Os excluídos da história

Os excluídos da história Michelle Perrot




Resenhas - Os excluídos da história


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Osório 19/01/2022

Esse livro é realmente rico em fontes, principalmente da França, as discussões que a Perrot traz acerca da classe trabalhadora, das mulheres e dos presos é extremamente necessária. Em relação aos trabalhadores, ela detalha suas conquistas, desde a diminuição da número de horas trabalhadas por dia, até o feriado de 1° de maio. Em relação as mulheres, ela aborda todo o estereótipo de sexo inferior e vulnerável, mas também destaca o papel das mulheres nas fábricas e os motins criados por melhores condições de trabalho, salubridade e alimentação. Na última parte, em relação aos presos, ela trabalha com uma pegada que o Erving Goffman tem, que aborda as formas de exclusão da sociedade, e nas prisões as formas de vigiar e punir os detidos, com o panóptico.
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ViagensdePapel 28/08/2017

Os excluídos da história é um clássico em termos de historiografia. Publicado no Brasil inicialmente em 1988, a obra de Michelle Perrot apresenta uma proposta pouco usual no período, ao tratar de setores da sociedade ditos menores, logo, sem o direito de serem considerados parte da história. São eles as mulheres, os operários e prisioneiros. Antes mesmo da publicação da obra, Michelle Perrot já escrevera artigos acadêmicos sobre tais personagens, demonstrando assim, um grande interesse na temática.

Não quer dizer que operários, mulheres e prisioneiros já não fizessem parte da história. Pelo contrário, até faziam. O problema é você dar protagonismo a eles. Uma coisa é você escrever uma história de uma fábrica sob o ponto de vista do patrão e da produção. Outra coisa é você propor a mesma história, mas dando voz aos operários e às relações destes com o patrão e o sistema imposto. Da mesma forma com os outros dois grupos. E é essa a proposta do livro de Perrot.

O livro é dividido em três partes, respectivamente a cada grupo, sendo elas constituídas por artigos. De maneira geral, a autora aborda os personagens na França do século XIX, detendo-se em pontos específicos, que possibilitam ter uma dimensão mais ampla. Procura trazer práticas do cotidiano, possíveis pensamentos correntes e visões de mundo. Por exemplo, a parte destinada às mulheres faz uma retrospectiva de todo um imaginário em torno da figura feminina e como ele foi construído ao longo do tempo. Pontos como a questão da exclusão delas na sociedade e o papel numa relação matrimonial são abordados no livro.

Algo que fiquei pensando durante a leitura foi a construção narrativa do texto diante das fontes disponíveis. Afinal, trazer tais personagens para um protagonismo é grande esforço, ainda mais quando as fontes podem ter uma visão diferente do que se quer propor. Por exemplo, retomando a questão feminina, durante muito tempo via-se a mulher como a devastadora das rotinas familiares e da ordem burguesa, em alguns casos como louca e histérica. Isso era tido como verdade uma vez que havia material que comprovava aquilo. Mas como perceber que tudo isso era uma construção? Aí entra o esforço da historiadora em fazer uma leitura crítica, tentando enquadrar tais pensamentos em determinado período e mostrar outro lado da história. Michelle Perrot narra, numa das partes mais legais do livro, a questão das mulheres lavradeiras e a sociabilidade ali presente. É algo que provavelmente não se tem fonte falando sobre, mas a partir de um esforço maior acaba trazendo isso a tona.



Leia a continuação da resenha, acesse o link abaixo:

site: http://www.viagensdepapel.com/2017/08/04/resenha-os-excluidos-da-historia-de-michelle-perrot/
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Poesia na Alma 13/11/2017

uma luz no fim do túnel
Michelle Perrot é uma pesquisadora francesa conhecida pelo seu trabalho que destacam o papel da mulher na sociedade. Se sobressai no meio acadêmico por publicação de ensaios, artigos científicos e obras como História dos Quartos, História da Vida Privada; As mulheres ou os Silêncios da História.

“As mulheres não são passivas nem submissas. Elas estão presentes aqui e além. Elas são diferentes. Elas se afirmam por outras palavras, outros gestos. Na cidade, na própria fábrica, elas têm outras práticas cotidianas, formas concretas de resistência – à hierarquia, à disciplina – que derrotam a racionalidade do poder, enxertadas sobre seu uso próprio do tempo e do espaço. Elas traçam um caminho que é preciso reencontrar. Uma história outra. Uma outra história."

Os excluídos da história, Grupo Editorial Record, de Perrot, é uma reunião de artigos que traz para o centro da discussão acadêmico grupos até então marginalizados e como participaram da história no século XIX, na França. Dividido em três partes, operários, mulheres e prisioneiros, reflete o desdobramento subversivo diante das limitações e controle sofrido por essa tríade no intento de romper com o domínio da classe dirigente.

No capítulo Operários, é visível a natureza da burguesia no esforço de manter a classe trabalhadora dependente, explorando-a o máximo possível, com salários baixos, condições de trabalho ruins, longa jornada de trabalho. Além disso, adentra na construção da relação entre operários e máquinas e, principalmente, na disciplina industrial. A autora vai articulando e tecendo o olhar da vigilância nas diversas instituições e a quem prejudica e beneficia essa disciplina.

continue - http://www.poesianaalma.com.br/2017/11/resenha-os-excluidos-da-historia.html
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