Os demônios

Os demônios Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Os Demônios


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Clio0 28/07/2023

Os Demônios é uma das obras mais complexas de Dostoievsky, pois o autor utiliza-se da ficção para recontar um atentado ao mesmo tempo que faz um apelo moral ao leitor. Não pense que essa é uma obra com um intuito unicamente elucidante, é também o último grito de guerra da Rússia czarista.

O povoado russo onde se possa a história, e cuja ambientação toma vários capítulos, é uma típica representação da monarquia da época. É o paradoxismo despótico que mistura relações feudais com conceitos moderno ao mesmo tempo que remete ás grandes cortes com seu séquito cultural.

Stepan Trofimochi, o pai e artista, e Varvara Petrovna, a mecenas, alternam os papeis e são a base para a formação da nova geração - deslumbrada com as novas ciências e horrorizada com a situação social. É de surpreender que tal casa tenha gerado dois terroristas? É o revolucionário de fundo de quintal, o que agora se chama de socialista de Iphone. Mas, com uma arma.

Dostoievski destila em mais de setecentas páginas todo o seu desgosto pela luta de classes que, antes de mais nada, é um moedouro de carne. Ele não é contra a mudança, seu ódio reside na violência gerada. Pela História, não há revolução sem morte, e a moral nihilista empregada para a máxima "os fins justificam os meios" é duramente criticada nessa obra.

A razão para todos os detalhes concernentes a vida do enorme rol dos personagens parece estar presente exatamente para expôr como a ascensão do Socialismo destruiria toda uma sociedade.

Obviamente, a ojeriza aos novos conceitos ditos "Ocidentais" são empregados nos discursos narrativos pelo quais o autor é tão conhecido. A Moral, a Religião, a Responsabilidade, estão todos aqui fragmentados no desespero de alguém que viu o sangue escorrer antes de todos mais.

É uma obra maravilhosa. Recomendo.
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Arsenio Meira 28/07/2013

Dostoiévski: gênio e profeta


E o encanto permanece intacto: a experiência de ler mais um Dostoievski foi arrebatadora, apesar do início meio travado, pois a primeira das três partes do livro se arrasta.

Fiódor Dostoiévski apresenta o perfil de alguns personagens, dá algumas pistas sobre o contexto social da Rússia na segunda metade do século XIX, e retrata o ambiente rural de um vilarejo chamado Skvoriéchniki.

A sensação de tédio que toma conta da leitura parece ser proposital, pois não creio que exista algo casual em Dostoievski. Com o cuidado de um pintor de pinceladas lentas e cautelosas, ele vai retratando o lugar pequeno, os intelectuais da província, vidinha sem novidades, gente que vem do exterior, blá-blá-blá sem fim de saraus que não levam a lugar nenhum. Rotina.

É preciso ter paciência. Perseverança. Acredite: é uma beleza a arquitetura desse romance e o leitor paciente será recompensado logo depois.

A primeira parte, aliás, me fez lembrar um texto menor que li deste russo genial, uma novela chamada "A aldeia de Stiepanchikov e seus habitantes", escrita 12 anos antes de "Os demônios" e cujos elementos parecem ter sido usados como matriz para compor o cenário do romance, tanto que um dos personagens principais se chama Stiepan e é um sujeito meio pateta, que posa de grande intelectual, mas que nunca produziu nada de interessante.

Em "Os Demônios", Dostoievski não oferece nada de graça para o leitor. Dois parágrafos acima usei a expressão “dá algumas pistas”, um jeito bom para definir o que ele faz o tempo todo ao longo do romance.

Os confusos e incompletos diálogos da primeira parte contêm indícios do papel que cada personagem irá representar no desenrolar da trama.

A prosa muda de rumo e velocidade a partir do início da segunda parte. Aos poucos, a confusão de falas, ataques histéricos e a multidão de personagens começam a fazer sentido e o leitor vai montando o quebra-cabeça.

Quem já leu Nélson Rodrigues vai identificar fácil, fácil o estilo literário que impactou e influenciou o nosso maior dramaturgo.

A história contada pelo barbudo Fiodor com seu arsenal de recursos técnicos, seu estoque de imaginação e sua genialidade expõe os grupelhos radicais e de escassa ideologia que se espalharam pela Rússia nas décadas finais da monarquia czarista.

Em alguns momentos, ele também recorre ao humor, elemento raro em sua obra. Mesmo sem perder o prumo da história e da sociologia do seu tempo, Dostoievski desce à esfera dos indivíduos, vai direto no coração, na alma das pessoas que se mobilizavam para mudar a Rússia, o mundo, alguns por convicção, outros por idealismo, outros mais por revolta mesmo. E muitos por ambição, mesquinharia ou sede de poder.

Seus personagens revelam as extremidades do idealismo. E revelam mais: como um sujeito pode alcançar a proeza de manipular os idealistas, os convictos, os ambiciosos e os revoltados para que se cometa um crime em nome de uma etérea “causa comum”, que nada tem de causa e pouco tem de comum.

Não falta sangue em "Os demônios", com o perdão do involuntário trocadilho sombrio. Dostoievski não economiza realismo quando o assunto é assassinato, ele não poupa personagens nem leitores do sofrimento. Não há eufemismo, suaves plagas, intuições tergiversais, conversa fiada.

Sobre "Os demônios" as resenhas e textos críticos – como o ótimo texto do ótimo tradutor Paulo Bezerra, no final do volume – costumam dizer (com acerto) que o livro antecipou as ideologias totalitárias que serviram de arrimo para os crimes genocidas de Stálin, de Hitler, dos generais latino-americanos, de Bush, de Israel e dos fundamentalistas islâmicos.

É verdade, mas o barbudo faz isso com enorme talento, identificando na aldeia, aquilo que é universal. Ou melhor, o que ainda viria ser universal, muito antes de ocorrer. Além de Gênio, um Profeta.
Bruno 06/05/2020minha estante
resenha incrível, meu parceiro!!!




Jorlaíne 07/05/2023

O livro retrata, inicialmente, as conversas de um círculo de amigos em torno de Stiepan. Tais conversas versavam sobre a Rússia, o povo russo, a existência de Deus.
O romance trata, principalmente, da formação do grupo de anarquistas, o quinteto, e se baseia em fatos reais, do estudante Ivanov que, por divergir politicamente do grupo liderado por Nietchaiév, foi executado.
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Sabrina 31/01/2024

Incrível Dostoievski
Diante da pressão social e cultural podemos ser afetados. Mas, e quando podemos influenciar? Em nome do quê podemos agir? O q devemos defender? Tais questionamentos impostos sob o imaginário pode nos guiar sobre os perigosos caminhos traçados por revolucionários. O autor conduz uma trama espetacular e revela a face do desastre e barbárie do homem que sente se suficiente diante da realidade. Abalos psicológicos, amizades perigosas, escolhas devastadoras, a obra recheada de personagens marcantes, reviravoltas surpreendentes, aprisiona nossa atenção.

Vem acasalar comigo Dostoievski. Gostosão ?? se alguém conhece ele passa meu contato
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Daniele 25/01/2022

Os Demônios
Começo essa resenha com a seguinte citação
"E algo como um convite aos seus próprios instintos destrutivos que, ai! estão ocultos em qualquer alma, até na alma do conselheiro titular mais obediente e familiar... Essa sensação sombria é quase sempre enlevante."
Esse é o segundo livro que leio de Dostoiévski, ao resenhar Irmãos Karamazov, disse que a história não seguia uma linha lógica e sistematizada, mas que procurava esmiuçar cada personagem. Bom, isso também se aplica em Os Demônios.
Nesse livro, somos apresentados aos personagens de um pequeno vilarejo no interior da Rússia, lá vivem Varvara Pietrovna, generala viúva e de grande influência, e seu protegido, o também viúvo Stiepan Trofímovitch.
Tudo começa a mudar, quando seus respectivos filhos, Nikolai Stravóguin e Pietr Vierkhoviénski voltam para a cidade de seus pais. Pietr se torna "amigo" e conselheiro da nova governanta, Sra Lembke, exercendo essa influência manipulando-a como bem o convenha, mas não só ela, manipulando também seu pequeno círculo, que se limita a 5 pessoas.
Essa manipulação tem como objetivo principal trazer a tona uma revolução contra o atual regime czarista, e Pietr fará de tudo para conquistar isso. Pietr tem um tipo de obcessão por Nikolai, e quer vê-lo como cabeça de seu plano, embora esse só tenha entrado para a "sociedade" por puro ócio.
A partir desse desejo da revolução, surgem os eventos principais, que resultarão em mortes, segredos que virão a tona, e principalmente, o demonio de cada um se revelando nos atos mais vis.
Foi uma leitura espetacular que me deixou um tanto viciada... Dostoiévski foi um gênio, nisso não há dúvidas (embora a primeira parte do livro tenha sido cansativa), e esse livro, principalmente o epílogo (que tiro foi esse?), que meus amigos, foi incrível!
Leiam, é bom demais.

Agora algumas coisinhas a mais, hehe
Encontrei uma mini série russa chamada 'demons' (título em inglês) de 2014 que é a adaptação do livro. Infelizmente não tem pra português, MAAAS como a Internet cada vez mais nos ajuda, da pra ver a série no YouTube com as legendas automáticas em português.
Vou deixar aqui o link da playlist e se alguém tiver dúvidas em como ativar a legenda para o português, so mandar um help por aqui.

https://youtube.com/playlist?list=PLHQ6WQpa85Hc9SREL7P-qucP0GrLY9p9H

Ressalva número 2; deixarei um vídeo aqui em baixo com umas das partes que eu mais gostei, e que foi adaptada fielmente, acho que da pra ver beem qual a vibe
Enfim, leiam!! Haha

https://youtu.be/RmYggysnDGk

site: https://youtu.be/RmYggysnDGk
Dan 11/02/2022minha estante
Ei, fazia um tempo que eu não entrava aqui pra te acompanhar. Preciso ler esse livro realmente mas ainda não faço ideia de quando lerei kkkk


Daniele 12/02/2022minha estante
É incrível! Leia logo pra assistir a série antes que tirem do YouTube kkkkkkk




Leandro190 17/01/2023

E a manada jogou-se precipício abaixo
Eu me sinto constrangido em escrever ou opinar sobre alguns autores, Dostoiévski é um deles. Tenho tentado ler ao menos um livro dele por ano, me parece necessário, mas não há dúvida de que uma única leitura de cada livro é insuficiente para devida compreensão e absorção, mesmo que parcial, de tudo aquilo que ele oferece aos leitores. A construção dos personagens é belíssima, é um trabalho feito sem pressa nenhuma cuidando de cada detalhe o que dá a estória uma densidade incrível. Se você, caro leitor, ainda não leu nada de Dostoiévski, não comece por "Os Demônios", afinal de contas demônios só se exorcizam ou com muita fé ou com muita ciência. Prepare-se e experimente. Ah, já ia esquecendo de algo que gostaria de partilhar, o pano de fundo da obra é uma tentativa de golpe político, como se vê a vida imita a arte e a arte imita a vida sempre de forma atemporal.
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Ramiro.ag 17/12/2023

"O imensurável e o infinito são tão necessários ao homem quanto este pequeno planeta onde ele habita..."
Caos, assassinato, suicídio, liberdade e destruição, é isso que você vai encontrar nessa grande obra que no final, levam ao nada.

O livro foi inspirado em um acontecimento real, o assassinato de um estudante por motivos políticos. A partir dessa premissa, Dostoiévski desenvolveu um romance que engloba temas não só políticos, como sociais, filosóficos e religiosos da época.

"Ainda que se cortem umas cabeças, não saberemos organizar coisa nenhuma, conquanto sejam precisamente as nossas cabeças que mais nos impedem de raciocinar."

Na narrativa, o movimento revolucionário desempenha a função de um autêntico poder de natureza demoníaca, que se encontra em processo de estabelecimento e gradualmente influenciando negativamente a juventude e a estrutura social. A substituição de Deus pelo indivíduo culmina na deterioração humana e na anulação dos fundamentos sociais.

"É preciso, de fato, ser um grande homem para poder resistir até mesmo ao bom senso."

O grupo responsável pelos atos são de cunho niilista, iludindo os outros e a si mesmos com a grandeza do seu movimento, e negando a tudo, não só a existência de Deus, mas também rejeitam os princípios de honra e veracidade.

"O fogo não está nos telhados, mas na cabeça das pessoas."

Em relação aos personagens, não posso deixar de falar sobre o "queridíssimo" Stravóguin, que apesar de descrito como bonito, é totalmente maligno.
Stravóguin é um ser imperturbável, que reconhece uma determinada imperatividade na autodestruição e na humilhação. Ele é intrinsecamente destrutivo, encontrando êxtase na perversidade de suas ações, mesmo diante do perigo iminente.

"...o ódio deles despertará seu próprio ódio, e o senhor se sentirá mais aliviado ao odiá-los do que ao aceitar a compaixão deles?"

No penúltimo capítulo, já muito abatido pela doença, Stepan Trofimovich, que foi o responsável muitas vezes por introduzir as ideias liberais aos jovens, compara a situação da Rússia com a passagem bíblica onde Jesus exorciza os demônios de um homem, fazendo uma alusão que a Rússia só poderia ser salva pela sua crença.

"[...] quando a sociedade ficasse, dessa maneira, desengonçada, esmorecida e doentia, cínica e descrente, mas com uma sede infinita de alguma ideia norteadora e de sua autopreservação, para dominá-la de supetão, hasteando a bandeira da rebelião..."

Ainda hoje o mal - e não me refiro a nenhuma ideologia em específico - flerta com a sociedade e seduz os indivíduos a todo momento, a espreita para os possuir com seus demônios.


obs. eu ri muito com o Stepan meu deus kkkkkkkkkkk eu amei genuinamente esse homem maluco e imprestável.
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Vinícius 26/08/2020

Já no século XIX
Em meio ao turbilhão de ideias socialistas eles que dizem saber o que é melhor para todos, cometem assassinatos e provocam angústias em outros, nada diferente do que ocorre até nos dias de hoje. Tudo em prol da causa.
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Cintia295 03/02/2022

Vou comentar esse livro por parte que ele foi dividido

Parte 1: conhecendo os personagens, foi uma parte que deu um pouco de trabalho, conhece muitos nomes, sobrenomes, apelidos, personalidades. Principalmente a conduta de cada personagem aqui já diz muito no que vai decorrer na história.

Parte 2: teve seus altos e baixos, porém bem mais interessante que a primeira, aparece mais personagens kkkkk (só um comentário não me apeguei a ninguém).

Parte 3: disparado a melhor parte do livro, e é onde entendi o nome do livro, aqui acredito que cada leitor vai fazer sua análise e ter uma visão diferente, mas foi muito interessante. Ahhhh e o desfecho de vários personagens.

Enfim foi um livro que no começo não daria muito por ele, apesar de ser de quem é kkkkk, mas no decorrer foi crescendo muito. Não foi um livro fácil, também não digo um livro fluído. Mas no geral gostei.
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Carol 11/11/2021

Impressões da Carol
Livro: Os demônios {1872}
Autor: Fiódor Dostoiévski {Rússia, 1821-1881}
Tradução: Paulo Bezerra
Editora: 34
704p.

Em regra, um bom livro se sustenta por si, sem que você precise conhecer a biografia do autor ou o contexto no qual foi escrito. Mas tal regra não se aplica ao monumental "Os Demônios", de Dostoiévski. Sua leitura será muito mais proveitosa se você souber que:

? Os autores russos do século XIX estão em constante debate social, filosófico, religioso, cultural e político por meio da literatura, já que a censura czarista tolhia o livre pensamento nas universidades e não havia partidos políticos.

? Em certo sentido, "Os demônios é uma resposta a "Pais e Filhos", de Turguêniev, livro que apresentou ao mundo a figura do niilista Bazárov. Se Turguêniev não toma partido entre a sua geração, dos idealistas, de 1840, e os niilistas, de 1860, Dostô se opõe ferrenhamente ao radicalismo dos jovens.

Para ele, o niilismo é um problema teológico e antropológico: a substituição de Deus pelo indivíduo leva à degradação moral e social. Sem Deus, o indivíduo se dissolve.

? Como de costume, Dostô se baseia num caso real para construir seu romance: um crime ideológico cometido na Faculdade de Agricultura de Moscou, pela organização clandestina Justiça Sumária do Povo - o "Caso Nietcháiev".

"Esses demônios, que saem de um doente e entram nos porcos, são todas as chagas, todos os miasmas, toda a imundície [...] que se acumularam na nossa Rússia grande, doente e querida por todo o sempre." p. 637

A fala acima de Stiepan e a segunda epígrafe do romance - a cena na qual Jesus exorciza um possesso da região de Gadara - já lhe dão a chave de leitura. ?Não entrarei no enredo, propriamente, pois acredito que a surpresa seja crucial para o encantamento do leitor. Mas saiba que, para Dostô, o mal é o grande tema.

"Os demônios" foi minha MELHOR leitura do ano. Li em julho e ainda me pego pensando em toda genialidade de Dostô para construir um romance com tantos personagens, conflitos e temas pesadíssimos, sem deixar ponta solta.

Li o livro com o @litrussa e essa leitura tão rica só foi possível graças à mediação do @cesarmrins.
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Tiago Fachiano 14/01/2023

O homem criou Deus para evitar o suicídio
Nesse livro fantástico do Dosto ele utiliza um fato veridico na Rússia para criar uma história envolvente e que renderá inúmeras análises filosóficas.

O caso foi um grupo de amigos que tramaram um pequeno golpe e utilizaram de ações torpes como justificativa a favor de uma "causa comum".

Dosto utiliza da ausência de Deus como forma trazer a tona os riscos e perigos da vida humana. Mesmo que munidos de uma "boa intenção" o ser humano pode ser cruel para conquistar seu objetivo.

Um livro que levarei anos digerindo... Certeza q deixei passar muitas questões e com certeza irei reler (em algum momento da vida).
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Gabrielli 12/01/2023

Uma obra monumental
A narrativa em formato de "novelão" me surpreendeu muito, foi a leitura mais "viciante" de Dostô até agora. A forma com a qual ele apresenta para nos a Rússia pré-revolução e como surgiu e se desenvolveu o espírito revolucionário é sensacional. Tipo de livro que tem milhares de camadas e releituras são muito bem-vindas!

Fazer essa leitura com um background da Rússia da época e das próprias ideias do autor é muito interessante, porque distancia muito da realidade política ocidental. O cristianismo ortodoxo, a visão de que a Mãe Rússia salvará o mundo, a morte de Deus, o liberalismo francês que deu início a tais ideias... Tudo é de uma riqueza profunda.
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Reginaldo Pereira 21/03/2023

?É espantosa a atualidade de Os Demônios?
Foi essa a frase que o tradutor Paulo Bezerra menciona no posfácio desta edição e que resume a grandiosidade desta obra!

Este é o meu quarto Dostoiévski (após ?Crime e Castigo?, ?O Idiota? e ?Os Irmãos Karamazov?) e finalmente posso afirmar que este gênio da literatura finalmente me arrebatou! E muito!

A obra ter sido motivada por um fato verídico; a grandeza dos vários personagens (por mais que Stavróguin seja o ?herói?, ele em nada ofusca a importância dos demais); o formato narrativo de alguém que faz parte da trama e a conta em ?sua crônica?; e toda a discussão (e atualidade!!) política, religiosa e social fizeram desta obra uma daquelas que, com certeza, ficarão pra sempre comigo!

E ainda citando uma parte do posfácio (citação de Boris Tarássov): ?A leitura do romance hoje deixa a impressão de que nada parece haver mudado na essência, de que houve apenas uma renovação dos cenários sociais e mudança de traje das personagens??

E só um mestre como Dostoiévski é capaz de ter feito isso! ???
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Arthur 31/10/2021

Marcante
O início do livro que apesar de ter bons diálogos e um clima de suspense e de comicidade (que se mantém até o final), é bem monótono e não faz com que você se prenda a ele. Mas quando passa da fase introdutória, o romance te prende e consegue tanto te deixar chocado, quanto reflexivo com os acontecimentos e diálogos.

Eu não lembro de ter um livro com tantos personagens(e são muitos mesmo) e tão poucos com que eu me simpatize(acho que no máximo 3)...Algo que deve ter sido proposital visto a proposta do livro, que é mostrar pessoas moralmente horríveis.

O desfecho do livro é impactante de dois jeitos diferentes, um belo e outro sombrio. A obra é marcante, bem mais marcante do que eu achava que seria quando estava entre as primeiras 300 páginas.
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