Isabella.Wenderros 16/02/2021Clã McCabe: Caelen e RionnaRionna McDonald cresceu em uma família abusiva. Enquanto via as outras meninas da propriedade – inclusive a própria prima – serem assediadas por seu pai, se esforçou para aprender como se defender caso se tornasse um alvo. Conforme a má administração enfraquecia cada vez mais seu clã, uma aliança através do matrimônio se mostrou necessária. Depois de quase se casar com Alaric, Rionna se torna a esposa do caçula McCabe.
Caelen McCabe é um homem que carrega muita raiva e arrependimentos dentro de si. Desde o 1º livro, é dito que alguém em quem o rapaz confiou em sua juventude trouxe dor para seu povo. Jurando para si próprio que jamais iria abrir seu coração novamente, o protagonista acaba casado com uma mulher diferente de todas que já conheceu e que desperta sentimentos que acreditou estarem desaparecidos para sempre.
Eu não tinha altas expectativas com essa história, confesso, mas foi pior do que imaginava. Apesar de esperar que Caelen continuasse sendo grosseiro como antes, fiquei surpresa com o quanto suas atitudes me incomodaram. As mocinhas nos outros volumes tiveram seus destinos modificados pelas ações de seus respectivos maridos, mas nenhum dos relacionamentos me aborreceu tanto. Por metade do livro, o protagonista tenta modificar a personalidade de sua esposa, querendo que ela se encaixe no molde do que ele considera como uma “boa esposa”, que é basicamente ser completamente submissa e sem uma única opinião própria. Enquanto isso, Rionna, que tinha sido apresentada como uma mulher forte e impetuosa, se torna – da noite para o dia – dócil e maleável. A paixão surge repentinamente, os humores mudam rapidamente e as atitudes são bem aleatórias também.
Como se tentar modificar a mulher não fosse suficiente, Rionna é humilhada constantemente na frente de seu próprio clã pelo marido. No final do livro, Caelen afirma que tudo o que fez foi para evitar se apaixonar, já que via nela um reflexo de sua própria personalidade e eu fiquei “Jura que essa é a justificativa?”. Quando acontece o confronto com Duncan Cameron – foi por curiosidade para ver como isso iria se desenrolar que continuei a leitura –, a protagonista tem papel principal, mas eu não consegui ver como se a autora estivesse enaltecendo sua força; para mim, foi mais como se ela tivesse que provar para todos que poderia ser mais do que esperavam dela. Não tenho nenhum problema com as personagens doces e meigas se assim é seu jeito, mas fiquei irritada com a protagonista sedo forçada incessantemente a ser alguém que não é.
Enfim, estou com uma sensação de que perdi tempo não apenas com esse livro, mas com a trilogia inteira.