Um Pequeno Assassinato

Um Pequeno Assassinato Alan Moore




Resenhas -


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Guilherme Duarte 05/12/2022

Uns pequenos assassinatos
Embora a contracapa já insinue do que se trata a trama, talvez a melhor forma de aproveitar essa HQ seja sem saber absolutamente nada. De qualquer forma, nota-se rapidamente que algo não está certo dentro dos limites da realidade da história. A graça desse trabalho é justamente interpretar o que significa toda a trama apresentada e mesmo que você já possa imaginar de antemão a razão, apenas com a conclusão será possível desfrutar da mensagem proposta por Moore.

Como todo trabalho do autor, a narrativa e a argumentação são brilhantes. A arte é colorida e transita entre traços mais caricatos e expressões mais definidas nos personagens

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Um pequeno assassinato é uma obra que fala sobre o que sacrificamos (ou matamos) para chegar onde chegamos, mesmo que esses sacrifícios sejam silenciosos e inconscientes. Através de diversos encontros entre nosso protagonista e seu eu mais novo, Timothy se depara diante da triste situação de que está sozinho e passou a perseguir um trabalho difícil que não trará a satisfação que esperava conseguir, pois para chegar ali, matou seu casamento, a relação com sua amante e acima de tudo, seu verdadeiro eu. Escondeu-se atrás de desculpas e mentiras para seguir adiante.

Ao confrontar seu eu mais novo - sua inocência; origem - ele é capaz de superar a cortina de fumaça que escondia sua essência. Aceita as decisões que tomou e parte para um novo rumo, procurando um novo emprego. Nasce um novo Timothy, assim como nasce um passarinho dos ovos rachados na última página.
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Cristiane.Brasil 14/10/2023

Um Pequeno Assassinato
A incrível HQ de Alan Moore e Oscar Zárate aborda temas de dúvida, capitalismo e as falhas dos anos 80. 

A história gira em torno da figura de Timothy Hole, um publicitário que no final da década de 1980 está preocupado com aquilo que pode ser o trabalho da sua vida: o lançamento de um refrigerante na então União Soviética, mas que ao mesmo tempo atravessa uma tremenda crise psicológica. 

São tempos de perestroika e glasnost em uma parte do mundo, mas também de Thatcherismo e Reaganismo no Ocidente e pelos quais os autores não têm muita simpatia. Evidentemente escolhem um publicitário para ser o protagonista de sua história porque muito provavelmente foi o profissional que mais tenha encarnado esse arquétipo do sujeito vitorioso na sociedade de consumo avassalador da década de 1980. 

Hole está no auge de sua carreira, mas as vitórias não vêm sem custos. É exatamente sobre isso que se debruçaram Moore e Zárate: Hole não só abandonou seus ideais. Deixou também pessoas infelizes e a si mesmo infeliz, miserável e mentalmente perturbado. ? ?Um Pequeno Assassinato repassa todos os erros e mudanças que esse personagem cometeu em sua vida de uma forma realmente interessante. Ele volta de Nova York a Londres para sua cidade natal ao longo da história e cada mudança de local oferece ao leitor outro arrependimento ou outra mudança de estilo na vida de Timothy.   

HQ com 112 páginas de dor e (auto)punição, presas em cores vibrantes. Uma meditação sobre os sonhos de infância e a realidade da vida adulta, desenhada e pintada como algo nascido de uma fusão de pesadelo.   

A inspiração para a história aparentemente veio de Zárate, que disse a Moore que tinha uma ideia sobre ?um adulto que era perseguido por uma criança?. Moore retirou essa imagem e viu um adulto perseguido por seu antigo eu. Uma criança decepcionada com o que a versão adulta dele havia se tornado. Uma exploração direta da condição humana.  

Toda a história é movida por um fluxo de consciência joyceano, através do qual o leitor observa o protagonista perder o controle da realidade enquanto luta com seu passado.  
Alan tece uma história de ?assassinatos? não resolvidos e traições imperdoáveis em uma obra-prima tensa, profundamente sutil e irônica.  

As belas obras de arte pintadas por Oscar Zárate tornam esta obra uma combinação perfeita de prosa e narrativa visual.  
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17/04/2018

Fiz questão de não ler nada a respeito para não pegar spoiler, e ao fechar essa HQ vi como isso foi sábio da minha parte. Não gostaria de saber logo de cara quem era o menino que perseguia Timothy Hole, o protagonista, ou ao que se referia o tal do pequeno assassinato do título. Ir desvendando aos poucos, através da narrativa pouco convencional de Moore, é a grande sacada dessa HQ.

Gostei também de como a história é contada de trás para frente, na qual informações cruciais sobre o protagonista num determinado período de sua vida vão sendo liberadas, mas ao mesmo tempo com a história mantida no presente.

É uma HQ que nos faz questionar não somente nossa integridade e princípios, mas o rumo que a nossa vida está tomando também.
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João Pedro 13/12/2019

Cativante, autobiográfico, delicado
Existem muitas novelas curtas que são consideradas totalmente descartáveis - ou extremamente capitalistas, vide Marvel e DC - nenhuma dessas histórias é assinada pelo Alan Moore.
Nessa história que beira o fantástico, com críticas fortíssimas com a sociedade e a política da época, Alan Moore cria um cenário sobre os pequenos assassinatos que devemos fazer, usando um homem dominado pelo trabalho que precisa de criatividade para uma marca de refrigerantes, mas conta com seu maior problema - é uma propaganda na Rússia do fim dos anos 80.
Filosofia, política, pequenos traços de humor e uma trama que te faz refletir por várias horas, Um pequeno assassinato é o romance curto mais longo que você vai ler.
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Lucas Canabarro 26/11/2017

Eu sempre acreditei que os textos de Moore funcionavam melhor no formato HQ (li "A Voz do Fogo" e não consegui gostar, embora concorde que o homem é um gênio criativo), e esse pensamento encaixa de modo perfeito neste gibi.
A história por si funciona, com o nervosismo e certa paranóia do personagem principal. Porém, a arte de Zárate (em alguns momentos com um traço que causa estranheza, principalmente quando nos atentamos aos personagens de fundo) casa perfeitamente com a trama de Moore, tornando a história mais viva.
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Lara 02/02/2018

Leitura psicológica que exige um certo esforço.É uma HQ adulta no sentido de compreensão.
É uma HQ psicológica onde o protagonista precisa lidar com suas memórias e sonhos e revisitar o passado pra poder seguir adiante.Precisei ler 2x na sequencia pra entender tudo.A leitura do texto Impérios e Negação ao final da obra ajuda muito.O texto faz parte do encadernado.A arte é colorida e excelente.A encadernação e impressão feita pela editora Pipoca e Nanquim está simplesmente de ?babar?.É minha primeira compra da editora e fiquei impressionada com a qualidade.Os guris do Pipoca estão de parabéns!Recomendo muito a leitura!Não é uma HQ policial ou coisa do tipo.
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leonel 22/04/2018

Provavelmente pior história que já vi o Moore fazer, certo que tava louco pra escrever algo ADULTO (que não é de super-herói), só que sem nada de mais na trama das mais básicas, óbvias e didáticas possíveis, se perde todo e ainda rola aquele chorinho descarado contra o governo malvado e os capitalistas que ele adora fazer. No final ele dá a desculpa que a cena inverossimel do feto foi culpa do Zarate. A dele foi só da história comunzona. Não é a toa que depois foi fazer top ten, tom strong, liga extraordinária e essas coisas que são ADULTAS e não são super-herói nem nada.
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Felipe 21/06/2019

Alan Moore pode mais do que isso
Contém algumas idéias literárias interessantes sobre memória e culpa. A arte de Oscar Zarate realmente não me cativou e eu me achei realmente acelerando o livro, em vez de saborear os painéis, como faria com um romance cômico ou gráfico bem desenhado. Não que Zarate não atraia bem; é só que o estilo dele não me atrai, com suas linhas onduladas e cenas que poderiam ter sido mais detalhadas. Alan Moore usa uma bela prosa, mas a história é enfadonha e não permite ao leitor simpatizar com o personagem principal Timothy Hole durante seus breves encontros com o seu outro eu, que é basicamente o que o livro inteiro consiste. No geral, uma leitura decepcionante.
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