Resenhas - A Quinta Estação

umbookaholic 22/07/2020

a minha vida acabou
honestamente, gente, eu não sei mais o que fazer da minha vida. essa porra me deixou maluco, eu gritei tanto e literalmente pRENDI O AR SEM SABER QUE TAVA PRENDENDO!!!! do começo ao fim, esse livro ri de você na sua cara e te faz implorar por migalhas de explicação, que vêm só mais pro final (ou nem vêm!!!!)!!1!1 eu tô completamente apaixonado por essa escrita, por essa história e já quero ler tUDO o que a N. K. Jemisin produziu e vai produzir na vida dela

eh isso, leiam essa droga

@lendocomjulian 11/10/2022

Totalmente diferente de tudo o que já tinha lido!
A Quinta Estação se passa em um mundo catastrófico em civilizações aparecem e desaparecem rapidamente devido à instabilidade da Quietude (local onde se passa a história).
Nesse mundo há os Orogenes, pessoas que tem o poder da terra e assim podem manipulá-la (inclusive deixá-la estável para habitação).
Esses mesmos Orogenes são discriminalizados, até mesmo assassinados por suas comunidades, caso não sejam encontrados pelo Fulcro (uma ?escola? para treinar Orogenes para servirem o planeta), por causa de preconceito e medo desse poder. (É uma grande dicotomia, porque a sociedade odeia os Orogenes, mas precisa deles para viver.)
Nesse livro acompanhamos a história de três personagens: Essun, que acaba de ter seu filho assassinado pelo marido; Damaya, uma criança que vai para o Fulcro; e Syenite, uma Orogene do Fulcro de grau 4 anéis.

A Quinta Estação chama atenção já de início porque é escrito em 2ª pessoa. Em todos esses anos de vida, eu acho que nunca tinha visto um livro assim.
O universo que a Jemisin criou é sensacional, curioso e diferente. O sistema de magia é interessantíssimo. O livro te prende até o final porque você quer respostas (algumas só teremos nos Portão do Obelisco e no Céu de Pedra).

As descobertas, as reviravoltas te prendem ainda mais na história. As três personagens que acompanhamos são muito fortes, determinadas e sofridas também, o que as torna mais realistas.

Eu sempre achei o poder da Terra (dos quatro elementos: fogo, ar, água e terra) o mais sem graça, meio que sem sentido. A Quinta Estação mudou completamente meu jeito de ver esse poder).

Livro favoritado e cinco estrelas demais. Não é a toa que esse livro ganhou o Hugo Awards.

Quero agradecer novamente a Morro Branco pela parceria com a LC Mundos Fantásticos e já estou começando hoje mesmo o segundo livro, o Portão do Obelisco!

Venha ler com a gente, desvendar a Quietude e acompanhar o desfecho dessa história extraordinária!

Rosangela Max 22/02/2022

Finalmente uma fantasia com tema original.
Só pelo fato da autora ter inovado no tema da história, já é um ponto positivo.
Esse primeiro volume é um pouco parado. Espero que os outros dois tenham mais ação.
A autora fez umas conexões muito boas na história que, a princípio pareciam confusas, mas depois fez sentido.
A escrita é fluída e instigante.
Recomendo a leitura.

Shanahan (Me Acabei de Ler) 23/09/2021

Melhor fantasia que li em 2021!
A Quinta Estação é sem sombra de dúvidas a melhor fantasia que li em 2021! Não se deixe enganar pela capa sem graça, o recheio é sensacional!

NK Jemisin constrói um universo extremamente especial, singular. E no meio dele nos apresenta personagens múltiplos e cheios de camadas e profundidade!

As primeiras 40 páginas podem dar a sensação de que o livro é difícil ou complicado, mas isso só ocorre pq somos jogados direto nesse mundo e vamos aprendendo página por página, o que acaba fazendo cada minuto de leitura valer!

Recomendo fortemente! Uma excelente fantasia adulta com sistema mágico interessantíssimo!

helesnar 26/04/2021

eu te amo nk jemisin eu te amo

eu preciso dos proximos AGORA kkkkk sério nunca vi livro escrito desse jeito

Pam 11/01/2022

Complexo, inimaginável e gigantesco.
Por muito tempo eu quis ler esse livro, mas enrolei porque além de ser grande, muita gente fala que é arrastado, mas eu amei, ele é complicado, mas acho que faz parte da lógica de todo esse universo.

Eu senti com A Quinta Estação a mesma coisa que senti com Senhor dos Anéis e Duna: a autora vai jogando as informações e você que lute pra entender, mas não é sempre assim, tem momentos que ela entrega algumas coisas bem mastigadas, e acho que isso vai equilibrando a leitura. Outra coisa: esse universo é tão rico em palavras e criações próprias que também chega ao nível das obras que eu citei, achei muito difícil me habituar, mas o jeito é seguir na leitura, porque uma hora QUASE tudo fez sentido. Digo quase, porque tem certas coisas que nem as protagonistas sabem, dá pra ver que nem os moradores desse mundo, Quietude, entendem, então ainda não está na hora de entendermos também.

Falando das protagonistas, acompanhamos a Damaya, a Syenite e a Essun, mulheres com idades e classes sociais diferentes e como são as vidas delas nesse mundo que vive passando por desastres naturais e tem alguns cidadãos, os orogenes (as 3 protagonistas são), que conseguem manipular as energias ligadas à terra, eles geralmente absorvem calor de algo (água, pessoas) e usam essa energia térmica para controlar um terremoto, por exemplo. É incrível o cuidado que a N. K. Jemisin tem com a ciência aqui: eu li que ela teve a ideia desse livro num simpósio da NASA e faz sentido porque ela tenta sempre colocar uma explicação por trás, deixa tudo muito crível (por exemplo: os orogenes não criam energia, somente a transferem). Além disso, pegar protagonistas de diferentes posições sociais é muito legal porque vemos como diferentes pessoas vivem nesse mundo bizarro.

Esse livro, além de tudo, tem umas coisas muito legais de representatividade, uns 80% dos personagens são negros, e além disso tem relação poliamor e vários personagens LGBTQIA+, inclusive trans, algo que muitas vezes é ignorado na fantasia e sci-fi. Não é meu local de fala, mas pelo que eu li achei tudo muito bem feito e adequado.

A leitura desse livro não é fluida em momento algum, do início ao fim eu precisei ler com cuidado, mas não deixa de ser boa, porque é muito interessante e a densidade faz parte. Acho que não é um livro que você senta e lê facilmente 200 páginas, é preciso um descanso. Mas além disso, desde o começo coisas muito grandiosas e surpreendentes acontecem, o que ajuda a manter a história rolando bem. E claro, as protagonistas são super interessantes, eu fiquei sedenta para saber mais de como seria o dia a dia delas. O livro também tem alguns plot twists e eu achei praticamente todos previsíveis, mas não tiro o mérito porque a construção foi muito boa.

Essa leitura pode ser assustadora no começo, mas vale a pena insistir porque o final é incrível e deixa com muito gostinho de “quero mais” pro próximo, que com certeza eu irei ler. O universo é fantástico, os personagens são únicos e cativantes e o cuidado da autora com cada detalhe é admirável.

Queria Estar Lendo 04/03/2021

Resenha: A Quinta Estação
A Quinta Estação é o primeiro volume da trilogia A Terra Partida, da N.K. Jemisin. A história fantástica foi vencedora do Hugo Awards e acompanha três pontos de vista em diferentes pontos desse continente chamado A Quietude - tudo isso enquanto o fim se aproxima.

A Quietude é um mundo constantemente devastado pelas falhas sísmicas que o constituem. Os períodos de estabilidade são chamadas de Estações, e eles estão se aproximando da Quinta - o que significa que o fim está próximo.

Nesse universo, existem os normais, os Guardiões e aqueles com poderes de orogenia. Os Guardiões são responsáveis pelo treinamento e supervisão daqueles que controlam a orogenia - que é o poder de mover montanhas, paralisar terremotos e destruir mundos, se um deles quiser.

A história acompanha três personagens em núcleos distintos. Uma garotinha chamada Damaya, que é uma orogene e é encontrada por um Guardião para ser treinada. Uma mulher chamada Syenite, que faz parte da casta Reprodutora e está treinando para avançar nas conquistas de poder e se provar para a organização que treina os orogenes. E, por fim, Essun, uma mãe devastada pela perda abrupta do filho pelas mãos do pai dele, e que sai em uma jornada de vingança para encontrar o assassino.

"É isso que você deve se lembrar: o fim de uma história é sempre o começo de outra."

É muito difícil explicar o quanto esse livro é brilhante. Merecedor de todo hype, sim, extremamente fascinante do começo ao fim, com uma construção de universo de deixar babando.

Você acredita na Quietude e nos poderes orogenes e no fim do mundo se aproximando. Você se emociona com a jornada da Essun, com o crescimento da Damaya e com as conquistas da Syenite.

As histórias estão interligadas, mas é pouco a pouco que você entende como e por que. E, nossa, como a Jemisin é GENIAL na maneira com que traça os paralelos e os pequenos detalhes. Lentamente, ela te deixa ver o que está acontecendo no contexto geral, e aí só gritos e choques para explicar o que senti.

O mundo de Quietude é aterrorizante pela instabilidade, pela selvageria da natureza e pelo modo com que o incerto está sempre rondando seus habitantes. As histórias das Estações anteriores enchem extras nos fins dos capítulos e em narrações das personagens, e eu fiquei ávida por mais e mais e mais, como sempre acontece em fantasias bem escritas.

É também um mundo cheio de informações e detalhes e, de novo, a construção dele enche seus olhos. Apesar da sensação de perdição no começo do livro - o que é normal em fantasias assim - logo eu me vi fisgada para continuar lendo e lendo e entendendo mais e mais, até me sentir familiarizada com tudo.

Os pontos de vista de A Quinta Estação ajudam por variar entre as idades das personagens. Com a Damaya, a gente tem apresentações mais versadas e longas, compreendendo o mundo ao qual ela está sendo exposta - e a gente, consequentemente - conforme as coisas aparecem na sua frente. Toda a questão da orogenia e dos Guardiões e da crueldade com que a Quietude trata aqueles com poder, por medo e por opressão, é entendida através dos seus olhos.

"Somos deuses acorrentados e, pelas ferrugens: Isso. Não. Está. Certo."

Com Syenite, temos um ponto de vista mais maduro, mas jovem e revoltado. Ela quer se provar, mas questiona o tempo todo. Ela tem medo das consequências, mas passa a ver sua jornada e provações como injustiças como são; ao lado de Alabaster, seu sênior e responsável e companheiro tanto de jornada quanto de cama, Syenite viaja através do desconhecido e do conhecido para colocar sua lealdade à prova.

E Essun, por fim, é uma visão mais entregue e exausta da vida. Por tudo que ela perdeu com a tragédia do começo do livro e o que encontra em seu caminho de vingança, acompanhamos uma mulher marcada pelo tempo e pela frustração e, principalmente, pela impotência.

As três carregam a orogenia, mas como ela se manifesta em cada uma condiz com suas jornadas. A incerteza; a revolta; a perdição. São mulheres maravilhosamente bem escritas, do começo ao fim de suas histórias.

"- É uma maldição, não um dom.
- É um dom se nos tornar melhores."

Os coadjuvantes que aparecem para rechear suas jornadas foram muito interessantes e multifacetados. Personagens na zona cinza; alguns mais maus, outros mais agourentos, outros que simplesmente se cansaram de tentar. O que eu mais gostei de ler foi o Bas, companheiro da Syenite, por toda sua complexidade e poder exorbitantes e o que isso significava para a protagonista e seus arredores.

Do começo ao fim, foi um livro intenso e questionador. Falou sobre abuso de poder e opressão daqueles que diferem da "normalidade" com bastante crítica, e abriu espaço para mais discussões sobre isso, sobre a sensação crescente de retribuição que tanta opressão causa. Mais ou menos como a divisão entre os mutantes representados pelo Xavier e o Magneto.

Eu terminei querendo mais e muito feliz por ter a trilogia aqui para ler até o fim. É uma fantasia impressionante, que dá voz as personagens femininas multifacetadas e com jornadas difíceis, cheias de provações e perdas, mas conquistas e reviravoltas junto com isso.

A Quinta Estação foi uma surpresa bem-vinda e se tornou um novo favorito na minha estante. Para quem quer uma fantasia mais desafiadora e que fuja dos padrõezinhos do gênero, eis uma indicação pra levar pra vida!

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2021/03/resenha-quinta-estacao-nk-jemisin.html

Laryssa.Rabelo 05/02/2022

A Quinta estação
Que obra fantástica essa que acabei de ler, um pouco difícil com certeza, estou feliz de ter conseguido chegar ao final, não vou negar que tive vontade de abandonar por achar muito difícil no início, mas prometi a mim que esse ano não faria isso e pelo o visto tomei a decisão certa com este aqui, o que acontece com esse livro é que, a autora vai jogando alguns termos e não vai te explicar nada, você que lute pela frente pra poder entender, me senti burra em grande parte kkkk, talvez pelo fato de não estar conseguindo me conectar, mas depois tudo foi se encaixando e querendo ou não, ainda vai se encaixar pois se trata de uma trilogia. Os plot twists são sensacionais e talvez tenha me sentindo um pouquinho por ter matado a charada de um deles no início kkk. Pra quem quer começar a ler a quinta estação não desista se não estiver entendendo, é um livro denso, em alguns momentos realmente não acontece tanta coisa assim, levei mais tempo do que gostaria para finalizar, mas valeu cada segundo.

Myzlen1 25/08/2021

Sólido como uma Rocha
Ambientação - 5

Cenário de alta fantasia, muito bem ambientado, desde as mais remotas eras até os dias atuais, o tempo meteorológico e cronológico existem e são muito bons e a geografia faz muito parte de tudo, além de toda questão social e divisões étnicas, impecável.

Escrita - 5

Livro muito bem escrito, mas nada fácil, o livro mescla a segunda com a terceira pessoa a depender de quem se trata, os capítulos tem núcleos diferentes então temos histórias correndo de forma paralela. Apresentar um universo novo nesses termos é complicado, no início foi um livro difícil de acompanhar porque queria muito entender tudo logo, mas quando mandei a compreensão total do universo para as ferrugens a coisa andou e me habituei, ao estilo e aos termos novos que são utilizados ela flui muito bem e dá um show.

Protagonista - 5

Poderia até dar mais, sensacional, cativante, magnética eu diria! Existe uma energia na protagonista incrível e firme como uma Rocha a identificação é excelente e o carisma é forte, criei muita empatia e sei que ainda há muito por vir, carrega bem a história.

Coadjuvante - 5

Todo mundo é bem construído, existe motivação, personalidade, carisma, é possível se identificar e sentir empatia diferente por cada um, todos com seus pensamentos, dramas, objetivos e facilmente renderiam uma história pessoal.

História - 5

Simplesmente sensacional, toda a criação do universo, tanto geograficamente quanto socialmente com suas particularidades não costuma ser fácil nem sempre bem feito. Nesse caso meu medo era não ter uma história a altura, mas a medida que a leitura progride a coisa se desenrola de forma muito mais intensa. Se fosse um único volume iria criticar o momento em que a história se revela, mas como preparação para algo maior acredito que não poderia ser melhor. Tudo bem amarrado e escrito. Capítulos com histórias paralelas as vezes são anti clímax mas a medida que as coisas vão se encaixando isso se dissipa e a motivação por trás é muito satisfatório. A meu ver uma obra bem sólida

Nota - 5

Tempo de leitura

[ ] Miojo
[ ] Um filme
[ x ] Uma série
[ ] Infinito

Compreensão

[ ] Dá para ler dormindo e entender tudo quando acordar
[ ] Dá pra ler enquanto assiste TV
[ ] Requer atenção
[ x ] Requer material de apoio
[ ] Só o autor entendeu (se pá)

Personagens

[ ] É um monólogo
[ ] Meia dúzia
[ x ] Uma penca
[ ] Enche um trem
[ ] Thanos temos um problema

Originalidade

[ ] Pode copiar só não faz igual
[ ] Inspirado ou seria homenagem?
[ ] Eu entendi a referência
[ x ] Original
[ ] Pessoas irão copiar isso daqui para frente

andreza 07/02/2022

mind blowing
primeiro livro da nk que eu leio e meu deus!!! no começo fiquei muito perdida mas quando vc entende o que tá acontecendo... é incrível, não vejo a hora de ler os próximos

HAXI 30/04/2022

"Você já ouvi falar de uma coisa chamada lua?
Eis um livro que nada é como eu esperava, uma caixinha de supresas boas e ruins. Fiquei com um pé atrás no decorrer do livro pois este foi o primeiro depois de uma ressaca mas ao fim acho que não poderia ter escolhido um melhor pra a situação, a escrita só me foi estranha até 2 ou 3 caps depois descer que é uma beleza. Como eu disse antes nada aqui é o que eu esperava isso acabou sendo o que mais me fez gosta tanto a ponto de favoritar como um dos melhores que li esse ano, essa quebra de expectativa ó ?? mal posso espera pra o que me aguarda no próximo livro

10/10

Luiza Helena (@balaiodebabados) 18/05/2021

Originalmente postada em https://www.balaiodebabados.com.br/
A Quinta Estação é um livro que quanto mais eu lia a sinopse, menos entendia do que se tratava mas ainda assim queria muito conferir. Lendo sobre a trilogia, a autora ganhou três vezes consecutivas (no caso por cada livro lançado) o prêmio Hugo Awards, que é uma espécie de Oscar da literatura sci-fi/fantasia. Só pelo que li nesse primeiro livro acredito que esse prêmio foi mais que merecido.

Logo no prólogo, a autora te situa das situações que estão acontecendo, mas resumindo: o mundo está acabando. De novo. Ao longo desse primeiro livro, vamos acompanhar a jornada de três personagens: Damaya, Syenite e Essun. As duas primeiras são narradas em terceira pessoa. O diferencial da narração de Essun é o fato de ser uma narração em segunda pessoa, que eu nem sabia que existia e muito menos como funcionava, mas que aqui foi muito bem colocado.

A história se passa em um lugar chamado Quietude, que está prestes a viver uma quinta estação, uma espécie de evento natural catastrófico que pode perdurar por anos e anos. Nesse mundo, algumas pessoas são orogenes, pessoas que possuem o poder de controlar a terra, mas que não são muito bem visto pelos "quietos" (pessoas não-orogenes). Quando não são vítimas da população de sua comu, eles são mandados para o Fulcro a fim de serem controlados e aprenderem a controlar a orogenia e são comandados pelos Guardiões.

O mundo criado por Jemisin é um dos mais criativos que já li nessa minha vida de leitora de fantasia (e olha que já li muita coisa). É completamente singular e original. Ao final do livro tem uma espécie de glossário, listando tudo o que é relacionado a esse universo. Particularmente, acho que ele deveria ter vindo no início, mas ao longo da narração você consegue captar o significado de cada coisa. Há um termo específico e pejorativo criado pela autora, chamado "rogga", que possui uma nota do tradutor da inspiração da sua criação e que faz muito sentido no modo como ele é empregado na história.

A escrita da Jemisin é muito direta e sem rodeios, mas bastante envolvente. Fora que, em cada capítulo, você consegue sentir um tom diferente para a personagem em foco. Damaya é uma criança que está aprendendo mais sobre seus poderes, Syenite é uma jovem que tem o desejo de se provar e Essun é uma mulher cansada da vida e que agora vive mais um sofrimento. Há alguns personagens secundários de bastante importância na história. Schaffa, guardião de Damaya, com quem ela tem uma relação bem contraditória. Alabaster, mentor de Syenite, responsável por fazer a moça se questionar.

A partir dos orogenes e seu tratamento, a autora trabalha bastante a questão do preconceito. O próprio termo "rogga" e sua familiriadade com outra palavra da língua inglesa já nos dá uma prévia de como os orogenes são tratados. Gostei muito que os protagonistas aqui são pessoas não-brancas. Os povos criados por Jemisin são de uma mistura bastante interessante. Um ponto a se destacar também é um relacionamento poliamoroso inserido na história.

A Quinta Estação não foi nada do que eu pensei que seria e acabou me deixando maravilhada com tudo apresentado. Nos últimos capítulos do livro, algumas coisas vão se encaixando e a última frase deixa um baita gancho para a continuação, O Portão do Obelisco.

site: https://www.balaiodebabados.com.br/2021/05/resenha-676-a-quinta-estacao-nk-jemisin.html

Leandro.Augusto 10/04/2022


A trilogia “Terra Partida” de N. K. Jemisin é a série de fantasia mais elogiada dessa geração. Venceu o Prêmio Hugo por três anos consecutivos (2016, 2017 e 2018). Esse primeiro livro, A Quinta Estação é uma verdadeira aula em construção de mundo, atmosfera e trama. Ao longo das mais de 500 páginas, a imaginação da Jemisin leva o gênero adiante em umas direções bem legais e originais.

A trilogia retrata um planeta Terra que nada tem a ver com o que conhecemos hoje. Geograficamente. O ambiente é hostil (tsunami, erupções vulcânicas, tempestades, terremotos), muito hostil para a humanidade que se reuniu em pequenas comunidades cuja única preocupação é se preparar para sobreviver à próxima "quinta temporada", um período de tempo que varia dependendo das condições em que a vida se deteriora ao redor.

Esses cataclismos, por vezes muito longos, são as “estações”. A população se organizou para maximizar suas chances de sobrevivência, num estilo meio Mad Max. Em meio a tudo isso, ficamos sabendo da existência de orogenos, pessoas que têm o poder de comungar com as forças da terra e controlar elas até certo ponto, mas devem aprender a dominar seu poder, senão... você já pode adivinhar. O romance segue três desses orogenos alternando seus pontos de vista.

Você tem um supercontinente devastado pelo clima que eu achei diferente de qualquer mundo de fantasia que eu li (até o momento!). Cara, A Quinta Temporada é tão detalhada quanto O Senhor dos Anéis.

Não estamos “depois” do apocalipse, mas entre dois apocalipses, então as pessoas tem que se esforçarem para se prepararem ao máximo para a próxima estação. Tem muitos elementos de fundo que vão sendo revelados para nós à medida que avançamos na história e nos esclarecem muitos detalhes e são essas coisinhas, e esses pormenores é que tornam este universo tão rico. Acho que é acima de tudo essa construção de mundo original e profunda que faz o sucesso da obra. Esta trilogia é quase unânime!

Nem tudo é flores, claro. Nunca é. É uma obra melancólica e vai ficando cada vez mais, você tem que suportar umas partes bem pesadas e umas decisões que os personagens tem que tomar e você fica... Qualé, vai fazer isso mesmo?

Se quer uma obra de fantasia moderna e que seja respeitada no mundo inteiro, praticamente uma obra cult, é essa aqui.

Valner.Wasilewski 01/05/2023

Que história!!
Confesso que fiquei em dúvida para dar um título a essa resenha, então preferi escrevê-la primeiro antes de nomeá-la.

N.K. Jemisin tem uma escrita que surpreende o leitor de primeira viagem em seus livros. Fiquei surpreso no tom e na forma que ela submerge o leitor e o envolve na narrativa. Gostei demais! Além disso, o universo criado pela autora é incrível, forte e complexo. Nos capítulos finais, jogou surpresas na sua cara e que quando você conecta os mistérios você fica "Não acredito em TAL COISA" e eu fiquei de cara, precisei parar e digerir as informações, além de conectá-las. Simplesmente incrível. As premiações foram merecidíssimas!

Leticia2510 19/02/2023

A quinta estação
Como pode um livro de fantasia transcender a um nível tão alto e não ser tão falado, tão reverenciado, esse livro deveria ser leitura obrigatória