O Mau Exemplo de Cameron Post

O Mau Exemplo de Cameron Post Emily M. Danforth




Resenhas -


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Elbereth 06/01/2021minha estante
Não sei mas sempre pensei nele (o Adam) como o que chamam de two spirits, nunca pesquisei a fundo sobre a comunidade mas acho que é isso.


lilabardy 08/01/2021minha estante
o que que é two spirits meu deus


Elbereth 08/01/2021minha estante
Pelo que eu me lembro é o jeito que os nativos norte americanos descreviam pessoas que se identificavam/exerciam tanto o papel de gênero feminino quanto o masculino por isso o two spirits/dois espíritos. Nem sei se tem um termo mais usado pra isso




Andresa 12/02/2019

Se algum dia alguém me perguntar qual é meu livro favorito, hoje descubro que é esse.
Perfeito. Sem exageros. Eu estava há meses desejando-o e quando finalmente o tive em mãos, tive medo de se tornar só mais uma decepção literária. Sempre acontece aquele negócio de "ah, não é muito bom, até vai...", mas esse livro não é assim.
O mau exemplo de Cameron. Post retrata a minha vida em uma versão dos anos 90. A adolescência de uma garota lésbica em cidade pequena é, na maioria das vezes, igual no Brasil, México, Rússia, na década de 90 quanto em 2019. Sério. Se você quer se sentir representada ou conhecer a vivência de uma pessoa que se descobre, que contesta e que vive sua dor, leia. Por favor.
Esse livro me impressionou porque ele não poupa detalhes. Seus capítulos são longos e não são entendiantes; por outro lado, dá vontade de não parar nunca a leitura.
Me identifiquei com Cameron. Aprendi com Cameron. Quero beijar a Camreon.

A última parte é brincadeira.

Talvez não.
Paulo.Gustavo 06/03/2019minha estante
É um excelente livro mesmo.


Jenny 24/11/2019minha estante
kkk Acabei a leitura nesse exato momento, e as as páginas realmente me levaram, em diferentes momentos, a essas três pontos; me identificar, aprender querer beijar a Cameron rs


F.H. Carvalho 14/12/2019minha estante
Adorei a sua resenha! ??




Mariana 20/04/2023

Autenticidade X Conservadorismo
Como ser autêntico? Fiel a si mesmo, a sua história, desejos, valores, opiniões... Talvez a resposta para isso seja uma tentativa de todos nós quando optamos pelo nosso autodesenvolvimento, mas para isso, é necessário espaço, liberdade, flexibilidade. Na minha opinião, "O mau exemplo de Cameron Post" mostra isso. Sem espaço não conseguimos ser nós mesmos, enquanto houver crenças que tolhem nossa subjetividade, nossos desejos e necessidades, não poderemos ser autênticos, não teremos vida, estaremos à beira da morte, simbólica ou literal. Alguns trechos que o livro traz, são, inclusive, muito perturbadores nesse sentido, pois mostram exatamente o que religiões conservadoras fazem com passagens bíblicas para manipular e podar o indivíduo em prol de um ideal, de um cordeiro manso, que vai com o bando sem mais questionamentos ou reflexões. O que tais religiões e líderes não percebem, é que nunca vai adiantar. As pessoas nunca estarão felizes dessa forma, tolidas, caladas, manipuladas. Não existe cura para o que não é doença, para o que é apenas um outro jeito de ser, de encarar e apreciar a vida.
Gostei da personalidade de Cameron, dos colegas Adam, Jane, e também de Lindsey, entre outros corajosos. Mas senti falta de ainda mais coragem, ao menos para servir ao mundo como inspiração. Conservadorismo mata, Mark foi exemplo disso, e como existem Marks por aí!
O tema é bom, a história tem muitos detalhes (às vezes me cansava), e o final é simbólico, encaixa, mas nos deixa mesmo querendo um desfecho mais completo.
verena.evans 20/04/2023minha estante
Acho q essa é a melhor resenha que li desse livro


Mariana 20/04/2023minha estante
Que bom que gostou!




Nath @biscoito.esperto 08/07/2018

Eu amei esse livro de um jeito que eu sinceramente não esperava amar.

É inegável que a literatura LGBT+ está em alta atualmente. Muitos autores estão colocando personagens da comunidade queer em seus livros, e isso é incrível, mas também podemos notar com facilidade que a maioria dos livros LGBT+ tem protagonistas masculinos.

Eu consigo pensar em uns 10 livros LGBT+ em que o personagem principal é um menino gay se descobrindo e vivendo aventuras, mas eu preciso me esforçar para pensar em livros com meninas lésbicas ou bissexuais como protagonistas. Do topo da minha cabeça eu só me lembro de um livro, que ainda por cima nem é YA, mas de terror (A Menina Submersa, muito bom, recomendo!).

Então, quando eu soube que The Miseducation of Cameron Post seria publicado no Brasil, fiquei super animada. E eu não me decepcionei nem um pouco, mesmo a hype sendo grande. Aliás, queria parabenizar a tradutora pela excelente tradução do título.

O ano é 1989 e Cameron tem 13 anos. Ela tem uma melhor amiga, Irene (eu imaginava a Irene do Red Velvet enquanto lia, desculpa mundo), de quem é muito próxima. Próxima demais, talvez. Cameron sabe que gosta de Irene de um jeito diferente de amizade, e que não quer beijá-la apenas por que seria engraçado ou para treinar antes de beijar meninos. Mas, ao mesmo tempo, Cameron se sente culpada, como se seus desejos fossem algo ruim. Tudo piora quando ela de fato beija Irene e, logo em seguida, recebe a notícia de que os pais morreram num terrível acidente de carro. Cameron acha que isso é uma espécie de castigo divino.

O tempo passa. Cameron agora mora com a avó e a tia, duas mulheres muito religiosas, e divide seu tempo entre a igreja, a escola e as competições de natação e atletismo. E é nas competições de natação que ela conhece Lindsey, uma menina assumidamente lésbica que mora do outro lado do país. As duas se tornam grandes amigas e Lindsey de certa forma explica a Cameron o que é ser lésbica e como o mundo funciona.

Cameron agora tem 16 anos e se torna amiga de Coley Taylor (eu ficava pensando no Corey Taylor do Slipknot, oh god why). Cameron e Coley se conheceram na igreja, pois ambas suas famílias são religiosas. Coley é linda e tem um namorado, mas isso não impede Cameron de se apaixonar por ela. E, conforme a amizade das duas avança, parece que talvez Coley também esteja afim de Cameron.

Quando a tia religiosa de Cameron descobre o que está acontecendo ela não tem dúvidas: irá mandar Cameron para uma escola evangélica que supostamente irá curar sua homossexualidade.

Esse livro foi uma verdadeira jornada. Vimos Cameron crescer. Ela descobre e explora sua sexualidade de forma natural. Faz amizades muito importantes, com meninas e meninos. Ama sua família, mesmo com todos os problemas e com a homofobia, e sente a falta dos pais.

Cameron luta para manter sua identidade desde a primeira página do livro até a última, o que é algo massacrante de acompanhar. Mais importante, é algo real. Toda pessoa LGBT+ sabe como é ter que se reafirmar e manter sua sanidade num mundo que te julga a todo momento por coisas que você não pode controlar. Ninguém escolhe ser gay, ou bi, ou pan, ou trans, ou ace. Eu sei que eu não escolhi. Lutei contra esse lado meu por muitos anos por causa da heteronormatividade.

Eu me vi muito em Cameron, mesmo que nossas personalidades e vidas sejam tão diferentes. Eu queria ter lido esse livro quando tinha 12 anos, pois as coisas teriam feito mais sentido. Mas fico feliz por ter tido a oportunidade de ler agora.


site: www.nathlambert.blogspot.com
Karen 30/07/2019minha estante
Esse livro é DEMAIS! Tão poderoso. Realmente é tão difícil encontrar livros YA com personagem lésbicas ou bissexual. Você já leu ? Os dois mundos de Astrid Jones ?? A personagem principal é lésbica e tem uma jornada
bonita também.


Sunny 22/01/2020minha estante
Amei a sua resenha! Estou com muita vontade de ler um livro, especialmente um em que a protagonista seja (de preferência) lésbica e depois das suas considerações muito brilhantes e bem colocadas, vou ler este livro e espero voltar aqui dentro de algum tempo e também poder dizer que queria ter esse livro para dar ao meu eu de 13 anos de idade, teria evitado muitos sofrimentos. Um abraço!




Devid.Moura 23/06/2020

Incompleto
MUITA COISA dava pra acontecer, mas a autora escolheu ficar enrolando por fucking 300 páginas. Ela falou muitas coisas desnecessárias para a trama, quando poderia ter dado um final para os personagens coadjuvantes (que eram mais interessantes que os principais)
Lili 05/07/2020minha estante
Queria saber mais sobre a Coley e a Irene. Odiei as duas kk


Devid.Moura 05/07/2020minha estante
Eu esperava mt q falasse sobre o carinha legal ex gay, sobre o menino q o pai é pastor e nada. A autora simplesmente fingiu q eles nunca existiram. (N lembro mais os nomes dos personagens)




Carous 06/06/2020

[DNF - página 258]
**GATILHOS: homofobia (palavras pejorativas/argumentos religiosos), terapia de conversão, consumo de drogas e álcool, automutilação (gráfico)**
Eu pensei que este livro fosse narrar a história de Cameron que, aos 12 anos, beija a melhor amiga no mesmo dia em que seus pais morrem e a partir daí começa a cogitar a possibilidade de ser lésbica. Dúvida nada fácil de ser esclarecida já que a história se passa nos anos 1990 numa cidade pequena e conservadora dos Estados Unidos e os únicos parentes que restam são a tia religiosa (e portanto, homofóbica) e a avó "de outra época".

Entre uma passagem homofóbica e outra do livro, esperei que a escritora deixasse a mensagem de que a LGBTQfobia é errado. Que o acampamento de cura gay é inaceitável e cruel. Que a religião não pode ser imposta a ninguém - principalmente a Cameron cujo pais não praticavam, mas a tia a obrigou a ir aos cultos e ao grupo jovem -, que a bíblia não dever ser usada para justificar a LGBQTfobia.
A principal mensagem que achei que este livro fosse passar baseada no marketing em cima dele é de que pessoas LGBQT não são "anormais" ou "erradas" ou "precisam de conserto". Elas são assim e pronto.

Mas não encontrei nada disso aqui. Não faço ideia da opinião da escritora sobre homossexualidade, acampamento de cura gay ou religião.
Não faço ideia do que Cameron acha sobre isso também. Ela narra a própria adolescência sem qualquer apego. A impressão que tive é que a personagem é carregada pra lá e pra cá; a amiga sugere que elas se beijem e ela aceita. A amiga se afasta dela e ela deixa. A tia sugere que elas frequentem à igreja e ela vai. A tia a manda para um acampamento e ela aceita.O melhor amigo acha que ela não pode se denominar lésbica antes de ter experimentando uma relação heterossexual e sugere que eles namorem e ela aceita. Ela parece um barco de papel correndo pelo rio abaixo.

O livro tem uma narrativa prolixa, arrastada e desinteressante. Emily M. Danforth tem uma necessidade de pintar um quadro preciso sobre qualquer coisa na história. Conhecemos nos mínimos, mínimos detalhes a cidade de Miles City e a rotina completa de Cameron - a escolar e no período de férias. Não apenas isso. TODOS os dias da vida escolar e TODOS os dias do período de férias.

Não tem um momento, um personagem, uma situação em que Emily não se estende por parágrafos a fora e nada acrescentam à história. Não é à toa que o livro tem 448 páginas - eu li o último capítulo após ter decidido abandonar a leitura e parece que ali a escritora optou pela objetividade. O final é abrupto e deixa o leitor com muitas dúvidas - sobre Cameron, sobre os mil e duzentos personagens citados no livro que foram esquecidos na página seguinte.


É engraçado como a prolixidade e o apego aos pormenores inúteis destoam com a construção dos personagens. Eu queria dizer que são unidimensionais, mas a verdade é que são esquecíveis mesmo.

Natália Tomazeli 07/06/2020minha estante
Nossa, talvez seja por isso que eu tenha abandonado, sei lá, realmente é bem prolixo, mas eu ainda quero voltar a essa leitura uma hora


Malu Hz 01/09/2020minha estante
você descreveu exatamente o que eu pensei enquanto lia, também pulei os últimos capitulos pro final pq meu deus, achei um livro CHATO, demorei muito tempo na leitura pq não estava apegada à história assim como a Cameron não parecia estar.




Rai 09/05/2021

Acho que li errado, mas terminei...
É um livro bom, criei expectativas demais acerca da história e acabei me decepcionando. É uma leitura cansativa, abandonei uma ou duas vezes antes de realmente terminar.

Durante a leitura não me senti próxima a personagem, por vezes achei que estava lendo errado, pois não conseguia absorver as emoções da Cameron. Estive sempre a espera de um "boom", mas ele nunca chegou.

Me apaguei a historia perto do fim do livro, mas indico ler ele sem mesclar com outra leitura, porque a chance de abandonar ele vai ser bem maior.

O fim é tocante, delicado e simbólico, mas não chega nem perto do que eu esperava.
Rai 09/05/2021minha estante
varios "mas" na resenha... fazer o que, né?!




Isadora.Brito 05/02/2021

Admito, esse livro demorou mais de um mês para conseguir ler. Por que? bem, por ser um relato da vida de Cameron, havia vezes que eu estava bem entediada com a historia, assim como em momentos da vida de qualquer um. A narrativa longa e detalhada, me distraia um pouco. No entanto, a sinceridade e intimidade que senti com Cameron me tornava uma amiga dela. Me identifiquei bastante com ela, nas suas descobertas, decepções e tristezas. Imagino a dificuldade de ser LGBT em uma década tão difícil, e os pensamentos que podem atordoar uma garota. Fiquei encantada com uma intensidade de amizade tão rápida que surge no final do livro (e que queria que eles fossem meus também). Enfim, obrigada Cameron Post você foi necessária para milhares de mulheres não se sentirem só e saber que são representadas, e não apenas estranhas nesse mundo.
Samantha 20/05/2021minha estante
fiu fiu ta de parabens




Fernanda 20/05/2018

Se eu tivesse algo pra mostrar pro meu eu de 16 anos, eu simplesmente daria esse livro.
Jenny 24/11/2019minha estante
Nossa, definitivamente faria o mesmo. Porém, pro meu eu de 15 anos rs




Vanessa.Cezar 24/11/2021

Tão bom encontrar um livro que desenvolva personagens LGBT de forma profunda, sem cair em redundâncias e estereótipos e nem reduzí-los apenas a sua sexualidade.
mafê 24/11/2021minha estante
sim!!!




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Maysa 17/10/2021minha estante
to assim também vei, terminei agora e eu só quero saber o que aconteceu com os três depoisssss. e tb queria saber sobre jamie e irene, principalmente jamie (gostei muito dele), qnd ela voltou para a cidade nas férias, eu fiquei esperando um reencontro mas nada :((




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gio 03/01/2023minha estante
COISA MAIS LINDA ???




marrriane 16/04/2024

Um Ótimo Exemplo Pra Mim
Sinceramente um dos meus livros preferidos da minha vida.

Me reconheço nesse livro, cresci com ele, me sinto como se ele fosse um amigo meu.

Cameron traz para mim uma força para entender sobre minhas diferenças, eu sou a estranha da minha família, eu sou a errada e a ovelha negra. Se eu não me esforçasse pra querer me conhecer, talvez ninguém fizesse isso por mim na adolescência. Sinto que esse livro fez isso pra mim, foi meu amigo, foi o que eu precisava. Eu aprendi a me entender, eu fiz meu próprio icebergue e escrevo nele até hoje, às vezes, para saber o que estou perdendo sobre mim e, às vezes, para a pagar o que eu não sou mais. Nada do que está em cima é ruim, nada o que está por baixo é ruim. Só quero ter certeza o que estou escondendo até de mim.
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Marriete 29/03/2018

O Mau Exemplo De Cameron Post ? Resenha Autora: Emily M. Danfort Editora: Harper Collins ISBN: 9788595080980 Pág: 447
Cameron mora com seus pais e sua avó em Montana. Ela tem uma vida boa e junto com sua amiga Irene apronta várias peripécias, inerente aos 12 anos que as duas possuem.

Dois fatos importantes ocorrem com Cameron nessa época de sua vida: o primeiro é a descoberta de sua sexualidade, é quando ela se percebe atraída por garotas e inicia suas descobertas com a amiga Irene. O segundo fato é a morte de seus pais, que, ela julga ter ocorrido ?por suas práticas pecaminosas?. É muita coisa para uma criança de apenas 12 anos lidar, mas, ela faz o melhor que pode.

Após sua experiência com Irene, outras garotas surgem na vida de Cameron, e, ela consegue manter um relativo segredo sobre suas preferências, mas, quando a notícia explode, ela é obrigada por sua tia a ir tratar esse impulso, dentro de uma escola cristã, aos cuidados de pessoas que supostamente podem auxiliá-la. Ledo engano...

O Mau Exemplo de Cameron Post é um livro controverso, que aborda a homossexualidade e sua descoberta ainda na adolescência. Expõe de maneira clara o preconceito e as atitudes cruéis de uma sociedade que tenta impor a todos uma mesma escolha e forma de padronização minimamente aceita. É um livro forte, narrado através do olhar de uma menina que aos poucos vai se descobrindo e tentando lidar com uma sociedade que não a aceita e tenta modificá-la.

Um livro interessante, com um tema atual, escrita fluída, tem todos os elementos para prender o leitor. Mais um livro da Harper Collins que me deixa apaixonada.

#OmauExemploDeCameronPost#EmilyMdanfort#MarryAquinnah#Resenha#AutorInternacional#LiteraturaEstrangeira#Homossexualidade#AmoLer#Instabooks
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Maí­ra 28/09/2018

O mau exemplo de Cameron Post
Essa foi uma leitura que me deixou muito na dúvida do que eu estava achando, pois é uma premissa incrivelmente promissora, mas que acabou deixando a desejar em termos de realização. Comecemos, entretanto, com seus aspectos positivos. Situada entre 1989 e 1993, a história tem bastante referência às especificidades tecnológicas da época e faz um bom uso das referências cinematográficas da época e da relação de compensação que a personagem acaba criando com os filmes e com a locadora de vídeos local. Acredito que este é um aspecto que possa facilmente trazer leitores um pouco mais velhos, aqueles que viveram sua juventude nos anos 80 e 90, para um livro que, normalmente, seria lido apenas por uma geração mais nova.

Além disso, é muito interessante ver o modo como Cam se relaciona com a sociedade na qual se encontra e, especialmente, com as pessoas que ela eventualmente conhece que vieram de uma posição parecida com a sua: a de não se encaixarem nas expectativas de um certo tipo de fundamentalismo religioso, que faz com que jovens em formação lutem contra aspectos inerentes a quem eles são. Essa é uma das partes mais intensas e tocantes da leitura, o momento em que Cam é mandada para uma espécie de “Acampamento da Cura Gay”, pois nos apresenta não só o seu lado, mas o lado das pessoas que acreditam que há algo de errado em ser LGBT e ainda os modos diversos de lidar com aquela situação que cada personagem cria para si mesmos.

“A liderança irá erradicar rapidamente qualquer padrão de comportamento ou fala que promova ou celebre os chamados interesses ou maneirismos da cultura gay ou lésbica.”

No entanto, é justamente sobre esse ponto que recai uma das minhas críticas. Pois já sabemos, desde a sinopse do livro, que os pais de Cameron morrem, que ela acaba sendo criada pela tia e pela avó e que, em dado momento, sua atração por meninas é descoberta e ela é mandada para este acampamento. O problema é que tudo isso demora quase o livro todo para acontecer! E quando parece que vamos, finalmente, ter a chance de entrar mais em quem Cameron é, em tudo que ela vem sendo ensinada a esconder, ignorar e lutar contra, as coisas se resolvem rapidamente e o livro acaba.

Por conta disso, sinto que terminei a leitura gostando de Cam, querendo saber muito mais sobre seu futuro, ao mesmo tempo em que tive a sensação que a autora perdeu um tempo enorme, no início do livro, com cenas e situações totalmente dispensáveis e que acabam cansando um leitor que, por conta de uma sinopse que conta demais, já sabe exatamente onde a história vai chegar. Este é um livro que poderia ser incrivelmente poderoso, mas que, por falhas no campo da realização, acaba deixando a desejar.

Os capítulos demasiadamente longos também não ajudam muito nessa sensação de cansaço que temos ao longo, especialmente, da primeira parte do livro, mas essa é a única falha da diagramação. Embora não tenha uma tipografia muito grande, ela é confortável é suficiente e a capa, contra capa e lombada conversam muito bem com a história.

Mesmo com seus defeitos, acredito que algo do poder do que poderia ter sido se mantém e este acaba sendo uma leitura que vale, sim, a pena. Especialmente para quem nunca teve oportunidade de ler um romance jovem adulto protagonizado por um jovem lésbica em processo de se descobrir, tema bastante subexplorado na literatura, esta pode ser uma experiência bastante interessante.

site: http://resenhandosonhos.com/o-mau-exemplo-de-cameron-post-emily-m-danforth/
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