Enquanto os dentes

Enquanto os dentes Carlos Eduardo Pereira




Resenhas -


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Fabi 24/09/2023

O autor juntou num mesmo personagem várias minorias: homem homossexual, negro, deficiente físico.
Antônio tornou-se cadeirante após um acidente. E nessa andança para reencontrar o passado, ele vai relembrando os percalços que passou na escola militar, a relação com a família, os amores, a descoberta do que gosta de fazer para viver.
Traz também uma reflexão sobre acessibilidade e capacitismo.
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kkkkkaren 26/05/2023

Me trouxe questionamentos importantes!
Adorei sair da zona de conforto quanto a leitura e partir pra um tema pouco comum, temas de diversidade. Particularmente, me envergonhou nunca ter refletido sobre como é o dia-a-dia dessas pessoas, e se havia algo que eu pudesse fazer por elas. A leitura desse livro me trouxe uma reflexão sobre isso e gostei bastante.
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Taiane Martins 26/01/2023

Quando a forma serve bem ao conteúdo
Li vários comentários por aqui reclamando que "Enquanto os dentes" é um livro lento e cansativo, mas fico me perguntando: por que razão um livro que narra o deslocamento de um cadeirante, numa cidade que o exclui de tantas maneiras diferentes, deveria ser de uma leitura fluída e confortável?

Sim, a narrativa tem apenas 96 páginas e chegar até o fim exige do leitor. Acompanhar o bloco de texto traz a sensação de um tempo arrastado. A composição de linguagem, as divagações do personagem, a extensão dos parágrafos faz com que seja necessária atenção e fôlego para seguir acompanhando Antonio.

Nesse sentido, a arquitetura de Enquanto os dentes é impecável. Carlos Eduardo Pereira constrói um trama simples e riquíssima em termos de efeitos de leitura. Pra quem estiver atento, e tiver interesse, é uma aula de escrita.
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Darlan 12/01/2023

Livro interessante, promissor, mas demasiado cansativo.
Não me prendi muito na história pois em vários momentos me desconectava pelo enjoo.
De certa forma é um bom livro, diria até que valeu a pena a leitura pelas reflexões e pensamentos trazidos ao longo da trajetória, porém, muito confuso, não leria novamente.
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fernanda1789 04/11/2022

Honestamente, esperava algo melhor.
De acordo com a sinopse, o livro tem MUITO potencial, principalmente pelas características do Antônio e pelas dificuldades que ele passa, mas acho que o livro deixou muito a desejar.

A história se passa em apenas um dia enquanto o protagonista volta para a casa dos pais, ou seja: ela é repleta de flashbacks, e isso deixa a leitura bem cansativa para quem não tem costume.

Outra coisa que acaba prejudicando o fluxo da leitura é a organização do texto, que por mais que faça sentido, é bem ruim!! O livro tem 96 páginas e durante o decorrer não tem nenhum capítulo, enquanto as falas dos personagens são indicadas somente com aspas no meio do parágrafo.

O final, ninguém entende. O Antônio chega na casa dos pais, uma vizinha conversa com ele e a última fala dele é um ?Hein??. Sim, acabou assim. Eu honestamente esperava algo melhor.

Mas apesar de todos esses pontos negativos, saber a história do Antônio foi até interessante! principalmente para entender as dificuldades dele e visualizar como ele consegue lidar com tudo isso.
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gabi.acervodagabii 01/10/2022

"enquanto os dentes" é um livro curtinho que fala sobre autonomia, solidão e relações familiares.

em seu romance de estreia, carlos eduardo pereira intercala flashes da vida de antônio e sua volta para a casa dos pais após 20 anos. o livro nos mostra a odisseia de antônio como cadeirante em uma cidade feita para carros e pedestres, em meio a memórias da infância e da vida adulta.

não é uma obra extraordinária, mas diz muito em suas poucas páginas.
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nandinha19 02/08/2022

não entendo o urge dos professores em fazer a gente ler livro ruim e nem passar nada sobre o livro ??? sem dúvida uma das leituras mais bagunçadas que eu já fiz
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Felipe 06/06/2022

"Enquanto Os Dentes" e sua narrativa voraz e bela
Terminei a leitura de ?Enquanto Os Dentes?, o livro que eu tinha guardado em meu armário há dois anos, faz pouco mais de uma semana. Demorei para elaborar uma resenha que, de fato, fizesse jus a grandiosidade da obra, e, preciso admitir, ainda não sei se está boa o bastante. Só quero registrar a minha experiência com as noventa e seis páginas do romance de Carlos Eduardo Pereira e explicar, de forma singela, o porquê eu acredito que todos deveriam lê-lo.

A narrativa, lançada em 2017, acompanha a pequena odisseia de Antônio, um rapaz negro e homossexual, na casa dos quarenta anos, ao retornar a casa dos pais após um acidente que o fez perder os movimentos das pernas. Antônio havia conseguido se virar em uma cadeira de rodas por quase cinco anos, desenvolvendo a sua autonomia em uma cidade feita para carros e pedestres, mas quase nunca para deficientes físicos como ele. Com o passar do tempo, observando a sua saúde ficar mais debilitada, o rapaz decide regressar ao bairro onde cresceu e dar adeus a vida que havia construído ainda jovem, no centro do Rio de Janeiro.

Durante essa jornada, saindo de seu antigo apartamento e voltando à Baia de Guanabara à bordo de uma balsa, somos apresentados ao passado de Antônio e a alguns vislumbres de seu presente. Há as suas memórias, os seus sonhos juvenis, os seus medos, inseguranças e paixões, sendo uma mistura de sentimentos enxuta e, ao mesmo tempo, densa e mordaz. A obra é feita para ser lida em uma tacada só, como se o autor quisesse prender a respiração do leitor à história. Digo que a obra teve esse êxito sob mim. Não há capítulos, não há pausas, há somente uma constante viagem pelas lembranças do protagonista, desde a sua infância sob um teto autoritário, liderado pelo seu pai ? o Comandante ?, aos anos difíceis na Escola da Marinha, a sua atitude gloriosa de se libertar e ir seguir os seus desejos; às vivências de um jovem homossexual, de sua vida como universitário e de como ele se virava para sustentar o estilo de vida que havia alcançado com muito esforço. Antônio, um artista, pintor, fotógrafo, vivia de sua arte e de alguns bicos que fazia aqui e ali. Enquanto se virava em becos e vielas, em vernissages e centros culturais, o rapaz perdeu o contato com os pais e nunca mais os viu.

Carlos Eduardo Pereira, o autor, compartilha algumas semelhanças com o protagonista. Ele, também negro, cadeirante e homossexual, trouxe à narrativas pontos muito fortes, manteve a dureza das situações apresentadas, em uma sociedade covarde que é cumplice de violências silenciosas (seja dentro de casa, em uma escola militar ou caminhando pela rua em uma cadeira de rodas antiga). No entanto, há espaço para inserir certa delicadeza, um tato sensível, demonstrando como a vida é uma jornada inconsistente. É uma leitura contemporânea de tirar o chapéu (e o fôlego) e eu arrependo-me de não ter a lido antes.
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Saulors 08/01/2022

O livro é bem curtinho, mas não se enganem, ele ainda vai ficar em você, mesmo após lê-lo. A identificação com o personagem é de primeira, Antônio, é tão bem construído que conseguimos encherga-lo, identificá-lo e essa descrição minuciosa que deixa o livro tão interessante.
Uma história um tanto cruel, mas cheia de esperança. Recomendo muito!
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Biel 19/11/2021

Resumindo o meu achar
"Acho que", um modo informal, mas acessível e coerente para simplificar as opiniões que vou expor agora.
Acho que o livro Enquanto os dentes foi uma leitura agradável. A história é narrada em terceira pessoa por um narrador observador, melhor, onisciente. Do início ao fim somos abordados com várias reflexões diferentes sobre diferentes tópicos, temas sociais e etc. Como por exemplo o machismo, o qual é utilizado pelo Comandante para reprimir o filho e sentir-se superior tanto ao seu filho quanto a sua mulher; a homofobia, que é relatada nas entrelinhas do livro etc.
Esse livro nos traz vários momentos diferentes da vida de Antônio, todos contados de um modo não linear, o que traz um ar amais para a obra.
Apesar de todos os pontos positivos, não classifiquei o livro com nota máxima, pois de alguma forma, esperei um pouco mais do desfecho da história, pensei que iria ter o encontro de Antônio com o Comandante e a mãe, os atritos passados sendo produto dos anos que não se viram. Confesso que o fim me deixou um tanto desanimado, mesmo assim o livro é uma boa escolha de leitura.
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fabriciolp87 28/09/2021

O retorno de Antônio
Um livro pequeno, mas muito interessante acompanhar o retorno de Antônio para casa dos pais. Todas as lembranças da infância, perpassando pela família, escola militar, descoberta da sexualidade, independência financeira, e, por fim, o acidente que muda tudo. Gostei bastante!
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angelica.martin 12/08/2021

Lento e maçante
Não fluiu o livro pra mim, tinha tudo para ser mais psicológico e dinâmico, um protagonista deficiente e com muitas questões pessoais poderia render um livro bem mais psicológico e com camadas, mas não deu.
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JojoFlor 07/08/2021

Fui ao RJ e voltei.
?(nem todo mundo ideal é tão ideal quanto a gente gostaria)?

Uma nova visão potente e singular sobre a marginalização e a intolerância.
Descreve com vivacidade as situações e os lugares, aborda assuntos difíceis e urgentes. Um livro que tem muito em menos de 100 páginas.
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Barbara.Luiza 24/06/2021

De barca ao passado.
Existe uma literatura em que o retorno para a casa dos pais é um momento de acolhimento, nesse tipo de literatura que alguns tem a coragem de chamar de universal quem retorna para a casa não é um homem gay filho de um Comandante da Marinha, nem um homem negro, artista, que se tornou cadeirante após um acidente. Digamos que o universo dessa literatura seja bem pequeno.

Em enquanto os dentes, livro de estreia de Carlos Eduardo, o leitor acompanha Antônio, que atravessa a cidade porque o destino fez com que ele precisasse voltar para onde nunca quis estar.

Nesse caminho narrativo em que as decidas da calçada nem sempre encontram rampas, em que os espaços não comportam a cadeira de rodas, nós temos que voltar e refazer o trajeto.

Por isso, as janelas dos transportes públicos do Rio de Janeiro, a balsa principalmente, nos dão mirada para o passado de Antônio, abrindo portas para o acidente que o colocou na cadeira e o que o fez nascer em uma família que não aceitaria sua homossexualidade.

A paciência do narrador ao percorrer esse caminho não é qualidade, é quase uma desistência. Ao meu ver a maior qualidade dessa obra de estreia é esse protagonista atravessado por tantos preconceitos e muitas características em comum com o autor não ser unidimensional. Ele julga tanto ou mais do que é julgado, ele não se torna santo quando beija um homem pela primeira vez ou quando perde o movimento das pernas. É um ser humano complexo que proporciona uma imersão complexa do leitor, exatamente por não tratar de uma experiência universal.

Sobre o áudio livro:
Foi a minha primeira vez ouvindo um audiobook sem narração do próprio autor, mas passei ele na fila de leituras por ter tido uma conversa bem bacana com o Carlos lá no meu canal (link na bio) no ano passado a respeito da coletânea para qual ele escreve um conto, a Fake Fiction da @dublinense.

Entretanto, acredito que a riqueza descritiva sensorial desse livro pode ser mais aproveitada no formato escrito.
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Beto | @beto_anderson 11/06/2021

Pequenas grandes violências
Esse livrinho curtinho tem uma narrativa que deixa a leitura mais convidativa. A partir da visão de uma cadeirante, conseguimos perceber algumas violências em forma de preconceito que atingem a nossa sociedade e que muitas vezes são "normalizadas", mas sem deixar de machucar as pessoas. Recomendo bastante.

site: https://www.instagram.com/beto_anderson/
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