Pretérito Imperfeito

Pretérito Imperfeito Bernardo Kucinski




Resenhas - Pretérito Imperfeito


12 encontrados | exibindo 1 a 12


ig: rafamedeirosmartins 16/12/2017

B. Kucinski é daqueles raros que recomendamos a leitura, e quando nos perguntam ?qual livro??, dizemos com tranquilidade: qualquer um. Pena não ter tantos.

Portanto, foi com muita alegria que a comunidade recebeu este seu novo livro, que se lê num sopro. E mais um excelente texto. Narra-se a estória sem fim de um pai agoniado com o filho viciado. Algo que poderia soar batido, já demasiadamente explorado...Ledo engano. É um Kucinski, oras.

Em rapidíssimas 150 folhas três assuntos se imbricam com maestria: a adoção, o racismo e o vício. Capítulos curtíssimos em estilo seco e duro faz lembrar ?É isto um homem??, de Primo Levi.

Quando fui apanhar o autografo do livro, disse a B. Kucinski a maior verdade que sinto sobre ele: ?Senhor Bernardo, escreva mais. Queremos mais.?

Uma risada e um muito obrigado, parti feliz da vida.
Ed Ribeiro 23/12/2017minha estante
vdd, qualquer um que tu ler, vale a pena, li três dele e gostei de todos, agora quero ler este tbm




Lusia.Nicolino 22/12/2020

O idealizado nem sempre vira realidade
Escrever uma carta, às vezes, é confessar-se. É purgar, é relembrar, é envolver o outro no seu drama ou na sua alegria. Kucinski começa a narrativa com uma carta escrita ao filho, abdicando de suas obrigações de pai.
Em seu texto seco, sem metáforas, elegante e objetivo nos deixa saber que é pai de um bebê adotado, assim, sem muito preparo emocional e que, a intensa e amorosa relação na infância, se esgarça.
A adolescência do menino é marcada pelo envolvimento com drogas, pelo desinteresse por tudo, pelo racismo velado, pela mudança de país, até desembocar em um adulto que...faz o pai narrador se perguntar: "Teria sido possível em algum momento barrar o curso dessa história? Ou estava tudo escrito no livro do destino?". O final não é o que imaginamos, mas a vida é assim, o idealizado nem sempre vira realidade.
Um livro curto, para ler de um fôlego, mas que deixa conteúdo para refletir por muito tempo.

Quote: “Desejávamos apenas que possuísse qualidades. Não pequenas virtudes próprias do temperamento, como prudência ou modéstia, ou atributos inatos, como inteligência ou destreza, e sim valores que têm a ver com consciência e vontade, próprios do homem e apenas dele. Valores morais que ajudam a distinguir o correto do errado em cada circunstância e a agir conforme. Enfim, que fosse um homem de caráter.”

site: https://www.facebook.com/lunicolinole
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Rafael G. 23/03/2020

"Pretérito Imperfeito" é narrado por esse pai que faz uma adoção "à brasileira" - ou seja, sem passar por juiz de família. A criança foi entregue por uma mulher que ele e a esposa não conhecem, e um médico amigo assinou atestado de parto realizado em casa. Assim, o menino foi registrado como filho biológico e os pais escolheram o silêncio sobre como ele chegou à família (ainda que a adoção seja óbvia, principalmente porque o menino é negro). No entanto a relação, que começou afetuosa, preencheu-se de muita mágoa e rancor em virtude da dependência química que o garoto desenvolveu na adolescência. Ao elaborar sobre a paternidade fracassada (e sobre a falta terrível que constituiu o filho), o narrador de Kucinski investe numa voz ensaística e aciona diversos autores, como Freud, André Green e Baudelaire, produzindo uma constelação de reflexões.

O livro tem esse tom de aproximação preliminar, reflexão privada mas cheia de curiosidade pelo que há fora. O texto é direto e dispensa arroubos metafóricos, o que dificultou a conexão emocional. Me puxou pelo que tem de escrutínio, de tese, e por vezes me aborreceu pela mesma razão. Mas gosto da diversidade de registros: o narrador inicia o romance com uma carta, dirigida ao filho, na qual se retira das obrigações de pai, e passa toda a extensão das páginas justificando a missiva e examinando se é verdadeiramente possível levar à cabo tal decisão.

Não foi um romance memorável, ficou apenas no lugar do interessante. Difícil não comparar com "K." que, apesar de contar com a linguagem direta e as intenções ensaísticas, emociona, corta, dilacera, tenta plasmar o vazio que a filha do protagonista deixou - ao ser "desaparecida" pela ditadura. É um bom livro, percebo o diálogo com outras produções contemporâneas (como "A resistência" ou "Diário da queda"), mas apresenta continuamente o mesmo tom. Essa languidez possivelmente é proposital, tédio também é afeto e efeito, só não funcionou para mim.
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Santana 22/12/2020

Voou
Uma leitura curta mas bastante impactante, do dilema da adição às drogas e como as relações familiares são afetadas, as construções sociais implicadas, realmente nos faz refletir
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Danilo 20/05/2021

Resgate de um vínculo!
Deve ser difícil viver essa trajetória narrada nesse livro. A tentativa de romper a relação com um filho nos deixa super apreensivos. Não estamos acostumados a legitimar investidas como essa. O bom é, que no livro, essa iniciativa era o que Carlinhos precisava para resgatar sua vitalidade. Narrativa legal e com explicações razoáveis para justificar as temáticas da obra. Super recomendo!
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Toni 29/04/2019

Três livros do Kucinski fazem parte do corpus da minha tese sobre a memória da ditadura na ficção contemporânea brasileira. Sendo como sou integrante daquela parcela obstinada de leitores-pesquisadores que para falar do livro x se vê compelido a ler tudo o que já foi publicado sob o mesmo nome, não consegui evitar este lançamento de 2017, por mais que soubesse que a ditadura propriamente dita passaria bem longe do foco do romance.
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A premissa de ‘Pretérito imperfeito’ é a adoção “à brasileira” (ilegal e via favores) de um bebê negro por um casal classe média-alta, ele documentarista neto de imigrantes libaneses, ela antropóloga filha de judeus da Bessarábia. Composto por capítulos breves que vão e voltam no tempo, o romance é, também, para lembrar a estreia do autor na literatura, o relato de uma busca, só que agora de um pai que procura o filho que se tornou dependente químico. O tom sugere uma distância que surpreende, especialmente nos trechos narrados pelo pai, o que anuncia o desgaste de uma relação atravessada de incompreensão.
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A narrativa começa, assim, com referências à uma “carta de rejeição amena”, na qual o pai se desobriga da busca e devolve ao filho 30 anos de destroços afetivos. O resto do romance até o epílogo se constrói como justificativa da atitude aparentemente desumana desse pai, que percorre o mundo e cita estudiosos sobre psicologia infantil e abuso de substâncias psicoativas na tentativa (fracassada) de ajudar/ compreender o filho e se justificar.
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Racismo, vício e adoção compõem, dessa forma, as forças motrizes da narrativa de Kucinski. Apesar de bem arquitetado, no entanto, a fatura do romance nos entrega um texto frio, afetivamente distanciado, com muito pouco que emocione ou conquiste um lugarzinho no coração ou na memória. Longe do assombro de ‘K. Relato de uma busca’, verdadeira peça fundadora de uma nova ficção sobre a ditadura no Brasil e que continuo a recomendar mesmo quando a resenha em questão leva outro título.
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DêlaMartins 04/02/2023

Numa arrumação das estantes de livros encontrei vários deles com resumos interessantes nas contracapas. Aos poucos, vou atualizando no skoob porque gosto de registrar tudo aqui.

Este, de Bernardo Kucinski, li em 2019 e gostei bastante. É um livro muito bem escrito, rápido de ler, mas doído. Não chega a ser triste, mas a história é sim, muito triste. Trata-se do desabafo de um pai que de certa forma "desiste" do filho viciado em drogas. O filho, adotado quando bebê, cheio de problemas de saúde na infância, passa de uma criança alegre para uma criança apática e triste. Na adolescência começa com drogas e álcool, fazendo da vida dos pais, um inferno com internações, mudanças, tudo sem sucesso, até que o pai "desiste". O livro me fez pensar bastante e, como mãe, me lembro de ter concordado com a "desistência" desse pai tão sofrido. A leitura é muito boa, vale.
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William 24/11/2017

Um baita livro!
Kucinski estreou de forma tardia na literatura, pode-se assim dizer. Seu primeiro romance foi publicado aos 74 anos e saiu pela saudosa Cosac Naify. Antes, atuou no governo do ex-presidente Lula como acessor e daí também saiu um livro. A escrita de Kucinski é envolvente. A estrutura do texto lembra muito o que o autor publicou até hoje. Pequenos capítulos. Alguns, funcionando como gatilho para os próximos. Noutros, personagens se revezam para compor o enredo, ou mesmo para dar um outro ponto de vista sobre o ocorrido. Pretérito Imperfeito é um livro que fala sobre a adoção de um filho. Filho este que cresce frágil, tendo que lutar desde cedo por sua vida. Ao crescer, começa a lidar com algumas questões da idade. A aparente confusão por sua condição de filho adotivo supõe o Pai pode o levar a algumas escolhas tortuosas. O Pai, ora próximo, ora distante deixa-se levar por alguns pensamentos sem muito nexo. O livro começa pelo fim. Uma carta forte, intensa. Perguntas que talvez nunca serão respondidas. Kucinski em 150 páginas nos brinda com um livro incrível.
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Rodrigo.Vieira 23/01/2018

PRETÉRITO IMPERFEITO
É um bom livro. A história é triste. Não chega a ser emocionalmente envolvente, pela maneira como é contada. Há um certo distanciamento. Triste realidade dos dependentes químicos, e seus familiares.
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Nat 25/01/2018

Pretérito Imperfeito, de B. Kucinski
Em Pretérito Imperfeito acompanhamos o relato de um pai que enfrenta o drama de ter um filho dependente químico. Esse filho é adotivo, e a adoção ocorreu “à brasileira”, ou seja, não por meio do sistema legal de adoção, mas por uma mãe que deu a criança a esse casal que queria muito ter filhos e não conseguia. É bem possível que eles nem fossem contar para a criança que ele foi adotado, não fosse o fato do casal ser branco e o filho negro.

Esse filho cresceu sofrendo de várias enfermidades, estava sempre doente, até que, na adolescência, começou a se drogar.

O restante da resenha sairá em vídeo.

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
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Bia 14/07/2019

Com capítulos curtos e em breves 150 páginas - que podem ser lidas num sopro -, Kucinski aborda temas delicados e fortes. Da adoção ao racismo, passando pela dependência química e por questões existenciais, a narrativa muitas vezes me fez parar pra encarar a parede e refletir. Tudo isso sob o ponto de vista de um pai preocupado, ainda que haja um certo distanciamento na narração.
Uma excelente obra muitíssimo bem escrita.
Minha segunda leitura do autor ? a primeira foi ?você vai voltar pra mim?, e foi excepcional ? que caminha para se tornar um de meus favoritos.
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vick 13/07/2020

Um contundente relato sobre a relação de um pai com seu filho adicto, pretérito imperfeito é uma narrativa que vai mostrando os desdobramentos dessas vidas, ao mesmo tempo em que o pai tenta fazer seu mea culpa.
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