Augustus

Augustus John Williams




Resenhas - Augustus


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jota 26/09/2023

O livro de Williams é, para The Washington Post, “De longe o melhor romance histórico escrito por um americano.”
John Edward Williams (1922-1994), simplesmente John Williams, escreveu quatro romances: Nothing but the Night (1948), obra que renegou, Butcher’s Crossing (1960), Stoner (1965) e Augustus (1972), o último deles e pelo qual recebeu o National Book Award. Morreu em 1994 deixando inacabado aquele que seria seu quinto romance. Não teve, portanto, o desprazer de ver as capas brasileiras que a editora Rádio Londres perpetrou para suas edições de Stoner (2015) e Augustus (2018), esta seguramente uma das mais pavorosas de todos os tempos.

Não aprecio tanto assim romances epistolares, embora Augustus traga além de muitas cartas fictícias trocadas entre personagens históricos, igualmente fragmentos de diários, memórias, anotações pessoais, documentos etc. Através deles nos é contada a história de Caio Otávio depois imperador Augustus, o primeiro do império romano, que aos dezenove anos se torna herdeiro e sucessor do célebre Júlio César (aquele mesmo supostamente autor da conhecida frase Veni, vidi, vici, Vim, vi e venci), que foi assassinado em 47 a.C.

Desfilam pelas páginas do livro de Williams além de Otávio e Júlio César, figuras como Marco Antonio, Cleópatra, Cícero, Estrabão e muitas outras. Otávio (ou Augustus) só vai nos falar no final do romance, quando escreve a carta mais longa de todas, endereçada a Nicolau de Damasco, em 14 d.C., e então tudo aquilo que (para mim) estava bastante solto, adquire uma organicidade que nos faz conhecer melhor o homem e o imperador. Ele apreciava tâmaras demasiadamente (eu também). Morreu aos 75 anos.

Bem, dos livros de John Williams continuo achando Stoner o melhor de todos e até mesmo Butcher’s Crossing mais impactante e interessante do que Augustus. Que, nessa linha de romances históricos, me pareceu um pouco distante da maestria que Marguerite Yourcenar demonstrou em suas Memórias de Adriano (1951). Para mim, Augustus estaria mais próximo de obras como Eu, Claudius, Imperador (1934), de Robert Graves e Juliano (1986), de Gore Vidal, dois romances bastante eficientes. Mas convém lembrar o registro do jornal The Washington Post, transcrito lá em cima. Ok, então.

Lido entre 29 de agosto e 26 de setembro de 2023.

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Danilo.Santos 01/07/2021

Um grande livro de um grande autor
Williams merecia ser mais conhecido. Já havia lido dele o também ótimo "Stoner". Aqui o livro é narrado através de cartas e diários dos próprios personagens, artifício muito usado na literatura mas aqui, como em "As Ligações Perigosas", de Choderlos de Laclos, por exemplo, é feito com maestria e imaginação impressionantes. Nas páginas finais o livro perde um pouco o pique, com muitas divagações, mas se recupera, como no sonho de Augusto e no Epílogo(carta de Filipo), com a impagável e irônica piada da última página, no último parágrafo do romance. Leiam!!
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Czuchraj 18/01/2021

Imperador Augustus
È um livro bastante interessante por se tratar de uma figura como Caio Otavio primeiro imperador romano que teve a leve missão de administrar o mundo e fez isso muito bem. O livro é baseado em fatos históricos reais mais como são incompletos para se montar uma historia o autor criou alguma parte ele mesmo e fez isso muito bem formando uma livro intrigante
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Tah_baddauy 23/08/2020

A única parte ruim do livro é que ele acaba, uma pena Jonh Williams ter escrito tão pouco em vida...
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@dropsdeleitura 17/02/2019

Então.. ?Augustus? foi meu segundo livro do autor, o norte-americano John Williams. Tive o prazer inesperado de ler ?Stoner? ano passado, e mais uma vez fui tragada pela simplicidade de sua narrativa, que tem o poder de nos envolver sem pretensões, sem malabarismo.. apenas uma habilidade natural para contar histórias. .

Por isso o ?prazer inesperado?: porque um livro pode começar com toda calma e tranquilidade, e no mesmo ritmo nos lançar num mergulho profundo na natureza humana, nos labirintos arados na vida pelas escolhas que fazemos ou deixamos de fazer. Foi assim com ?Stoner?, foi assim com ?Augustus?. .

Cartas, diários e registros de personagens históricos são os elementos que compõe o livro, o que torna a leitura ainda mais interessante pelos múltiplos pontos de vista e saltos temporais. .
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Quedali 15/12/2018

A idéia foi boa, a execução, porém,...
Meu interesse pela história de Roma, me levou a adquirir este livro. Outro fator que me entusiasmou de ler Augustus foi ter a oportunidade de conhecer mais uma obra de John Williams, após a muito agradável experiência de ler Stoner.
A leitura de Augustus, entretanto, por conta da opção do autor de narrar a história por meio de cartas e missivas, ficou, me parece, prejudicada. O texto é excessivamente didático. O que em outro tipo de obra seria um mérito, em um escrito literário torna a leitura cansativa e aborrecida em alguns momentos. O texto flui bem em algumas páginas, em outras, não, dado que as explicações contidas nas cartas e documentos utilizados para embalar a narrativa sugerem que a escrita não foi feita para os personagens, mas para o leitor, o que impede a imersão no conteúdo da obra. Ficamos com a impressão, em algumas partes, que estamos lendo um texto de História. Não entrarei no mérito de Augustus ser apresentado com um perfil extremamente positivo e generoso. A ficção permite alguns exageros ou imprecisões. Ele foi de fato um hábil governante, mas muitas vezes teve que agir violentamente contra aqueles que julgava serem seus inimigos e, portanto, adversários da ordem e paz pública que procurava impor após anos de duas guerras civis sanguinolentas.
Por fim, a tradução. Ela, acredito, segue os parâmetros do texto original. Para mim, leigo sobre o assunto, me pareceu adequada e boa. Entretanto, alguns excessos e abusos conceituais aparecem no livro. Chamar, nas falas de alguns personagens, Roma de "nação" foi uma delas. O conceito de nação é moderno e de forma alguma existia no tempo de Augustus. Roma era uma república e, depois, império. Uma realidade forjada pela espada que congregava diversos povos, que não se viam como um só. Há outros erros conceituais. Poucos, mas que irritam pela imprecisão.
De qualquer forma, o livro vale a leitura pelo bom contexto que oferece da natureza das disputas políticas ao final da república e início do império, bem como das posições pessoais dos diversos atores à época. Igualmente, o livro permite ver, descontada sua visão amplamente positiva de Augustus, como ele conseguiu forjar um equilíbrio dentro do império, o que lhe garantiu uma longeva paz.
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Aguinaldo 23/07/2018

augustus
Essa capa é ridícula, uma das mais feias que já vi, ganha até das cousas amalucadas da Martin Claret, mas a edição é caprichada e o texto, o livro em si, muito bom. John Williams é um autor que publicou pouco (quatro romances e dois livros de poesia), foi professor universitário e é ainda respeitado. "Augustus" foi seu último livro, publicado originalmente em 1972 e ganhou o prestigioso "National Book Awards" no ano seguinte. Trata-se de um romance epistolar, onde são apresentadas o que seriam cartas, diários e registros pessoais de vários personagens históricos que falam do primeiro dos grandes imperadores romanos, sobrinho e herdeiro de Júlio César, Caio Octávio, posteriormente divinizado como Augusto César. Ele governou Roma em seu apogeu, pelo maior período de tempo, mais de quarenta anos, e viveu sucessos sem conta. Williams divide seu romance em três grandes blocos. O primeiro vai do momento em que Júlio César decide adotá-lo e prepará-lo como sucessor (em 45 a.C.) até sua vitória sobre Marco Antônio e ascensão ao trono (em 32 a.C). O segundo bloco segue até 4 d.C, quando aos 66 anos envia para o exílio sua única filha, Júlia e escolhe como sucessor seu genro Tibério. O terceiro bloco continua até a morte de Augusto durante uma viagem em Capri, aos 76 anos, em 14 d.C. O Augusto reconstruído por Williams é um homem amargurado, que sempre confia em seu frio instinto de sobrevivência e em sua capacidade de compreender o caráter das pessoas que o cercam, mas que é capaz de idealizar e sonhar uma Roma menos corrupta, a acreditar na possibilidade de uma vida mais justa para todo o povo romano. Apesar de no livro dezenas de narradores terem a função de contar a história de Augusto o único que alcançamos compreender bem é ele mesmo. É um livro muito fácil de ler, o sujeito não precisa ser um especialista em história romana para acompanhar os sucessos da narrativa, a polifonia de vozes e personagens, a ascensão e queda dos amigos e inimigos do imperador, o desenvolvimento de seu caráter, de sua vida interior, do acúmulo de atos cruéis, por mais bem intencionados que fossem. "Augustus" lembra muito o ritmo de "A morte de Virgílio", de Hermann Broch, publicado em 1945, "Memórias de Adriano", de Marguerite Yourcenar, de 1951 e também "Juliano", de Gore Vidal, que é de 1964, livros que li naqueles mágicos anos 1980, onde parecia haver tempo para se ler tudo o que era publicado, ai de mim! Bueno, terminei noutro dia "Stoner", o romance anterior de John Williams, publicado em 1964, portanto em breve haverá algum registro sobre ele aqui. Vale!
Registro #1285 (romance #339)
[início: 06/04/2018 - fim: 10/04/2018]
"Augustus", John Williams, tradução de Alexandre Barbosa de Souza, Rio de Janeiro: Editora Radio Londres, 1a. edição (2017), capa-dura 14,5x22 cm., 378 págs., ISBN: 978-85-67861-23-4 [edição original: Augustus (New York: Viking Press / Penguin Random House Group) 1972]

site: http://guinamedici.blogspot.com/2018/07/augustus.html
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Hernani 20/07/2018

Inútil governar o mundo
Antes de qualquer coisa, ESSA CAPA HORRÍVEL!!!! A Rádio Londres ia tão bem com a publicação da obra completa de John Williams, um conjunto de três livros que seriam uma
unidade, mas alguém (e eu não perdôo jamais) aprovou essa capa medonha, que não somente é pavorosa por si só (de longe a pior que já vi) como também quebra o projeto gráfico das outras duas obras. Desabafo feito, vamos à obra. Pra mim foi de longe o melhor livro do Williams. Com uma estrutura polifônica ele perpassa décadas de história sem perder a personalidade, inteligência e sensibilidade de cada narrador. Todos que se interessam por História Antiga sempre nutrem uma admiração por Júlio César, mas Caio Otávio (Augustus) nunca desperta tanto interesse. Toda política romana, a evolução de seu Direito, a fineza de sua oratória, o mármore branco do seu Senado sempre foi nutrida pelo sangue das conspirações e o vício das corrupções. E por isso é um feito notável que um garoto de 19 anos ascenda ao poder e nele se mantenha até sua morte natural aos 75 anos, mantendo Roma num relativo período de prosperidade. Guerras, amizade, intrigas, inimigos, casamentos, acordos, legado compõem um retrato em forma de um mosaico disforme do homem que teve (revelado num sensacional e amargo capítulo final) como única companheira fiel a sua própria solidão. Augustus sacrificou tudo pela PAX ROMANA e conclui que foi tudo inútil, o que faz com que a última linha do romance (num golpe de gênio, parabéns Williams!) nos provoque um crise de riso amargo. Que livro!
Vitória | @livrosland 23/09/2018minha estante
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LidoLendo 16/04/2018

Não sei viver num mundo sem John Williams
Só queria que John Williams ainda fosse vivo! Vontade de abraçar esse hômi rs como escreve, senhores!

Stoner já é um dos preferidos da vida e agora esse Augustus! Excelente! Mas é o tipo de livro que vc tem que se interessar pelo tema, ok?

Sim, o assunto é "batido" e já foi exaustivamente abordado em outros livros, filmes, séries de tv: Império romano, Julio Cesar, Marco Antonio, Caio Otávio... mas o diferencial é mesmo a estrutura narrativa e a pena afiada do autor! Amei! E claro... chorei no final hahah

Recomendo!
@isavichi
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regifreitas 05/04/2018

Um ordinário professor de literatura da primeira metade do século XX. Um jovem estudante de Harvard, da segunda metade do século XIX, que decide largar tudo em busca de uma vida mais autêntica na fronteira selvagem dos EUA. O fundador do império romano e seu primeiro imperador. Esses personagens tão díspares têm algo em comum: ganharam vida na ficção pelas mãos de John Williams (1922-1994).

Nascido John Edward Williams, ele foi aviador durante a Segunda Guerra Mundial. Após a Guerra, obtém o título de Doutor em literatura (1954), trabalhando, até a sua aposentadoria (1985), como professor na Universidade de Denver. Pouco valorizado, e mesmo esquecido pela crítica da sua época, recentemente, doze anos após a sua morte, sua obra tem sido reeditada, ganhando finalmente o reconhecimento não recebido em vida. As três grandes obras de Williams – BUTCHER’S CROSSING (1960), STONER (1965) e AUGUSTUS (1972) - foram escritas num período de poucos anos. Quando vem a falecer, em 1994, o autor deixa um romance incompleto (The sleep of reason), que teria como temas a guerra e a falsificação de obras de arte.

Em AUGUSTUS acompanhamos a ascensão de Caio Otávio, posteriormente denominado Augusto, que, após o assassinato de seu tio, Júlio César, torna-se filho adotivo e herdeiro deste. Juntamente com Marco Antônio e Lépido, Augusto forma o Segundo Triunvirato, governando a República Romana como ditadores militares. Após a dissolução do Triunvirato, Augusto passa a governar investido oficialmente pelo Senado com o título de imperador.

A figura de Augusto vai sendo-nos apresentada através de correspondências trocadas por pessoas próximas a ele, como amigos e parentes, bem como por cidadãos, escravos e estrangeiros que viveram durante aquele período. Tudo o que sabemos sobre Augustus é retratado pelo olhar do outro, daí as distorções que isso pode gerar. Quando é um amigo próximo, o imperador é retratado de uma forma. Quando se trata de um rival ou inimigo, a visão sobre aquele mesmo momento pode ser bem diverso. Isso torna a leitura bem mais interessante.

STONER ainda é minha obra preferida, mas tanto este AUGUSTUS quanto BUTCHER’S CROSSING são igualmente notáveis. Uma pena que se acabaram as oportunidades de ler mais John Williams. Afora duas coletâneas de poesia, existe somente mais um romance (sua primeira publicação, mas renegada pelo próprio do autor) que ainda não apareceram por aqui. É realmente uma lástima um escritor tão bom ter escrito tão pouco! Mas, somente pelos trabalhos que deixou, merece ter seu talento reconhecido. Se foi um autor que não inovou a forma ou a linguagem literária, ao menos sabia como ninguém contar boas e fascinantes histórias.
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Breno130 02/02/2018

Uma ode a Augusto, fundador do Império Romano
Romance histórico, epistolar ficcional, de magnífica qualidade! Dividido em 3 partes, o livro conta a ascensão de Otávio César a líder de Roma, primeiro de forma republicana, e após alguns anos, fundando um Império, governando sob o título de Augusto. Uma história repleta de intrigas políticas, disputas familiares e casamentos conturbados. Mas o que mais chama a atenção é a humanidade com que John Williams dá a ele: Um homem que foi adorado como um Deus, no fim das contas, era apenas um homem que queria o melhor para seu povo, mesmo que isso lhe custasse perdas pessoais.

A terceira parte do livro é, sem dúvida, a mais arrebatadora e possui momentos inesquecíveis, e que com certeza, figura entre as melhores declarações de um homem moribundo a sua vida já escritas na literatura universal.

"Estou convencido de que, na vida de todo homem, cedo ou tarde, chega o momento em que ele toma consciência, mais claramente que nunca, e independentemente do que ele consegue admitir, da terrível realidade da sua condição; do fato que ele está sozinho, e separado dos outros; e que ele apenas pode ser a miserável criatura que ele é. Olho agora para meus quadris magros, a pele enrugada de minhas mãos, a carne frouxa e manchada pela idade; e é difícil dar-me conta de que um dia este corpo buscou aliviar-se de si mesmo no corpo de uma mulher; e que uma mulher buscou o mesmo em mim. A esse instante de prazer, alguns dedicam suas vidas inteiras, tornando-se amargos e vazios quando o corpo os abandona, como é natural que seja. Aquela amargura e aquele vazio se devem ao fato de que eles conheceram aquele prazer sem saber o que esse prazer significa. Pois ao contrário do que muitos possam acreditar, o amor físico é o menos egoísta de todas as variedades do amor; ele almeja ser um só com o outro e, portanto, escapar de si mesmo. Esse tipo de amor é o primeiro a morrer, é claro, decaindo conforme o corpo decai; e por esse motivo, sem dúvida, tem sido considerado por muitos a variedade mais primitiva. Mas o fato de que vai morrer, e de que sabemos que vai morrer, torna esse amor mais precioso; e depois de conhecê-lo, não estamos mais irreversivelmente presos e exilados dentro de nós (...)" (pág. 363-364)
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