CynthiaPeace 07/06/2023
Luto. Terapia. E um senso de humor questionável.
"Quase sempre, nós guardamos as pessoas no coração porque, em um milhão de formas serenas e perfeitas, elas nos salvaram da solidão."
Esse livro retrata o luto de uma forma interessante, não só pelo jeito como o autor colocou as circunstâncias da morte dos três amigos do protagonista, mas também como ele abordou a reação de cada uma das famílias a esse acontecimento. É uma narrativa inegavelmente voltada para o público mais jovem, mas ainda consegue sair um pouco do medíocre que todos nós esperamos que aconteça. Os episódios com o terapeuta eram definitivamente os meus favoritos, e fico feliz do autor ter colocado a importância da ajuda profissional nessas circunstâncias.
Talvez por não ter muitas vivências pessoas com o luto demorei bastante até finalmente "sentir" os personagens. Provavelmente pelo mesmo motivo, a leitura avançou meio devagar até o meio/final do livro, não consegui me apegar a praticamente ninguém da história. Além disso o autor tem uma ideia de senso de humor completamente distoante da minha, o que acabou sacrificando completamente a construção do personagem que era pra ser o engraçado da turma, além de vários momentos que, na melhor das possibilidades, me despertaram vergonha alheia.
Acho que no final das contas o autor tinha uma premissa muito boa, mas que não teve um desenvolvimento a altura das expectativas que a sinopse cria em você.