O Dorminhoco

O Dorminhoco H. G. Wells




Resenhas - O Dorminhoco


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Tarciso.Rodrigues 26/03/2021

The sleeper awakes
Um livro surpreendente, e, apesar de não ser longo, é denso. A narrativa é bem construída, excelente. Há capítulos mais descritivos, e um capítulo especialmente longo, preparando um final, na época, futurista, que tornou-se uma realidade obscura anos depois.

Há, também, críticas socioeconômicas bem contundentes, ao capitalismo, à exploração do trabalho (alguns trechos lembram bem o sistema taylorista) e às condições de trabalho desumanas na indústria do século XIX, e um alinhamento com a luta das mulheres por igualdade de direitos.

A obra é marcada, também, por um futurismo incrível, quando o homem dormente, acorda após 203 anos de sono, e se encontra em uma peculiar situação financeira: há portas automáticas, telas que transmitem notícias ao vivo, máquinas que narram histórias de livros, e aeroplanos (isto escrito no século XIX, bem antes do primeiro voo do 14 bis). Impressionante!
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@apilhadathay 16/01/2021

SURPREENDENTE
O sr. Isbister, artista local de Boscatle, passeava pela enseada quando encontrou um estranho que parecia sofrer, e logo descobriu por quê: o homem não dormia há 6 dias, e nada o fazia apagar. Em meio a suas reflexões sobre o quanto de nós se perde nessa incessante luta do trabalho, Isbister leva o estranho para seu quarto na pensão e o impensado acontece: lá, o estranho entrou um um sono catatônico de olhos bem abertos, tão rígido que parecia morto. Estaria morto ou apenas inconsciente? Depois de acordar naquele lugar estranho, e de muito insistir para saber por quanto tempo esteve desacordado, Graham descobriu que dormiu por nada menos que 203 ANOS! Ele ficou muito chocado, especialmente curioso por algumas pessoas estarem tão determinadas a esconder a verdade dele. A primeira onda de choque o levou a pensar que todos aqueles que ele conheciam em vida estavam mortos. A linguagem desse novo tempo é diferente, a moeda atual é totalmente estranha às suas antigas libras, a moda mostra "uma confusão de tecidos brilhantes" muito adversa à moda vitoriana. E lá fora o som de um tumulto chamava sua atenção, ele procurou saber o que era, mas as pessoas ali se recusavam a dizer do que se tratava. Eles berravam "Mostrem-nos o Dorminhoco!" Agora, ele tem um novo tutor, Howard, e assistentes."

As narrativas de Wells sempre são espetaculares, sejam as mais agitadas, sejam as mais reflexivas. Com este livro, eu me peguei várias vezes refletindo sobre passado e futuro, sobre o que realmente define a nossa humanidade e de onde nós somos - sobretudo no começo, porque o livro vai ganhando mais e mais ação, até seu final bombástico. Há alguns termos nada politicamente corretos hoje, mas é necessário lermos e analisarmos de acordo com o contexto da época, quando era normal pensar e falar de certas formas - relativo a raças, cores, etnias.

Este livro está em pé de igualdade com A MÁQUINA DO TEMPO, entre os meus favoritos dele.
As coisas que Wells previu que aconteceriam neste livro! Sensacional! Os primeiros bombardeios aéreos da história já estavam neste livro em 1899! As portas automáticas, as vias móveis, o que as telecomunicações fariam com a vivência humana... Gente!!! O cara era um profeta, ou tinha uma máquina do tempo. Só pode.

site: www.instagram.com/apilhadathay
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Felipe Philipp 31/08/2020

Nós, Os Dorminhocos
HG Wells tem uma escrita recheada de ironia, o que é um prazer para ler uma distopia (eu me diverti muito com esse livro). É lógico que somente uma pessoa como Woody Allen para fazer um filme de comédia com essa obra, sem contar que essa obra ainda inspirou Metropolis, sim!, o maior filme do período expressionista alemão. O mais assustador desse livro é notar que ele toca num dos maiores problemas do Séc. XXI: a desigualdade econômica, a fragilidade da democracia, segregação social. Esse livro foi escrito no final do Séc. XIX!!!, e decerta forma previu algo que hoje vivemos, é um bom livro tanto para rir quanto para refletir onde nos encaminhamos como sociedade.
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