Resenhas -

"Aonde você vai Sam?" 11/07/2023

Armorial imortal imortal!
"Morto, mas não derrotado" como os "montessantenses" em Canudos, Ariano Suassuna conjurou ainda no fim da vida mais esse capítulo do "armorialismo".

Não podendo revisá-la e ampliá-la antes de receber a visita da Moça Caetana, "A Ilumiara", ao contrário do legendário tolkeniano, não parece incompleta ou fragmentada, pelo contrário é uma obra que, só não é completa porque foi mesmo conjurada pra não ter fim, pra reverberar para sempre. "Arte imortal".

Lucas 05/07/2022

Um dos livros mais densos e intensos de Suassuna, uma quase síntese de sua obra e um mergulho em seu universo literário de elegia à arte popular nordestina.

Glauber 20/01/2021

Fantástico!
São mais de mil páginas de Suassuna. Um deleite! A gente lê como se o próprio estivesse falando na nossa frente. Sou fã do autor.

Apesar da palavra "Romance" no título, o livro ultrapassa o gênero, sendo uma mistura de poesia, música, festa, epopeia, ode, ensaio etc.

Há traços autobiográficos (a morte do pai se torna mote para a construção da obra), referências ao universo ficcional do próprio autor e a obras, tanto da literatura universal, quanto da cultura popular nordestina.

O estilo de Suassuna é completamente original na sua tentativa de expressar, por meio da redenção, as tragédias pessoais e do povo brasileiro. É uma obra quixotesca com a cara do Brasil, sob a ótica do autor.

É bonito de ver a elevação do povo sofrido do país na obra, por meio do sonho e do riso.

Lembro de assistir a uma cena do Suassuna, na vida real, emocionado após uma apresentação artística de cunho popular realizada por uma criança, dizendo que aquele é um norte para o futuro do Brasil.

Suassuana, apesar de já ter nos deixado, é uma poesia viva da cultura popular brasileira.

Valério 15/01/2019

Grandioso
Esta obra é diferente de tudo que já vi. Mistura ficção, poesia, entrevistas, palestras, gravuras, bem como trechos de grandes autores, brasileiros e mundiais.
Um compêndio literário. Não à toa, Suassuna considerava que esta seria sua grande e definitiva obra, comparando-a, no próprio trabalho, a "A divina comédia" e, mais frequentemente, a "Dom Quixote", entre outras grandes produções literárias da humanidade.

As narrativas vão sendo contadas por personagens diversos (que na verdade são apenas Suassuna, que incorpora diversas nomes e personalidades).
E o livro conta sua própria história, entremeada por outras histórias e causos, além de análises literárias de livros do autor e de outros.
Uma obra ambiciosa de se escrever e também de se ler.
Um grande autor e sua obra definitiva, em uma edição caprichada.