GrasieFink 02/04/2018Intrigas e obscuros segredos abalam a pequena República de San Marino. O futuro de Marco e Ângela como de toda população do Monte Titano está em risco. Lidia Rayanne nos conduz a uma sequência repleta de ação, romances, batalhas e muitas revelações.Assim como o próprio nome já diz o romance é ambientado no início do século XIX na pequena República de San Marino, uma região que permanece livre das guerras napoleônicas, graças ao Imperador Bonaparte. No entanto, apesar de ser uma região pacífica, é um local marcado por cicatrizes do passado e que guarda muitos segredos.
O primeiro livro nos introduz a história, vida e romances das personagens tanto principais como secundárias da trama. Somos apresentados à Ângela Olivério e Marco Casali, dois jovens de classes distintas, mas que devido a um inusitado encontro acabam se conhecendo, construindo uma linda amizade que engloba conversas e estudos sobre política, capitães-regentes e San Marino. No entanto essa amizade singela e verdadeira acaba se transformando, aos poucos, em algo maior...amor.
O amor entre o jovem casal enfrenta diversos obstáculos, um deles se denomina Vittore Bonelli, primo de Marco, que se apaixona perdidamente por Ângela (falarei mais sobre ele no fim desta resenha), o outro obstáculo é a mimada Alessa Vicini que chegou a ser durante um bom tempo noiva de Marco e tem uma obsessão absurda pelo jovem Casali (toda vez que ela aparece me dá uma vontade enorme de dá um tapa na cara dela, vai saber por que né? Haha), no entanto, nesse volume o casal terá que lidar com um inimigo misterioso cujas estratégias são sombrias e perversas. Ao longo da trama, percebe-se que a história não se limita apenas ao possível romance de Marco e Ângela, abordando também outros relacionamentos secundários, que encantam e cativam tanto quanto o romance principal do livro.
A trama também aborda todo um contexto político e histórico da região, onde o leitor se depara com conflitos e mistérios que afligem San Marino e que ficam ainda mais nítidos após a chegada de dois estrangeiros e o surgimento de misteriosos cavaleiros negros. Todas essas questões são introduzidas e apresentadas no primeiro volume, portanto o livro II nos traz uma leitura repleta de expectativas e busca por respostas sobre os supostos mistérios que rodam a trama.
A sequência deste romance aborda com mais detalhes o passado de alguns personagens (aspecto que ADOREI) que é um ponto muito importante e relevante para uma maior compreensão da história, a autora conecta os fatos com maestria e conduz ao leitor a um desfecho surpreendente, emocionante e intrigante. A duologia Romance em San Marino apresenta uma leitura fluida, com diálogos inteligentes e divertidos, mas há um pequeno contraste entre o primeiro e o segundo volume, pois no livro II temos uma temática mais sombria, onde as personagens (principalmente Marco e Ângela) enfrentam dramas e problemas maiores. No entanto, aspectos e valores já trabalhados no primeiro volume se mantêm como o valor de uma verdadeira amizade, união da família, e respeito e confiança no companheiro.
Um aspecto interessante e que me agradou muito foi o fato da autora manter fiel as personalidades das personagens, o leitor se depara com amadurecimento de alguns (como de Marco, por exemplo) e se surpreende com algumas decisões tomadas (como Ângela que me surpreendeu em diversas ocasiões e sua mãe Laura que me surpreendeu até demais), no entanto eles permanecem com a mesma essência. São personagens plausíveis, verdadeiros e humanos, porque eles sofrem, se revoltam, crescem, erram, amam, perdoam, se decepcionam, e nós leitores acompanhamos toda essa trajetória, que nos envolve, nos toca e mexe com nossas emoções.
E falando em emoções, hora de falar de Vittore, o personagem que ganhou o meu coração e respeito ao longo da trama. Em nenhum momento achei Vittore um personagem desagradável, pelo contrário, ele é um personagem que tem presença e que, de fato, marca sua presença por onde passa. Eu, como leitora, não torci por Ângela e Vittore, (até porque nunca gostei da forma que ela o trata) mas sempre desejei desesperadamente um final feliz pra ele e vou explicar o porquê.
Por traz dessa máscara rude e arrogante, Vittore é um homem solitário e infeliz, além de ser muito mal compreendido e julgado, principalmente nesse volume, onde ninguém sabe quem é o verdadeiro inimigo, quem pode estar por traz das ameaças e quais as motivações que levaram essa ou essas pessoas a cometerem as atrocidades que surgem na trama. Não me entendam mal, eu ADORO Marco e Ângela, mas não mexem com o Vittore queridos que aí vocês estão arranjando problema comigo-risos. Mas falando sério, Vittore é um personagem que me marcou e que entrou na minha lista de favoritos.
O livro retrata de forma envolvente uma história repleta de romances e mistérios. Através de uma narrativa primorosa que envolve política, conhecimento e poder, Lidia Rayanne, nos conduz a uma trama marcada por cicatrizes do passado, intrigas, segredos obscuros, romances e incríveis revelações.
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