isxcaparelli 23/12/2023
Resumo do livro
capítulo 1 - socialismo utópico
teorias antigas e idealistas, é necessário converter o socialismo em ciência. segundo hegel, ''o mundo girava sobre a cabeça''. a ''razão'' guiava, época da reforma e guerras camponesas na alemanha, e influência da revolução inglesa e francesa. o contrato social de rousseau tomava corpo na época. três grandes utopistas:
saint-simon (1808 cartas de genebra - o antagonismo entre o terceiro estado e os estados privilegiados da sociedade tomou a forma de um antagonismo entre ''trabalhadores'' e ''ociosos'' - la classe la plus nombreuse et la plus paurre - transferência de todo o poder da sociedade para as mãos dos cientistas e industriais com o objetivo de restaurar a ordem social)
fourier (1800 - satírico e crítico - primeiro a proclamar que o grau de emancipação da mulher numa sociedade é o barômetro natural pelo qual se mede a emancipação geral - divide a história em 4 etapas de desenvolvimento: selvagismo, barbárie, patriarcado e civilização/sociedade burguesa, onde a civilização se move num círculo vicioso de contradições - teoria da falange - atração passional)
owen (1771 - o caráter do homem é, de um lado, produto da sua organização inata, e de outro, fruto das circunstâncias que envolvem o homem durante sua vida - jardins de infância, educação -segundo ele, haviam três obstáculos: propriedade privada, religião e a forma ''atual'' do casamento - diversos movimentos sociais - fundou a new lanark -
esses novos sistemas sociais nasciam condenados a mover-se no reino da utopia; quanto mais detalhados e minuciosos fossem, mais tinham que degenerar em puras fantasias. o novo modo de produção começava a galgar, e por consequência, o amontoamento, da submissão patriarcal e da família, prolongação abusiva do trabalho, desmoralização em massa, campo para a cidade, agricultura pela indústria.
capítulo 2 - dialética
os antigos filósofos gregos eram todos dialéticos inatos, espontâneos, e a cabeça mais universal de todos, aristóteles, chegara a já estudar as formas mais substanciais do pensamento dialético. heráclito: tudo é e não é, pois tudo flui, tudo se acha sujeito a um processo constante de transformação, de incessante nascimento e caducidade. crítica a metafísica: os dois polos de uma antítese, o positivo e o negativo, são tão inseparáveis quanto antitéticos um do outro e que, apesar de todo o seu antagonismo, se penetram reciprocamente. a dialética focaliza as coisas e suas imagens conceituais substancialmente em suas conexões, concatenação, sua dinâmica, seu processo de nascimento e caducidade. um sistema universal e plasmado do conhecimento da natureza, e história, é incompatível com as leis fundamentais do pensamento dialético, que não exclui.
a consciência da total inversão em que incorria o idealismo alemão levou ao materialismo. o materialismo, além de ser dialético, resume os novos progressos das ciências naturais. hegel libertara da metafísica a concepção da história, tornando-a dialética. agora, o idealismo fora despejado do seu último reduto: a concepção histórica, substituída por uma concepção materialista da história, com o que se abria o caminho para explicar a consciência do homem por sua existência, e não esta por sua consciência.
a partir daí, o socialismo não se apresentava mais como uma descoberto de intelecto genial, mas como produto necessário da luta entre classes. sua missão já não era mais criar um sistema perfeito, mas investigar o processo histórico econômico. o socialismo tradicional, no entanto, era incompatível com essa nova concepção materialista, tanto quanto quanto a concepção da natureza não podia ajustar-se à dialética e novas ciências naturais. com efeito, o socialismo anterior criticava o modo de produção capitalista, mas não conseguia explicá-lo e nem destruí-lo ideologicamente.
o materialismo converte-se em ciência graças as descobertas como a concepção materialista e a mais-valia (karl marx)
capítulo 3 - o materialismo histórico
a produção é a base de toda a ordem social, e com ela, a troca dos produtos. em todas as sociedades que passam pela história, a distribuição dos produtos é determinada pelo que a sociedade produz e como produz, juntamente com a divisão social dos homens em classes.
a burguesia lançou por terra a ordem feudal e levantou sobre suas ruínas o regime da sociedade burguesa, o império da livre concorrência da liberdade de domicílio, da igualdade de direitos etc. ao chegarem o vapor e a maquinaria, transformando a antiga manufatura em grande indústria, as forças produtivas criadas e postas em movimento sob o comando da burguesia desenvolveram-se com uma velocidade e proporção até então desconhecidas. o socialismo não é mais que o reflexo do conflito material entre as forças produtivas e o modo de produção na consciência.
antes da produção capitalista, ou seja, na idade média, dominava a pequena indústria, baseada na propriedade privada do trabalhador sobre seus meios de produção; no campo, a agricultura corria a cargo de pequenos lavradores/vassalos; nas cidades, a indústria achava-se em mãos dos artesãos; as ferramentas de trabalho eram individuais. não necessitava apropriar-se, pois os produtos já eram deles pelo simples fato de terem os produzido. a propriedade dos produtos baseava-se no trabalho pessoal, e mesmo naqueles casos em que se empregava ajuda alheia, recebia frequentemente além do salário outra compreensão; o aprendiz e o oficial das corporações não trabalhavam menos pelo salário e pela comida do que para aprender a chegar a ser mestres algum dia. o teor manual e o martelo foram substituídos pela máquina de fiar, pelo tear mecânico, pelo martelo movido a vapor; a oficina individual deu lugar à fábrica. com os meios de produção, transformou-se a própria produção, deixando de ser uma cadeia de atos individuais para uma cadeia de atos sociais. agora o proprietário dos meios de trabalho apodera-se do produto, embora já não seja produto seu, mas fruto exclusivo do trabalho alheio. o trabalho assalariado, que era antes exceção e mera ajuda, passou a ser regra e forma fundamental de toda a produção, o que era antes uma ocupação acessória se converte em ocupação exclusiva do operário. de temporário para a vida toda. o produto impera sobre o produtor.
assim, a principal arma contra o operário se tornou a máquina. a expensão dos mercados não podo desenvolver-se ao mesmo ritmo que a da produção. formam-se crises. nas crises, estala a contradição entre a produção social e a apropriação capitalista. a circulação de mercadoria fica paralisada; o meio de circulação; o dinheiro; converte-se num obstáculo para a circulação; todas as leis da produção viram pelo avesso.
o estado moderno não é tampouco mais que uma organização criada pela sociedade burguesa para defender as condições exteriores gerais do modo capitalista contra os atentados, tanto dos operários como dos capitalistas isolados. a propriedade do estado sobre as forças produtivas não é a solução do conflito, mas abriga já em seu seio o meio formal, o instrumento para chegar á solução. o proletariado toma em suas mãos o poder do estado e principia por converter os meios de produção em propriedade do estado. nesse mesmo ato, destrói-se a si próprio como proletariado e todo antagonismo de classes. dessa forma, redime os meios de produção da condição de capital e dá seu caráter social plena liberdade.