O que eu amava

O que eu amava Siri Hustvedt




Resenhas - O que eu amava


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Júlia 25/02/2021

prazer no processo
esse é muito o meu tipo de livro. a escrita da autora é ótima, fluida, envolvente e achei que o enredo é quase um thriller psicológico de formação. mais do que com o desfecho da história, valorizo bastante o quanto o livro me prende pela forma que é escrito. e apesar de muitos acharem o ritmo lento, pra mim a dose foi perfeita.
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Marilia Verdussen 28/08/2022

Maciço
Em um trecho, o narrador diz que é a leveza o que admiramos, o que nos atrai, mas que certo personagem do livro é pedra, é sólido e maciço, carregado de força magnética. Vi uma descrição do livro aí. Baita livro! Conta minúcias que tornam as relações reais e o cotidiano palpável, uma narrativa muito visível, crível. A primeira parte é um enlevo, mesmo com as pequenas tristezas. A segunda parte começa com uma baita tristeza que prepara para a angústia que só cresce. E no fim, parece uma trama policial. Eu adorei o livro! Muito denso, rico, gostoso. Mexeu comigo.
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jota 26/08/2012

Que reste-t-il...
Siri Hustvedt, a autora de O Que Eu Amava, se põe no papel de um homem, Leo Hertzberg, historiador de arte nova-iorquino. Do mesmo modo que quase sempre ocorre nas histórias de Paul Auster (marido de Siri), também aqui os personagens são quase todos intelectuais, artistas, professores. E a maior parte do tempo a ação se passa em Nova York, igualmente o cenário de muitos dos livros de Auster.

Neste longo romance de mais de quinhentas páginas vamos acompanhando a vida de todos, sempre a partir da narrativa de Leo, casado com Erica, professora universitária, e pai do pequeno Matt. Ficamos sabendo muito acerca dos problemas de todos os personagens, suas alegrias e tristezas, do que fazem no dia-a-dia, enfim, da vida rotineira de cada um. Até as mínimas ocorrências são mencionadas, inclusive as que se passam com as crianças, dois meninos muito próximos (Matt e Mark, este o filho do amigo Bill), daí que o romance parece ser mais longo ainda do que realmente é.

Mas como a autora é talentosa, passamos (eu, pelo menos, passei) por todas essas páginas sem canseira, até com bastante interesse sobre algumas questões que os personagens tratam (muitas delas intelectuais e artísticas) ou de seus inter-relacionamentos. Nada de muito importante ocorre nessa primeira parte do livro, mas quando iniciamos a leitura da segunda parte, então, meus camaradas, vem a cacetada, a paulada, a tragédia em umas poucas linhas somos jogados dentro de um terrível drama familiar de comover até as pedras, que deve levar muita gente às lágrimas...

Mas tem mais sofrimento: se começa com um enorme drama, a parte dois termina com outro drama, depois de passar por vários, quase todos derivados daquele primeiro. Estamos falando de perdas: toda aquela felicidade rotineira de antes agora está suspensa (e talvez nem volte mais; e se voltar nada mais será como antes mesmo) e até certas formas de loucura ou paranoia tomam conta de alguns personagens ou casos complexos de terceiros são mencionados há várias referências a histeria, distúrbios alimentares e psicopatia.

Tanto na segunda quanto na terceira (ou última) parte do livro, mesmo com Leo continuando a narrar as histórias de todo mundo e a dele mesmo, o foco recai principalmente sobre Mark, filho de seu melhor amigo, o artista plástico Bill, que foi casado com Lucille (poetisa, mãe de Mark) e agora vive com Violet (pesquisadora de distúrbios mentais). Depois do próprio Leo, Bill e Mark ocupam muitas páginas do livro, personagens centrais que também são, ao lado de Matt, Erica, Violet e Lucille.

Mark tem um comportamento ambíguo, anda na companhia de drogados e gente pouco respeitável, mente descaradamente, rouba e também seduz mulheres e homens (não necessariamente sexualmente). E a terceira parte desta história se torna também num thriller não convencional - um artista plástico (Teddy Giles), amigo de Mark teria praticado um crime brutal; Mark estaria envolvido nele igualmente?

Temos então que a vida de todos mudou muito conforme os anos foram passando e as coisas acontecendo; as pessoas se tornaram outras ou então guardam dentro de si um pouco menos do que foram ou pretendiam ser. Muito do que Leo amava, também do que as pessoas próximas dele amavam, agora parece existir apenas nos recantos de sua memória. E, ao nos contar essas histórias todas, ele tenta desesperadamente dar um sentido a tudo aquilo que de mais precioso já possuiu na vida...

Bem, para não ficar apenas com minhas impressões, transcrevo as palavras do insuspeito escritor Salman Rushdie sobre O Que Eu Amava: [O livro] fascina, excita, perturba. Hustvedt é uma artista única, escritora de grande inteligência, de enorme sensualidade e com um dom mais difícil de definir, que eu só posso chamar de sabedoria. Está tudo dito, então.

Lido entre 20 e 26.08.2012.
jota 15/09/2014minha estante
Grato, Daniel. Se você gostou da "resenha" (que é muito mais um resumo) o mérito é do livro. Quanto a Joyce Carol Oates, tenho na fila de leitura A Filha do Coveiro, mas não sei quando vou lê-lo.




Cris 30/12/2009

"é muito difícil conviver com o absurdo"
a sombra pintada no quadro de Bill(como se fosse uma terceira pessoa na composição)fez com que Leo imaginasse que se tratasse da sombra de um espectador.Bill disse se tratar dele(o pintor).A perspectiva difernte entre ambos foi o primeiro passo para uma construção de amizade e amor realmente sincero,lindo e verdadeiro.
o mais surpreendente é que se um quadro fosse pintado,as perspectivas seriam 1)Bill--->2)Leo--->3)o leitor,como a sombra pintada que observa a narrativa da própria pintura (do livro).
caixas ao sabor de Joseph Cornell,pinceladas perturbadoras de Goya e a luz de uma narrativa interessantíssima.Nós ,leitores,estamos alí observando Leo durante todo o livro.
Uma estória convidativa com passagens e acontecimentos duros, frios,chocantes de puro contraste causados justamente pelos absurdos da vida,mas também é um show de sentido,sentimentos,de amor,de amizade,de emoção e delicadeza sem comparação!Um convívio enérgico de convivência pela busca de algum sentido nessa balança delicada que é a vida que nos causa surpresas,se mistura com outras vidas,outras tintas,outras interpretações,outros humanos.Que nos puxa sem esperar pelos nossos conhecimentos,planejamentos e preparações.Ela não nos prepara,ela se "mistura",somos transformados idnependentemente se pro melhor ou pro pior.
"(...)mas a imagem de um copo d´água pintada duzentos e trinta anos atrás me catapultara súbita e irrevogavelmente para a dolorosa consciência de que eu ainda estava vivo" (a pintura da capa é justamente Chardin e seu "Glass of Water and Coffee Pot")
MARAVILHOSO!
baah 11/01/2013minha estante
o inicio,achei bem cansativo,mas depois lá para o segundo capítulo, o livro ganha mais emoção.
Sobre as obras,os detalhes minuciosos sobre as pinturas não me agradou muito.Perdeu o foco...o que me prendeu foi o suspense entre os personagens.
A autora também soube transmitir como somos fracos diante de determinadas situações...traições,perdas,conflitos,medos e que nem sempre a vida termina com finais felizes.




Malu 12/12/2015

Uma promessa que não se cumpre.
Inicio lento, o ritmo chegou devagar pra depois se perder novamente. Escrito de maneira excelente, com uma visão do mundo da arte e das patologias da sociedade contemporânea onde as citações e associações demonstram o um profundo conhecimento ou um grande trabalho de pesquisa. Um trabalho muito bem feito, mas morno. Quinhentas páginas de uma promessa que não se cumpre. Nenhum personagem me deixará saudades. Um pecado porque a autora escreve realmente muito bem.
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Leila 14/03/2023

O que eu amava é um senhor livro, na forma e no estilo e faz um panorama muito verdadeiro da sociedade moderna. Eu diria que o que eu amava é um soco no estomago do leitor com pinceladas de alívio através da arte e da intelectualidade das personagens. Não diria que é um livro fácil de ler, ele tem alguns momentos de altos e baixos, mas posso te confessar que chorei horrores com essa obra como não acontecia há tempos. Dramas de casais, criação e educação de filhos, amizades leais e duradouras temos em doses extremadas e fica muito fácil se identificar com elas, se inserir dentro de todo o turbilhão que o livro traz.
A obra é dividida em 3partes, a primeira é mais leve, mais lúdica, linda na sua simplicidade. A segunda começa já nos arrasando o coração com uma perda que marca todas as personagens e a terceira muda bastante de ritmo, porque temos um personagem que rouba a cena e dá muito muito trabalho de o entendermos.
Paralelo À vida cotidiana e seus dramas, acompanhamos também as carreiras dos envolvidos, todos muito bem sucedidos naquilo que fazem e que nos dá um panorama cultural bem bacana da nossa época, bem como nos mostra as agruras e mazelas sociais também.
Enfim, é um livro difícil de explicar, porque é mais fácil senti-lo.
Minha única queixa seria quanto à quantidade de páginas, poderia ser um cadinho menor, porque muitos momentos foram meio que repetitivos, mas fora isso é um excelente livro.
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Hiago Inácio 23/02/2018

Uma pintura, em letras de forma.
Ler O que eu amava, sem dúvidas, você precisará de tempo e concentração. Adequar a sua rotina a esse pequeno calhamaço de realismo. Adequações que devido a mudanças de hábitos não às tomei antes de perceber - na minha opinião - que Siri além de ser uma ótima escritora, fez uma pintura com toda a história de seus exímios personagens. Os vejo enfiados dentro de cada modo que Bill utilizava para expressar sua arte. Mostrava o absurdo através dos extremos que a realidade nos proporciona, cativando o telespectador a esmiuçar o menor dos detalhes.

Com um cotidiano bem montado em Nova York as questões sociais e humanas estão presentes a todo momento. A relação humana foi muito bem retratada e sem deslizes para o lúdico demais. Se tratando de um longo período histórico, pode se tornar muito tedioso ou sem muito sentido, já que se trata de um realismo, porém se analisado como várias obras de artes - esculturas, caixas, portas minúsculas que quando aberta descobrimos imensidão, aquários ou até mesmo vídeos - as páginas viram pinturas em letras de forma se tornando uma obra que, dependendo da atenção do observador para os detalhes, será um grande prazer a conclusão do momento que se doou a ela.
Daniel Assunção 24/02/2018minha estante
hmmm, parece interessante esse artifício de reproduzir uma pintura com as formas da história... Resenha legal ^-^


Daniel Assunção 24/02/2018minha estante
mas favorito tem q ser 5 estrelas completas, ora rs


Hiago Inácio 25/02/2018minha estante
Vi por esses lados. E acho que foi essa a intenção. Ela demostra muito conhecimento no mundo das artes. Fico tentado a completar as estrelas, mas faltou um ou dois parágrafos de esclarecimento em alguns núcleos narrativos. ?


Daniel Assunção 27/02/2018minha estante
mas é via de regra, se não for 5 estrelas não é favorito rs




Raquel Lima 26/01/2010

Sabe aquelas histórias em que achamos que o autor tinha tudo para escrever uma boa obra, mas, sei lá, o porquê, se prolonga, se perde, e vai estendendo esta história perdida, como se ganhasse por páginas, ou espera que em algum momento a história desabroche. O livro não empolga, mas tem momentos bons de cumplicidade dos casais, de força do tempo, de amores que vivem para sempre...Mas poderia ter tido uma econômia de umas 200 páginas.
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Márcia Regina 24/01/2010

"O que eu amava", de Siri Hustvedt

Na verdade, não me agradou muito, parecem duas histórias dentro de um mesmo livro, e histórias que não se fecharam de maneira harmoniosa, soaram a encaixes forçados.

Uma delas, falando da amizade entre dois casais, eu gostei. Retrata questões como lealdade, cumplicidade, pequenas traições, impotências, comprensão e a dificuldade de conviver com perdas definitivas.
Gostei das análises sobre os quadros de um dos personagens e achei interessantes, também, as visões sobre comida/histeria/fome/anorexia colocadas por Violet enquanto escrevia suas teses.

A outra história, sobre Mark, tem um ritmo mais movimentado, mais cheio de ação e, teoricamente, deveria causar mais emoção. Para mim, foi cansativa, marcada por clichês, situações já vistas, pontas soltas e personagens estereotipados e sem algo que os torne verossímeis e capazes de me cativar.

O livro é interessante, mas acredito que não merece suas mais de 500 páginas.
anitya 12/11/2018minha estante
Concordo. Livro com algumas partes interessantes e bem enfadonho em outras. Poderia ter umas 200 páginas a menos que não fariam falta nenhuma.




Nessa 14/06/2010

Demora para pegar o embalo e depois perde novamente
O livro demora para que a história embale e quando começa a ficar intrigante e interesante se perde novamente o entusiasmo.

Faltou algo!!!
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Graci 22/01/2021

Muito bom
O livro é muito descritivo em relação a obras de arte, dá atépara imaginar a peça, até a metade ele conta muito a vida do narrador, mas depois uma nova abordagem de outros personagens faz o livro ficar muito bom.
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Amanda 13/06/2022

O QUE EU AMAVA
Que livro forte. Bonito. Intenso. Banal. Ele me agarrou de uma forma tão forte que eu o devorei. Essa é a palavra.
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Ronan 26/12/2023

“As lembranças de um homem mais velho são diferentes das de um homem mais jovem. O que parecia vital aos quarenta anos pode perder o seu significado aos setenta. Afinal, fabricamos histórias a partir do material sensorial fugaz que nos bombardeia a cada instante, uma série fragmentada de imagens, conversas, odores e o toque de coisas e pessoas. Excluímos a maior parte para viver com alguma aparência de ordem, e a reorganização da memória continua até morrermos.”

SENSACIONAL!!!
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