Os Demônios

Os Demônios Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Os Demônios


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Erick.Silva 29/02/2024

Caos humano
Dostoiévski é simplesmente incrível. É tanta informação, tantos sentimentos, emoções, linhas de raciocínio, filosofias, opiniões, que sempre levo muito tempo pra processar os livros dele, e ainda continuo pesquisando e debatendo muitos dias depois. Sempre sinto um certo desconforto devido a quantidade de caos, desespero, morte e crimes, mas isso é só o retrato da realidade humana, da vida em sociedade. Sensacional a forma como toda em tantas emoções, em tantos conflitos, dicotomias, impasses. Enfim, esse como os outros livros dele me deixaram pensando a respeito da vida de diversas formas diferentes e admiro isso demais!
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windowsdog 27/02/2024

O título faz mais sentido do que pode parecer
Bom, como eu começo essa resenha?

Eu gostei muito do livro, ele me divertiu em alguns momentos, me deu raiva em outros e até mesmo me deixou muito triste com alguns acontecimentos.

Eu li ele bem rápido, mas é mais por um costume meu do que pela leitura ser fácil (de fato não o é)? Enfim...

Na edição que eu comprei, o capítulo 9 da parte 2 veio "a parte" por assim dizer, ou seja, ele foi removido da história em si e colocado no final como um extra. Não sei dizer se escolha foi boa ou ruim, mas tenho quase certeza de que afetou minha forma de enxergar o Nikolai até o fim do livro, que só depois de terminar eu li o fatídico capitulo.

Não tenho palavras para definir o que sinto. É de uma repulsa, um nojo, um... Não sei, me dá um aperto no coração. Eu acabei de terminar de ler esse capítulo. Eu queria chorar e só não faço isso porque estou no trabalho (sorte a minha)

O livro é muito bom e prova disso são também minhas emoções em relação a ele. Eu já tinha lido outros livros de Dostoiévski, "Crime e Castigo" e "Irmãos Karamozov", e tenho que dizer que o autor não decepciona. Achei "Os Demônios" bem mais dinâmico que os outros livros que eu já li do mesmo autor, porém achei que a história só foi engrenar mesmo a partir da parte dois (o mesmo não acontece em Crime e Castigo, por exemplo, onde tudo de mais importante se dá em 100 páginas de leitura).

Apenas uma nota curiosa, em alguns capítulos mais para o fim do livro, na parte 3, eu gostei bastante de como as coisas fluíram em relação ao grupo deles, principalmente com os esquemas de Piotr e todo o plano contra o Chatov. Deixo aqui minhas considerações ao Chatov inclusive que foi um dos únicos personagens mais "do bem".

Nossa, eu sei que minha resenha deve estar confusa e prolixa... Mas acho que depois do que eu li, no fundo no fundo isso é mais um desabafo do que uma resenha...

Realmente, o grupinho de Piotr e Nikolai eram uns demônios... Meu deus...
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Sabrina 31/01/2024

Incrível Dostoievski
Diante da pressão social e cultural podemos ser afetados. Mas, e quando podemos influenciar? Em nome do quê podemos agir? O q devemos defender? Tais questionamentos impostos sob o imaginário pode nos guiar sobre os perigosos caminhos traçados por revolucionários. O autor conduz uma trama espetacular e revela a face do desastre e barbárie do homem que sente se suficiente diante da realidade. Abalos psicológicos, amizades perigosas, escolhas devastadoras, a obra recheada de personagens marcantes, reviravoltas surpreendentes, aprisiona nossa atenção.

Vem acasalar comigo Dostoievski. Gostosão ?? se alguém conhece ele passa meu contato
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douglaseralldo 23/01/2024

10 Considerações sobre Os demônios, de Fiódor Dostoiévski ou do império da fofoca...
1 - Destes romances que surgem diante dos leitores como fato que acontece, tamanha imersão que nos propõe, Os demônios para além da questão russa, as percepções de Dostoiévski antecipa muitos dos horrores dos tempos modernos, trata-se de uma narrativa que procura perscrutar a "alma" humana em suas idealizações, suas ideologias, crenças e fanatismos. É, bem da verdade, um tratado de como podemos num conjunto social permitir e fazer acontecer dos piores acontecimentos;

2 - Ambientado para os idos finais do século XIX, o romance tem como espaço um pequeno vilarejo no interior da Rússia onde vivem seus distintos círculos sociais sob as sombras de Moscou e Petersburgo, dos ideias revolucionários e socialistas - os quais a narrativa procura alertar possíveis descaminhos - tudo isso impregnado das ideias e construções conspiratórias numa nação acostumada a comunicar-se e a utilizar-se da linguagem por meio de subterfúgios;

3 - E aqui temos o elemento que pobremente chamamos de "império da fofoca". Entretanto, é um bom exemplo de como se dão as comunicações entre as personagens do círculo social daquela respectiva comunidade. A "fofoca", os não-ditos, os meio-termos, a ambiguidade e a dissimulação é constituinte das personagens, que considerando os aspectos culturais da nação, fala de um jeito sempre desejando dizer justamente outra coisa. São essas comunicações e interações ambíguas que não só abastecem os mal-entendidos, como também funcionam e colaboram para as teias conspiratórias que se tecem ao fundo dos acontecimentos até o ápice da tragédia, ao final do livro;

site: https://www.listasliterarias.com/2024/01/10-consideracoes-sobre-os-demonios-de.html
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Raissa 12/01/2024

Muitos demônios...
A leitura é dividida em 3 partes, sendo a primeira uma apresentação de como as pessoas daquela cidadezinha interagiam entre si (parte em que eu gostei), a segunda sendo mais parada com o intuito de explicar os tramas políticos que envolvem os personagens (parte em que eu acabei achando bem morna), e a terceira parte (sendo a melhor de todas), aonde acontece a ação e a desgraceira total de todos os personagens! (adoro! ?) Não darei uma nota mais alta porque essa segunda parte realmente acabou sendo bem chatinha (tirando as partes importantes, obviamente) e acabei pensando em largar o livro kkkkkkkkk. Mas fico feliz por persistir até o final, pois realmente podemos ver a parte profética e violenta do livro (não quero dar spoilers sobre isso); realmente é tudo isso que dizem: pesado e perturbador! Faz a gente pensar bastante sobre o rumo em que a sociedade atual está caminhando e, confesso, também acaba assustando um pouco. Recomendo e gostaria muito de ter visto a cara (de ódio ?) dos revolucionários violentos da época, após a publicação da história, por se tratar de algo que realmente aconteceu kkkkkkkk.
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Lisboa Richthofen 07/01/2024

Revolucionário
"Pessoas não possuem ideias; ideias possuem as pessoas." - Carl Jung

"Os Possessos" também seria um título bastante cabível ao contexto do livro. As personagens da obra são possuídas por ideias (o radicalismo) que, assim como demônios, as fazem cometer atos imprudentes e as atiram ao abismo.


? Subversão, caos, assassinato, suicídio, violação, censura, destruição e diarréia, são alguns dos elementos presentes na narrativa de "Os Demônios", de Fiódor Dostoiévski.

"Os Demônios" apresenta todas as características marcantes da obra de Dostoiévski, desde a investigação pormenorizada do cerne psicológico das personagens, até a massiva quantidade de reflexões sobre Deus e morte. Tem como principal diferença, ser muito mais carregado politicamente: ele retrata os grupos socialistas subversivos que foram se formando naquele período em toda a Rússia, e suas intenções de sobrepujar quaisquer limites morais e legislativos para atingir seus objetivos.

O livro conversa sobre a relação entre as gerações de revolucionários: a antiga e a nova. Todos eles podem concordar sobre o problema, mas cada geração vai ter sua ideia sobre como resolver esse problema. Os jovens não tem tantas amarras ou ligações/obrigações para com a tradição cultural: eles tem a força e a necessidade de mudança, sentem que podem mudar o mundo, e esse ímpeto por mudança evolui para violência em forma de destruição do sistema regente. E é esse o perigo que Dostoiévski denuncia em sua obra Os Demônios.


Achei o início um tanto lento quando comparado com Crime e Castigo ou Os Irmãos Karamazov, por exemplo ? talvez tenha sido esse o motivo da leitura ter me custado quase 3 meses. Apesar disso, o que esse livro mexeu com a minha cachola e me proporcionou os mais variados sentimentos durante esse tempo, não tá escrito.
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Ramiro.ag 17/12/2023

"O imensurável e o infinito são tão necessários ao homem quanto este pequeno planeta onde ele habita..."
Caos, assassinato, suicídio, liberdade e destruição, é isso que você vai encontrar nessa grande obra que no final, levam ao nada.

O livro foi inspirado em um acontecimento real, o assassinato de um estudante por motivos políticos. A partir dessa premissa, Dostoiévski desenvolveu um romance que engloba temas não só políticos, como sociais, filosóficos e religiosos da época.

"Ainda que se cortem umas cabeças, não saberemos organizar coisa nenhuma, conquanto sejam precisamente as nossas cabeças que mais nos impedem de raciocinar."

Na narrativa, o movimento revolucionário desempenha a função de um autêntico poder de natureza demoníaca, que se encontra em processo de estabelecimento e gradualmente influenciando negativamente a juventude e a estrutura social. A substituição de Deus pelo indivíduo culmina na deterioração humana e na anulação dos fundamentos sociais.

"É preciso, de fato, ser um grande homem para poder resistir até mesmo ao bom senso."

O grupo responsável pelos atos são de cunho niilista, iludindo os outros e a si mesmos com a grandeza do seu movimento, e negando a tudo, não só a existência de Deus, mas também rejeitam os princípios de honra e veracidade.

"O fogo não está nos telhados, mas na cabeça das pessoas."

Em relação aos personagens, não posso deixar de falar sobre o "queridíssimo" Stravóguin, que apesar de descrito como bonito, é totalmente maligno.
Stravóguin é um ser imperturbável, que reconhece uma determinada imperatividade na autodestruição e na humilhação. Ele é intrinsecamente destrutivo, encontrando êxtase na perversidade de suas ações, mesmo diante do perigo iminente.

"...o ódio deles despertará seu próprio ódio, e o senhor se sentirá mais aliviado ao odiá-los do que ao aceitar a compaixão deles?"

No penúltimo capítulo, já muito abatido pela doença, Stepan Trofimovich, que foi o responsável muitas vezes por introduzir as ideias liberais aos jovens, compara a situação da Rússia com a passagem bíblica onde Jesus exorciza os demônios de um homem, fazendo uma alusão que a Rússia só poderia ser salva pela sua crença.

"[...] quando a sociedade ficasse, dessa maneira, desengonçada, esmorecida e doentia, cínica e descrente, mas com uma sede infinita de alguma ideia norteadora e de sua autopreservação, para dominá-la de supetão, hasteando a bandeira da rebelião..."

Ainda hoje o mal - e não me refiro a nenhuma ideologia em específico - flerta com a sociedade e seduz os indivíduos a todo momento, a espreita para os possuir com seus demônios.


obs. eu ri muito com o Stepan meu deus kkkkkkkkkkk eu amei genuinamente esse homem maluco e imprestável.
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Juliana 21/11/2023

Muitos demônios
Este é o segundo livro escolhido para a minha saga de leitura da obra completa de Dostoiévski.
Confesso que quando descobri que o livro tratava de um evento real fiquei com uma expectativa mais baixa, talvez por já ter lido outros livros que tinham essa mesma proposta e que não achei tão bons.
Eu diria que essa obra demora para nos pegar. Sua leitura página após páginas aos poucos vai nos inserindo em questões muito particulares de relações entre as personagens. No início achei a narrativa confusa, porém, depois de me ambientar a coisa fluiu melhor e comecei a ficar ansiosa para descobrir o que aconteceria e de que forma aconteceria.
Os demônios é um livro muito interessante até mesmo do ponto de vista histórico, pois acho que ele demonstra bem a ebulição de ideias que estava ocorrendo na Rússia  No século XIX. Ao mesmo tempo, nessa narrativa baseada em fatos reais, o autor nos alerta para o perigo de uma ação baseada puramente em um desejo de destruição. Nesse sentido, a metáfora bíblica dos porcos aparece de forma genial.
Talvez o capítulo censurado que aparece no fim da obra seja o mais importante, embora seja de difícil leitura por tratar de uma situação específica que nos gera repulsa.
Minha conclusão é de que realmente Dostoiévski é um dos maiores escritores da humanidade. A riqueza de detalhes ao longo das 700 páginas mostram que seu trabalho era feito com muito cuidado, algo que é o verdadeiro desafio para qualquer escritor. Assim como em Crime e Castigo, Dostoiévski explora a psicologia do ser humano em seus aspectos mais profundos em Os demônios.
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Sérgio 13/11/2023

A Catarse no seu maior grau
A excelência se pressupõe no maior grau nas páginas desse livro. Se deparar com pessoas completamente ligadas a seu contexto social, desprovidas de nenhum heroísmo ou falso moralismo provoca no leitor o maior grau possível de enojo. Quando me deparei com o livro, não imaginava que me depararia com a crueza humana, com a vileza desprovida de maiores pesares, com Raskolvnikovs que conseguirem atingir a excelência. A realização de um ambiente cada vez mais insosso, mais purulento, e difícil de desencadear em algo bom gera ao leitor o maior desespero infindo. O maior desafio é compreender que nenhuma boa ideia pode florescer em pessoas tão deturpáveis. É expulso dessas pessoas somente o mais puro escarro, o mais puro nojo, que nos faz incapazes de entender se é pior as pessoas que tem ideia do que faz, ou as pessoas que são simplesmente ignorantemente alheias. A pior deturpação é aquela que tenta o poder supremo, o poder vilanesco, o que considera superiores e inferiores. Palmas para Dostoievski, parabéns desmedidos.
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Caroline.Oliveira 02/11/2023

Os fins justificam os meios?
Livro tem narrador que conta os fatos como crônica, como se fizesse estar presente em todos os grupos (fisicamente ou através de relato de terceiros) dando a impressão de o leitor estar presente na história


Os demônios, o mau
A construção dos personagens mostra que o mau está em todos e se apresenta de diversas maneiras,?oportunidade busca por benefícios e até ócio
Personagem principal, Nikolai, rico, bonito, tem tudo e para satisfazer suas seu prazer não se preocupa com os que o cercam e admiram e mesmo fazendo coisas ruins nos meios que vive se firma em honra e caráter que no

contexto da situação são meramente ilustrativos ( manter palavra de casar com manca após aposta )

Tudo está na ótica de quem vê e o bem e mau será subjetivo ao narrador e sua vivência . Sendo que no fim o desfecho trás a responsabilidade da escolha individual.

Personagens com busca de redenção divina por atos que fazia já considerando os errados
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Conrado 26/10/2023

Dostoiévski coloca o niilismo da sociedade russa e seu potencial destrutivo em evidência
A inspiração para "Os Demônios" veio de um evento real que aconteceu na Rússia: o assassinato do estudante Ivanov por um grupo de radicais niilistas em 1869. O niilismo foi uma corrente que influenciou o pensamento de muitas pessoas da geração de Dostoiévski. O romance é uma obra de expor e denunciar uma parcela da sociedade russa que aderiu a ideias niilistas.

O livro é um calhamaço, mas a leitura flui de uma forma extremamente fácil pelo estilo de escrita do autor. O narrador desta obra é um dos melhores da obra do escritor russo. Ele é um personagem que participa da história que está contando ao público e tem um olhar incisivo e com uma veia cômica para os acontecimentos. A princípio, o romance tem um tom muito forte de sátira. Os personagens e as situações são propositalmente exagerados. O livro não quer apenas criticar essas figuras niilistas, mas ridicularizá-las e tirá-las do pedestal em que se enxergam. Quase todos esses personagens, apesar de inicialmente parecem ridículos, têm camadas psicológicas muito profundas (principalmente Chatóv, Nikolai, Stiepán e Kirilov) – uma característica comum de qualquer romance do Dostoiévski.

Apesar da proposta do romance inicialmente ser panfletária, a obra não perde a qualidade artística intrínseca a uma boa obra de literatura. Isso se deve a habilidade do autor, que é um dos maiores escritores da história. "Os Demônios" é considerado um dos melhores livros do autor russo com razão.
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Ginete Negro 2.0 15/10/2023

Facilmente um dos três melhores livros que já li na vida
"Os demônios", publicado originalmente na década de 1870, tem tudo ou quase tudo que admiro em um livro: diálogos sensacionais, enredo asfixiante que prende sua atenção na metade final, ambientes sombrios e chuvosos com ações e palavras que reforçam a angústia e nervos à flor da pele no leitor. E certos arrepios. A Primeira Parte é lenta e um pouco confusa com o tanto de personagens, sim, mas tudo se encaixará.

É um romance lido e relido algumas vezes. Altamente recomendável.
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Gabryella27 10/09/2023

"É espantosa a atualidade de Os demônios"
"Por assim dizer, os demônios estão em toda parte. Eles logo se reconhecem uns aos outros; uns em sua ávida procura da verdade movidos pelo desejo sincero de mudanças progressistas, não se dão conta de que se encontram num turbilhão de demônios." - Boris Tarássov

Em "Os demônios", Dostoiévski conseguiu colocar basicamente tudo de mais asqueroso e grotesco em uma sociedade, comecei esse livro sabendo que teria temas fortes e pesados, mas lendo é ainda mais absurdo e agoniante.

É um "romance de advertência" que trás a antecipação de acontecimentos que viram com Hitler e Stalin, que são personificados nos personagens de Piotr Stiepónovitch e Chigáliov com seu manuscrito da "sociedade perfeita" na qual noventa por cento da população deve ser despersonalizada e transformada em manada (o que quase aconteceu com Stalin e Hitler).

Enfim, é assustador ver pedaços desse livro na sociedade atual, nas ditas "esquerda" e "direita".
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Clio0 28/07/2023

Os Demônios é uma das obras mais complexas de Dostoievsky, pois o autor utiliza-se da ficção para recontar um atentado ao mesmo tempo que faz um apelo moral ao leitor. Não pense que essa é uma obra com um intuito unicamente elucidante, é também o último grito de guerra da Rússia czarista.

O povoado russo onde se possa a história, e cuja ambientação toma vários capítulos, é uma típica representação da monarquia da época. É o paradoxismo despótico que mistura relações feudais com conceitos moderno ao mesmo tempo que remete ás grandes cortes com seu séquito cultural.

Stepan Trofimochi, o pai e artista, e Varvara Petrovna, a mecenas, alternam os papeis e são a base para a formação da nova geração - deslumbrada com as novas ciências e horrorizada com a situação social. É de surpreender que tal casa tenha gerado dois terroristas? É o revolucionário de fundo de quintal, o que agora se chama de socialista de Iphone. Mas, com uma arma.

Dostoievski destila em mais de setecentas páginas todo o seu desgosto pela luta de classes que, antes de mais nada, é um moedouro de carne. Ele não é contra a mudança, seu ódio reside na violência gerada. Pela História, não há revolução sem morte, e a moral nihilista empregada para a máxima "os fins justificam os meios" é duramente criticada nessa obra.

A razão para todos os detalhes concernentes a vida do enorme rol dos personagens parece estar presente exatamente para expôr como a ascensão do Socialismo destruiria toda uma sociedade.

Obviamente, a ojeriza aos novos conceitos ditos "Ocidentais" são empregados nos discursos narrativos pelo quais o autor é tão conhecido. A Moral, a Religião, a Responsabilidade, estão todos aqui fragmentados no desespero de alguém que viu o sangue escorrer antes de todos mais.

É uma obra maravilhosa. Recomendo.
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950 05/07/2023

Obra de arte
Um dos melhores livros que eu já li, começa narrando a vida mundana no interior da russia, mas eu gosto tanto do jeito que o Dostoiévski escreve, com esse estilo meio irônico, que ele poderia falar das coisas mais comuns do mundo que ainda acharia incrível de ler- e a medida que a trama se desenvolve só vai ficando mais e mais interessante. Com certeza lerei mais do autor.
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