lilyloren 05/11/2021
Eu não estava com as expectativas muito altas em relação a essa trilogia, mas ela me surpreendeu de todas as maneiras possíveis. Eu me apaixonei completamente pelo Embry e sua história com o Ash; amei a escrita da autora e toda a história que ela construiu, e se não fosse por pequenos detalhes, com certeza seria cinco estrelas.
Antes de começar, quero deixar claro que eu gostei muito da trilogia. Como eu disse, me surpreendeu demais, e apesar das críticas que eu tenho, eu ainda amei conhecer essa história e esses personagens. O amor entre o Ash e o Embry com certeza foi um dos mais bonitos e honestos que li, a forma que eles se preocupavam um com o outro, a forma que eles sofreram e passaram por tantas coisas antes de finalmente terem o final feliz que mereciam. Essas foi umas das coisas que com certeza a autora acertou muito, era muito perceptível essa troca que eles tinham, e como ela tratou toda a questão da bissexualidade de ambos primeiro na guerra e depois na politica.
Esse livro era o que eu estava menos ansiosa dos três porque desde o começo eu tenho certa implicância com o Ash. Eu não sabia o que era ou o porquê, tentei muito gostar dele e tentar enxergar ele da maneira que todos enxergavam, mas eu não conseguia. Depois de muitos capítulos e situações, finalmente em quase 70% desse último livro eu consegui descobrir o que tanto me incomodava nele. Já falei que esse endeusamento que todos tinham com ele era um dos motivos, porque sinceramente não consigo ver ele assim (apesar de tudo que ele fez), mas ao passar do livro e depois de ver tudo pela perspectiva dele, percebi que o que me fazia desgostar tanto desse personagem era essa perfeição exagerada que a autora construiu para ele. Ele não tem sequer UM defeito, nenhuma falha. NADA. E isso me incomoda. Pode ser sem sentido, mas eu não gostei de como ela colocava ele sempre sabia o que fazer, de como ele sabia o que falar, e como isso refletia principalmente no Embry. Quando no final do segundo livro o Embry resolveu concorrer contra ele eu sabia que ele seria humilhado. Eu já previa isso. E quando aconteceu o debate, mesmo já sabendo que autora iria colocar o Ash como melhor, como o mais inteligente, preparado e bla bla bla, eu ainda fiquei nervosa. Ela fez isso durante todos os livros! Colocou ele como melhor em tudo, e sempre dava um jeitinho de rebaixar o Embry, principalmente na relação deles com a Greer. Então, por esses motivos eu não conseguia gostar tanto assim do Ash. A perfeição exagerada dele era chata, era demais, e como se não bastasse tudo, a Abilene também tinha essa obsessão por ele (que foi uma das coisas mais sem noção que essa autora fez e que só reforça tudo que eu falei sobre como ela coloca ele acima de todos), e o Embry é que tem que pagar por isso, COMO SEMPRE. E pra completar sobre isso, eu não aguentei a toda a história de reencarnação envolvendo o Ash. Eu acredito nisso, eu acredito em reencarnação e em toda a espiritualidade por trás disso e do que o Merlin quis dizer, mas não consegui levar a sério a autora colocar o que o Ash foi no passado, porque não bastava ela endeusar ele durante toda a trilogia, colocar ele tão acima dos outros, ela tinha que fazer ele ser quase um Deus também. Nem vou entrar no tópico sobre o Melwas e como mais uma vez ela quis deixar o Embry como inconsequente e o Ash como o mais certo.
Não é novidade que o Embry é meu favorito desde o primeiro livro, e pode ser por isso também que tenho essa mágoa com o Ash, mas ele merecia mais. Eu nunca duvidei do amor do Ash pelo Embry, e eu nunca me canso de ler sobre eles. Eu amo a forma como eles se apaixonaram, amo a história deles apesar de todos os sofrimentos, e meu coração não aguentava quando eles estavam juntos. Eu conseguia imaginar tão bem a cara de apaixonados deles um pelo outro, os toques com tanto significado, as declarações e pensamentos que eles tinham um sobre outro. Era lindo, entrou pra minha lista de casais mais bonitos que já li e daquele amor forte e indestrutível. Mas, apesar de tudo isso e de nunca duvidar desse amor do Ash pelo Embry, ainda acho que ele não reconheceu todas as coisas que o Embry fez por ele, e não acho que ele faria tantos sacrifícios assim. O Embry desistiu de tanta coisa, sacrificou a felicidade dele tantas vezes, e o Ash sempre achava um jeito de jogar na cara dele sobre os erros do passado ou falar que ele o amor dele era maior. E ele nem reconheceu que enquanto o Embry fazia mais um sacrifício por ele, enquanto ele sofria, ele estava sozinho. Não digo que o Ash não sofreu, afinal ele amava muito o Embry, mas ele tinha a Greer ao lado dele, e o Embry não tinha ninguém. E o pior é que ele achava que merecia isso, merecia essa solidão, e me deixa triste saber que ele realmente não se achava digno de felicidade. Essa acho que é a maior diferença entre o Embry e o Ash e porque gosto mais de um do que de outro. O Embry tem erros, tem defeitos, mas não muda que ele era um cara tão bom como o Ash, que ele era capaz de empatia e de fazer coisas grandes assim como ele, e não precisava ser uma coisa forçada, não precisava ser reforçado toda hora como ele era um herói.
Sobre o trisal, eu nem preciso falar muito além de que claramente não era uma relação de iguais. O Embry estava sempre de fora, a preferência da Greer pelo Ash era clara como o dia, e a autora sabia muito bem disso, fazendo aquele final para que a Greer passasse a ter uma conexão com o Embry da mesma maneira que ela tinha com o Ash. Mais uma vez, não duvido do amor dela por eles, mas obviamente não era na mesma medida.
Enfim, como eu falei no inicio, gostei muito da trilogia, mas tudo que eu destaquei aqui foram coisas que me incomodaram desde o começo e eu precisava desabafar. Tirando essas coisas, digo mais uma vez como me apaixonei pelo Embry e pelo casal e no final até consegui gostar dos três juntos porque senti que finalmente era uma relação de iguais, que o Embry não ia mais se sentir e ser excluído. Vou sentir falta deles e de todos os momentos únicos que eles viveram juntos.