The Legend of Zelda #01

The Legend of Zelda #01 Akira Himekawa




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Mat 21/08/2018

Hey, Listen!
Então resolvi revisitar essa história, e eu estava incerto em relação as espectativas, afinal, Ocarina of Time é uma historia muito conceituada e funciona muito bem na mídia em que ela foi criada: o vídeo game. E em uma adaptação nem tudo que funciona na obra original, pode continuar funcionando, mas enfim.

Uma das primeiras características singulares do mangá que eu notei, e aliás demorei para digerir, foi a personalidade do Link. Diferente do jogo de Nintendo 64, Link é um garoto de personalidade extrovertida, ele é ativo, alegre, travesso, ele é um garoto que irá aceitar a jornada do herói de bom grato com a maior das autoestimas que alguém poderia ter.

Isso me incomodou de certa forma pois como sabemos, o link no jogo é uma pessoa de... Poucas palavras, digamos assim. Ele não tem falas, é fato, e isso é um fator proposital feito pelos criadores do jogo, pois dessa forma o jogador pode se projetar no personagem com maior facilidade. Mas para mim não era dessa forma, sempre achei que essa era a personalidade verdadeira do Link, um garoto introvertido, meio tímido, e eu achava fantástico o fato de um personagem introvertido representar um dos simbolismos mais sagrados para a mitologia Zelda: a Coragem.

Na minha concepção Link sempre sentiu o fardo que ele carregava, ele sentiu medo, mas o enfrentou com coragem, ele é uma criança contra o mundo. Desde que joguei Ocarina of Time então foi minha inspiração, me indentifiuei muito com ele. Isso sem falar que desde pequeno ele era o estranho no ninho na floresta Kokiri, a diferença é que no mangá ele sempre se manifesta ao ser tratado dessa forma, no jogo ele suporta calado. Mas enfim, eu não aceitei 100% a personalidade do Link da fase criança, mas não foi nenhuma morte não, não é um defeito do mangá, até porque é até bem feito, o que eu disse é algo mais pessoal mesmo.

Saindo desse ponto ainda temos outro problema, no jogo, passamos a maior parte do tempo de gameplay resolvendo Dungeons, e nesse tempo todo é construída uma atmosfera para que o clímax aconteça no Boss. No mangá não temos tanta história para contar nessas Dungeons, então são momentos bem rápidos e rasos para a história, até foi criada uma sacada para diminuir esse problema, que foi colocar outro personagem para interagir com o Link durante as Dungeons, o que funciona algumas vezes. Eles até criam mini tramas novas no qual uma delas é genuinamente emocionante, e além disso, dá uma motivação pessoal para Link derrotar Ganondorf.

O mangá não segue a risca os acontecimentos do jogo, ele tem ideias novas que foram muito bem-vindas, afinal, quem não gosta de descobrir coisas novas em uma história tão conhecida, e no fim das contas ela enriqueceu ainda mais a mitologia desse universo, a liberdade criativa foi o ponto mais forte nessa história, e é importante uma adaptação elevar seu produto original, e mesmo com alguns defeitos essa adaptação faz isso.

Alguns personagens são expandidos na história, como no caso da Zelda que tem um ótimo plot, além de trazer informações novas do passado e da família real de Hyrule, Link que tem sua origem melhor trabalhada, Mido o pequeno Kokiri que eu passei a gostar muito, esse personagem precisava ser compreendido, e atirem a primeira pedra quem não se identificou com ele em nenhum quesito, talvez seja o personagem mais humanizado aqui.

Mas tem personagens aqui (de bastante importância aliás) que tem a profundidade de uma colher de chá. Compare o jogo e o mangá e o jogo sai sambando na cara da adaptação. Mas tudo bem né, ainda acho que o mangá precisava ser mais longo para talvez ser mais completo, mas é uma adaptação muito boa de uma história que me marcou.

Tecnicamente o mangá é muito bonito, gostei muito dos traços e do desenho, e ainda temos duas histórias bônus, sendo a primeira muito boa, com foco no personagem Skull Kid, que diga-se passagem o meu personagem favorito da franquia. Sério, existe coisa mais triste do que uma criança perder sua face/identidade ao se perder em Lost Woods, e desde então se tornar um ser sem amigos? É melancolico isso, e ainda assim genial. Por mais que sua presença em Ocarina of Time seja breve (no mangá e no jogo) do que em Majora's Mask, ele é um coadjuvante que é dono de sua própria história.

Se você nunca teve contato com Ocarina of Time ou Zelda, não recomendo que você comece por aqui, afinal, essa é uma história que funciona melhor no jogo, e seria a mesma coisa que eu mandar você começar Star Wars pelos livros, ou pelos jogos... Não vejo muito sentido nisso. Mas para os já conhecidos do jogo, vão sem medo conferir o mangá.
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