Resenhas -

AndressaPaz 17/03/2024

Dando nome aos bois!
Frases dignas de marca-texto: "A verdade é que as crianças não nascem ou deixam de nascer necessariamente devido ao ?caminho natural? ou à ?liberdade de escolha?, e algumas vezes nascem porque as mulheres não têm ou não veem um caminho alternativo para si" | "Uma transição assim para a maternidade, sem que se leve em conta se é algo desejado e as consequências que isso terá para a mulher, dificilmente pode ser descrita como uma ?escolha pura e livre?, se aceitamos que as reflexões sobre os custos, os benefícios e as consequências de algo estão necessariamente vinculadas ao conceito de escolha e se aceitamos que uma escolha demanda mais do que uma opção que não seja seguida de sanções e castigos." | "Para outras mulheres, a transição para a maternidade pode surgir do desejo de aplacar um sentimento de solidão ou tédio no presente ou de evitá-lo no futuro, dando um significado maior a sua existência." | "Maya e Rotem expressaram um sentimento manifestado por outras mulheres no estudo ao descrever sua experiência como ?estou desaparecendo aos poucos, desvanecendo?, ?estou tentando tirar leite de pedra? e ?eles estão me anulando por completo?, enquanto se referem a quem eram antes, pessoas mais satisfeitas e completas." | "Essa dupla responsabilidade, no contexto da discrepância entre o desejo de ser mãe de ninguém e a realidade de ser mãe de alguém, pode levar a uma existência partida e uma luta entre identidades, como Sunny disse anteriormente, e como definiu Doreen: ?É como ser duas pessoas ao mesmo tempo. Às vezes sinto como se tivesse esquizofrenia.? | "A sensação de obrigação, responsabilidade e preocupação em relação aos filhos não costuma desaparecer, nem mesmo quando essas tarefas mecânicas ficam para trás, uma vez que, para muitas mulheres, a consciência da maternidade está sempre presente, 24 horas por dia, sete dias na semana." | "A percepção é de que quanto mais rápido a casa se encher, mais rápido ela vai se esvaziar. Quanto mais cedo a mãe deixar de lado seu tempo pessoal em nome do tempo familiar, mais rápido vai tê-lo de volta. Portanto, ao ter os filhos em sequência, o que desejam algumas das entrevistadas é acabar com a maternidade o quanto antes, ainda que ao mesmo tempo saibam que se trata de uma história interminável." | "Verificar, com precisão cirúrgica, os eufemismos que se tornaram ?normais? e ?naturais? para nós, como as mensagens de que ?filhos são uma alegria, filhos são uma bênção?, ?somos unidos por laços de sangue? ou ?a família em primeiro lugar?. Se não formos cuidadosos e não tivermos consciência do poder destrutivo desses eufemismos, eles se tornam parte de nosso DNA social e cultural, e nos convencemos de que é assim que deve ser por toda a eternidade." | "ter filhos é, para dizer o mínimo, uma loteria em um mundo imperfeito. É a criação de uma nova pessoa cuja natureza é de maneira geral desconhecida, sem falar das necessidades especiais que porventura ela possa vir a ter." | "A combinação do patriarcado (que estimula a maternidade) e o capitalismo (que estimula o ?progresso? constante no espírito do ?livre mercado?) cria mais uma vez um binômio que não deixa espaço para as mulheres serem consideradas pelos outros (e também por si mesmas) seres humanos capazes de determinar por contra própria qual é o sentido de sua vida (sem que isso tenha necessariamente relação com a maternidade ou com uma carreira profissional) ou decidir que o sentido da vida é que não há sentido nenhum." | "Se o cuidado com os filhos fosse tratado como uma forma de trabalho, e não como uma espécie de passatempo para depois da jornada de trabalho, envolvendo ?tempo de qualidade?, eu também acharia a ideia de ter filhos mais atraente." | "Mesmo que eu vivesse em um mundo no qual outras pessoas pudessem me ajudar ou até mesmo criar os filhos por mim, isso não mudaria o fato de que não quero ter filhos simplesmente porque não sinto a necessidade nem o desejo de tê-los." | "[...] não devemos esquecer que algumas mulheres não desejam ter filhos nem se juntar a coletivos de criação de crianças em nenhuma circunstância.?

Natalia 09/12/2023

Necessário
A autora não teve medo de falar sobre esse tema tão repudiado pela sociedade! Conteudo muito bem trabalhado, sem colocar panos quentes.
Acho que deveria ser uma leitura obrigatoria a todos (mulheres, homens, quem quer ter filhos, quem não quer, quem já tem), pois precisamos aprender a falar mais abertamente sobre esse tabu, sem julgamentos. Temos que entender que cada ser tem uma experiencia com a maternidade.
Além disso, mostra como ainda na sociedade atual o fardo da maternidade continua sobre a mulher. Talvez tenha piorado, já que agora a mulher tem que dar conta de muitas outras coisas além da casa - e como isso tem afetado a relação da mulher com a questão de ter filhos.

Ailauany 07/11/2023

“{...} Talvez devêssemos repensar por que ficamos indignados quando as mulheres utilizam sua memória.”

anniehatchie 05/09/2023

Nós mulheres somos cobradas, criticadas e incompreendidas. Nos dizem o que devemos fazer e o que não podemos NEM PENSAR.

Eu nunca quis ser mãe. Mas aconteceu. Eu não pensei que conseguiria - principalmente naquelas duas primeiras semanas -. Mas eu consegui. Comecei a ler o livro com um pouco de receio de descobrir que eu me arrependia de tudo, mas digo com toda a certeza do mundo que NÃO ME ARREPENDO. Minha filha é meu amor! Meu presente!

Mas cada dia mais eu acredito ser importante a gente entender, se colocar no lugar e respeitar a vontade e desejo de cada uma. Principalmente no que se diz respeito a escolha de vida e em relação ao seu próprio corpo. No livro a gente vê muito o quanto a sociedade impõe e pressiona as mulheres: ?você tem que ser mãe? ?você tem que ser A MELHOR mãe - mas também tem que ser a funcionária do mês, cuidar da casa, estar sempre impecável e agradar seu marido?

Como alguém consegue? Sério. Sem falar na solidão de tudo. Mesmo com rede de apoio, mesmo com todo dinheiro do mundo, mesmo com tudo do bom e do melhor?.tem muitq coisa que é extremamente solitário sem ser.

Enfim?
Ser ou não ser é realmente uma questão muito pessoal e particular. E a gente já tem tanto por que lutar. Pra que se incomodar com as decisões de cada um?

madu :) 04/08/2023

Imprescindível para todas as mulheres
Se você é mulher e pensa que todas nós possuímos aquilo que se diz instinto materno, esse livro é pra vc.
Se vc é mulher e tem como sonho ser mãe, esse livro é pra vc.
Se vc é mulher e tem sentimentos ambíguos com relação a sua maternidade, esse livro é para você.
Esse livro é para todas, pq ele descontroi essa ideia de que todas as mulheres têm como destino o chamado para serem mães. Ele propõe que elaboramos a maternidades não como destino indiscutível para todas as mulheres, afinal de contas a sociedade não reproduz o discurso de que fomos ciradas para isso?
A autora oferece a visão da maternidade como uma relação social, que depende de duas pessoas: filho, e, de maneira tão importa quanto, a mãe. Com sua bagagem e uma vida que se transforma com a maternidade.
E dessa forma, pq não seria legítimo o direito ao arrependimento de uma vida e de uma pessoa deixar para trás, para uma nova identidade enquanto "mãe de alguém".
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"Esses momentos de desorientação, portanto, são necessários, pois é precisamente nessas horas- quando estamos "tateando no escuro"- que a ideia comum de vida como uma linha reta é questionada.
Esses momentos podem revelar que talvez o terreno aonde estamos pisando era instável, e mais: são esses momentos que permitem acesso a outras possibilidades a nossa imaginação"
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yatamaki 25/04/2023

Estou em completo silêncio
Esse livro é um soco no estômago para quem romantiza a maternidade ou acha que todas as mulheres devem ser mães, seja por pressão social ou algum motivo biológico de que nós fomos feitas para reproduzir como éguas parideiras. a maternidade não é bonita, é exaustiva e basicamente um buraco que você MULHER se afunda e se perde, cada vez mais. fico chocada por quem diante de tudo isso, ainda opta pela maternidade de livre e espontânea vontade, e sinto empatia pelas que optaram, pelos mais diversos motivos que não o de ser mãe. sintam-se abraçadas e livres para expressar seu arrependimento.

Alice 07/09/2022

Muito bom
O livro traz a baila o lado obscuro da maternidade, o qual é sempre silenciado por toda sociedade. Uma excelente oportunidade para entender e compreender o sofrimento de muitas mães.

Andressa 18/01/2022

Necessário
Importante leitura para mulheres que desejam ou não serem mães. Traz relatos impactantes do arrependimento materno, além do sofrimento causado pelo julgamento social.

Camila 13/11/2021

Pesquisa excelente sobre um conteúdo delicado
Atenção: se o tema Maternidade te dá algum gatilho, recomendo evitar ou ir de leve na leitura desse livro.

Mães Arrependidas transcreve uma pesquisa empírica qualitativa desenvolvida por Orna Donath, com 23 mães que categoricamente se arrependeram da maternidade, em Israel, um dos países mais pró-natalidade do mundo.

Dentre vários trechos que merecem destaque, escolhi um mais neutro e brando para citar aqui, mas ressalto que o conteúdo do livro pode ocasionar um desconforto emocional.

"Insistir em esboçar e descobrir novas rotas e mapas ao ouvir atentamente as mulheres que participaram deste estudo, assim como as mulheres que vieram antes e depois delas, é importante não apenas para as mães que se arrependem da transição para a maternidade. Também pode ser relevante para as mulheres que não querem ser mães e para as mulheres que são mães, pois permite que elas trilhem novos caminhos, nos quais possam parar, se demorar, caminhar sem rumo, dar meia-volta e ficar pelo tempo que quiserem."

André 27/09/2021

Um livro fundamental para todos aqueles e aquelas que ainda idealizam a maternidade. Um verdadeiro soco no estômago.

fabiele :) 27/08/2021

O tal amor de mãe?
Ter um filho, amar este filho e gostar de ser mãe são características que este livro nos deixa claro que podem existir separadamente e que não dependem uma da outra.
Muito esclarecedor e importante para entender pontos de vista sobre a maternidade que normalmente não são falados abertamente no dia a dia.

Caroline 19/03/2021

Gostei bastante da organização do estudo, dos depoimentos marcantes e da tentativa de solucionar as questões que atormentam as mães, acho que deveria ter aprofundado mais sobre a maternidade interrompida que corrobora pra narrativa, a qual foi apenas citada. Além disso, achei interessante o mecanismo das voltas no mesmo assunto pra certificar o contra-argumento sobre o senso comum que penaliza tais mulheres, mas de certo ponto se tornou cansativo.

Lola 27/12/2020

"Vem que a água tá boa"
Imagine estar no receio de pular ou não numa piscina, todos te falarem que é algo maravilhoso, que você vai se arrepender se não pular, que somente se vive plenamente quando se joga. Aí você entra e vê que a água tá gelada demais pra você, que não era aquilo que você queria, quem deveria estar lá pra te apoiar simplesmente sumiu e você é impedida de sair.

Há uma venda da maternidade como o ápice da realização da mulher, sem a sociedade se perguntar se a mulher em questão realmente quer isso. E quando se questiona sobre a maternidade ser realmente toda a maravilha que se vende, os apontamentos são recebidos como se fosse uma heresia.

Seja por pressão familiar, por desejo de contemplar a vontade do cônjuge, por acreditar no que falam sobre mudar de ideia, pela pressão de um relógio biológico... o livro reúne relatos de mulheres que se jogaram na maternidade, algumas com uma voz interior falando que ia dar ruim.

É uma leitura necessária para a gente se perguntar até onde vai o conceito de maternidade na sociedade, ao passo que não se vê cobrança igual ao homem - tampouco aos pais de Facebook.

Mariana 15/04/2020

Maternidade nua e crua
É interessante ler outros pontos de vista que desromantizem a maternidade, a fim de embasar nosso poder de decisão em relação a ter ou não filhos. Mãe: ser ou não ser?

Michelle Araujo 21/09/2018

Escarecedor!
Um livro que teria ajudado muitas mulheres que se tornaram mães somente pelo medo do arrependimento futuro por não o fazer! O final das histórias das que se rendem à sociedade e ao medo diversas vezes é bom... Mas poderia não ser e muitas vezes não é! Muitos relatos emocionantes e muito válida a discussão! Recomendadíssimo. Vontade de reler e reler e reler e reler!