Denise 14/03/2024Inspiração para outras distopias clássicasO autor criou um mundo governado pelo Estado Único, onde os indivíduos perderam sua identidade, são padronizados e se comportam como um organismo só, ao ponto de que as pessoas são chamadas de números e se reconhecem como ?nós? e não como ?eu?.
Existe uma constante vigilância, com as habitações de vidros e a presença de guardiões nas ruas. Álcool e droga são proibidos. O Estado determina tudo que cada pessoa faz, a cada hora todos os dias. A máxima é que Felicidade é a ausência de liberdade.
As relações humanas são limitadas a apenas contato sexual, não existe a noção de família, as crianças são geradas e criadas pelo Estado.
Quem manda é o Benfeitor, uma mistura de líder e divindade. É ele quem julga e pune os que são contrários ao regime. A eleição é anual mas o resultado é sempre unânime, ninguém se opõe a ele.
Agora o Estado está prestes a expandir sua organização sócio política para outros planetas. O matemático construtor dessa nave espacial vai nos relatando o funcionamento desta sociedade. Porém ao conhecer uma moça diferente, os pensamentos dele começam a mudar. O médico diagnostica a doença: ele desenvolveu uma Alma. E isso é muito perigoso.
Neste livro, encontramos elementos da narrativa distópica que vão aparecer em outras obras. O que me marcou mais é a figura da mulher como a personagem revolucionária que vai romper com o sistema e trazer o caos na vida do personagem masculino. Algo que remete também ao mito da Eva.
O livro traz reflexões muito interessantes, independentemente do contexto político em que foi escrito.