Jess Rodrigues 20/04/2018
O que eu achei de: Cruel - Bianca Ribeiro
Caros leitores,
Certamente em algum momento vocês já ouviram falar do aplicativo Wattpad, que é para leitura, e publicação de obras literarias.
Recentemente eu fiz um perfil para mim nesse App, e estou trabalhando em um novo livro, mas esse não é o assunto da vez. Recebi algumas indicações de leituras, e um deles foi o livro Cruel, da Bianca Ribeiro. E esse romance foi super bem recomendado, e pelo que vi, é um dos mais acessados no App, está com mais de 10 milhões de leituras :O, Uau! Pois é muita coisa mesmo, e eu como não podia ficar de fora dessa, li o livro, e estou fazendo esse post, para falar o que eu achei.
O que me chamou a atenção?
Pelo título do livro você já fica tendo ideias, e a ideia central é de fato muito legal. Cruel, que é título do livro, é nome do personagem principal. Ele é uma versão masculina da Cruella Devil, aquela vilã da Disney que a gente adora. Pois bem, vocês já podem tirar conclusões desse importante detalhe.
Cruel é misterioso, bonito, é um estilista de sucesso, tem personalidade forte, abusa dos casacos de pele, e é podre de rico.
A trama gira em torno de um misterioso incêndio que mata os pais de Rose Vallahar, que é uma adolescente de 17 anos. E devido a uma divida antiga entre os patriarcas das duas famílias, Devil e Vallahar, Rose deve ficar sobre a proteção de Columbus Devil, pai de Cruel. O que acontece é que Collumbus está morto, e a responsabilidade passar para as mãos de Cruel. Até ai tudo bem.
Rose fica sob a guarda de Cruel, só que o individuo faz de todo para desestabilizar a menina. Faz joguinhos, ilude, brinca com os sentimentos dela. Um típico vilão.
E isso deixa a trama muito viciante. Apesar de Rose ser uma típica mocinha Disney, tão água com açúcar que enjoa, o jogo fica muito legal. Quando eu comecei a ler não consegui mas parar, isso até chegar o capitulo 50, mas ja ja chegamos nessa parte.
Rose acaba se apaixonando, e fica muito claro que Cruel esconde vários segredos. Ao longos dos capítulos ele vai demostrando nuances de outras personalidades, que logo você descobre que é mais um dos joguinhos dele. Resumindo, nessa primeira parte, Cruel é um vilão digno de Hitchcock, o que me deixou muito animada.
Tem uma cena, sem spoiler, no meio dessa primeira parte que é bem tcham. Te pega de surpresa, pois é algo que você não espera. Os primeiros 49 capítulos, são narrados pela Rose, ai acontece algo, que eu não achei tão legal, e a partir do 50 Cruel passa a narrar.
Acho que a autora fez essa transição para que o leitor conhecesse mais o lado humano de Cruel, que pudesse descobrir os segredos dele. Confesso que me decepcionou um pouco. Ele fica muito meloso, todo sentimental. Não gostei!
Eu prefiro quando o vilão corrompe o mocinho do que quando o mocinho faz o vilão virar outro mocinho, não acho muita graça. Mas enfim… Ai mais segredos de Cruel são revelados, e confesso que volto a me decepcionar. Tem uma cena onde uma empregada conta um história trágica da vida dele, algo que eu imaginava desde o começo, achei que isso deixou a trama mais clichê, tava torcendo para que fosse algo bem bombástico. O que chamou muito a minha atenção é quando ele revela a verdade sobre a identidade de uma personagem Ann Lee, essa parte eu gostei, achei bem original para aquela trama, aquele drama que é a vida de Cruel. Outro momento que achei meio clichê é quando ele revela a verdade por trás do nome Cruel.O momento também é todo meloso, e cheio de lágrimas e tudo mais, acho que acaba tirando um pouco da essência do personagem. Creio que a intenção era deixar ele mais real, mas pra mim ficou bem chato de ler a partir desse ponto, a leitura não fica mais tão fluída, gostosa, meio que você continua a ler por curiosidade do que vai acontecer. E fica pedindo pra que melhore.
Quando Rose volta a narrar é como se ela fosse outra pessoa. É como se eles tivessem trocado de personalidades. E Cruel não gosta dessa nova Rose, alguns mistérios sobre o incêndio na casa dela surgem, o que são surpresas boas, ai tem um acontecimento aqui, e outro aqui.
A trama tem muitos altos e baixos. Em um certo momento, eu meio que sentia como se estivesse lendo duas estórias paralelas. Nesse meio tempo, aparece alguns personagens bem importantes para a trama, e um deles é o Theo Beak. Fiquei muito fã do Theo na estória, porque ele é claramente uma versão poderosa de mocinho e vilão, o que deixa tudo mais fluido. A relação dele com a Rose também é bem gostosa e simples, algo fácil de se ler, confesso que muitas vezes pedi para que eles tivessem algum envolvimento na trama.
Theo é uma peça super importante na estória, pelo menos na segunda fase. Muitos segredos sobre a vida de Rose e Cruel são revelados, o que nesse ponto me pegou mega de surpresa, e foi uma surpresa muito boa. Rose meio que some da trama por um tema, e várias coisas interessantes acontecem.
A partir do momento que eu ia lendo, ia me adaptando com a nova versão de Cruel. O personagem meio que é desconstruído a medida que os segredos são sendo revelados, e mais para o final fica claro para o leitor que ele trava uma guerra interna entre o que ele costumava ser e as suas novas atitudes e sentimentos.
Algumas ações que o personagem Cruel adotava em algumas cenas me fazia pensar se ele não tinha conhecimento sobre tudo o que estava sendo descoberto. Tem uma cena em que Cruel revela que no testamento de Collumbus tem um clausula que diz que Cruel deve fazer um casamento vantajoso para a companhia Devil. E isso me fez pensar se ele em algum momento não tentou se aproximar da Rose, porque ela oferecia alguma vantagem a empresa dele, mas a verdade eu não vou contar.
A minha personagem favorita é sem dúvida Sunsung. Quando ela apareceu na trama, eu parei e pensei: Essa menina ainda vai causar um estrago. E dito e feito!
Pra mim Sunsung é a personagem mais perfeita e completa que tem na trama. Ela é muito bem escrita, e desenvolvida. Meio que me apaixonei pela Sunsung, e pelo Theo, claro!
Outra personagem que ganha muito destaque no final da estória é Ann Lee. Ela chega muito sutilmente, e vai ganhando espaço, e força, achei muito legal á evolução dela.
Ao longo de toda a estória a gente ler rumores de Cassandra Devil, e ela é rotuladas de várias coisas, mas tem um capitulo em especial, que eu acho que é de longe o melhor, e o meu favorito, que para mim Cassandra se torna uma pessoa honrada na trama.
São cartas que ela escreveu antes de morrer, onde ela explica o porque de tudo o que ela faz. É aquele caso de que os meios não justificam o fim, mas é algo que te faz refletir muito sobre a participação dela na estória.
” Não sei se tenho o direito de dizer isso, mas eu amo você. Isso nunca mudou e nunca vai mudar, não importa o quanto estejamos separadas…”
“Viva uma boa vida, e faça escolhas das quais você acredite de todo o seu coração. Seja alguém de quem você mesma tenha orgulho. E, por favor, nunca desista da bondade, por mais que o mundo seja um lugar mau.”
Gente, como eu disse, para mim esse foi o melhor capítulo. O sentimento com que as cartas são escritas, é algo palpável. Você ler e sente. A escrita da Bianca no geral é muito boa, mas é visível a evolução dela ao longo do livro, que não é pequeno, pois têm mais de 100 capítulos.
Nos últimos 5 capítulos a Rose também dá uma amadurecida, e termina a trama de forma muito honrada, com chave de ouro. O final, acho que é o que quase todo leitor espera. Eu achei bem legal, diante de toda evolução dos personagens a trama fica muito madura e coesa. Tudo parece fazer sentido.
O que eu senti falta, foi de uma explicação mais plausível para a verdadeira identidade de Cruel, e a estória do porque esse nome também me pareceu meio vaga, como se tivesse sido esquecida no meio de todo o resto da trama. Tudo ao redor de Cruel fica meio nublado, então esse foi um ponto que eu achei que ficou faltando algo. Achei que a relação entre Cruel e Ann Lee ficou meio que inacabada, senti falta de ao menos uma conversa entre eles.
Só lembrando que, essa é a minha opinião sobre a obra da Bianca Ribeiro.Acho que os 10 milhões de leituras é bem merecido, pois é algo bem original, bem escrito, e a trama é muito envolvente. É certo que, todo leitor tem seu estilo, assim como cada escritor tem o seu jeitinho particular de escrever. O meu gosto quanto a personagens é bem particular, e peculiar, mas no geral eu curto e leio de tudo. O fato de gostar mais de vilão e menos do mocinho não implica em nada na minha opinião geral sobre qualquer obra que eu venha ler.
E essa foi a resenha sobre Cruel, o queridinho do Wattpad. Não deixem de ir lá no perfil da Bianca e ler essa estória e compartilhar com os amigos.
site: maisqueumpoema.wordpress.com/2017/03/27/o-que-eu-achei-de-cruel-bianca-ribeiro/