Edna 05/11/2023
Uma lâmina
Me apaixonei por Eliane Brum desde que li ?A vida que ninguém vê?, e o prazer de conhecer sua história através dessa autobiografia que é uma lâmina cortante desde o vértice até o minar do sangue, e suportar as dores que se seguem ao constatar o corte.
Não vou resenhar pois essa leitura é o despertar, é o desabrochar, é o encontro da palavra escrita com a profundeza da alma de quem a lê, mas como presente neste que é um Domingo com os quais nem sempre temos um bom relacionamento pra todos que curtem a sexta e os sábados e a todos os dias da semana cada um com sua própria intimidade:
?De certo modo, sou uma moradora de rua com casas temporárias, carregando pela vida uma bagagem da qual não consigo ou não quero me livrar.?
?Ser é perder-se.? (?) Há realidades que só a ficção suporta.?
?Para mim, as notícias habitam os detalhes, as vezes empoeirados, do cotidiano. (?) a grandeza do pequeno, da delicadeza que anima cada vida humana, mesmo nas horas brutas.?
?Se me traíssem ou permitisse que traíssem as histórias abaixo do meu nome, tenho a sensação de que elas viriam bater à minha janela, como seres a quem lhes tivessem roubado pernas e braços, um pedaço do fígado, o coração escorrendo como uma pintura de Salvador Dalí. Se isso é loucura, acho que a minha faz mais bem ao mundo do que a lucidez de uns tantos.?
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