O Fio da Navalha

O Fio da Navalha Francesco Dimitri...




Resenhas - O Fio da Navalha


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Panda djpandacwb 12/05/2018

Uma aventura divertida
Personagens diferentes reunidos para resolver uma missão diferente. Traço lindo, resolução de cenas fantásticas, roteiro interessante. Vale conhecer.
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Paulo 03/06/2018

Histórias de aventura sempre são divertidas. Ver perseguições, invasões a lugares fortificados, grandes mistérios. Sempre fui atraído por esse tipo de narrativa desde a minha adolescência. O que vemos em O Fio da Navalha é uma grande aventura nesses moldes com personagens misteriosos tentando trabalhar em equipe. Isso com uma trama de espionagem no fundo que os personagens buscam tentar explicar e entender para no fim darem suas próprias cartadas, afinal eles são gênios.

A edição da Mythos está muito elegante. De todas as HQs que eu tenho dessa nova linha Gold Edition, essa é a maior. Com 212 páginas em um papel couché de alta gramatura, a HQ dá uma falsa impressão de ser bem maior do que isso. A edição é em capa dura com uma bela ilustração na frente que vai fazer sentido para o leitor depois que ele terminar a leitura. Algumas pessoas reclamaram que o quadrinho se abre muito quando estamos chegando para a metade dele. Para mim, não foi incômodo, achei a edição até bem flexível neste sentido e bem costurada. Um pouco da cola saiu, mas não manchou os desenhos como alguns reclamaram. Talvez o problema tenha sido em um lote específico. Quanto a abrir demais, não tem como evitar: é uma HQ em capa dura com mais de 200 páginas. Senti falta de algum extra que poderia ter ao final da edição como uma galeria de capas ou alguns sketches. Daria um tcham a mais na edição. Um outro detalhe: o quadrinho é volume único, ou seja, dentro temos todas as edições que saíram na Europa, o que é um feito incrível se levarmos em conta que são quatro álbuns na edição europeia.

Antes de falar sobre a narrativa, eu queria comentar um pouco sobre o desenho do Mario Alberti que impõe o ritmo certo para a história. A gente consegue perceber que a escala de cores vai mudando com o desenrolar da história. No primeiro capítulo tudo começa muito brilhante e instigante, mostrando personagens bem vestidos, pomposos em uma festa onde tudo pode e tudo acontece. Tudo exala riqueza e elegância. À medida em que vamos avançando, o artista vai mudando a palheta, impondo tons mais sombrios, mostrando a sujeira com que tudo acontece até chegar ao final onde tudo está escuro. Os personagens são apresentados quase como silhuetas em um fundo brilhante e azulado.Apenas no final que as cores retornam. O design de personagens também impressiona, sendo que cada um deles tem suas características bem delimitadas e os modelos não se repetem.

" - A gente pode pagar a sua dívida... e você não vai ficar devendo nada pra nós.
- E vocês fariam isso por quê?
- Porque eu sou podre de rica e quero fazer alguma outra coisa além de mostrar o meu traseiro na internet."

Eu detesto criticar uma história que inicialmente eu adorei a proposta. Pior: ela cai no estilo de histórias que eu curto para me divertir. No entanto, preciso comentar que ela acaba um pouco desbalanceada. Tenho três capítulos muito divertidos e um quarto que eu não entendi por que o autor fez aquilo. A proposta do Dodecatlo e de realizar uma versão contemporânea remetendo à Antiguidade me pareceu interessante e até os personagens são um pouco inspirados na ideia por trás da formação de A Liga Extraordinária, do Alan Moore. A gente vê pequenas inspirações aqui e ali, dadas as enormes diferenças de pegada. Mas, quando eu vi que as tarefas estavam se arrastando, comecei a ficar preocupado porque vislumbrei um deus ex machina lá no segundo capítulo. Alguma coisa iria desandar e o autor iria buscar alguma solução escalafobética para resolver tudo. Não deu outra. O quarto capítulo é um desastre, na minha opinião. Soluções simples de enredo, um final nem um pouco convincente apesar de arriscado. Aquele tom mais scifi do final não combinou nem um pouco com a proposta que o autor apresenta nos ótimos três capítulos anteriores. Para mim, raptaram o autor e substituíram por um clone ruim e ele escreveu isso. Por causa de tudo o que veio antes, eu acabei dando 2 corujas além da arte sensacional do Mario Alberti.

É legal quando aparece um vilão que é simples de entender. Um cara que quer dominar o mundo, ou escravizar a humanidade ou ser um deus. Nilistas são sempre fáceis de serem entendidos. E muitas vezes os autores não sabem ou não gostam de trabalhar com esse tipo de simplicidade. Não é necessário se embrenhar tanto, às vezes, nas motivações de um vilão. Ele é o que é e pronto. Cabe aos "heróis" deter os seus planos malignos. O vilão também é aquele cara que tenta atrapalhar a vida dos heróis, criando obstáculos em sua jornada. Tá certo que a gente só vai saber o nome do vilão realmente no final, mas okay, gostei da forma como ele estava presente em todo o escopo da história e nós é que não tínhamos percebido antes.

A relação entre os personagens também é bem trabalhada pelo roteiro. Aqui estamos falando de personagens geniais em suas devidas áreas, capazes de causar desastres apenas porque querem. Não fazem porque não tem vontade. Outra coisa legal destes personagens é que eles são absolutamente comuns. Não há super-heróis que voam, arremessam ônibus ou disparam bolas de fogo: são apenas pessoas com QIs gigantes resolvendo problemas com sagacidade, roupas de grife e muito dinheiro. Acho que a personagem que mais encarna isso é a Stella, a riquinha cheia de dinheiro, que curte fazer sexvídeos. Vamos vendo um pouco da personalidade dela ao longo da narrativa e ela dita um pouco as regras de como são os demais psicologicamente. Ela está no Dodecatlo porque ela curtiu a proposta e entendia como um jogo para escapar da enfatuação do cotidiano.

Por outro lado temos Delroy, um cara misterioso e absolutamente sem sentimentos. Nenhum dos outros personagens sabe qualquer coisa a seu respeito e ele parece ser aquele cara que vai sujar as mãos quando for necessário. Com o progredir da narrativa vamos percebendo que existe algo mais no coração de gelo de Delroy e que por trás de toda aquela elegância existe um monstro cruel. Já Mark eu achei muito inspirado na figura de Ben Urich, o repórter do Clarim Diário, jornal da Marvel que aparece nas revistas do Demolidor e do Homem-Aranha. Se o Ben fosse mais jovem, ele seria igual ao Mark. Apesar de ser mais extrovertido que Delroy, não se enganem: ele pode ser tão perigoso ou até mais do que ele. Temos também a Jirakee e o Hiro, mas eles acabam não recebendo muito espaço na história.

O Fio da Navalha é um quadrinho que remonta às boas aventuras de outrora. Traz personagens disfuncionais que tentam trabalhar em equipe. Seus méritos estão em trabalhar bem essa relação e um início de história que acontece em alta velocidade. Mas, eu não entendi bem o que aconteceu no quarto capítulo que foi algo decepcionante para mim. Mas, no final, fiquei com uma boa impressão a respeito da proposta.

site: www.ficcoeshumanas.com
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