Contra o Aborto

Contra o Aborto Francisco Razzo




Resenhas - Contra O Aborto


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Laércio 03/02/2018

Um amontoado de falácias
O livro de Francisco Razzo alega se propor fazer uma discussão filosófica sobre o Aborto! O título é honesto já que todo o livro não passa de uma diatribe falaciosa contra a interrupção voluntária da gravidez! Está repleto de falácias ad hominem, respeita pouco os interlocutores, tira conceitos de contexto de maneira arbitrária e simplista, e o título #MePoupe é um discurso nauseante de falso moralismo e hipocrisia machista indisfarçável! O livro é muito ruim do ponto de vista filosófico, de admirar que a Record tenha se prestado a publicá-lo, o que lhe dá uma falsa aura de respeitabilidade! Conclui a leitura, que foi arrastada e penosa pelas insuficiências do texto, para cumprir com o desafio e ser honesto com meus princípios de sempre ler pontos de vista de que discordo! Texto ruim, pobre, falacioso e que confunde o sentido, conceito e interpretação do termo pessoa com a intenção de justificar a opinião que não se presta, ela sim, ao debate!
francisco razzo 25/02/2018minha estante
Surpreende-me o senhor dizer que "todo o livro (Contra o Aborto) não passa de uma diatribe falaciosa contra a interrupção voluntária da gravidez" e não DEMONSTRAR uma única falácia do livro. Diz que cometo ad hominem, mas não apresenta UM ÚNICO. Poderia citar a página exata onde isso acontece? Diz que o título (sic) #MePoupe "é um discurso nauseante de falso moralismo e hipocrisia indisfarçável", mas, como exige do livro honestidade, não se comporta como alguém honesto, já que ataca e não demonstra. Fora dizer que a obra é "ruim do ponto de vista filosófico". Ruim por que? Apresente pra mim as razões. Como autor do livro, estou plenamente aberto à crítica e mudarei de opinião se o senhor mostrar realmente os problemas do meu livro, do ponto de vista filosófico. Dizer que a "leitura foi arrastada e penosa" e não justificar a crítica não me parece atitude correta de alguém que diz o livro ser "um amontado de falácias". O senhor diz que leu o livro "para cumprir com o desafio e ser honesto com meus princípios de sempre ler pontos de vista de que discordo", se preza realmente por desafio e honestidade, eu te desafio a dar razões de tudo o que escreveu nesse comentário. Dizer que o texto é "pobre, falacioso (ad nauseam) e que confundo o sentido, conceito e interpretação do termo pessoa" não é demonstrar, é só dar um palpite. Se minha opinião realmente não preste, desafio o senhor a mostrar exatamente a fraqueza dos argumentos e a invalidade das premissas.


Laércio 22/03/2018minha estante
Minha opinião sobre o livro e a resenha que apresentei não se prestam ou se destinam a uma discussão ou a uma ofensa pessoal! É o que penso do livro e da forma como se apresentou. Como disse, e reafirmo, o título é bastante honesto! Sim, é uma diatribe Contra o Aborto, como tal, não teria a opor absolutamente qualquer reparo se não se apresentasse nas orelhas e no seu prólogo como um texto filosófico que se abre à discussão, que se apresenta movido pela saudável busca da imparcialidade, não neutralidade, de um julgamento filosófico de argumentos, de premissas! A falácia, e me reservo o direito a em tempo apropriado demonstrá-las todas, que se coloca já de pronto é apresentar-se como saber desabrido e imparcial, em texto que se prestaria à discussão desapaixonada e respeitosa de argumentos, quanto não o é! A mais constante é a falácia "ad hominem" terçada de forma frequente, repetida, insistente contra aqueles que defendem a interrupção voluntária da gravidez! Filosoficamente, e também farei com tempo um comentário e esclarecimento, o conceito de pessoa esposado pelo autor não se sustente, suas premissas não dão conteúdo a suas conclusões. Minha avaliação do livro se dá pelo discurso de que era um texto para ser lido sem prevenção e que buscava a imparcialidade e a discussão serena de um fato da vida cujo conteúdo moral é inquestionável e perturbador. Se o livro se apresentasse sob a ótica do que realmente é, uma defesa da condenação do "aborto" sob quaisquer hipóteses, não teria nenhum, qualquer reparo à obra. Mas não é isso que pretendeu o autor, pelo menos pelo que afirma reiteradamente, e então, falta-lhe tudo, a começar, conteúdo! Não conheço Francisco Razzo, pode ser que tudo o que se tem dito de louvável sobre ele seja absoluta verdade, e torço sempre para o sucesso das pessoas que se propõe a expor ideias e submeter-se às críticas mas, este livro em particular, não lhe engrandece, repito, se o intuito era criar uma arena imparcial de argumentos filosóficos. No entanto, se era uma diatribe contra o aborto, então, e só então, a obra ganha consistência, apesar das falácias terçadas!


francisco razzo 21/04/2018minha estante
Estou aguardando...


Flavio.Gabriel 22/08/2018minha estante
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Flavio.Gabriel 22/08/2018minha estante
Obrigado pela resenha! Quero ler pra ver a argumentação, se vai de encontro a onda conservadora ou se há alguma base mais elaborada, mas ja sei para o que estou preparado. Triste é nenhuma mulher ter feito resenha sobre o livro até o momento


Natalia.Martineli 21/09/2018minha estante
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francisco razzo 25/02/2019minha estante
Não teve tempo de fazer a resenha, mas teve tempo der ir lá no site da Amazon falar besteira sobre o livro. Estou esperando sua avaliação SÉRIA, pois isso aqui não passa de um amontoado de lixo.


Janielle.GuimarAes 28/03/2023minha estante
O livro é sensacional. Destrava a mente e nos enche de argumentos baseados em fatos sobre se opor ao aborto.


Emilly800 15/01/2024minha estante
Li o seu texto e cada palavra era um arregalo de olho maior que o outro. Ótima resenha!




Roberth 30/12/2020

Uma perspectiva filosófica
Desde o lançamento deste livro me interessei pela forma como o autor se dispunha a tratar o tema a partir da filosofia.

De fato, Razzo apresenta uma argumentação contra o aborto pautada no pressuposto de que esta é uma questão própria à filosofia, sendo insuficientes as respostas que se baseiam na biologia, na psicologia ou em outras áreas da ciência.

A discussão do que é ser pessoa e o modo como este conceito se torna o cerne do argumento para o autor são constantemente contrapostos a diversos argumentos apresentados por defensores da prática do aborto.

Este exercício de ir e vir entre as ideias é riquíssimo.

Tenho ainda muito a pesquisar e a aprender sobre o assunto, tão complexo e relevante, mas posso dizer que esta é uma referência importantíssima para aquele que deseja sair do senso comum e se aprofundar no tema.
Tiago.Peixoto 23/03/2022minha estante
Foi o primeiro livro que eu li sobre a temática. Acho que teve o efeito de trazer alguns dos principais argumentos que surgem no debate. Me senti nutrido por um bom arcabouço para outras leituras sobre o tema. Como você, ainda preciso pesquisa e aprender sobre o assunto, e uma introdução filosófica ajuda muito.




Raquel 10/10/2020

Sentimentalismo e religiosidade não pautam esse livro
Encarar o fatos e debatê-los com seriedade tem se tornado cada vez mais raro em nossa sociedade. Foi um verdadeiro deleite encontrar essa sensibilidade no livro de Francisco Razzo, até porque a necessidade dessa escrita é antiga e, por fim, real. Se um assunto tão delicado precisa ser debatido, que seja feito racionalmente (como foi aqui).

Como seres humanos, carregamos cosmovisões que direcionarão cada leitura, isso não pode ser negado. Contudo, se houver a sabedoria e o discernimento para analisar cada argumento e contra-argumento apresentados, muitas visões poderão ser transformadas e, consequentemente, muitas vidas serão salvas.

É verdade que tem sido necessário explicar o óbvio, o que tem sido desgastante. Porém, enquanto existirem homens como Francisco Razzo, teremos esperança. Enquanto existirem pessoas dispostas a ler e entender, nem tudo estará perdido.
brendaflleal 23/07/2022minha estante
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brendaflleal 23/07/2022minha estante
Estava precisando de motivação para começar a ler, obrigada!




Gustavo.Arnoni 10/12/2017

Contra o aborto - Francisco Razzo
O livro Contra o Aborto de Francisco Razzo trata de um tema contemporâneo polêmico e extremamente relevante. Mestre em filosofia, Razzo propõe fazer uma análise do aborto a partir de uma compreensão filosófica, com o intuito de achar um “chão comum” (realidade) que fundamente a discussão, para que se supere o campo das opiniões.
Divido em quatro capítulos, são vastas as referências aos teóricos pró e contra o aborto.
No primeiro capítulo, intitulado “Como o aborto deve ser debatido – e combatido” Razzo posiciona a discussão do aborto no plano moral. Não se trata, portanto, de uma questão, tão comumente disseminada, de saúde pública. “Aborto não é doença, mas decisão. Ninguém ‘pega gravidez’, afirma Razzo. Por ser uma decisão moral, o plano de discussão se encontra na disciplina filosófica. Sendo assim, inferências de dados empíricos para o plano de decisão moral é o primeiro tipo de embuste dos movimentos pró-aborto. O fato de morrerem mais mulheres pobres do que ricas ao praticar o aborto, não significa, não força a inferência lógica, de que se deve descriminalizar o aborto e considerá-lo imoral. Não se pode saltar do que é empírico (dados de diversas esferas do saber) ao dever ser (discussão filosófica). O segundo embuste dos movimentos pró-aborto é criar diversos rótulos para com os contrários a prática: religioso, sem respeito pelo estado laico, homem opressor, misógino. Como que se o fato de ser contra o aborto fizesse automaticamente alguém bater em mulher, negar seu direito ao voto e rezar na missa aos domingos.
Justamente para fugir desses rótulos – um tanto quanto falsos –, Razzo situa a discussão em plano filosófico. Qual é o valor absoluto, a liberdade ou a vida? Se for a liberdade da mulher para matar o feto, bem; se a vida estiver acima e for a própria condição de liberdade, então há um problema na reivindicação abortista.
No segundo capítulo, intitulado “Primeiro precisamos falar destas coisas: filosofia, retórica, democracia e violência”, o autor trabalha o problema do discurso da verdade (filosofia – Sócrates) versus o discurso retórico-linguístico (sofistas-Protágoras). Se no primeiro a busca é conhecer a estrutura da própria realidade, fazendo uso da razão, no segundo, dentro do qual a maioria dos defensores do aborto se inserem, a busca é apenas fazer apelos emocionais aos ouvintes para converte-los à sua opinião. A relativização da realidade por meio da linguagem gera um mundo de opiniões que pouco se liga com a justiça e o direito.
No terceiro capítulo, “Imposturas intelectuais e políticas: a propaganda pró-aborto”, Francisco Razzo retoma e aprofunda a ideia de que (1) o movimento pró-aborto apela mais aos sentimentos que à realidade e direito à vida, (2) a linguagem se impõe sobre a realidade, manipulando-a conforme o interesse de alguns grupos. Amparada por uma rede que envolve os mais amplos setores da sociedade civil e organizações (lucrativas, inclusive!), a discussão pró-aborto é mais, na verdade, uma propaganda pró-aborto. Pode-se notar isso nos debates sobre aborto. Tais debate que contam com a maioria esmagadora de palestrantes, plateia e debatedores com uma posição fixa pró-aborto. O debate é só propaganda. Uma tática presente é não chamar o embrião de vida, mas “amontoado de células” e outros termos para aliviar a consciência dos ouvintes e diminuir a gravidade da realidade. Razzo vai explorar as inúmeras contradições lógicas que surgem dessas propagandas, argumentos e movimentos, bem como a incoerência dos rótulos atribuídos aos que são contra o aborto.
Contudo, Razzo não fica apenas apontando contradições, mas constrói uma belíssima defesa da vida no quarto capítulo, intitulado “Contra o aborto”. Partindo da análise ontológica e antropológica, Francisco Razzo sinaliza John Locke como um dos causadores de problemas teóricos, isso ao Locke separar “vida humana” de “pessoa humana”. Consciente ou inconscientemente, muitos grupos pró-aborto partem de uma distinção desse tipo, ao afirmarem que a vida e o status antropológico se constituem quando o feto adquire alguma qualidade – como consciência, sistema neural, etc. Prontamente, Razzo aponta que isso se constitui em reducionismo teórico, gerando uma infinidade de outros problemas se levado, logicamente, às últimas consequências. O ser humano funciona em muitos aspectos da realidade (moral, psíquico, biológico), e identificá-lo a partir de um só gera reducionismos. A antropologia humana, que mostra que nossa pessoa está presente no fato físico, biológico, neurológico, psicológico, social, político, jurídico, etc., precede essas ciências, pois sem o fato antropológico sequer seria possível pensá-las. Se abortistas tendem a uma concepção filosófica reducionista, i.e, fisicalista-materialista, Razzo parte da ideia de que o universal, o fato antropológico, é pressuposto para pensar ciências particulares. Neste ponto recebe ênfase a ideia de corpo, mas em sua completude: material, orgânico e, sobretudo para a reflexão, intencional. A intencionalidade e vivência corporal eleva o debate a um nível não apenas de matéria orgânica físico-biológica mais. E justamente isso constitui o embrião como uma pessoa, uma vez que a realidade corpórea do feto é de natureza intencional e intelectual determinada no mundo. Com isso, Razzo desenvolve o argumento de que não é pelo feto desenvolver algumas qualidades que se torna pessoa. O raciocínio é o contrário: por ser pessoa, ter analogamente “substância humana”, é que seus direitos devem ser garantidos.
Dando prosseguimento, Razzo aborda a questão do feto ser substancialmente ou potencialmente humano. Argumentando sobre complexos dados filosóficos e biológicos, o autor vai mostrar que não é gradual a constituição da pessoa humana, mas um dado concepcional. O que é processo é o tornar-se pessoa adulta.
Tendo posto o valor intrínseco do feto, o autor analisará alguns argumentos sobre aborto no caso de estupro. Retomando que o feto é pessoa, seu direito à vida não pode ser colocado em discussão pelo sofrimento psicológico da mãe – e Razzo reconhece esse real sofrimento. O problema é que não existe um termômetro, ou “traumômetro”, e mesmo que existisse, o valor objetivo do feto não diminui por expectativas subjetivas. Vale ressaltar algo posto no início do livro, e aqui repetido: apesar do neném ser dependente da mãe, ele não se identifica com ela; ou seja, é distinto. Decorre que, ainda que a mãe não possa ser obrigada a cuidar e reconhecer a criança como filho, não obtém por isso o direito de abortá-lo.
Por fim, Francisco Razzo vai mostrar que desde a concepção o feto é um sujeito de relações interpessoais, não um objeto. Essa intersubjetividade impõe limites às descrições objetivas do mundo, “científicas” – lembrando que sempre nessas descrições existe um “eu” por trás. Essa subjetividade, esse “eu”, inclusive o fetal, não é acessível por meras descrições objetivas da realidade. O “eu” e o “tu” são anteriores a toda análise teórica. O embrião é um “tu”, já objeto de amor, não um “isto”. O embrião já é inserido na comunidade moral, chamado de “filho” e qualificando a mulher como “mãe”. O embrião é pessoa.

Com certeza o livro de Razzo é rico em seus apontamentos, argumentos e dados. É indispensável sua leitura para qualquer um que se interessar pelo tema do aborto e do direito à vida.
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Douglas.Miguel 24/03/2021

Muito bom
Ele é bem amplo abordando o tema de maneira social, histórica, biológica e filosófica
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Deyviton.Yule 30/01/2021

Contraditório
O livro promete fazer uma discussão filosófica contra o aborto deixando de lado o conservadorismo cristão, mas durante toda a leitura o que se percebe é justamente a pregação de princípios cristãos. O autor crítica o Ad hominem dos militantes pro aborto e dedica um capítulo inteiro com ataques ad hominem, confuso... Por fim a argumentação dele se baseia em: o feto é pessoa desde a concepção e por isso deve ter sua vida preservada, mas o questionamento que fica é: porque o feto deve ser considerado pessoa desde sua concepção? Um feto de cachorro é um cachorro? Um ovo germinado pode ser considerado uma galinha? Enfim o livro fica dando voltas nesse mesmo argumento e não há uma evolução nos argumentos.
Wallace 25/03/2021minha estante
Esse tipo de visão contrasta bem a nossa sociedade moderna em que um ovo de tartaruga é mais importante do que uma criança no útero de sua mãe.

Como dizia Chesterton: ?Onde quer que haja adoração de animais, ali existirá sacrifício humano?.




pedrocipoli 02/02/2018

Francisco Razzo é um autor bastante promissor
A principal motivação para adquirir este livro foi a experiência de leitura que tive com A imaginação totalitária, do mesmo autor. Sem necessariamente tomar uma posição, Francisco Razzo oferece um poder de argumentação surpreendente, analisando e respondendo a diversas premissas que se vestem de boazinhas para pregar algo completamente diferente. Esperava o mesmo nível de qualidade em Contra o aborto, e não me arrependi.
Trata-se da mesma estratégia: analisar argumento após argumento, analisá-lo, contraditá-lo e mostrar o motivo. Tudo devidamente referenciado, um ponto extremamente positivo e tão raro quanto o tratamento educado com os "oponentes". Aliás, algo bastante meritório de Francisco Razzo, que trata quem discorda dele com respeito, diferentemente dos "donos do debate", que consideram opiniões diversas uma afronta, respondendo com acusações de misoginia, fascismo, racismo, os de sempre.
Este é um livro que pretende fazer o leitor tomar uma posição? Não, apenas aponta argumentos falsos e trabalha suas ideias com uma filosofia bem construída. Uma leitura rápida, mas profunda, diferentemente de diversos autores brasileiros que estão mais preocupados em vender livros do que em explorar conceitos.
Recomendo a leitura tanto para quem é contra quando a favor do aborto, para todos que busquem o máximo possível de conceitos corretos e bem fundamentados.
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Ruan Ricardo Bernardo Teodoro 26/01/2023

Desde a barriga, Sócrates já perguntava ou O Embrião Indagador
Em "Contra o aborto", o professor Francisco Razzo expõe motivos de ordem ética e filosófica para discutir esse tema polêmico no mundo todo. O mérito de sua obra não advém apenas da apologia, mas sim da discussão FILOSÓFICA que surge quando consideramos a realidade e nossa forma de conhecê-la (um verdadeiro problema epistemológico).

É importante, antes de tudo, que, independentemente de qual seja sua posição, saibamos discutir de maneira saudável o tema. Não desejamos reprimir a liberdade das mulheres e nem desejamos defender o feto a qualquer custo; a discussão que Razzo levanta é justamente o reconhecimento de que o feto (enquanto ser humano em potencial) também tem um espaço nessa discussão que o concerne diretamente.

Em especial a esse último ponto, o professor desenvolve no cap. 4, o entendimento de que não se pode considerar o mundo (e consequentemente o feto) apenas em termos materialistas.

O que isso significa? Materialismo é o entendimento de que apenas a matéria existe, apenas os seres biológicos existem, apenas as células, ou seja, só existe aquilo que a química, a física e a biologia estudam.

Contra esse entendimento materialista, o professor argumenta que as coisas do plano meta-físico (que vão além do que se pode ver com os olhos) são necessárias a fim de se compreender a realidade.

Vou dar um exemplo: o "discurso" é um fator que não depende das ciências naturais. Mas o que é o "discurso"?

Na disciplina de linguística, discurso é uma forma de linguagem escrita ou falada que tem o objetivo de comunicar uma mensagem. Em outras palavras, fazemos "discurso" a todo momento do dia! Sempre que conversamos com alguém, estamos fazendo o "discurso", isto é, comunicando uma mensagem, seja por meio de sons, símbolos, imagens, etc.

Nesse sentido, não há lei da física que regule o "discurso", tecido biológico que o componha, ou elemento da tabela periódico que o represente.

O "discurso" é meta-físico, isto é, é abstrato, vai além das "coisas visíveis" e pode ser ordenado pela razão. Não há como reduzi-lo a termos materialistas.

Da mesma forma, reduzir a realidade apenas a ligações de cátions e ânions é compreender PARTE da realidade, já que nós, seres humanos, podemos compreender a realidade através da matéria, mas também através daquilo que vai além da matéria, como por exemplo o discurso, a lógica e a imaginação.

Nesse sentido, a discussão sobre o aborto deveria considerar que, apesar de o feto não ser um ser humano nascido, ainda sim, ele é um ser perfeitamente CAPAZ de se transformar em um ser humano.

O feto não é só um amontoado de células, como poderiam atestar as ciências naturais, ele é também um ser cuja finalidade intrínseca é se transformar em um ser humano capaz (e sim, Razzo menciona Aristóteles nesse livro) e que, por conta dessa condição, JÁ pode ser considerado PESSOA (possuidora de direitos) desde a concepção.

Portanto, as duas realidades (física e metafísica), simultaneamente, contribuem para o entendimento integral da realidade do feto (e do mundo) que nós conhecemos.

"Todo debate, por mais polêmico que seja o assunto, precisa preservar as regras básicas da argumentação. Em disputas filosóficas, vence quem consegue apresentar e sustentar o melhor argumento [...] Em tiranias, vence quem é capaz de berrar mais forte ou quem domina os instrumentos de poder e persuasão [...] Ditadores odeiam argumentos. A racionalidade é o único chão comum seguro, terreno fértil para as pessoas conseguirem resolver suas diferenças sem apelar ao uso da violência. Tiranos não pisam em chão seguro e terreno fértil." p. 29
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EduardaMariaGG 16/04/2023

Análise filosófica
O livro faz uma análise bem filosófica de argumentos pro-aborto e investiga suas premissas, a fim de questionar o que vem sendo tido como ?verdade?: que o aborto deve ser permitido, pois a mulher tem o direito ao próprio corpo e o embrião não é uma pessoa.
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Elyson Moraes 10/02/2019

Desligar ou destroçar?
Excelente para quem quer fugir da formação intelectual garantida por militantes do Instagram e Facebook, que insistem num jogo semântico, sofismo, propaganda retórica e tentam monopolizar o tema, ao mesmo tempo que fogem do debate sobre o status pessoal do embrião. Aqui, você percebe que defender a vida do nascituro não faz de você um fundamentalista religioso, machista, retrógrado ou uma ameaça conservadora contra as mulheres. Para quem está cansado de pessoas ?produzindo fatos? e deseja, a partir da Filosofia, ?analisar fatos?.
Não lia livros com temática filosófica há muito tempo, então tive dificuldade para ?engatar? a leitura - só consegui maior fluidez a partir da metade. Pessoas (infelizmente) pouco interessadas em abordagem filosóficas podem ter essa dificuldade agravada.
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Gabriel.Marques 21/03/2019

Um livro arrasador! 70% do texto é dedicado a combater falácias daqueles que são a favor da legalização do aborto. Só aí, já não resta pedra sobre pedra da argumentação abortista. Para finalizar com chave de ouro, porém, as últimas 60-70 páginas são destinadas para uma argumentação ofensiva - o autor, o brilhante Francisco Razzo, brasileiro, defende sua posição: a de que um feto, desde a concepção, já é uma pessoa e merece ser tratada como tal. Sua argumentação é destrutiva - praticamente impossível de ser refutada pelo nível intelectual do meio abortista dos nossos dias. Um livro indispensável!
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Douglas 15/07/2020

Totalmente Necessário
“A discussão do aborto precisa ser pensada a partir do panorama retorico e político[...]”. Francisco Razzo, sem dúvida é uma das mentes mais brilhantes do Brasil. O louvor desse livro se apresenta ao discutir a questão do aborto por uma via filosófica. O que se discute quando se fala de aborto? Liberdade, moral, direitos reprodutivos (???), empoderamento, vida? Ao dialogar tanto com influenciadores, filósofos - pensadores no geral-, tanto divergentes como convergentes com suas ideias nos ostra falhas estruturais na lógica de defesa de seus argumentos. A última parte do livro que é onde o autor se debruça sobre a questão e apresenta seus argumentos de forma mais clara e incisiva. Essa obra e necessária até para aqueles que são favoráveis ao aborto, pois ao apresentar uma gama de argumentos, uns originais e outros clássicos, mas aqui, sofisticados possibilita um enriquecimento para o debate. De qualquer maneira, ler Contra o Aborto não será uma perda de tempo.
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HELBER 01/08/2018

Uma boa reflexão sobre o aborto
Um excelente livro para quem quer adentrar no tema do aborto.


O "debate" público em relação ao aborto é, na realidade, uma propaganda pró-aborto, que por trás de frases feitas e com a desculpa que está defendendo "os direitos reprodutivos da mulher", esconde interesses políticos e ideológicos.

O livro então tenta mostrar os erros dos principais argumentos utilizados por aqueles que defendem o aborto, e tenta mostrar que há um novo ser(pessoa) desde o momento da concepção. Outro ponto importante é a relação do sentimento da mulher grávida e o feto, tendo em vista que a liberdade da mulher não é uma razão suficiente para matar um inocente.

Em suma é um livro ideial para um tema tão importante.
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Pedro.Felippe 18/10/2020

A vida continua sendo vida mesmo sem a aprovação do vivente
Você que see sente facilmente influnciado pelo que a mídia propaga como "correto" recomendo esse livro para clarear a sua mente para a questão do aborto.
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Rebeca 24/03/2022

Filosófico
O livro começa explicando um pouco sobre filosofia, e argumentos que serão usados no decorrer do livro. No capítulo seguinte é apresentado um pouco sobre entidades que incentivam o aborto, e também algumas pessoas, com foco aqui no Brasil. Depois se retoma a discussão filosófica, mas agora pra explicar qual o problema do aborto, o que é o feto, o que é ser pessoa.
Fiquei chocada com algumas afirmações que o livro traz, que são proclamadas aos quatro cantos por defensores do aborto. Como pode alguém achar que existem pessoas, porque é isso que os fetos são, não merecem viver?
Aprendi muito com a leitura, o livro traz argumentos filosóficos para a defesa pró-vida.
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