Gabriel Seixas 05/05/2020
A prática é o caminho, o início, o meio e o fim
Antes de começar este livro, já havia acumulado algumas horas de leitura e prática em meditação. É sabido popularmente seus benefícios como também suas dificuldades para começar. Acredito que muitas pessoas possuem essa vontade mas não sabem por onde, ainda mais em tempos de excesso de informação e aplicativos no celular. Ao me deparar com esta leitura nos tempos atuais, consigo perceber uma relação dela com livros bastante vendidos atualmente, como "Foco", "O Poder do Hábito", "Homo Sapiens", "A sutil arte de ligar o f*da-se", "Inteligência Emocional", "A Única Coisa" entre outros. Histórias de dedicação exclusiva num objetivo só. E qual o resultado? Chegar mais próximo daquilo que deseja.
Parece simples né? Dentro de nós existe uma cadeia complexa que mistura desejos, necessidades, vontades, direitos, deveres, sonhos, pensamentos, passado, presente, futuro, ambições, medos, angústias, alegrias, tristezas, raiva, orgulho, compaixão e muito mais. Como lidar com tudo isso? Segundo os autores: "seja qual for a forma específica assumida, praticamente todo tipo de meditação exige um retreinamento da atenção."
Esse acredito ser o ponto chave: retreinamento da atenção.
Eles também pontuam algumas consequências desse retreinamento:
Atenção seletiva, a capacidade de focar um elemento e ignorar os demais;
Vigilância, manter um nível constante de atenção no decorrer do tempo;
Alocar atenção de modo a notar mudanças pequenas ou rápidas no que vivenciamos;
Foco na meta, ou “controle cognitivo”, mantendo uma meta ou tarefa específica em mente a despeito das distrações;
Metaconsciência, ser capaz de acompanhar a qualidade da própria consciência — por exemplo, notar quando a mente divaga ou cometemos um erro.
Mente de macaco e Metaconsciência. Dois novos termos que o livro me apresentou. Acredito que mais leituras e contato com meditadores me façam compreendê-los ainda mais. Já tive momentos onde meditei mais e outros menos. A prática constante é realmente transformadora. Essa leitura me deu um ânimo para retornar a frequência. E o livro ainda traz vários exemplos onde estudos com monges e iogues participam com exames de imagens cerebrais e testes de atenção. Realmente é impressionante, vale a leitura!
Por fim, Daniel Goleman e Richard J. Davidson encerram positivamente a obra: "prevemos uma época em que nossa cultura tratará a mente da mesma maneira que trata o corpo, em que exercícios para cuidar da mente se tornarão parte de nossa rotina diária."