no bairro construído pelos ingleses para os ingleses. Os trabalhadores e suas famílias viviam em pequenas moradias dentro do terreno do patrão, ao lado da casa principal.

Nnu Ego sofreu um choque cultural. Não conseguia compreender aquele mundo, não conseguia respeitar aquele marido submisso ao homem branco. Ela estava acostumada com o patriarcado igbó, que havia abolido a escravidão por determinação do governo inglês. Mas aquela vida sem honra e dignidade também não era escravidão?

Esse novo mundo a obrigou a frequentar a igreja cristã e a viver sob a lei dos ingleses. Mas em Lagos Nnu Ego engravidou, tornando-se uma mulher de valor, segundo suas próprias tradições. Na verdade, segundo as tradições de Lagos também. Esta nova sociedade também era patriarcal, nela as mulheres também só tinham valor servindo a pais e maridos, que, no caso, serviam a homens brancos.

Uma vez mãe, a vida de Nnu Ego realmente será plena? Seus filhos irão sobreviver naquele mundo colonial, em tempos de recessão e de guerra mundial? Eles irão seguir as tradições e corresponder às expectativas dos pais, como ela teve que fazer?

O livro nos apresenta muito sobre a cultura e a história da Nigéria. É uma perspectiva importante, muito diferente da nossa em alguns aspectos. E muito parecida com a nossa em outros.

Ele me fez pensar em várias coisas... Deixo aqui registrada uma delas (uma viagem bem pessoal):

Não há cultura imutável, não há tradição inabalável, todas fluem e se modificam, na maioria das vezes de forma lenta e gradual. Mas há períodos históricos e lugares onde as mudanças são bruscas. Nosso ímpeto é o da sobrevivência. Algumas pessoas são guerreiras, outras só se deixam levar. Poucas sabem fazer a leitura do mundo, dos contextos e dos momentos. A meu ver, sobreviver, lutar e ler o mundo, são formas de desenvolver a resiliência, a consciência de si mesmo e a consciência sobre o mundo.

Em alguns momentos do livro, Nnu Ego é uma força nobre, amorosa e guerreira. Em outros, ela está lutando para compreender o mundo e as mudanças, mas nem sempre consegue. É difícil e sofrido questionar os valores das próprias tradições.
debora-leao 28/03/2024minha estante
Empolguei para ler. Estou procurando histórias mais leves atualmente. Tem muita leitura boa na fila mas tudo fala de desgraça, trauma, opressão... Mas tbm não dá pra ler nada "bobo demais" pq não me prende. Essa leitura que vc resenhou me pareceu ser assim... É?


Vania.Cristina 29/03/2024minha estante
Debora, é uma leitura triste, porque é uma vida sofrida. Mas não é uma leitura com grandes gatilhos.


Vania.Cristina 29/03/2024minha estante
Não sei se dá pra descrever como uma leitura leve. Fica um gostinho amargo bo final, mas não tem violência desmedida, não tem plots. Não sei se é exatamente o que você está procurando, mas sei que pode gostar sim


Naiara 29/03/2024minha estante
tambem nao achei leve lendo nao, me interessei, mas acho que nao é a hora, tambem estou atraz de historias mais leves nao bobas.. ressaca literaria pega forte com certos livros :/


Vania.Cristina 29/03/2024minha estante
Naiara, é uma história bonita, que vale muito a pena ser lida e acho que você vai gostar. Pra sair da ressaca literária... talvez não funcione... difícil dizer....


Vania.Cristina 29/03/2024minha estante
Ainda sobre o papel da mulher no mundo, você já leu, Naiara, a tetralogia napolitana da Elena Ferrante? Li os dois primeiros livros e esse ano devo ler os dois ultimos. Talvez funcione melhor para sair da ressaca e é cheio de camadas.


Naiara 30/03/2024minha estante
nao li nao.. voce tem pdf dele?

quando diz "papel da mulher no mundo", quer dizer sobre as dores e a luta que temos? sobre os ciclos femininos? sobre o que quis dizer?


Vania.Cristina 30/03/2024minha estante
Infelizmente não tenho o PDF dele, Naiara. Tenho físico. No caso de Elena Ferrante, é a história de duas amigas. O primeiro livro é a infância, o segundo a juventude, o terceiro a idade madura e o quarto a velhice. Elas são amigas mas são competitivas uma com a outra. E fazem muita bobagem na vida. A infância se passa na Itália depois do fascismo de Mussolini e há muita violência no ar, dentro das famílias, muito machismo. A infância, elas passam num mesmo bairro, então o livro fala muito da comunidade, é bastante fofoca. Triste, mas não é deprê, a escrita é envolvente. Eu consegui ler um livro por ano, porque não tinha todos na mão. Mas a vontade é de ler tudo de uma vez. Os dois primeiros falam muito da luta das mulheres para viver, e os diferentes caminhos que escolhem. As oportunidades que aparecem e as que não aparecem. Coisas assim


Naiara 30/03/2024minha estante
obrigada, me deseje sorte, vou procurar eles


Vania.Cristina 30/03/2024minha estante
Boa sorte, Naiara! Espero que goste. Esse próximo mês devo começar o terceiro livro e vou postando aqui.




Ana Caroline 21/03/2024

O livro conta a vida de Nnu Ego, uma mulher de tribo africana que vive conforme seus costumes. Para nos lendo isso no século 21 é difícil ler esse livro, são os pensamentos e ações da protagonista que nos enchem de revolta, o casamento, nascimento dos filhos e comportamentos dos personagens parece até forçado para chocar. Mas quando você termina o livro e vê que a própria autoria sentiu isso na pele, o choque aumenta ainda mais. É bem triste ?
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Waleska.Guedes 20/03/2024

As alegrias da maternidade = ?
A autora retrata mais uma sociedade (Nigéria) que controla a mulher através do tabu maternidade, fazendo-a acreditar que nasceu apenas para isso e que só por isso deve viver. O livro mostra as desilusões encontradas no caminha da mulher, desde o casamento dela até a morte.
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Drika.Zimmermann 20/03/2024

Não basta ser mãe, tem que ser mãe de meninos... ?????
O título engana bastante. As tais alegrias vão sendo derrubadas a cada capítulo.

Ser mulher é sofrer desde que o mundo é mundo.

Nnu Ego sonha em ser mãe pra se tornar uma "mulher completa". É submetida a inúmeras humilhações. Tem os tão esperados filhos, mas só importa se forem homens. As meninas só servem quando tiverem idade para casar e o pai receber o dote.

Nnu Ego cria os filhos praticamente sozinha, com a ajuda de caridade de vizinhos e amigos. Aguenta a opressão do patriarcado por todos os lados em uma cultura em que o homem é proprietário da mulher.

Uma escrita potente, fluída, mas de uma tristeza sem tamanho. A cada capítulo fui torcendo para que a vida dessa mulher tivesse um pouco de descanso, mas esse descanso tarda e vem de uma forma muito triste.
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Amanda Bia 13/03/2024

Pesado
Nnu Ego é filha de um grande líder africano do povo Igbo. Como mulher, seu principal objetivo de vida é casar bem e dar muitos filhos para seu marido. Quando em seu primeiro casamento ela não consegue engravidar, seu pai desfaz o acordo e encontra um novo marido para ela em Lagos, a dita cidade grande.
Chegando lá, ela estranha muito os costumes das pessoas em Lagos. Não entende o trabalho de seu novo marido como lavador das roupas dos patrões brancos e nem a pobreza em que passa a viver, já que em sua tribo nunca lhe faltou nada.
Com o passar do tempo ela realiza o sonho de ter filhos, mas conforme as crianças vão nascendo e a guerra surge, a vida se torna cada vez mais difícil e ela precisa fazer de tudo para sustentar sua família.
Esse livro é um relato de dor e sofrimento. Acompanhar as durezas da vida da Nnu Ego é angustiante. Apesar de entender que aquela forma de viver é a tradição de seu povo, por outro lado é revoltante ver ela aguentando tanta coisa ruim e tendo um filho atrás do outro mesmo não tendo condições financeiras para isso.
Ele também mostra o impacto do colonialismo da Inglaterra na Nigéria e como a Segunda Guerra Mundial piorou muito a vida de todos ali. As pessoas sendo tratadas como coisas que podiam ser usados pelos colonizadores também foi muito revoltante.
Uma história pesada, que nos faz entender mais um pouco da história dos povos africanos além de causar diversas reflexões. Recomendo muito a leitura, mas esteja bem para isso.
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Hugo.Henrique 11/03/2024

Pelo sonho de ser mãe.
Nnu Ego é enviada como esposa para um homem na capital da Nigéria, submete-se a condições de vida precárias e enfrenta praticamente sozinha a tarefa de educar e sustentar os filhos. Ela luta pela integridade da família e pela manutenção dos valores de seu povo.
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LivNiny 28/02/2024

"Não sei ser outra coisa na vida, só sei ser mãe"
As Alegrias da Maternidade é um livro extremamente forte escrito de maneira fluida, uma leitura leve capaz de te fazer refletir e criticar diversos aspectos sociais e culturais.
Buchi utiliza de aspectos da sua infância para criar essa trama voltada para a vida de Nnu Ego, uma nigeriana que, mesmo contrariada em certos pontos, busca manter as raízes de suas tradições culturais e ser uma mulher modelo sem deixar de lado sua autenticidade.
Todas as emoções sofridas pelos personagens são tateis, faz o leitor submergir na história e sentir as dores da história.
Há muita denúncia e, ao mesmo tempo, saudação a cultura africana que tanto destoa das demais. Excelente para uma maior compreensão dessa cultura e da realidade vivida por esse povo. Maravilhoso!
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Nadia 25/02/2024

Desafios da maternidade
Sem romantizar a maternidade mostrou as lutas, dores e frustrações, mas acima de tudo retratou uma mulher que se apresentou como a verdadeira líder de sua família, mesmo com todas as dificuldades e desafios de sua época.
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