spoiler visualizarMilena 13/08/2020
Como outros livros do autor, tem uma narrativa dinâmica e envolvente, com histórias bem construídas e personagens instigantes, ainda que, por vezes, maniqueístas - se nada mais, pelo bem da narrativa.
Nessa obra em particular, o leitor acompanha a angústia dos personagens desde a primeira página, torce intensamente para que os "maus" recebam a lição que merecem e, no final, continuam frustrados, já que os únicos prejudicados são os inocentes e o cego - cuja responsabilidade, apesar de visível, não é nem de longe tão grande quanto a de outros.
No final, o próprio autor "impugna" a obra, com as seguintes palavras:
"Agora que impugnei meu próprio trabalho, devo dizer que há muita coisa verdadeira nesta história. Enquanto dinheiro particular for permitido nas eleições do Judiciário, veremos interesses conflitantes brigarem por um lugar na tribuna. Os problemas são bem comuns. A maioria das facções em disputam foram adequadamente descritas. As estratégias também são familiares. Os resultados não estão longe do padrão."
Com essas palavras ficam, na minha opinião, a maior lição do livro: reflexão sobre nosso dever-poder como cidadãos.