Manuela do Prado 30/12/2019Um livro que sorriPublicado pela primeira vez em 1994, o livro Palavras Andantes tem um teor leve, místico e o texto, de leitura fluída, é uma composição de contos, lendas urbanas e impressões do mundo que Eduardo acumula através de suas vivências e que são transmitidas sob um olhar ora sensível, ora mitológico, ora pitoresco.
A obra que, percebemos, é um retrato dos muitos modos como as pessoas representam suas inquietações através dos mitos, representa também um arquétipo místico do olhar do autor sobre suas compreensões e mesmo incompreensões do "funcionamento" do mundo.
A beleza na arte das ilustrações que compõem esta edição é algo que não posso deixar de comentar pois ficam "tatuadas" no leitor durante a leitura- as histórias que lemos permeiam as imagens de um modo que torna a experiência desta leitura um gesto-experiência muito singular.
Em meu primeiro contato com o autor, devo admitir que as minhas expectativas eram grandes pela comparação que existe entre as suas narrativas e as de Gabriel García Márquez, um dos meus autores favoritos no gênero de "realismo mágico". Fora o grau de misticismo semelhante as obras do nobel colombiano, não consegui perceber ou sentir no texto do Galeano os traços que tanto me encantam nas obras de Gabriel.
É um livro bom, mas não ótimo, na minha opinião; vale a pena para quem quer se introduzir nas obras deste autor, como eu: mais pelo lado literário que pelo lado político dos seus trabalhos publicados.
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