Resenhas - A LENDA DO FUNK CARIOCA

Roseane 04/01/2018

Uma linda viagem no tempo
Conheci Marcelo Gularte atraves do programa CULTNE na TV que é apresentado pelo meu querido Ricardo Brasil. Confesso que fiquei impressionada com o os atributos do rapaz:

“Artista multifacetado, autor da maior narração literaria com ditos populares, a coletânea de livros Dito pelo não dito e de A lenda do funk Carioca, uma Bíblia de 1500 páginas considerada o maior romance em número de páginas e com maior número de personagens. Como se não bastasse esses recordes ele também e músico, ator, diretor de curtas e longas metragens, produtor cultural e psicanalista” Ricardo Brasil, 2017.

Ao longo da entrevista fui me encantando com autor, curiosa que sou e com o hobby de leitura procurei comprar os livros, achei uma página no facebook do livro A lenda do Funk Carioca e lá havia o link do Mercado Livre para a compra do livro, 30 reais, achei o preço super justo. No trâmite da compra descubro que o vendedor e o próprio Marcelo Gularte, fiquei encantada. Conversamos muito trocamos contato, ele me contou um pouco da sua história e me fez uma promessa: Você vai se divertir muito, eu garanto. Aguardei a chegada do livro.

Antes de falar do livro vou falar um pouco de mim. Sou carioca, nasci em Bangú mas fui criada em Sulacap, estudei minha vida inteira em escola pública. Minha mãe nunca me deixou ir a baile funk, ela so falava : voce tem que estudar menina, vai estudar… Minha família é extremamente musical, dentro de casa conheci musica clássica, musica popular brasileira, samba enredo, pagode, Tango, Bolero, pop e vários outros estilos incluindo o Funk e o Charme , esses dois últimos ritmos era o mais comentado na escola, na rua, pelos primos e pelos amigos que tinham autorização dos pais para frequentar Baile.

Quando começo a ler o livro A lenda do Funk Carioca fui abduzida, entrei em um portal e sai em outra dimensão. Voltei ao tempo. Marcelo consegue trazer detalhes tão verdadeiros que chega a arrepiar, chorei muitas vezes e só sabia repetir, meu Deus, era assim mesmo.

Quem é morador da zona oeste tem a que de ler, é nossa história . Todo carioca deve ler, mas quem viveu nas imediações Sulacap/Realengo/Magalhaes Bastos/Bangu… tem a OBRIGAÇÃO de ler, se quiser ser feliz e claro.

Por falar em Magalhães , um dos personagens mais querido do Universo é descrito nesse livro. Eu to falando do Magalhães , esse mesmo, aquele que até hoje só sabe pular, cantar, trabalhar, e levar alegria para todo o Rio de Janeiro.

Festa do Periquito, festa da Malha, namorar na varanda, ao ver uma vizinha com bolsas do supermercado imediatamente o mais jovem já ia ajudar, chamar os mais velhos de “seu”, “dona”, copa do mundo a rua inteira se reunir para pintar os mascotes , dar um copo d'Água no portão pra quem pedir, dar agua com açúcar pra quem esta nervoso…

Eu conheci o Paratodos, Pavunense, Disco Voador e Vera Cruz, os dois últimos eram considerados local de Palyboy, Vera Cruz era só pra quem “estava nos panos”.

Quem nunca?

...vem meu amor, vem fazer flu-glu mon a mour, vem meu amor, vem meu chuchu, vem bem pertinho fazer glu-glu.

E essa: “Cade o Bateau Muche, Bagulhão Morreu! Cade o Bateau Muche, Bagulhão Morreu!”.

A lembrança mais terrível, Marcelo, só você pra me lembrar disso hahahahaha que musica horrível mas eu cantava e dançava (shame shame shame on me) :
Melô da Mulher feia
” A criatura me deu mole mais eu não papei. Por quê?/Mulher feia cheira mal como urubu/Era tão sinistra que eu escapei. Por quê?/Mulher feia cheira mal como urubu/Mulher feia cheira mal como urubu/Eu sou feia mais não dou pra qualquer um ”

Quem nunca falou? “Deixa eu ver…chover molha e faz lama” “Você vai levar um sacode” “Vai ter muito brotinho” “ Vamos ligar o 3 em 1 pra ouvir um sonzão” “Fala ai meu shock”.

Marcelo retrata as comunidades, as equipes de som, a violência, as rivalidades…um estudo bem relevante e detalhado, só lendo mesmo, são muitos detalhes, são muitas emoções. Não vou falar maos nada pra não dar mais spoiler.

Marcelo, muito obrigada. Quero o volume 2 d 3. Já estou tomando água com açúcar.

D3lc4rm0 04/01/2018

Simplesmente uma viagem
Lendo o livro do amigo Marcelo Gularte mergulhei profundamente em minha própria infância e adolescência, mesmo morando em uma cidade do interior do Rio, pude "beber" de várias fontes citadas no livro e isso foi realmente fascinante.
De uma leitura de fácil assimilação, um relato fiel e histórico do maior ritmo musical do Rio de Janeiro a "Lenda do Funk Carioca" é um tributo a toda uma historia que se desenrolou pelos bairros e tomou de assalto a mulecada da época.

site: https://www.facebook.com/marcelo.gularte.14