Le Temps Retrouvé

Le Temps Retrouvé Marcel Proust




Resenhas - Le Temps Retrouvé


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Leila.Cavalcante 01/05/2021

Não é à toa que, a princípio, Proust chamou sua opus magnum de “reminiscências do coração", e também faz muito sentido que ele tenha se decidido por chamá-la de Em busca do tempo perdido”, uma vez que a relação com o tempo, seja ela passado, presente ou futuro é um tema recorrente na obra. Nesse último volume, o narrador se encontra num contexto de pós-guerra e presenciando várias mudanças na sociedade, a qual ele analisa de forma profunda. A relação do narrador com o tempo, com a passagem do tempo especialmente, é bastante interessante; como ele interliga sua própria existência com as outras pessoas, assim como a momentos históricos. Dois momentos ficaram bem marcados pra mim, quando o narrador encontra um rapaz e a maneira como esse rapaz fala com ele o faz sentir o choque do tempo sobre si, ele se vê sendo pra esse jovem talvez o que Swam foi pra ele no passado. O outro momento foi a maneira como Odette reapareceu, como se ela tivesse a capacidade de se reinventar sem sofrer os efeitos das mudanças e tal, ao contrário do que aconteceu com os Guermantes, por exemplo, que findaram meio que sendo engolidos, por assim dizer.
Não posso deixar de mencionar, claro, a metalinguagem presente ao longo de toda a obra: a reflexão sobre o próprio ato de escrever, a dúvida sobre o que escrever, por que escrever, se isso vai ser relevante e tudo. Qualquer pretenso escritor provavelmente se identificaria com esse sentimento.
Enfim, acho que não se trata de um livro pra se ler uma vez apenas. Mesmo deixando de lado a complexidade que exige uma atenção maior na leitura, creio que vale a pena revisitar Proust em momentos diferentes da vida, justamente experimentar sensações diferentes a cada encontro.
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