Guilherme Ramos 04/05/2018
O livro já traz em sua capa a descrição do seu conteúdo: Consciência próspera.
Sensacional esse livro, ele desmistifica a crença de que “ter” a entidade Exu do Ouro, (entidade que trabalha o lado esquerdo do trono do Orixá Oxum), como um guia ou protetor te fará materialmente rico.
A princípio o autor explica sobre o quê e quem é Oxum e quais são suas linhas, sua força e seus elementos, para assim prosseguir no mesmo seguimento sobre Exu do Ouro. É interessante, pois geralmente a gente imagina Exu como uma entidade às vezes tão próxima de nós, tão terrena, tão material, alguns até dizem: “É mundana!” Oras e nós não somos mundanos? Afinal de contas estamos no mundo. O livro vem nos mostrar que Exu pode ser o mais distante possível de nós do que imaginamos excepcionalmente Exu do Ouro, justamente por despertar a ambição das pessoas, essa entidade que raramente incorpora em um médium ou simplesmente anda junto dele, pois, para “ter” um Exu dessa linha, é necessário ter muita consciência sobre todas as questões relacionadas ao campo material, financeiro e etc.
Embora Xangô seja o Orixá que trabalha no trono da justiça e Exu do Ouro trabalhe na falange de mãe Oxum, é importante frisar que Exu também trabalha na linha da justiça e embora o livro não cite essa informação aprendemos isso nos ensinamentos de Umbanda, Exu é o mensageiro e também o cobrador. Sendo assim, Exu do Ouro não vai andar ao lado de uma pessoa corrupta por exemplo. O livro nos faz refletir sobre nossos comportamentos, reclamamos da política, do sistema educacional, da saúde, do nosso trabalho e de tantas outras coisas e muitas vezes não identificamos em nós mesmos, nossas falhas, nossas próprias corrupções, nosso “jeitinho brasileiro de ser”, nos mostra tudo isso no intuito de nos educar, o próprio Exu do Ouro muitas vezes nos educa dessa forma, na identificação das próprias falhas. Como progredir se não sou justo e verdadeiro com o próximo e com o meu redor? É necessário sair da passividade, do vitimismo e ter mais atitude, ser honesto, ser verdadeiro para também ser próspero como consequência.
O livro também desmistifica a crença que temos sobre o desapego material e que isso foi inserido na nossa cultura através da igreja católica dentre outras doutrinas cristãs, como o próprio espiritismo. Sem diminuir as outras religiões ou denegri-las, o autor vem nos mostrar outra forma de cultivar o material, mostrando-nos a importância de ter prosperidade e a responsabilidade que vem com essa, que o desapego material não vai lhe fazer superior, você não vai ser um ser evoluído simplesmente por desapegar da matéria, há uma diferença entre apegar e saber utilizar, desfrutar da matéria e que sempre há um equilíbrio.
E para finalizar, o autor explica a divindade Exu do Ouro e a prosperidade em si em influência nas nossas vidas em quatro pilares: 1) Pilar emocional – 2) Pilar mental – 3) Pilar espiritual – 4) Pilar material. E provoca profundas reflexões em buscas de melhorias em todos os nossos campos afim de desfrutar da tão desejada prosperidade.
Único ponto fraco do livro na minha opinião são as “receitinhas” de oferendas. Achei desnecessário. Acho isso tão “receitinhas de simpatias de bancas de jornal” e acho isso também muito pessoal e que também depende muito do momento que se está vivendo, não sou contra, mas, acho que tem rituais que devem ser feitos com preparação espiritual e não como uma simples receita de bolo. Mas, consegui absorver o melhor do livro e ignorar essa parte, não praticando as “receitinhas” obviamente.
De um modo geral recomendo muito a leitura desse livro, adorei!
Frases marcantes:
“Você é um espírito e tem a vida espiritual para se preocupar. E você se preocupa em que ponto? Na sua religiosidade, na sua espiritualidade, como você se relaciona com essa realidade e tudo o que é aqui, com algo que transcende você. Viver a experiência cuidando do corpo espiritual não é ir na religião, não é praticar uma religião, mas absorver valores, independente do caminho, que te impulsionam para uma transcendência, consciência, comportamento.”
“Gratidão – Coragem – Ação. Você já percebeu que esses atributos precisam estar no plano de fundo da sua essência e é preciso ter uma relação de gratidão com a vida. Isso muda o comportamento de lamentação. Você lamenta ou agradece mais. Você acorda e lamenta por estar acordando cedo? Você não faz nada para mudar sua realidade e ainda assim lamenta? É um “reclamão” o empo todo? O que é uma postura de gratidão? Não é ser acomodado, parecer que tudo está perfeito. Não é isso, não se trata disso. Não é fingir alegria quando dói, mas se dói e você tem conhecimento dessa dor, reconheça sem julgamentos onde está a origem ou fonte dessa dor. Aí você vai enfrentar a dor, que é o passo seguinte.”
“Acima de tudo é preciso tem coragem, sair da inércia, para manter quebrado esse alicerce, ou por si só quebrar seu alicerce interior para construir um novo. Se não tiver coragem, não vai acontecer e se não há coragem, há covardia, omissão.”
“Quem não age, não constrói. Se tudo o que você tem em você, ideais, ambições, objetivos, sentimentos, se você não colocar em ação, então você viverá nessa inércia mesmo e nunca conseguirá entender o que é consciência próspera enquanto um padrão de comportamento.”