O que é lugar de fala?

O que é lugar de fala? Djamila Ribeiro




Resenhas - O Que É Lugar de Fala?


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Ediandra Campos 03/04/2024

Perfeito
Nunca a frase "falou pouco, mas falou bonito" fez tanto sentido. Um livro curto e objetivo, com conhecimento relevante e leitura fácil. Perfeito.
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Andrezza.Guanabara 21/03/2024

Lugar de fala
Excelente livro. De fato me fez entender a expressão " Lugar de fala" e também me senti muito pertencente às vivências descritas no livro. E o ideal é buscarmos um mundo melhor para todos, sem racismo e respeito ao espaço de cada um.
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thai :D 16/01/2024

Apesar de discordar fundamental e radicalmente de muitas das premissas que Djamila lança mão nessa obra, e dos desenvolvimentos e soluções, por assim dizer, que ela elabora, o livro faz bem o que se propõe: trazer uma introdução, palatável também para um público mais leigo, a respeito do conceito de lugar de fala e de demais tópicos nas ciências sociais.
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Laísa 09/01/2024

Lugar de fala é um livro curtinho e bem didático. Djamila, a autora do livro, dividiu em 4 partes: história do feminismo, feminismo negro, o que é o lugar de fala?, e todo mundo em lugar de fala.
Lugar de fala é um conceito extenso, mas que eu poderia resumir em lugar que você tem experiências sociais e emocionais para falar. Não é algo que você viu, ou ouviu, é o que vc sentiu e experiências naquele lugar.
As mulheres brancas podem se colocar na posição de escuta e de defender a fala da mulher negra.
Um livro excelente. Recomendo.
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Luísa Anjos 28/12/2023

Termino essa leitura aliviada por dois motivos: primeiro porque com ela atingi a meta de 50 livros lidos (coisa que não fazia desde 2020); e segundo porque esse livro testou todos os meus neurônios e finalizá-lo me deixa em paz. Foi uma boa experiência pra exercitar meu senso crítico, já que discordei de mais da metade do que li aqui (pois a autora não é exatamente marxista?)

Senti que esse livro foi um grande artigo com uma grande introdução e uma grande conclusão, mas um desenvolvimento pequeno e insatisfatório - ela falou pouquíssimo sobre lugar de fala de fato, mas não errou na contextualização e na defesa de sua perspectiva

Esse foi o segundo e último livro que li dela.
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gabi.jones 23/10/2023

Musa
A Dajmila foi a minha primeira experiência negra com o feminismo negro, e ao passar dos anos minha admiração por ela só aumentou, ler esse livro só me mostra o tipo de ativista negra que um dia eu quero ser. :) (Só sentir falta de uma linguagem mais informal para aqueles que não tem acesso a um vocabulário amplo).
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Márcia 27/08/2023

O que é lugar de fala? - Djamila Ribeiro
Esta resenha do livro “Lugar de Fala”, escrito por Djamila Ribeiro em 2019, faz parte da coleção “Femininos Plurais”, coordenada por essa mesma autora. O livro tem como objetivo discutir diversas questões relacionadas ao feminismo negro e lugar de fala.
O primeiro capítulo, intitulado “Um pouco de história”, aborda a trajetória de lutas das
mulheres negras ao longo do tempo, a autora apresenta uma contextualização histórica antes
de iniciar a discussão sobre lugar de fala. Para isso a autora traz a história de Sojouner Truth,
que “nasceu em um cativeiro e foi abolicionista afro-americana, escritora e ativista” . A autora cita o discurso feito por Truth na convenção de direitos da mulher em 1851,
que se tornou conhecido mundialmente após ser registrado pela feminista Frances Gages em
um grande compêndio, de sua autoria, com materiais sobre a luta das mulheres negras .
A autora aponta que o discurso de Truth, denominado “E eu não sou uma mulher?”,
trouxe para o século XIX uma grande questão a ser debatida. Era uma luta de muitas pautas,
como identidade de gênero, orientação sexual e raça.
O segundo capítulo "Mulher negra: o outro do outro", aborda a percepção, a fala,
saberes e produções pela ótica das mulheres negras. Ribeiro recorre a diversos autores para
corroborar seu objetivo, entre eles a intelectual francesa Beauvoir, em sua perspectiva teórica
com relação ao gênero e à forma como a mulher é retratada, sendo considerada o "outro".
Recorre também a Grada Kilomba, que, conforme citado por Ribeiro em seus escritos,
sugere que outra forma como a mulher negra é vista é sendo “o outro do outro”.
É somente a partir do terceiro capítulo, "O que é lugar de fala?", que a autora aprofunda
a discussão que define o título do livro, recorrendo a teóricos para explicar o conceito. Ela
aponta que "a partir da teoria do ponto de vista feminista, é possível falar de lugar de fala" .
Ribeiro reforça a ideia da importância de discussões da pauta de feminismo
negro como uma forma de dar visibilidade a essas mulheres. Um dado que aponta é a pequena participação e presença de mulheres negras em cargos na área de Comunicação.
No último capítulo, "Todo mundo tem lugar de fala", a autora aborda brevemente os
diversos lugares de fala e afirma "que todas as pessoas possuem lugares de fala, pois estamos falando de localização social" . Também, pontua a importância de determinados
grupos privilegiados se perceberem a partir desse lugar, sabendo a que lugar eles pertencem.
O espaço virtual tem favorecido algumas pessoas a se perceberem como pertencente aos
grupos de lutas sociais sem visibilidade, utilizando meios para divulgar e apresentar sua fala.
Muitos têm tido visibilidade através das redes sociais, blogs e criação de vídeos
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mariana 12/06/2023

é um livro EXTREMAMENTE importante. li por conta da faculdade, mas creio que ele deveria ser leitura obrigatória pra todos, já que o tema de "local de fala" é muito popular hoje em dia, mas ainda sim ninguém sabe a real dimensão dele ou oq ele significa de verdade.
esse livro foi uma ótima introdução, com uma linguagem fácil mas com uma pitada de academicismo e citação de pensadoras e teóricas fundamentais para o pensamento feminista e negro e da interseccionalidade
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MarcosQz 28/05/2023

"o lixo vai falar, e numa boa"
Djamila aborda o que é lugar de fala, título do livro, de forma clara e direta, esclarecendo pontos e fatos históricos, deixando bem claro o papel da mulher em toda a história.
O movimento feminista das mulheres brancas que não incluía todas as mulheres, mulheres negras não eram mulheres. Mulheres negras nem são brancas e nem são homens, são o que é denominado como "o outro do outro", sem poder ser quem são, pode parecer confuso, mas Djamila explica tudo de forma muito clara.
Djamila ainda esclarece a hierarquia patriarcal, machista e preconceituosa com o homem branco, a mulher branca, o homem negro e por último a mulher negra, a mulher sempre inferior, mas o homem não negro ainda inferior a mulher branca. Ela também nos faz pensar sobre outros saberes, saberes antigos, saberes naturais, além de dar um ótimo exemplo do alfabeto africano ainda vivo hoje, talvez como um costume, o que fiquei bem surpreso.
Tudo isso para deixar bem claro o que é lugar de fala, o local social das mulheres pretas. Pensar lugar de fala é romper com uma hierarquia violenta.
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Fabio Shiva 20/05/2023

Aprender o que é lugar de fala é expandir a consciência de um mundo melhor
Essa foi mais uma leitura preciosa a que tive acesso graças a meu irmão de Poesia e Capoeira, Tanderson Gangoji. Gratidão, camaradinha!

Penso que não é exagero dizer que a questão do lugar de fala está no “olho do furacão” das tensões, conflitos e polarizações que estão agitando o Brasil e o mundo. Pois pensar o lugar de fala nos remete inevitavelmente às pautas identitárias que estão no cerne do ódio e da intolerância que tanto adoecem a nossa humanidade. Cada vez mais fica evidente (assim espero) que a ignorância que gera racismo, machismo, homofobia, intolerância religiosa etc. é a grande força propulsora de movimentos trevosos como nazismo, fascismo, bolsonarismo. O que ainda não é tão evidente, mas começa a aparecer cada vez mais (assim espero), é que “não se combatem monstros tornando-se um deles”, ou seja, não se pode usar trevas para acabar com as trevas. Só se pode combater as trevas com a luz.

Por sincronicidade, eu estava terminando de ler esse pequeno grande livro de Djamila Ribeiro, “O Que É Lugar de Fala?”, quando recebi de um amigo essas reflexões polêmicas e muito bem articuladas de Pedro Dória, editor do Meio, sobre como “a esquerda identitária elegeu direita radical” no Chile (https://youtu.be/Lvvgz19BJOI). Uma das falas desse vídeo, em especial, toca no âmago dessa contradição: “Não tem como dar certo um movimento político que dá medo em quem simpatiza”, diz Pedro Dória, referindo-se ao “medo do cancelamento” que faz as pessoas evitarem sequer falar sobre temas sensíveis... como o lugar de fala.

Esse vídeo, conjugado com a leitura da Djamila Ribeiro, me fez pensar um bocado. A princípio concordei com todos os argumentos apresentados pelo Pedro Dória, mas então esbarrei no óbvio: vivemos (especialmente no Brasil) em uma sociedade injusta e desigual, construída a partir de privilégios de um lado e opressão do outro. A maioria das pessoas sequer chega a tomar consciência desses privilégios e dessa opressão. Então em que medida é lícito e justo pedir que as pessoas que se conscientizam dessa opressão e desse privilégio tenham a paciência de esperar que os inconscientes sejam “convencidos” da necessidade de redefinir os valores e a estrutura da sociedade? Talvez algum cínico ainda queira acrescentar: que esperem sentados...

Ao pensar no lugar de fala e nas pautas identitárias, só tenho duas convicções: 1) essas pautas são justas, necessárias, urgentes e 2) o conceito do lugar de fala pode ser uma boa ferramenta de conscientização a respeito dessa justiça, necessidade e urgência. O resto (graças a Deus) são dúvidas, indagações, questionamentos. Sobretudo nesse momento de exacerbação e até idolatria ao ódio, devemos nos acautelar contra pessoas que têm certeza de tudo.

Especificamente sobre o livro “O Que É Lugar de Fala?”, recomendo muito a leitura, que ajuda a desfazer tantos equívocos que cercam o tema. Anotei alguns dos trechos mais marcantes, que compartilho a seguir.

“Se não se nomeia uma realidade, sequer serão pensadas melhorias para uma realidade que segue invisível.”

“Segundo o Mapa da Violência de 2015, aumentou em 54,8% o assassinato de mulheres negras ao passo que o de mulheres brancas diminuiu em 9,6%. Esse aumento alarmante nos mostra a falta de um olhar étnico racial no momento de se pensar políticas de enfrentamento à violência contra a mulher.”

“A pensadora e feminista negra Lélia Gonzalez (...) criticava a hierarquização de saberes como produto da classificação racial da população. Ou seja, reconhecendo a equação: quem possuiu o privilégio social possui o privilégio epistêmico, uma vez que o modelo valorizado e universal de ciência é branco. A consequência dessa hierarquização legitimou como superior a explicação epistemológica eurocêntrica conferindo ao pensamento moderno ocidental a exclusividade do que seria conhecimento válido, estruturando-o como dominante e, assim, inviabilizando outras experiências do conhecimento. Segundo a autora, o racismo se constituiu ‘como a ‘ciência’ da superioridade eurocristã (branca e patriarcal)’.”

“(...) a linguagem dominante pode ser utilizada como forma de manutenção de poder, uma vez que exclui indivíduos que foram apartados das oportunidades de um sistema educacional justo. (...) Gonzalez refletiu sobre o modo pelo qual as pessoas que falavam ‘errado’ dentro do que entendemos por norma culta, eram tratadas com desdém e condescendência e nomeou como ‘pretoguês’ a valorização da linguagem falada pelos povos negros africanos escravizados no Brasil.”

Sobre movimentos identitários:

“(...) o objetivo principal ao confrontarmos a norma não é meramente falar de identidades, mas desvelar o uso que as instituições fazem das identidades para oprimir ou privilegiar. (...) Logo, não é uma política reducionista, mas atenta-se para o fato de que as desigualdades são criadas pelo modo como o poder articula essas identidades; são resultantes de uma estrutura de opressão que privilegia certos grupos em detrimento de outros.”

Ideia que gera resistência e que...
“faz com que pessoas brancas, por exemplo, ainda insistam no argumento de que somente elas pensam na coletividade (...). Ao persistirem na ideia de que são universais e falam por todos, insistem em falarem pelos outros, quando, na verdade, estão falando de si ao se julgarem universais.”

“Tirar essas pautas da invisibilidade e um olhar interseccional mostram-se muito importantes para que fujamos de análises simplistas ou para se romper com essa tentação de universalidade que exclui.”

Partindo de Simone de Beauvoir:

“Diz-se que a mulher não é pensada a partir de si, mas em comparação ao homem. É como se ela se pusesse se opondo, fosse o outro do homem, aquela que não é homem.”

Sueli Carneiro concebe a mulher negra como “o outro do outro”:

“Quando falamos que a mulher é um subproduto do homem, posto que foi feita da costela de Adão, de que mulher estamos falando? Fazemos parte de um contingente de mulheres originárias de uma cultura que não tem Adão. Originárias de uma cultura violada, folclorizada e marginalizada, tratada como coisa primitiva, coisa do diabo, esse também um alienígena para a nossa cultura.”

“O problema seria quando as diferenças significam desigualdades. O não reconhecimento de que partimos de lugares diferentes, posto que experenciamos gênero de modo diferente, leva à legitimação de um discurso excludente, pois não viabiliza outras formas de ser no mundo.”

“A nossa hipótese é que a partir da teoria do ponto de vista feminista é possível falar de lugar de fala.”

“Seria preciso entender as categorias de raça, gênero, classe e sexualidade como dispositivos fundamentais que favorecem as desigualdades e criam grupos em vez de pensar essas categorias como descritivas da identidade aplicadas a indivíduos.”

“O falar não se restringe ao ato de emitir palavras, mas de poder existir. Pensamos lugar de fala como refutar a historiografia tradicional e a hierarquização de saberes consequente da hierarquia social.
Quando falamos de direito à existência digna, à voz, estamos falando de locus social, de como esse lugar imposto dificulta a possibilidade de transcendência. Absolutamente não tem a ver com uma visão essencialista de que somente o negro pode falar sobre o racismo, por exemplo.”

Ponto crucial do livro, ao meu ver:

“No debate virtual, aqui no Brasil, nos acostumamos a ouvir os mesmos equívocos (...). ‘Fulana está falando a partir das vivências dela´, como se essas vivências, por mais que contenham experiências advindas da localização social de fulana, se mostrasse insuficiente para explicar uma série de questões. Como explica [Patricia Hill] Collins, a experiência de fulana importa, sem dúvida, mas o foco é justamente tentar entender as condições sociais que constituem o grupo do qual fulana faz parte e quais são as experiências que essa pessoa compartilha ainda como grupo. Reduzir a teoria do ponto de vista feminista e lugar de fala somente às vivências seria um grande erro, pois aqui existe um estudo sobre como as opressões estruturais impedem que indivíduos de certos grupos tenham direito à fala, à humanidade. O fato de uma pessoa ser negra não significa que ela saberá refletir crítica e filosoficamente sobre as consequências do racismo. Inclusive, ela até poderá dizer que nunca sentiu racismo, que sua vivência não comporta ou que ela nunca passou por isso. E sabemos o quanto alguns grupos adoram fazer uso dessas pessoas.”

“Por isso, seria igualmente um equívoco dizer que essa teoria perde validade pela existência de indivíduos reacionários pertencentes a grupos oprimidos. E assim seria porque Collins não está negando a perspectiva individual, mas dando ênfase ao lugar social que ocupam a partir da matriz de dominação. Por mais que sujeitos negros sejam reacionários, por exemplo, eles não deixam de sofrer com a opressão racista – o mesmo exemplo vale para outros grupos subalternizados. O contrário também é verdadeiro: por mais que pessoas pertencentes a grupos privilegiados sejam conscientes e combatam arduamente as opressões, elas não deixarão de ser beneficiadas, estruturalmente falando, pelas opressões que infligem a outros grupos. O que estamos questionando é a legitimidade que é conferida a quem pertence ao grupo localizado no poder.”

“O lugar social não determina uma consciência discursiva sobre esse lugar. Porém, o lugar que ocupamos socialmente nos faz ter experiências distintas e outras perspectivas. A teoria do ponto de vista feminista e lugar de fala nos faz refutar uma visão universal da mulher e de negritude, e outras identidades, assim como faz com que homens brancos, que se pensam universais, se racializem, entendam o que significa ser branco como metáfora do poder, como nos ensina [Grada] Kilomba. Com isso, pretende-se também refutar uma pretensa universalidade. Ao promover uma multiplicidade de vozes o que se quer, acima de tudo, é quebrar com o discurso autorizado e único, que se pretende universal. Busca-se aqui, sobretudo, lutar para romper com o regime de autorização discursiva.”

“Quando existe algum espaço para falar, por exemplo, para uma travesti negra, é permitido que ela fale sobre Economia, Astrofísica, ou só é permitido que ela fale sobre temas referentes ao fato de ela ser uma travesti negra? Saberes construídos fora do espaço acadêmico são considerados saberes? Kilomba nos incita a pensar sobre quais são os limites impostos dentro dessa lógica colonial e nos faz refletir sobre as consequências da imposição da máscara do silêncio.”

Reflexão de Grada Kilomba:
“Há um medo apreensivo de que, se o sujeito colonial falar, o colonizador terá que escutar. Ele/ela será forçado a um confronto desconfortável com as verdades dos ‘Outros’.”

“Ideias e verdades desagradáveis seriam mantidas fora da consciência por conta da extrema ansiedade, culpa e vergonha que elas causam.”

“Um dos equívocos mais recorrentes que vemos acontecer é a confusão entre lugar de fala e representatividade. Uma travesti negra pode não se sentir representada por um homem branco cis, mas esse homem branco cis pode teorizar sobre a realidade das pessoas trans e travestis a partir do lugar que ele ocupa.”

“Porém, falar a partir de lugares é também romper com essa lógica de que somente os subalternos falem de suas localizações, fazendo com que aqueles inseridos na norma hegemônica sequer se pensem. Em outras palavras, é preciso, cada vez mais, que homens brancos cis estudem branquitude, cisgeneridade, masculinos.”

“Numa sociedade como a brasileira, de herança escravocrata, pessoas negras vão experenciar racismo do lugar de quem é objeto dessa opressão, do lugar que restringe oportunidades por conta desse sistema de opressão. Pessoas brancas vão experenciar do lugar de quem se beneficia dessa mesma opressão. Logo, ambos os grupos podem e devem discutir essas questões, mas falarão de lugares distintos. Estamos dizendo, principalmente, que queremos e reivindicamos que a história sobre a escravidão no Brasil seja contada por nossas perspectivas também e não somente pela perspectiva de quem venceu.”

https://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/2023/05/aprender-o-que-e-lugar-de-fala-e.html



site: https://www.instagram.com/prosaepoesiadefabioshiva/
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Fabianne 22/04/2023

Quem tem o lugar de fala?
Segundo Djamila todos nós temos um lugar de fala na perspectiva da análise do discurso. Por exemplo:

Um homem nunca teve cólicas menstruais na vida, quando fala sobre cólica menstrual, de qual lugar pronuncia seu discurso? Pode ser do lugar de pesquisador do assunto, um médico ginecologista e até mesmo de uma pessoa que poderá usar seu lugar de fala com irresponsabilidade e falta de empatia.

É necessário então usar esse lugar de fala com responsabilidade e respeito.

Pessoas brancas, amarelas ou pretas pode usar seu lugar de fala para discutir dados estatísticos de que uma mulher branca ganha 30% menos que os homens brancos, o homem preto ganha menos do que a mulher branca e a mulher preta ganha menos do que todo mundo.

Sim podemos e devemos discutir e estudar sobre os atuais problemas sociais, para que possamos melhorar como seres humanos nesse mundo de tantas controvérsias.
sem apelido 23/04/2023minha estante
???




Henrico.Iturriet 11/04/2023

Eu posso falar?
Pois é, pessoal demais, sangrando demais, muito quieto, sempre voltando, chorando, sangrando, com medo, refletindo e caindo, sendo oprimido, opressor, negro e as vezes sem cor, mas sempre oprimido, sem gay e gordo e negro, assim não sendo nada, e nada eu sou, eu posso falar?
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Charleees 28/03/2023

O que é lugar de fala? - Djamila Ribeiro

Logo na apresentação Djamila relata que o objetivo da coleção a qual o livro faz parte é trazer para o grande público de forma acessível questões importantes relacionadas aos mais diversos feminismos, bom (deixo claro aqui que essas são minhas impressões como leitor) não foi o que senti lendo o primeiro livro da então coleção Feminismos Plurais. São 57 referências de pensadores distribuídas ao longo de 90 páginas, o que torna a leitura um pouco maçante o que não me desestimulou a ler nem procurar entender o que estava sendo retratado ali.

Somente na terceira parte do livro depois de "Um pouco de história" e "Mulher Negra: O outro do outro" que Djamila deixa claro o que a expressão que dar título ao livro realmente significa e como ela está centrada em nossos dias. Antes disso em meio as muitas citações como já mencionei, Djmila nos conta um pouco sobre feminismo negro e como começou o movimento. As diversas lutas que as mulheres negras travaram e ainda travam em meio a uma sociedade patriarcal e branca, nos traz ótimas reflexões sobre o termo "outro do outro" cunhado por Grada Kilombola em oposição ao termo criado por #SimoneDeBeauvoir de que toda mulher seria o outro do homem. Segundo Kilombola a mulher é uma antítese tanto da branquitude quanto da masculinidade e ai ela mostra como a mulher negra segue sendo silenciada e invisibilizada.

No que tange a lugar de fala, Djamila nos mostra que TODOS temos lugar de fala, mas é fundamental que indivíduos pertencentes ao grupo social privilegiado consiga enxergar as hierarquias produzidas a partir desse lugar. E nos deu o exemplo da sociedade brasileira de herança escravocrata e racista, o homem branco pode e DEVE discutir a questão do racismo, mas entendendo que esta falando de um lugar diferente do negro que vive o racismo na pele quase que diariamente.

▫️Um ótimo livro que para mim só falhou em trazer todos esses temas, como era o objetivo inicial, de uma forma menos acadêmica e mais acessível.

* Resenha editada em Agosto 2018
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Marina Aires 06/03/2023

Lugar de fala
Muito bem estruturado. É bem rapidinho de ler, me fez questionar várias coisas e pensar em muitas outras. Gostei muito da leitura. Realmente indico. Fala sobre assuntos importantes e é muito bem embasado.
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JAlia.Gaspari 23/01/2023

Importância
Esse livro é muito necessário.
O livro trata vários pontos sobre lugar de fala, e este é um assunto que precisa ser mais discutido e compreendido por todos.
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