Manifesto do Sonhador

Manifesto do Sonhador Regina Gulla




Resenhas -


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Paulo 29/04/2023

As ilustrações são belamente coloridas, parecem aquarelas, não sei se são, e é possível notar nelas esforço e cuidado, mas não as achei extraordinárias ou muito cativantes. O texto, no entanto, o manifesto, é prazerosamente fantasioso, bonito, meio lúdico, e provavelmente a maior parte do meu prazer foi pela identificação pessoal com o tema, porque passei e ainda passo grande parte da vida sonhando, fantasiando, meu analista me disse uma vez, eu preocupado se era normal imaginar tanto, "você é sonhador". Não diferencio sonhar acordado de se iludir, e ironicamente, num trecho do texto, Regina Gulla, "a escolhida para sonhar o manifesto" e ilustradora, alega que há diferenças entre os sonhos e as ilusões, mas ela não explica muito quais são, e isso me deixou mais curioso por ela ter sido por um tempo psicanalista e como ex psicanalista ter redigido e ilustrado um poético manifesto do sonhador.

Um trecho, e depois outro, que lembra muito Manoel de Barros, meu primeiro poeta favoritado e que viveu nas mesmas terras que eu, me fez pensar que, na verdade, esse texto meio descabido e absurdo, um absurdo encantador, parece um tanto manoelesco: tirar um nada do bolso, carregar no bolso um acendedor de vulcões. E só agora me brota a ideia de que Manoel de Barros escrevia em versos uma espécie de realismo fantástico, assim, é óbvio que eu diga que ele é o Gabo - um dos meus escritores preferidos - da poesia brasileira.
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