Rakushisha

Rakushisha Adriana Lisboa




Resenhas - Rakushisha


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Andre.Coletta 05/12/2023

"Rakushisha" significa "Cabana dos Cáquis Caídos"
Poético. Muito se fala sobre essa questão da literatura nos permitir viajar e, em síntese, esse livro é sobre isso, sobre como essa viagem é o que torna a vida possível.

Não é um livro fácil, a escrita da Adriana Lisboa é de uma poesia única, há vários trechos que as lágrimas simplesmente escorrem, enquanto outros você precisa de muita concentração para compreender em que pé se encontra a narrativa.

O que mais me tocou de fato foi a construção da personagem Celina, de uma delicadeza maravilhosa, a forma como a perda, como o luto foi traduzido nesse livro, principalmente nessa personagem, sublime.

Enfim, um livro que vale a pena.
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Toni 16/03/2023

(re)Leituras de 2022

Rakushisha [2007]
Adriana Lisboa (RJ, 1970-)
Alfaguara, 2014, 200 pág.

Segunda vez que leio este romance de Adriana Lisboa (em virtude de uma banca que acontecerá em breve) e confesso que o livro se saiu melhor agora do que ao final da primeira leitura. Neste que é talvez seu romance mais palimpsêstico (com a colagem integral de um diário de viagens de Bashō e passagens estilizadas que remetem às listas de Sei Shōnagon), Lisboa nos apresenta a Haruki, um desenhista carioca que sabe muito pouco de suas origens nipônicas, e Celina, artesã de bolsas que vive há seis anos assombrada por uma tragédia e por um perdão que se sente incapaz de conceder. Após um encontro fortuito, essas duas personagens acabam empreendendo juntas uma viagem ao Japão.

‘Rakushisha’ é mais um romance sobre luto e deslocamento – duas faces de uma poética que se manifesta em quase todas as narrativas mais longas da escritora. O título faz referência à casa onde se hospedou o poeta Bashō nos anos de 1689, 1691 e 1694, e significa “Cabana dos Caquis Caídos”. Haruki é contratado para ilustrar uma edição do diário que o escritor japonês escreveu durante sua segunda visita à Rakushisha. E Celina, por sua vez, à medida que lê as passagens do breve livro traduzido, traçando seu próprio itinerário pelas ruas e atrações de Kyoto, também produz um diário de viagem. Nesse processo, reaprende a reconhecer os passos que a levaram até ali.

Por meio de infinitos estilhaços de uma linguagem luminosa, precisa e pungente, Lisboa constrói seu texto como quem tira camadas de panos quentes sobre uma ferida ainda aberta. Inadvertidamente encontrei aqui, a propósito, uma bela síntese de sua obra: “A viagem nos ensina algumas coisas. Que a vida é o caminho e não o ponto fixo no espaço. Que nós somos feito a passagem dos dias e dos meses e dos anos, como escreveu o poeta japonês Matsuo Bashō num diário de viagem, e aquilo que possuímos de fato, nosso único bem, é a capacidade de locomoção. É o talento para viajar.” É neste movimento que nossos lados de dentro e de fora se encontram, produzindo beleza e curando feridas.

#adrianalisboa #rakushisha #resenha #literaturabrasileira #romance
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Grace @arteaoseuredor 04/02/2023

?Rakushisha, da Adriana Lisboa

?Adriana Lisboa, nasceu no Rio de Janeiro. É autora de romances, contos, poesias e livros infantojuvenis. Publicou, entre outros, os romances Sinfonia em branco, Rakushisha, Azul corvo (um dos livros do ano do jornal inglês The Independent), Hanói (um dos livros do ano do jornal O Globo). Dos prêmios que recebeu destacam-se o José Saramago, por Sinfonia em branco, e o Moinho Santista, pelo conjunto de sua obra. Seus livros foram publicados em mais de vinte países.
Vive atualmente com a família nos Estados Unidos.

?Um livro bem poético, primeiro ela nos apresenta seus dois personagens, Haruki e Celina. Depois através deles, de seus diários, vamos conhecendo seus dramas e passado. Os dois se encontram por acaso no metrô, e surge um convite de Haruki para Celina, ?que acha de ir comigo para Japão??. Então nós leitores vamos para Kyoto, Haruki está ilustrando um livro sobre o poeta Bansh?, Celina se interessa pelo poeta quando passa a ler sobre ele e seus haicai. O título do livro Rakushisha é a Cabana dos Caquis caídos, um dos últimos lugares visitados por Bansh?. Me envolvi muito com a história, sempre querendo saber mais sobre eles e a escritora vai contando aos poucos.

??O sono faz falta: foi o que aprendi. Foi o que me disseram tantas pessoas que toparam comigo ao longo da vida. Mas por conta própria descobri que faz falta às vezes ficar acordada.?

??A dor. Verdade indesejável num mundo de analgésico. Nunca, a dor. Jamais senti-la quieta e quente no meio do corpo, jamais deixar que estremeça nas mãos ou sue na testa, jamais permitir que a dor doa. Esse é o grande engodo. Minha dor é minha: marca na pele, feito a vermelhidão da queimadura. Existe como uma visita na sala de estar??
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Thea.Marchesi 14/08/2020

É....
Achei uma leitura bem trabalhosa e que se perdia muito em pensamentos que julguei desnecessários e que não acrescentavam tanto a história. E a gente não sabe o que aconteceu com o marido ou que fim Haruki teve. Este último terminou o livro da mesma forma que começou. Não consegui me evolver com os personagens nem com a história

Não é meu estilo de livro, definitivamente.
() 06/02/2022minha estante
SPOILER - A autora dá a entender que houve um rompimento com o marido porque a Celina o culpava pela morte da filha Alice. Mas eu concordo com você, o livro se perde demais e não resolve nada no fim.




Luiz Gustavo 13/08/2020

O título desse romance remete a um local turístico de Quioto, que poderíamos traduzir como “Cabana dos caquis caídos”, criado por Mukai Kyorai, discípulo de Matsuo Bashō, o grande mestre do haiku (uma forma curta de poesia). Foi o primeiro romance que li da Adriana Lisboa, e a impressão que ficou quando o li foi a de que é um livro de grande sensibilidade poética. O enredo da narrativa não é tão importante quanto as emoções que são suscitadas pelas figuras de linguagem utilizadas. O livro foi escrito com o auxílio de uma bolsa de pesquisa da Fundação Japão, e é claro que a cultura japonesa está presente do início ao fim da narrativa, mas o que mais chama a atenção é o tema da viagem, que sugere reflexões que vão muito além das referências culturais e/ou geográficas. Mais significativa do que a viagem que a escritora e seus personagens fizeram ao Japão, é a viagem interna que os protagonistas do romance, Haruki e Celina, esta principalmente, fazem internamente, desvelando memórias e sentimentos em busca daquilo que é mais essencial. Há muita intertextualidade com os escritos de Bashō, tanto suas poesias quanto seu diário, e a autora parece ter se deixado inspirar pela sensibilidade japonesa, que apresenta o mais banal com muita delicadeza, com imagens que preenchem o cotidiano de poesia, como “o instante que se desmanchava, colher de sal dentro d’água”. Tenho diversos trechos do livro destacados, e me lembro de comentar com algumas amigas o quanto a leitura me deixou impactado, reflexivo e um pouco melancólico. É um romance belíssimo.
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Tatiane 01/09/2019

Uma mesma resenha para dois livros de Adriana Lisboa.
Pertencimento e identidade são dois temas que me parecem caros a Adriana Lisboa. Senti-os bem fortes em "Rakushisha", que acabei de reler, e em "Todos os Santos", livro que saiu do forno agora em agosto de 2019.

"Qual é o lugar que eu ocupo no mundo? Tem nome, esse lugar? Tem dimensões? Altura, largura, profundidade? Será um som, apenas, ou um gesto, ou um cheiro, ou uma possibilidade nunca explorada?"(Rakushisha, p. 134)

Nas duas histórias, as personagens centrais buscam refazer suas vidas e ressignificar suas histórias depois que elas são brutalmente interrompidas com uma perda irreparável. As tramas são distintas, os espaços também, mas a dor da perda e a busca pelo preenchimento de algo que se despedaçou é da natureza humana e é universal. Adriana Lisboa enquanto escritora tem uma capacidade ímpar para conduzir seus narradores a nos fazerem sentir e refletir sobre essas dores.

Em "Rakushisha", vemos que o processo é longo e eterno, "para andar, basta colocar um pé depois do outro. Um pé depois do outro." (p. 11) e que "A viagem nos ensina algumas coisas. Que a vida é o caminho e não o ponto fixo no espaço. Que nós somos feito a passagem dos dias e dos meses e dos anos, como escreveu o poeta japonês Matsuo Bashö num diário de viagem, e aquilo que possuímos de fato, nosso único bem, é a capacidade de locomoção. É o talento para viajar." (p. 187)

Em "Todos os Santos", Vanessa luta contra o vazio desde a adolescência até sua vida adulta, em relações que perpassam o parentesco ilusório e a amizade marcada por traumas, dores e não-ditos.

Nas duas histórias, porém, no processo de descoberta de sua própria identidade, as personagens principais, duas mulheres também narradoras, Celina (Rakushisha) e Vanessa (Todos os Santos), questionam suas vidas e os acontecimentos que as levaram aonde naquele momento se encontram. Ambas se perguntam algumas vezes: "E se"?

"E se eu não voltasse? E se o ônibus, uma chuva, as águas, um motorista com sono, uma curva qualquer, e se?" (Todos os Santos, p. 55)

"A viagem sempre é pela viagem em si. É para ter a estrada outra vez debaixo dos pés. Há sempre um E SE em algum lugar -
E SE eu não tivesse vindo para Kyoto com Haruki,
E SE Haruki e eu tivéssemos entrado em vagões diferentes de metrô,
E SE não estivesse chovendo naquela tarde,
E SE eu não tivesse visto o livro nas mãos dele,
(...)
E SE a viagem fosse outra viagem." (Rakushisha, p. 124-125)

Ambos os livros precisam ser lidos com calma. Eles exigem sensibilidade e reflexão. Estou encantada com tudo que li até agora dessa escritora nascida no Rio de Janeiro e da minha idade.
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Gio 20/06/2019

"A vida é o caminho e não o ponto fixo."
Esse livro contém momentos belos e intensos de uma forma triste e profunda. Ele acaba sendo bem repetitivo, a escritora preferiu alimentar um suspense durante a história e foi matando a fome somente no final do livro. Não digo que não gostei do livro, pois gostei muito da leveza da história, das situações, das personagens, é um cotidiano, uma história de cotidiano mesmo, de superação, de como levar a vida, de como dar sentido a ela perante tantas situações inevitáveis, para mostrar que nunca chegaremos a controlar a mesma, apenas precisamos viver. Posso dizer que esperava um final um pouco mais definitivo, que esclarecesse em si o que estava acontecendo de verdade, mas acabou se revelando o cotidiano, uma história que ainda não terminou.
Em suma é um ótimo livro, uma leitura rápida, com uma profusão de profundidade e leveza ao mesmo tempo, um livro bem escrito, as palavras sempre bem utilizadas.
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regifreitas 23/01/2019

Dois desconhecidos se cruzam no metrô de Botafogo, no Rio de Janeiro. Ele – Haruki – desenhista, será o responsável por ilustrar a tradução da primeira edição brasileira de um diário, escrito nos arredores da cidade de Kyoto, pelo poeta japonês Matsuo Bashô, nos últimos meses de vida do poeta. Ela – Celina – uma artesã, vive de confeccionar bolsas de tecido personalizadas. Celina, curiosa, aborda Haruki para saber se o estranho livro que ele leva nas mãos neste dia está escrito em japonês ou em chinês.

Um rápido diálogo, e um convite: irem ao Japão, onde Haruki buscará inspiração, percorrendo os caminhos trilhados por Bashô, e onde Celina reaprenderá sobre a importância do andar, das viagens e de seguir em frente.

Dois personagens meio sem rumo, levando consigo dores do passado, que só aos poucos vão sendo desveladas para o leitor.

São três os pontos de vista mostrados ao leitor: o de Haruki, o de Celina, e de Bashô, através do seu diário. A prosa de Adriana Lisboa é delicada, elegante e precisa, sem excessos, profundamente intimista. Contudo, para mim, a autora peca em desenvolver muito pouco a relação entre Haruki e Celina. A interação entre os dois personagens é muito breve. Ambos estão em uma viagem de autodescoberta, na qual cada um tem que lidar, quase individualmente, com seus fantasmas. Dois recortes de vida que se comunicam e convergem muito superficialmente.

O que, afinal, aproxima esse dois personagens, além dessa tristeza que os liga, ao ponto de eles empreenderem, juntos, uma viagem para o outro lado do mundo? Sabemos sobre ele. Sabemos sobre ela. Mas pouco sabemos sobre os dois juntos.
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lorena.ja 20/07/2018

Sensível e único
Este é o segundo livro da Adriana Lisboa que eu leio. Como sempre uma escrita única e extremamente sensível. Nesta estória ela consegue transpor a delicadeza da cultura japonesa em duas histórias de vida que se encontram e correm paralelas. É maravilhosa a escrita dela. Diferente. Sensível. Única.
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Carolina 11/08/2015

Sutil
Livro de uma delicadeza que dói. Cada palavra tem seu devido lugar neste lindo romance.
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GH 02/04/2015

Viajando sem bagagem; só a lembrança...

Em Rakushisha, admito que fui surpreendido. Acho que nunca li um livro assim, tão... diferente. Mas no bom sentido, felizmente. Pela sinopse achei que seria outra coisa, talvez um romance clichê onde o destino juntou duas pessoas e viveram felizes para sempre, mas (felizmente, novamente) não. Aqui encontramos um cara, mais especificamente Haruki, um desenhista carioca, que, ao tentar ler um livro em japonês dentro do metrô atrai a atenção de uma moça, a Celina. Após esse fato ambos se conhecem, tomam um café e Haruki a convida para ir viajar com ele. Em meio de tantas dúvidas e vários ''e se'', ela aceita.
Ai que o livro começa a ficar interessante, pois através da narrativa lirica, ora melancólica, ora poética, conhecemos mais do Japão, com suas peculiaridades já conhecidas e mais de seus personagens, onde cada um conta seu dia a dia no país do sol e relembram, as vezes com felicidade, tristeza, nostalgia ou amargura, seus bons momentos na vida.

Nada é tão agradável quanto a solidão. O Eremita Chõshõ escreveu: ''Se um hóspede encontra paz pela metade de um dia, o anfitrião a perde pela metade de um dia.''
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Cláudia Matta 23/11/2014

Uma escrita delicada
A palavra “Rakushisha” significa “Cabana dos Caquis Caídos” é um local onde residira o poeta japonês Mukai Kioray, discípulo de Bashô, um mestre do haicai que viveu entre os anos de 1644 e 1694.

Haruki é convidado para ilustrar a tradução de uma obra clássica japonesa, "O diário de Saga", de Matsuo Basho. Diante desse desafio, resolve passar um tempo no Japão.

Às vésperas da viagem, seu destino se cruza com Celina, em um vagão de metrô, na cidade do Rio de Janeiro. Por impulso, convida Celina para ir com ele ao Japão, e ela aceita.

Inicia-se assim, a viagem de duas pessoas pela busca interior, pelo entendimento de suas dores.

O livro é excelente. Lindíssimo. Vale a leitura.

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Tito 15/07/2013

Uma pequena e delicada fraude, exata em sua delicadeza.
Larissa 17/12/2013minha estante
Se referindo a qual obra? Eu gostaria de saber.




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