Augusto Jr. 12/12/2014
O Júbilo da Batalha!
Levei menos que três dias pra terminar (comecei terça-feira à noite). Meu novo recorde. Tudo culpa da incrível magia de Bernard Cornwell, um dos poucos que consegue me prender à leitura.
Sobre o livro... Com a chegada dos noruegueses à Inglaterra, os dinamarqueses se aliam para tomar Wessex de Alfredo, mas a guerra em A Canção da Espada é por Mércia, pelo amor de AEthelflaed e, principalmente, pela honra de Uhtred, que luta contra si para manter seu juramento ao rei, ao padre Pyrlig e AEthelflaed. A história percorre por batalhas mais sangrentas, épicas e dignas de serem cantadas por poetas. O quarto livro da saga de Uhtred nos traz novos inimigos: Os irmãos Thurgilson, Sigefrid e Erik, noruegueses. Além de antigos rostos, falo do traiçoeiro Haesten e do primo de Uhtred, o maldito AEthelred. Outros nomes, Eilaf, o Vermelho e Olaf Garra-de-Águia, apenas surgem para enaltecer os duelos de Uhtred de Bebbanburg. Os amigos de Uhtred continuam presentes: Finan, Clapa, Sihtric, Rypere, Eadric e Cenwulf. Sendo que os quatro primeiros nomes são mais importantes na história, mas um deles infelizmente nos deixará para sempre. O temível Steapa também reaparece. Mas o destaque é Osferth, sobrinho do Leofric, tendo participação decisiva na história. Cômica, mas decisiva!
Evitando outro spoiler... A saga continua nos trazendo narrações de batalhas épicas, algo que nos leva a imaginar cenas de filmes medievais a cada linha lida. Você termina de ler e logo surge uma enorme vontade de começar o quinto livro, até porque o final não acaba aqui.
Algo para ser discutido – O pensamento do Uhtred após o sermão dado pelo padre Erkenwald à AEthelflaed: ❝No entanto, podia olhar para a filha, ver os machucados e aprovar? Ele sempre havia amado os filhos. Eu os tinha visto crescer, e tinha visto Alfredo brincar com eles, entretanto sua religião lhe permitia humilhar a filha que ele amava? Algumas vezes, quando rezo a meus deuses, agradeço fervorosamente por terem deixado que eu escapasse do deus de Alfredo❞. Bernard Cornwell continua nos levando a questionar muito o cristianismo. Existem outros momentos do livro em que a religião é questionada, algo que de modo estranho me convence.
❝Eu era a morte vinda da manhã, a morte suja de sangue, vestida de malha, capa preta e um elmo com crista de lobo. Agora estou velho. Velho demais. Minha vista se esvai, meus músculos são fracos, meu mijo sai em gotas, meus ossos doem, sento-me ao sol, caio no sono e acordo cansado. Mas me lembro daquelas lutas, daquelas velhas lutas. Minha mais nova esposa, uma mulher estúpida e devota que vive gemendo, encolhe-se quando conto as histórias, mas o que mais os velhos têm, além de histórias?❞. — Uhtred de Bebbanburg
❝Na batalha o homem arrisca tudo para ganhar reputação. Na cama não arrisca nada. O júbilo é comparável, mas o júbilo de uma mulher é fugaz, ao passo que a reputação é para sempre. Homens morrem, mulheres morrem, todos morrem, mas a reputação sobrevive ao homem, e era por isso que eu gritava meu nome enquanto Bafo de Serpente tirava sua primeira alma❞. — Uhtred de Bebbanburg.