calie 05/02/2021
aquele com uma combinação agradável de mistério e romance (ainda assim, um pouco maçante)
Até onde eu pude ler sem estar consumida por uma súbita ressaca literária, que me atacou na metade deste livro ?, gostei da história. Embora tenha sido uma estreia bem feita, não me chamou a atenção. Pelo contrário, tive que lutar para terminar.
Audrey Rose faz parte da classe alta britânica, por isso espera-se que ela se vista como uma mocinha e tenha chás da tarde cheio de fofocas ao invés de passar horas no laboratório de seu tio estudando e abrindo corpos. No entanto, os mortos são mais interessantes para Audrey do que vestidos ou chás jamais serão, especialmente quando ela conhece Thomas, um jovem que compartilha sua paixão por cadáveres e raciocínio dedutivo, ambos talentos úteis quando notícias de um serial killer perseguindo as ruas de Londres atinge os ouvidos londrinos. Jack, o Estripador, mutila corpos de mulheres de uma forma tão grotesca que até Audrey Rose, a garota de aço, se sente enjoada. À medida que as pistas vêm à tona, ela se depara com a percepção sombria de que o assassino, na verdade, pode ser alguém que ela conhece.
Gostei do espírito independente e do interesse persistente da protagonista pela ciência forense mesmo sendo um tabu da época. Ela era atrevida, resistente, delicada e estava a frente do seu tempo (a autora fez questão de repetir isso tantas vezes, de tantas formas que, em certo momento, eu já estava bufando com a insistência ~ entendi que Audrey Rose é diferente das outras, descanse, autora!). Os momentos em que Audrey rebateu cada homem condescendente ao seu redor foram todos espectaculares. E amei as brincadeiras entre ela e Thomas. Ele tinha uma energia de Sherlock Holmes que aprecio bastante.
Não achei nada realmente emocionante durante a leitura. Os protagonistas estavam trabalhando para desvendar o mistério, sim, mas isso doeu de tão lento e maçante que se desenvolveu. Não sou boa em advinhar finais, e demorei para solucionar esse, porém ao mesmo tempo que me surpreendeu saber sobre o motivo dos assassinatos e o que estava sendo feito ser ainda mais aterrorizante, pareceu anticlimático, fraco. As imagens inseridas ao decorrer do livro deram um brilho essencial à obra, como também, toda a pesquisa da autora sobre os acontecimentos reais adaptados para a história. A edição é linda!
[Vale ressaltar: não tenho a melhor das relações com o gênero Young Adult, menos ainda quando o livro em questão está em seu momento de hype. Li por curiosidade. Mas nem se fosse ao contrário, eu não teria como amar um livro que me jogou sem dó na ressaca].