Neve

Neve Orhan Pamuk
Orhan Pamuk




Resenhas - Neve


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Clio0 02/03/2024

Sempre leio romances políticos com uma certa expectativa, e é isso o que esse livro trata.

O crime que se torna o fio narrativo é apenas a forma escolhida por Pamuk para poder escancarar o conflito religioso-político que atualmente domina a Turquia. Uso esse advérbio de tempo com cuidado, pois pelo que lembro de História, nunca deixou de o ser na região.

Ka, nosso protagonista, é o responsável pela divisão do livro. Na primeira parte, seus pensamentos parecem os de um estrangeiro - resultado de sua estada na Alemanha, sem dúvida -, são cheios de curiosidade e uma certa maravilha que aos poucos se apaga na segunda parte, quando a violência finalmente retorna ao seu mundo e agora a beleza do lugar, se revela em pensamentos e escrita singela. Todo o resto é guardado para o horror do que acontece.

Essa balança parece ter sido a escolha de Pamuk para criticar a presença europeia na Turquia que, sem se ver como tal, se ressente de sua presença e exige uma autonomia que não oferece aos seus cidadãos.

O forte da crítica não chega a tocar verdadeiramente em outras questões sociais como feminismo e emancipação. O autor é cuidadoso nesse momento, e a pergunta permanece...

Recomendo.
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joaoggur 08/01/2024

Ambiguidade da Neve.
Narrado por um amigo de adolescência do protagonista, a história narra sobre Ka, um poeta que vivia em exílio na Alemanha. Ao voltar a sua terra natal, a Turquia, parte para a pequena cidade de Kars, onde uma série de suicidios de moças muçulmanas intriga a mídia local.

Aqui temos o grande (e triste) exemplo de como a prolixidade pode atrapalhar a obra; a genialidade de Orhan Pamuk é evidente, conseguindo montar uma trama ?de emaranhados?, onde coisas banais resultam em outras coisas banais que resultam em outras coisas banais? e nosso entrosamento com os personagens nos faz continuar com a leitura. Mas, em contrapartida, creio que as grandes descrições que permeiam o livro trazem efeitos negativos; muitas informações, como em cenas que um personagem X começa a narrar a história de um personagem Y, são completamente dispensáveis.

Talvez pelas grandes descrições, o ponto alto do livro seja os personagens. Nós nos afeiçoamos a eles e nos solidarizamos a cada percalço que devem enfrentar (não acho que irei esquecer das irmãs Kadife e Ipek, o adolescente Necip, Fazil, o islamita-inimigo-e-amigo Azul?). E, como já citei no parágrafo anterior, se os personagens não fossem envolventes, continuar lendo ?Neve? poderia ser uma tarefa muito mais árdua (não que, na versão final do livro, já não seja?).

A climática da obra progride em relação a própria progressão da história; enquanto o início é morno e o meio é melo-dramático (ponto que o autor errara a mão; tem momentos que personagens adultos remontam a pieguice adolescente), quanto mais nos aproximamos do final mais o gosto pela narração aumenta. A excelente conclusão deixa certas pontas dignas de discussão pós-leitura.

No conjunto da obra, valera a pena. A questão política é desenvolvida de forma exímia; a religião, a política e a dialética com a ocidentalização sao quase como personagens.
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Biblioteca Álvaro Guerra 08/12/2023

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça! site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535909227

Neve, que o autor Ohran Pamuk define como "seu primeiro e último romance político", conta a história de Ka, poeta exilado na Alemanha, que viaja a uma pequena cidade turca com o pretexto de investigar a onda de suicídios entre jovens muçulmanas que assola o vilarejo. Durante essa visita, uma nevasca bloqueia todas as estradas, insulando a cidade do resto do mundo. É nesse clima de isolamento que um veterano ator e sua mulher aproveitam para liderar um golpe militar. Embora tenha se distanciado da política há muitos anos, Ka é alçado a protagonista involuntário dessa revolução. Nada menos apropriado para o escritor cujo desejo, além de se casar com Ìpek, antiga colega de escola, é apenas registrar as poesias que lhe escapam há anos, mas que agora passam a fluir com extrema naturalidade. Mas o turbilhão provocado pelo golpe traz à tona a truculência das forças de segurança, antigos ajustes de contas e o radicalismo de alguns militantes islâmicos. Enquanto Ka tenta se equilibrar entre as diversas facções em choque, vê a cidade se tornar um microcosmo dos conflitos raciais, políticos e étnicos da Turquia, além de palco da sua tragédia pessoal. "Pamuk é o tipo de escritor para o qual o prêmio Nobel foi inventado" - Daily Telegraph
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Kaire 02/11/2023

É como dizem: nenhuma (ou pouca) experiência é única. A história é ficcional e trata de singularidades de um país com um desenvolvimento totalmente diferente do nosso; outro país; outra política; outra cultura; outra religião; outro povo. Ainda assim, a identificação vem.

A mistura/embate entre estado x religião, a falta de práticas que lidem com mulheres além de enxergarem elas como extensão dos homens, a discussão a respeito do senso de pertencimento de um lugar x a entrada de "outros"... todos assuntos universais e, apesar de muita discussão a respeito dos erros e acertos em lidar com cada um desses temas, ainda assim, não aprendemos.

É uma leitura bem política, como o autor fez questão de deixar claro, e pode ser bem densa para alguns, mas não achei difícil a compreensão e me surpreendi com a rapidez com que me apeguei a história e quis saber o próximo passo de cada personagem. A tensão criada para o grande evento da cidade, que foi o evento ao vivo, foi muito bem criada; o choque que veio com o momento foi inevitável, e a galera realmente não vai querer saber mais de teatro.

É o primeiro livro do Ohran Pamuk que leio, e espero que não seja o último. Recomendo!
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LimaCamila 13/10/2023

Bom, mas as vezes cansativo.
Esse livro, quase 500 páginas, tem muitos detalhes bons de se ler, mas outros cansativos. Achei o enredo bom, mas confuso, na minha cabeça não cabe tanta coisa que aconteceram no curto intervalo de tempo. Mas foi um livro que curti ler.
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J.Morgado 10/09/2023

Foi uma leitura decepcionante e penosa esperava mais de um autor tão premiado. Talvez o livro só não tenha funcionado pra mim,mas achei a história confusa na linha do tempo e muito arrastada,além dos personagens não serem cativantes.
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Regina.Emiko 05/08/2023

O autor é ganhador do Prêmio Nobel e estava bem animada para essa leitura. Mas confesso que não foi lá essas coisas. Achei bem arrastando, toda a história ocorre em poucos dias, mas acontece tanta coisa e é tudo contado em tantos detalhes, que ficou muito cansativo. No início você não entende muito bem onde que a história vai chegar. O personagem principal é chamado Ka e sua história é contada por um amigo e ele se propõe a contar a história desse amigo como uma forma de registrar o final de sua vida e os poemas que seu amigo escreveu nesse período. Mais pro meio do livro, já percebemos que o final não vai ser feliz. Achei o romance muito estranho, o amor que o Ka acha que sente parece forçado, não gostei e o fato da moça ter feito o que fez, prova isso. Mas a história traz muito sobre a situação política da Turquia e as dificuldades de uma nação que sofreu muito estando no meio de guerras que não tinham nada a ver com eles. A religião também tem um papel muito importante no livro e traz uma visão diferente (pelo menos pra mim) sobre a religião muçulmana.
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_Du_ 31/07/2023

Um romance triste...
Eu comecei ler pensando que era uma coisa porém foi outra. Não foi uma grata surpresa, mas foi bem interessante. Uma imersão cultural que eu não esperava. Mas é uma história desde o começo sem esperança, triste. Vale a leitura... Porém recomendo entender o conteúdo tratado antes. Gostei de forma geral, mas me deixou triste.
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Marília 26/06/2023

Bem interessante essa forma de contar a história através de um narrador que faz parte da história. Teve horas em que senti o gelo da neve.
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Francimare0 12/06/2023

Esse com certeza não foi pra mim, eu achei muito interessante o assunto dele, só que a leitura é muito lenta e cansativa
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Nazrat 28/02/2023

Foi muita neve pra mim
O livro é obviamente muito bem escrito, mas não sei se peguei num momento errado ou não estava muito na "pira". Apesar das boas reviravoltas, especialmente duas ao final, já estava cansado da leitura. Mas é uma leitura de descoberta cultural e uma realidade com muitas mais camadas que imaginava conhecer.
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Lu Salles 25/11/2022

Simplesmente maravilhoso!!! Um livro extremamente viciante, que nos leva a conhecer melhor a cultura Turca e às questões culturais e religiosas do país . Fora a aula de história que nos surpreende.
Super recomendo a leitura e a oportunidade de conhecer esse autor que foi ganhador do prêmio Nobel.
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Jefferson Nóbrega 14/04/2022

"O paraíso é o lugar onde guardamos nossas lembranças"
Eu nunca tinha ouvido falar do autor Orhan Pamuk nem da obra que lhe rendeu o Nobel de Literatura, mas por um acaso encontrei-o em um sebo e resolvi comprá-lo. Foi assim que acabei mergulhando na história de KA, um poeta turco que retorna a Istambul para enterrar sua mãe depois de anos vivendo como exilado político na Alemanha.

Após desperdi-se de sua mãe, KA resolve ir para Kars, a cidade na fronteira da Turquia com a Geórgia na qual passara a infância e que agora passava por uma onda de suicídio de mulheres muçulmanas.

Assim KA viaja para a cidade como enviado do jornal da capital Turca para investigar as mortes.

É em Kars que o protagonista que até então tinha perdido sua inspiração para escrever recebe novamente as poesias e passa a escrevê-las.

Kars é um encrave fronteiriço que foi dominado pelos Otomanos, Macedônios e Russos, por sua localização teve épocas de glórias, mas agora afunda-se na pobreza e nos conflitos entre o governo, islamitas e curdos. E em um dia de nevasca onde a cidade fica isolada, um ator decadente com ajuda de militares locais dão um golpe militar para impedir a vitória do partido islâmico e KA acaba envolvido em toda essa trama.

O livro trata a política de forma burlesca, portanto, mesmo para quem não gosta de tramas políticas irá se interessar pela história. Apesar disso, toda a confusão e tensão política que abala a Turquia dos anos 90 é presente na obra.

KA tem a sensibilidade de um poeta e a empatia que o faz sentir a dor da cidade e isso também o leva a encontrar o amor. E, é em meio a um golpe militar, a luta de jovens islâmicos, à causa curda, a atentados e mortes que ele finalmente encontra o amor que sempre buscou.

A leitura no início demora para engrenar, dá vontade de pular algumas páginas, mas a medida que os acontecimentos do golpe vão se intensificando acabamos ficando presos na história.

É uma obra que vale a leitura e não é atoa que fora premiada mundialmente.
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Nat 10/01/2022

^^ Pilha de Leitura ^^
Livro superpremiado, autor ganhou Nobel. Poeta Ka volta para Turquia para analisar uma série de suicídios, mas acaba se envolvendo indiretamente com a revolta religiosa de sua cidade. Gosto muito de livros que falando da cultura e política locais, porém o livro aqui gira em torno, principalmente, de um romance, é o romance quem decide o final, e disso não gosto muito. Foi um livro interessante, mas esperava mais de uma história tão aclamada.

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
Debora 10/01/2022minha estante
Depois de ler A mulher ruiva, me desfiz deste livro sem ler hehe


Nat 10/01/2022minha estante
olha, esse livro tem tds as coisas pra me fazer amar uma história e eu apenas achei ok rsrs então acho q vc fez certo com o livro hahaha


Debora 11/01/2022minha estante
hahaha Obrigada por não me fazer ficar arrependida rsrs




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