Depois da queda

Depois da queda Dennis Lehane




Resenhas - Depois da queda


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Anam.costaa 24/02/2024

Releitulas
Depois de anos ter voltado a ler a obra foi uma ótima experiência. Invés de notar mais furos no enredo e mais defeitos o resultado foi completamente o contrário... é incrível como uma mente mais preparada e mais "madura" me fez aproveitar mais a obra e seus momentos de plot twist.

Se antes a minha recomendação era boa, agora é maior ainda!!
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escorpimonia 04/04/2023

Não sei muito bem o que comentar sobre esse livro. Fiquei empolgada para ler porque achei que seria ótimo, mas logo no começo fiquei entediada, é muita enrolação para finalmente chegar em alguma coisa e só terminei porque fiquei curiosa para saber o final, mas li por ler mesmo e tenho certeza que será um daqueles que a gente esquece a história haha.

Enfim, legalzinho e só.
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Li_alves 17/11/2022

Gênero policial clássico
Há mais anos do que gostaria de admitir, peguei ?sobre meninos e lobos? para ler porque ia virar filme, e me apaixonei. O jeito só autor escrever, o mistério, o desenvolvimento dos personagens, o final. Resolvi ler tudo dele e fiz isso, e mantive a obsessão pelos livros policiais por anos. Agatha Christie me iniciou bem, adoro livros que eu tenho que adivinhar o final.

Esse livro peguei por ser do Dennis Lehane, um dos mais recentes que ainda não tinha lido. Sabia pouco sobre a história e achei perfeito assim.

O livro é divido em partes: Rachel procurando seu pai, Rachel acabando com sua vida profissional, Rachel achando o amor, Rachel conhecendo o seu amado?

E depois disso, tanta emoção! Tudo bem que eu adivinhei o final, mas amei a leitura. Dennis Lehane até hoje não me decepcionou, mais um pra lista!
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helô :) 29/11/2021

Depois da queda
que livro!!! ainda não tenho palavras conexas para descrever a dimensão da realidade que esse livro me proporcionou... os personagens com sentimentos reais, todo o enredo e os plots fazem o leitor querer simplesmente devorar o livro para saber o desfecho. favorito! cinco estrelas! amei muito.
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Layla 07/01/2020

Queda é, de modo geral, o ato de cair. A definição, assim como os sinônimos da palavra, nada sugerem como ou quando ocorre a ascensão; temos apenas o esclarecimento do substantivo, algumas explicações sobre frases com o uso da palavra e a compreensão do sentido figurado de que queda também pode ser o desmoronamento, a ruína, a completa decadência de algo ou alguém.

Todos nós caímos. Contudo, o modo com que reagimos ao cair e como (ou se) vamos nos levantar, pode divergir completamente. Rachel, protagonista do livro, coleciona quedas. Sua sucessão de tombos é ampla, abrangendo desde a infância conturbada com a mãe severa, cuidando dela sozinha e o pai indo embora, até a adolescência na escola e a vida adulta. A protagonista contempla a queda em todas as áreas de sua vida: o declínio de sua carreira como jornalista, a falha na busca por seu pai, a vergonha por sua ruína com casos amorosos, além da relação destruída com a pouca família que conhece.

Entretanto, o ponto principal da leitura não é o tanto de vezes em que Rachel desmorona. O foco está em como ela se reconstrói. Lehane também brinca com o fato de como podemos chegar a um ponto de ruptura depois de tantas quedas, depois de termos lidado com tanta ruína, e como cair e todas as inúmeras situações que resultam de irmos ao chão uma e outra vez pode nos transformar.

O autor constrói uma personagem de gênio forte, marcada pela criação difícil da mãe e pelo lapso de uma figura paterna, e acompanhamos o desenvolvimento da protagonista com essa estrutura psicológica abalada. DEPOIS DA QUEDA tem uma narrativa crítica, com muitos levantamentos impactantes, e é uma leitura irônica, engraçada e complexa como a própria Rachel.

Tive uma série de dificuldades com essa leitura. É o primeiro livro que leio de Dennis Lehane e sou ansiosa demais para ler um suspense sem pirar um pouquinho. Além disso, por vezes, eu não consegui me identificar com a personagem, tamanha multiplicidade de facetas que Rachel apresenta e como ela as relaciona com suas ações e atitudes. Eu me senti distante da protagonista, algo que é incomum para mim, e acabei por gostar e me aproximar de um personagem que se mostrou o mais mentiroso e corrompido de toda a história, o que me deixou muito indignada por um tempo (fato que, mais tarde, num estado mais racional, notei que pode ter sido proposital, fazendo o livro ganhar alguns pontos por levantar a questão de que, no fundo, não conhecemos total e incondicionalmente ninguém).

Algo que me frustrou enquanto lia, e até mesmo após o término da leitura, enquanto refletia sobre ela, foi a forte impressão de que o livro estava mais disposto a chocar, com suas muitas reviravoltas, do que ter uma trama verossímil. Eu já esperava que, depois de determinada queda, uma maior (e, por vezes, mais irreal) aconteceria, estragando toda a surpresa dos fatos. Fiquei um tanto cética durante algumas passagens com o comportamento da protagonista, que seguia uma linha de atitudes que, de acordo com o que li e compreendi de sua personalidade, não previ e nem acreditei que ela tomaria.

A conclusão da história também deixou a desejar para mim. Culpa da minha ansiedade, ou não, gosto de finais que fecham a narrativa, dando às páginas um ponto final e não reticências. As últimas palavras do livro deixam o enlace do término a cargo do leitor e do que achamos que aconteceu, o que não me agradou.

DEPOIS DA QUEDA foi uma leitura problemática para mim. Em meio às reflexões, às frustrações com os personagens e à previsibilidade das reviravoltas, o livro conseguiu me consumir, levando-me a análises profundas, mesmo com as dificuldades que encontrei. Pensava nele constantemente e pegava-me contemplando quanto das diversas circunstâncias traumatizantes e das transitoriedades da vida nos encaminham para lugares e para estados de ser, ver e sentir que são inesperados, e me fez temer (e admirar) o cair com uma potência renovada.

Afinal, a queda é inquestionável. Cedo ou tarde, hora ou outra, amanhã ou daqui a dez anos, nós vamos cair. A incógnita, é: o que seremos depois da queda?

(resenha postada no blog GETTUB)
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Biia Rozante | @atitudeliteraria 10/02/2019

Um livro para refletir...
Eu costumo dizer que muito da nossa experiência de leitura tem a ver com a expectativa depositada sobre o livro. Quando lemos a sinopse e ela é muito bem elaborada e instiga a nossa imaginação essa cobrança para que leitura seja incrível aumenta, principalmente quando se trata de uma obra de autor renomado. Comecei minha resenha explanando sobre isso porque na obra DEPOIS DA QUEDA senti desde o princípio uma exigência muito grande de amar a leitura, a sinopse me deixou curiosa, ansiando desvendar o mistério proposto, a compreender os personagens e mergulhar de fato na narrativa do autor, que diga-se de passagem é talentosíssimo. Dennis Lehane sempre ousa, surpreende, eleva o nível dos livros do gênero – policial, suspense -, ele sabe como nos enredar em seus mistérios, e desta vez não foi diferente, Lehane experimentou algo novo e foi muito bem, mesmo com alguns pontos a serem levados em consideração.

Rachel Childs é uma mulher que conhece muito bem a queda, a ruína. Ela cometeu um crime, ficamos sabendo disto desde as primeiras páginas e então o autor retrocede a narração, e nos leva novamente para o início de tudo. Sua infância e adolescência foram conturbadas, permeadas pela ausência de um pai, e uma relação difícil com sua mãe. Já em sua fase adulta, conseguiu se tornar uma jornalista bem-sucedida, mas viu sua carreira ruir após um ataque de pânico que foi transmitido ao vivo. Sua vida amorosa também não é das melhores e após o fim de mais um relacionamento se viu oprimida por sua própria vida, vindo a desenvolver uma espécie de agorafobia, um receio irracional de sair de casa. Se isolando por um longo período, aguardando assim que as pessoas esquecessem seu vexame. Mas algo a puxa de seu isolamento, o reencontro com uma pessoa especial, que sempre se revelou gentil e respeitoso, um ombro amigo e apoiador, Brian. A conexão entre ambos é imediata, existe atração, química, a necessidade de conexão e não demora para que se casem. Um casamento muito feliz, ou, pelo menos, era isso que aparentemente existia, até que a visão de uma pessoa ameaça destruir tudo que foi construído, deixando uma interrogação sobre todos os aspectos de sua vida. É dai em diante que o enredo se torna cada vez mais misterioso, complexo, cheio de paranoias, reviravoltas e caminhos duvidosos. Somos levados a nos sentir perdidos, assim como a protagonista, questionando o que está bem diante dos nossos olhos.

“(…) Sentiu-se uma indigente emocional que mendigava de porta em porta a vida inteira, pedindo a perfeitos desconhecidos que a alimentassem. Que a preenchessem. E voltassem a preencher.”

Rachel é uma mulher cercada de segredos. Atormentada por suas quedas, por suas perdas, perdas essas que a tornaram alguém com medo dos fins. Uma mulher forte, capaz de se reerguer, se reinventar, se transformar, multifacetada. Mas ainda assim, uma mulher sem estrutura psicológica. Uma mulher a procura de algo que lhe falta, tentando preencher um vazio que habita dentro de si desde sua infância, buscando um sentido para sua existência. Demorei em me conectar com ela, a compreendê-la, mas, com certeza, esse foi um ponto proposital do autor. Para mim ele gera reflexões, questionamentos e acusações o tempo todo, desafiando o leitor. E tudo isso apresentado a partir de um único ponto de vista, o da própria Rachel, ou seja, não é muito confiável, o que torna tudo ainda mais complexo e intenso quanto ela própria.

“Por um lado, aquilo era uma definição perfeita de loucura — a vida dela podia acabar amanhã, ou ainda hoje, justamente por causa daquele homem. E só dele. Foi ele quem abriu as jaulas dos demônios que ela trazia presos no porão: agora, eles só iriam sossegar quando ela morresse ou acabasse presa.”

DEPOIS DA QUEDA nos pega exatamente neste ponto: Como reagimos após uma queda? Após perder o controle de algo que tínhamos tanta certeza de estar certo? Estamos cientes de como mudamos, nos transformamos após cada uma? O amor realmente deveria ser o sentimento que rege nossas escolhas? Aqui ele é apresentado em sua forma mais crua, selvagem. Inconsequente, louco e cruel, sendo usado como justificativa para atitudes impulsivas, insanas, errôneas. E ainda somos massacrados pela monstruosidade humana, seres egocêntricos e egoístas. E não posso deixar de mencionar sobre o quanto não conhecemos ninguém de verdade – choque -, é uma teia de mentiras, um quebra-cabeça de enganos, dúvidas e inseguranças. Caminhos sem volta. Nada é entregue de mão beijada e rapidamente. As respostas para todas as perguntas chegam em dose homeopática, sempre deixando novas perguntas e tornando o final algo imprevisível.

“Eu te amei, eu te odiei, mas nunca soube quem você era.”

Provavelmente estou te deixando confuso. Esse é um tipo de livro difícil de resenhar, pois os spoilers ficam à espreita, aguardando qualquer brecha para se libertarem. O que posso dizer caros leitores, é que DEPOIS DA QUEDA é uma história com muito a entregar, a nos fazer questionar e refletir. Uma obra que aborda vários temas, que passeia por diversos questionamentos humanos e que apesar de ser intrigante e envolver o leitor mais e mais a cada página, começa de uma maneira lenta e cansativa. O autor demora a chegar no centro da história, ele faz questão de voltar no tempo e construir cada personagem e cenário meticulosamente, existem excessos, pontos que facilmente poderiam ser descartados e outros que mereciam ser mais elaborados, mas nada que prejudique a leitura, acredito que seja a maneira do autor de nos levar por uma viagem pelo caminho mais longo até o destino final.

Se você é amante de um bom romance policial, repleto de mistério e reviravoltas, com uma narrativa detalhada e muito bem construída, esse é o livro certo para você.

site: http://www.atitudeliteraria.com.br/2018/10/resenha-depois-da-queda-dennis-lehane.html
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PorEssasPáginas 18/01/2019

epois da Queda me interessou por sua sinopse e por se tratar de um thriller, porém, por algum motivo, eu sempre deixava a leitura para depois. Relia a sinopse, a orelha, e resolvia passar outros livros da pilha à frente. Acho que era meu subconsciente querendo me alertar. Repleto de personagens esquecíveis e desinteressantes, o livro possui uma trama com complicações desnecessárias e um suspense que falha ao empolgar.

Rachel Childs basicamente vive um dia após o outro sendo apenas arrastada pela correnteza. No começo do livro, ela está apenas interessada em descobrir quem é seu pai verdadeiro após a mãe ter morrido em um acidente sem jamais ter revelado a identidade do homem. Por anos, Rachel tenta descobrir quem era essa figura quase mítica, mas coleciona decepções. Por muitos capítulos, acompanhamos sua busca e os desdobramentos dela para, na segunda parte do livro, a trama ser completamente colocada de lado em prol da trama principal: o casamento aparentemente perfeito de Rachel com Brian, seu segundo marido.

Após um colapso ao vivo em uma cobertura de um terremoto no Haiti, Rachel, que era jornalista, acaba deixando a carreira. Ela desenvolve agorofobia, além das crises de pânico, e passa meses sem sair de casa. Mas, por outro lado, ela agora tem Brian, um marido carinhoso e que a compreende. O único problema é que ele vive viajando a trabalho, deixando-a sozinha com frequência. Mas, um dia, quando Rachel consegue sair na rua, ela vê Brian de relance – quando ele deveria estar viajando em outro país. A partir daí, sua vida frágil, construída sobre mentiras, começa a ruir. (...)

***resenha completa no blog***

site: http://poressaspaginas.com/resenha-depois-da-queda
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Jansen 25/07/2018

Muito bom. Uma jornalista ao fazer uma cobertura no Haiti entra em parafuso, arruína seu casamento, no que fez muito bem, e adquiri a síndrome de pânico.

Reclusa e complicada afastou-se do mundo e das pessoas. Um belo dia conhece um homem por quem se sente atraída. Ele tem seus afazeres, viajando muito e as coisas passam. No entanto encontram-se algumas vezes, incidentalmente, até que, de repente casam-se. Ela mudou sua vida pra melhor e, com o passar dos tempos foi curando sua síndrome.
O livro começa a se acomodar e eu quase desisto só não o fazendo por gostar do autor e crer que merecia insistir mais. Então há uma guinada fantástica e a obra parece ser outra. Adquire uma dinâmica própria e nos prende até o final.

Uma diversão garantida, apesar de merecer ter menos palavras. Tenho observado que os livros têm mais palavras que as necessárias, mais descrições e enrolações que nos faz perder o interesse. Não sei o que está havendo no mundo editorial...
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Euflauzino 06/06/2018

Explodindo a tensão superficial

Mais uma vez me deparo com um livro de Dennis Lehane, é sem sombra de dúvidas um de meus autores prediletos. Como explicar este apego aos escritos dele? Deixo aqui o trecho inicial do livro Depois da queda (Companhia das Letras, 392 páginas) que trará algumas pistas do que seja se aventurar por seu mundo marginal.

Numa terça-feira de maio, no trigésimo quinto ano da sua vida, Rachel matou o marido com um tiro. Ele cambaleou para trás com uma estranha expressão de confirmação no rosto, como se alguma parte dele sempre tivesse desconfiado que iria morrer pelas mãos de sua mulher.

O que dizer de um começo como este? Lehane já me ganhou de cara, avassalador, impossível largar a leitura. Dessa vez ele une seu metier (o gênero policial) ao universo psicológico e o faz com segurança, conhecimento de causa e categoria.

Neste romance temos uma mulher forte e decidida, Rachel Childs, filha de mãe solteira, que resolve enfrentar de igual para igual os homens que atravessam e atravancam sua vida pautada pela cartilha agressiva da mãe:

“Os homens são as histórias que contam sobre si mesmos, quase sempre mentirosas. Nunca examine nenhuma delas em detalhe. Se você denunciar que são falsas, isso só irá resultar em humilhação para vocês dois. Melhor aceitar conviver com a falsidade.”

Em pouquíssimas páginas Lehane monta um rico painel em que traça rapidamente o perfil e a história pregressa das personagens. É talento lapidado por anos de escrita. As personagens não são horizontais, são mais como a representação gráfica de um eletrocardiograma, cheios de ondas, intervalos, picos e quebras, altos e baixos, tendo seus pensamentos expostos com clareza. Ponto para ele.

site: Leia mais em: https://www.skoob.com.br/estante/livros/todos/175619
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Gramatura Alta 27/04/2018

Queda é, de modo geral, o ato de cair. A definição, assim como os sinônimos da palavra, nada sugerem como ou quando ocorre a ascensão; temos apenas o esclarecimento do substantivo, algumas explicações sobre frases com o uso da palavra e a compreensão do sentido figurado de que queda também pode ser o desmoronamento, a ruína, a completa decadência de algo ou alguém.

Todos nós caímos. Contudo, o modo com que reagimos ao cair e como (ou se) vamos nos levantar, pode divergir completamente. Rachel, protagonista do livro, coleciona quedas. Sua sucessão de tombos é ampla, abrangendo desde a infância conturbada com a mãe severa, cuidando dela sozinha e o pai indo embora, até a adolescência na escola e a vida adulta. A protagonista contempla a queda em todas as áreas de sua vida: o declínio de sua carreira como jornalista, a falha na busca por seu pai, a vergonha por sua ruína com casos amorosos, além da relação destruída com a pouca família que conhece.

Entretanto, o ponto principal da leitura não é o tanto de vezes em que Rachel desmorona. O foco está em como ela se reconstrói. Lehane também brinca com o fato de como podemos chegar a um ponto de ruptura depois de tantas quedas, depois de termos lidado com tanta ruína, e como cair e todas as inúmeras situações que resultam de irmos ao chão uma e outra vez pode nos transformar.

O autor constrói uma personagem de gênio forte, marcada pela criação difícil da mãe e pelo lapso de uma figura paterna, e acompanhamos o desenvolvimento da protagonista com essa estrutura psicológica abalada. DEPOIS DA QUEDA tem uma narrativa crítica, com muitos levantamentos impactantes, e é uma leitura irônica, engraçada e complexa como a própria Rachel.

Tive uma série de dificuldades com essa leitura. É o primeiro livro que leio de Dennis Lehane e sou ansiosa demais para ler um suspense sem pirar um pouquinho. Além disso, por vezes, eu não consegui me identificar com a personagem, tamanha multiplicidade de facetas que Rachel apresenta e como ela as relaciona com suas ações e atitudes. Eu me senti distante da protagonista, algo que é incomum para mim, e acabei por gostar e me aproximar de um personagem que se mostrou o mais mentiroso e corrompido de toda a história, o que me deixou muito indignada por um tempo (fato que, mais tarde, num estado mais racional, notei que pode ter sido proposital, fazendo o livro ganhar alguns pontos por levantar a questão de que, no fundo, não conhecemos total e incondicionalmente ninguém).

Algo que me frustrou enquanto lia, e até mesmo após o término da leitura, enquanto refletia sobre ela, foi a forte impressão de que o livro estava mais disposto a chocar, com suas muitas reviravoltas, do que ter uma trama verossímil. Eu já esperava que, depois de determinada queda, uma maior (e, por vezes, mais irreal) aconteceria, estragando toda a surpresa dos fatos. Fiquei um tanto cética durante algumas passagens com o comportamento da protagonista, que seguia uma linha de atitudes que, de acordo com o que li e compreendi de sua personalidade, não previ e nem acreditei que ela tomaria.

A conclusão da história também deixou a desejar para mim. Culpa da minha ansiedade, ou não, gosto de finais que fecham a narrativa, dando às páginas um ponto final e não reticências. As últimas palavras do livro deixam o enlace do término a cargo do leitor e do que achamos que aconteceu, o que não me agradou.

DEPOIS DA QUEDA foi uma leitura problemática para mim. Em meio às reflexões, às frustrações com os personagens e à previsibilidade das reviravoltas, o livro conseguiu me consumir, levando-me a análises profundas, mesmo com as dificuldades que encontrei. Pensava nele constantemente e pegava-me contemplando quanto das diversas circunstâncias traumatizantes e das transitoriedades da vida nos encaminham para lugares e para estados de ser, ver e sentir que são inesperados, e me fez temer (e admirar) o cair com uma potência renovada.

Afinal, a queda é inquestionável. Cedo ou tarde, hora ou outra, amanhã ou daqui a dez anos, nós vamos cair. A incógnita, é: o que seremos depois da queda?

site: http://www.gettub.com.br/2018/04/depois-da-queda.html
Ryllder 06/05/2018minha estante
Você começou com o pior livro do autor, dê outra chance, não vai se arrepender...




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