Resenhas - Os Bons Amigos

Amanda @litera.pura 28/06/2020

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Em 1825, no interior da Irlanda, Nora acabou de perder o marido. Agora ela está completamente sozinha para cuidar do neto, que é sua responsabilidade desde que a filha morreu precocemente. O maior problema é que Michéal não é uma criança normal. O garoto não fala, não anda, tem várias deformidades ósseas e Nora sente muita vergonha dele, sempre tentando escondê-lo das outras pessoas.
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Consumida pela tristeza e pela raiva de ter que cuidar daquela criança, Nora se convence de que aquele não é seu verdadeiro neto. Junto com Nance, a curandeira do vilarejo, ela chega a conclusão de que seu neto foi trocado pelos Bons Amigos, que são entidades que vivem na floresta e podem ser muito cruéis quando desejam. Quando uma onda de desgraça e morte começa a ocorrer entre os vizinhos, todos compartilham da mesma opinião: a culpa é da criança aleijada, que certamente é amaldiçoada.
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Mary, uma adolescente que ajuda nos cuidados de Michaél e é a única que realmente se importa com ele, faz o possível para convencer as velhas mulheres de que não há nada de sobrenatural na doença do garoto, mas elas estão decididas e irão fazer qualquer coisa para desfazer aquela troca maldita e reaver o verdadeiro Michaél, uma criança normal e saudável.
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Tudo nesse livro é incômodo: o local soturno no qual a história se passa, permeado por pobreza e ignorância, a criança doente que é desprezada pela única pessoa que deveria oferecer cuidado e carinho, a melancolia e o medo que estão presentes em cada página. E foi um dos melhores livros que eu li nos últimos tempos.
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Não espere grandes reviravoltas ou coisas do tipo, mas se prepare para uma história que vai te despertar muitos sentimentos. É um livro que me chocou pela brutalidade ao tratar de assuntos delicados e, mais ainda, por mostrar um cenário onde as crenças falam mais alto do que absolutamente tudo, cegando e guiando as pessoas pelos caminhos mais abjetos.
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Eu nunca tinha ouvido falar sobre esse livro e agora minha missão de vida é apresentá-lo a vocês. Leia se estiver preparado.

site: https://www.instagram.com/litera.pura/

Taiane 27/02/2020

Cativante
O livro é muito bom. Narrativa bem construída, história cheia de surpresas e tensão.
Recomendo para quem gosta de uma leitura cativante!

ritita 19/12/2017

Bruxas ou fadas?
A irlanda é a terra dos magos, bruxos, fadas e seres encantados, apesar do melhor livro que EU li sobre o assunto ser passado na Bretanha, tudo Reino Unido.

Se eu acredito?No creo en brujas, pero que las hay, las hay.

Realidade, ficção, ou as duas coisas? Assassinatos ou bruxarias? Loucura ou fé? Curandeirismo ou bruxaria?

No começo não percebi do que se tratava, mas depois fui ficando intrigada com a história, mas vamos lá.

Era uma vez, num lugar horroroso de feio, onde o sol quase nunca aparecia, existe uma aldeia de pessoas muuuito pobres, então uma das mulheres fica viúva e o povoado começa a imaginar "coisas" sobre a morte do marido. Esta viúva tem para criar um neto novinho e, como dito por aquelas bandas "parasita" , daí se desenrola o fio da história, com Nora tentando, de todas as formas, "curar" a criança, fosse através de padres, médicos, ervas ou bruxaria.

Nance, uma velha amada e odiada pelo povoado, onde ou se ama, ou se odeia, Trata de quase todos em troca de alimentos, pois tira sua sobrevivência, naquele lugar inóspito de caça e pesca, atende ao pedido de ajuda de Nora, levando-a à completa loucura e capaz de atos em que a própria fé não consegue explicar.

Interessante que a autora separa os capítulos com nome de ervas curativas e/ou mortíferas.

Interessante, também, que as pessoas matam e morrem, mas não abrem mão de sua fé.

Eu, que não gosto de realidade fantástica, não larguei a história sem o final. Muito bom!

Alcione13 07/04/2019

Tenso
Quão tênue é a linha que separa a fé cega da ignorância? Até onde a crença pode ir sem atravessar o risco da loucura??

Três mulheres são unidas em torno de uma criança acometida por uma doença misteriosa que a transformou de saudável em um deficiente que dependia demais de uma viúva recente.
A avó,a patroa,a empregada e a curandeira nos expõem a trama;
juntando crenças,rituais e costumes,temos uma história que desperta enormes questionamentos.

Hannah não tenta nos convencer,ao contrário,nos expõe os fatos sem floreios.

Ledo engano achar que as três horas de leitura seriam rápidas. É necessário bastante tempo para absorver o conteúdo tão denso.

Baseado num costume Irlandês de uma criança trocada por um ser místico, atraindo desgraça pra casa afetada e região: como más colheitas e baixas no leite.

O tratamento de início traz ervas e orações, mas a medida em que vai avançando a coisa vai ficando bem pesada,chegando ao ponto de se tornar cruel e brutal.
E então nos questionamos:pode uma crença ser tão cega?

Devo confessar que cheguei a acreditar nesse suposto ser místico ou uma provável cura através de plantas e raízes, apenas para mostrar o quão imparcial a escrita de Hannah é.

Interessante é que temos todo um povo ali envolvido, costumes e tradições arraigados que não mudam facilmente.

O final após um certo ocorrido não poderia ser de maneira nenhuma diferente, eu achei bem crível e aceitável dentro da trama.

No geral é uma história muito boa mas que necessita de um certo tempo e espaço para ser concluída.

Fazendo um comparativo com a época atual não podemos deixar de perceber que esses costumes ou tradições ainda são seguidos por nossos avós e o quanto as pessoas são maleáveis com a questão do mal ou da bruxaria.E quanto preconceito existia antigamente quanto a sinais que seriam considerados de mau agouro.

Leitura recomendada para os amantes de um bom livro, que nos faz sair bem da zona de conforto.

Só ressaltando que ainda hoje sinais de mau agouro como o canto de um pássaro ou uma certa lua ainda fazem com que as pessoas literalmente façam o sinal da cruz.

Alice 29/04/2018

Qual o limite da fé?
O livro é uma obra ficcional mas inspirado em fatos que aconteceram em 1826. Conta a estória de Nóra que após a morte de sua filha, ela e seu marido se veem encarregados de cuidar do neto Micheál, o problema é que a criança deixada com eles não é a mesma que conheceram 2 anos antes. Micheál agora é uma criança de 4 anos que não anda e não fala, só grita. Alguns meses após a chegada de Micheál o marido de Nóra, Martin, acaba morrendo de repente e varias outras coisas estranhas começam a acontecer no vale, e todos dizem ser obra dos Bons Amigos, seres encantados que moram na floresta.
Nóra ao se ver sozinha e sobrecarregada com o menino, resolve contratar uma menina de outro vilarejo para ajudá-la, Mary.
Com o passar dos dias Nóra vai ficando cada vez mais incomodada com o neto e todos no vale o culpam pela escassez que estão passando, dizendo que ele é amaldiçoado, e Nóra com o tempo acaba passando a crer que aquele realmente não é seu neto e sim um ser encantado trocado pelos Bons Amigos.
Ela então pede ajuda à Nance, uma curandeira idosa que mora no vilarejo e diz ter o dom do conhecimento e garante que consegue trazer o neto de Nóra de volta, só que as coisas não saem como planejado.

O livro é bem interessante, e para quem gosta de temas como fantasia e crenças populares vai amar. Mostra as crenças de um povo miserável do interior, a cura por ervas, e a linha tênue que separa essas crenças, como todas as outras, do fanatismo. Mostra também a escrotidão da igreja e do padre da região lidando com grande preconceito com outro tipo de religião/crença que não admite. E como é uma obra inspirada em fatos reais, me pergunto o que realmente aconteceu ao menino que era totalmente saudável e do nada virou um vegetal.

Fernanda 11/05/2018

Os bons amigos
Resenha no blog

http://modoliterario.blogspot.com/2018/05/resenha-os-bons-amigos-hannah-kent.html

site: http://modoliterario.blogspot.com/2018/05/resenha-os-bons-amigos-hannah-kent.html

AndyinhA 12/10/2018

Trecho de resenha do blog MON PETIT POISON

Um livro que mistura crenças, desejos e situações que são passadas pela família, vizinha e uma certa mistura de fatos que realmente aconteceram em 1826 na Irlanda. A relação da Igreja, que estava começando a se tornar uma forte presença, um vilarejo distante e as relações da população e seus medos.

Temos Nóra, uma mulher forte e batalhadora, que depois da morte do marido se vê sozinha para cuidar do neto, que até uns 2 anos, era uma criança linda e cheia de vida, mas por algum motivo que não sabemos, ele mudou completamente e hoje em dia não anda e fala.

O livro mostra o dia a dia de Nóra e de outras pessoas do pequeno vilarejo, mostra a situação de uma mulher sozinha, das crenças nos encantados, que muitas vezes trocam as crianças. Bem como a relação de amor e ódio da Igreja e seu novo padre com a idosa Nance, uma curandeira que faz rezas e acredita que tem o dom das criaturas – os bons amigos (título do livro e como ela os chama).

Para saber mais, acesse:

site: http://www.monpetitpoison.com/2018/08/AmigosPoison.html

Gersonita Paula 01/01/2020

ME SURPREENDEU...
Nunca gostei muito de histórias contendo magias. Mas este livro me surpreendeu e me encantou porque me levou a muito tempo atrás, me fez entender a vida que tradições e extremos limita. Ao mesmo tempo o quanto a cultura de um povo antigo e escrito com tanta veracidade e verdade nos ensina. Recomendo.
(Gersonita Paula)

karine 26/07/2021

"Não havia como saber o formato do coração pelo rosto de quem o carregava."
Esse livro foi uma surpresa em todos os sentidos. Sabia pouco quando o comprei, e achava que seria uma história de três mulheres, o que de fato é, mas não esperava a intensidade do enredo deste livro que, agora ao final, não sei se gosto realmente.
Sempre tive curiosidade sobre as crenças e folclole que permeiam a Europa, e com esse livro tive acesso a uma outra face inesperadamente ambígua.
Ao acompanhar Nóra, Nance e Mary, com suas vidas entrelaçadas pelo neto de Nóra, Micheál, uma criança portadora de deficiência física e mental que acreditavam ter sido trocada pelo seres encantados de suas crenças, vi um lado menos encantado, inquietante, e repulsivo dessas crenças e folclore que trouxe um fim a vida de uma criança. E inspirada em uma história real, como a autora aponta nas notas finais, essa foi apenas mais uma história trágica, uma das muitas histórias esquecidas pelo tempo, que precisam ser contadas e ouvidas.
Por fim, não posso deixar de destacar a escrita da autora. Ela traz uma riqueza de detalhes, um jeito poético de descrever a paisagem, os sentimentos, os personagens tão bem construídos de uma forma atemporal e linda.

lemarzagao 09/12/2023

Os bons amigos
Esse livro é maravilhoso!!! comprei em 2017 pela capa que achei bonita e desde então ficou na minha estante? esses dias resolvi dar uma chance (e ainda bem que dei!) me prendeu do começo ao fim, a escrita da autora é perfeita, a ambientação da Irlanda em 1825 é incrível, você se sente vivendo a narrativa ao lado das três mulheres principais. é baseado em uma história real, em jornais da época que contam o que rolou? com certeza esse livro e a história das personagens vai ficar na minha cabeça por um bom tempo ainda. recomendo demais!! esse livro e a autora deveriam ter muito mais reconhecimento. 5 estrelas + favoritado

Tati.Oliveira 24/02/2024

Romance fantástico
Um romance leve de se ler, a escrita é bem fluida e fácil de ler. A autora vai construindo o texto de forma que desperta nossa curiosidade. Fiquei tensa para saber qual era o veredito do julgamento, qual seria o final dos personagens. Gostaria que tivesse continuação, kkkkk