kaio 27/02/2022
Superação e amadurecimento
Griffin e Theo são amigos desde a infância. Griffin é um fã de Harry Potter, gay e possui TOC (transtorno obsessivo compulsivo), já Theo é fã da Marvel e ficção científica, bissexual e que gosta de montar quebra cabeças. Então um dia os dois começam a namorar, mas um tempo depois Theo sofre um acidente e acaba morrendo afogado. Por conta disso a vida de Griffin desmorona e ele deverá aprender a lidar com a dor.
História é tudo que me deixou é um livro com uma narrativa diferente, pois ele intercala os acontecimentos do passado (antes do acidente) e no futuro (depois do acidente) algo que achei interessante, e o mais legal é que não nos deixa confuso na escrita, por conta de mostrar as datas de quando tal parte está é também porque a própria sinopse já nos conta o acontecimento primordial para a história.
Sobre o protagonista, ele possui uma dependência emocional ENORME, mas isso, de certa forma, é bem trabalhado no livro, fazendo com que percebemos como a dor após a morte de alguém tão importante em nossa vida causa danos prolongados, ou até permanentes, a dependência também mostra que o protagonista deve amadurecer, e tentar seguir sua vida.
Posso estar errado, mas na minha concepção, o autor Adam Silveira trabalhou os cinco estágios do luto implicitamente, mesmo o protagonista tido comentado que achava uma "baboseira". O primeiro sendo negação (quando Griffin se chora com a notícia), raiva (quando começa a tomar atitudes de rebeldia devido ao acontecimento), barganha (quando ele acha que substituindo a dor é que ela irá embora), depressão (em todos os momentos que ele não sentia mais vontade de viver) e por fim a aceitação (quando finalmente consegue seguir sua vida).
O relacionamento e a história do casal em si é tão cativante e fofa que nos apegamos as dores e diálogos dos personagens. Theo, um gás sarcástico e engraçado é Griffin, um garoto fofo e divertido.
Gostei de ter representatividade às pessoas que possuem TOC (inclusive eu), porque muitos romantizam achando que é apenas perfeccionismo, mas o próprio livro mostra como é um transtorno terrível e como as pessoas sofrem com isso, mesmo não sendo o foco principal.
A leitura foi bem fluída também, é divertido e avassalador ao mesmo tempo. Cheio de referências da cultura pop (algumas partes achei um pouco exagerado) e personagens humanos (cometedores de erros e capazes de perceber isso).
Apesar de tudo não é um livro revolucionário e tal, mas é bom de ler!!