O Beijo da Mulher Aranha

O Beijo da Mulher Aranha Manuel Puig




Resenhas - O Beijo da Mulher Aranha


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Lacerda 22/07/2010

História simples e com conteúdo
A convivência de Molina e Valentin é tão leve que parece não existir o conflito sexual entre eles. Valentin trata de seus sonhos, sua luta, os companheiros; Molina pensa em sair da cadeia para cuidar de sua mãe, mas acima de tudo, deseja conquistar o afeto de seu companheiro de cela.

Os estudos sobre homossexualismo nas notas de rodapé são esclarecedores para quem ainda insiste com o preconceito e, o caso entre os personagens é tão natural e envolvente que nos coloca dentro da cena e tira de qualquer um o asco sobre suas relações.

Recomendo pra quem gosta de leituras políticas, pra quem gosta de cinema, pra quem gosta de conversa, pro homossexual, pro heterossexual, pra todas as idades. Puig faz um trabalho maravilhoso contra o preconceito, coisa que todos nós deveríamos combater e encarar com naturalidade..
Daniel 13/07/2012minha estante
gostei de suas observações, Juliana. Eu vi o filme antes de ler o livro, e gostei mais do segundo. O filme é mais triste, pesado...
No livro o leitor consegue "viajar" nas histórias contadas pelo Molina, que é uma figura!


Daniel.Malaquias 20/11/2021minha estante
Gostei da sua resenha, já li o livro 2x e não me canso da trama muito bem construída e envolvente.




@literatotti 02/05/2021

Quem nunca sonhou viver em um filme? Esse talvez seja o maior sonho de Molina, personagem de “O beijo da Mulher Aranha” de Manuel Puig. Molina sonha com filmes e com as grandes musas do cinema a ponto de contar as histórias desses filmes com muita descrição e paixão. Os filmes podem ser uma forma de escapar da realidade, principalmente quando ela é tão cruel. Além disso, eles podem nos oferecer coisas que na vida real podemos não ter, como um grande amor.

Molina é bicha e foi presa por corrupção de menores. Condenação muitas vezes usada na História de maneira arbitrária para prender homossexuais por serem homossexuais, como aconteceu com o escritor Oscar Wilde. Sempre excluída e rejeitada pela sociedade, Molina é sonhadora e romântica. Na prisão Molina conhece Valetin, um preso político e filósofo que foi aprisionado por participar de um grupo revolucionário. Idealista, Valetin é o típico homem criado numa sociedade patriarcal e, por isso, extremamente machista e preconceituoso. Para passar o tempo, Molina conta os filmes que assistiu para Valentin. Filmes que são ponto de fuga e de encontro da realidade para as personagens.

“O Beijo da Mulher Aranha”, publicado em 1976 mais parece um roteiro de um filme. Isso porque não há narrador. Há apenas os diálogos das personagens. Talvez por isso o livro tenha sido adaptado para o cinema em 1985 por Hector Babenco, tornando-se uma referência na época. Na história de Molina e Valentin, a realidade vai se confundindo com as histórias dos filmes, mas, nesta, é Molina a grande protagonista de sua obra prima.


site: https://www.instagram.com/literatotti/
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Arsenio Meira 10/10/2012

Achei - pra variar - bem melhor que o filme. Mas a versão de Babenco é boa. Mereceu o sucesso e a aclamação do público.

Aliás, dentre os livros que foram transportados para a grande tela do cinema, salvo engano apenas Coppola conseguiu a proeza de se igualar ao clássico de Puzo, em "O Poderoso Chefão".

E mais impressionante é que o "O Poderoso Chefão II" é tão bom ou melhor que o primeiro. Já o III foi um grande erro de Coppola.

Boa leitura.


Daniel 08/02/2013minha estante
O filme é muito sério e meio arrastado. O livro tem um bom ritmo e algumas passagens do Molina são muito engraçadas, "gay" no melhor sentido da palavra. O filme perdeu isso.


Arsenio Meira 08/02/2013minha estante
De fato, Daniel, o livro é bem melhor, e a graça do ritmo deve-se à construção do personagem Luís Molina, que em tempos sombrios, soube ou conseguiu um jeito de sobreviver (através da ironia e do humor) em meio àquela barbárie.

Tenho que Babenco pegou só a parte dramática do enredo, deixando de lado (propositalmente?), as excelentes e hilárias passagens, que vcoê ressaltou, do personagem Luís Molina.

Mas ainda assim, gostei do filme. William Hurt roubou a cena, como dizem. Abraço




Nathália 05/09/2012

Leve e intenso
Um livro maravilhoso. É leve na leitura, já que flui de forma muito natural, mas intenso no conteúdo. Todas as reflexões, os adendos, as teorias... E os filmes.



Esse livro é altamente recomendado para os amantes de cinema, devido a ótima perspectiva cinematográfica.



Os adendos são bem grandes e por vezes podem acabar desviando a atenção da história, mas vale a pena pra quem se interessa pelas teorias sobre a homossexualidade.
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Sol 17/07/2016

Impressões recém-escritas pós-leitura
O mais bonito deste livro é mostrar que é possível ver sensibilidade nas relações humanas mais improváveis. Um acusado por corrupção de menores e um preso político em uma mesma cela da ditadura militar argentina. Existe o preconceito contra homossexuais e contra os comunistas e existem a tortura e manipulações políticas. Existem os sentimentos de opressão, injustiça, abandono e medo do futuro. Mas entre Molina e Valentín existem também a empatia, o cuidado mútuo e, principalmente, a cumplicidade.
Com a opção de Puig pelo uso, em grande parte do livro, do diálogo entre os personagens (sem recursos de narração) e frases simples, é gostoso imaginar as expressões faciais, corporais e as intenções por trás de cada gesto, sem perder a compreensão do que se passa. Mas outros dois recursos foram excepcionais, apesar de muito longos e, muitas vezes, cansativos: o resumo de estudos biológicos e psicológicos sobre a homossexualidade nas notas de rodapé e as contações de Molina sobre o enredo de seus filmes favoritos (principalmente, o final das mocinhas), que relacionam-se subjetivamente com os contextos vividos pelos personagens.
Também são discutidos os "papéis" e "características" de homens e mulheres. Na página 29, Molina diz que "...se todos os homens fossem como as mulheres não haveria mais torturadores." Fiquei pensando se essa sensibilidade é mesmo própria do sexo feminino ou se pode ser aprendida. E se pode ser aprendida, o que reforça a violência como um comportamento masculino?
Os homens podem aprender a ser mais sensíveis? A sociedade acha que os homens devem ser mais sensíveis? A sentimentalidade é natural ao ser humano? Segundo Manuel Puig, sim. Seu ativista político Valentín, que só pensa e vive para a revolução, desabafa, em conclusão: "É estranho que a gente não consiga deixar de se afeiçoar a alguma coisa... É... como se a mente segregasse sentimento, sem parar... assim como o estômago segrega suco para digerir."
Sue 25/07/2017minha estante
Resenha maravilhosa!




Ana 14/02/2018

Assisti ao filme em 2015, e depois disso tive que ir atrás do livro.
Acabei encontrando-o em 2016, na biblioteca do CENTUR aqui em Belém.
Quanta sensibilidade inclusive para descrever o Molina, minha gente, apaixonei pelo livro.
O enredo é conhecido pelos que já viram o filme ou a peça:
Dois presidiários, sendo que um, Valentin, foi condenado por participação ampla em um grupo revolucionário;
O outro, Molina, homossexual, foi preso por má conduta com um menor de idade.
Os dois agora necessitam se conhecer e se respeitar mutuamente, caso queiram sobreviver em um espaço exíguo.
Há um contraste interessante entre as visões de Molina e Valentin, sendo que o primeiro necessita se refugiar nas lembranças de seus filmes e livros preferidos para poder sobreviver e manter a sanidade, criando assim um mundo próprio, e o segundo possui uma visão da realidade que não admite sonhos.
No final, os destinos de ambos acabam entrelaçando-se.
O filme também é muito bom e conseguiu captar a essência do livro.
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anjapsi 23/02/2011

O casal ocidentaL ("hetero") como expoente da exploração...
Convenção e imposição (compulsiva) de modelos pai/mãe, homem/mulher como IDENTIDADES básicas permitidas para as crianças... e o poderio da Classe Dominante: ELITE UNA E PERMANENTE NO PODER (em sacrifício ao feminino e expressão da força e supercompetenciaS...)

Quero rever o filme!
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Rafael.Montoito 24/03/2023

Há beijos que matam
Clássico da literatura argentina contemporânea, "O beijo da mulher-aranha" é um daqueles raros livros que, quando começa, o leitor não tem ideia de onde vai chegar e até sente uma pequena vontade de abandoná-lo - erro crasso: os que perduram, encontrarão uma história muito interessante e com várias camadas narrativas.
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A história se passa, quase por completa, em um único espaço: uma cela. Nela, Arregui, preso por suspeita de estar envolvido na resistência contra a ditadura argentina, divide espaço com Molina, um homossexual condenado por fornicação. Os dois estranhos têm um ponto em comum: o tédio; e, para superá-lo, Molina narra os grandes filmes que viu e amou para o seu colega.
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À medida que as noites avançam, eles vão estreitando os laços de amizade e falando de coisas pessoais mas, enquanto Arregui tem todo o cuidado para não dar a Molina pistas sobre seus amigos da resistência, Molina sente-se um pouco desconfortável em falar da sua sexualidade, dos seus desejos de ser visto como uma mulher e da sua antiga paixão por um garçom. As conversas e as narrativas fílmicas muitas vezes os colocam em conflito e, também, servem como combustível para uma tensão sexual que se cria entre eles - o que será mais forte: a atração sexual ou a causa libertária?
.
O filme feito a partir deste livro não tem metade da sua beleza poética ou brilhantismo de narrativa - é melhor não o ver.
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Filósofo dos Livros 20/01/2023

A POESIA QUE LIBERTA
Olá, Amigos e Amigas!

Se eu pudesse, mudaria o título do livro “O Beijo da Mulher Aranha” para “A Poesia que Liberta”. O autor argentino Manuel Puig escreveu a história de dois homens que se conhecem numa cadeia e compartilham as suas vidas. Como a vida deles foi algo duro, o prisioneiro Molina utiliza-se de histórias de filmes para aliviar o sofrimento de passar o tempo preso. As histórias são compartilhadas com Valentín, um preso político. É bom destacar que Molina é homossexual e foi acusado de corromper menores.

No cerne da trama, fica evidente que os motivos que levaram esses homens a serem presos foram totalmente injustos. Na luta política por um mundo melhor, Valentín foi condenado. Molina por expressar sua maneira de amar foi acusado de corromper. O amor de Molina que deveria ser sinal de libertação acabou engaiolando-o.

Mas as histórias compartilhadas dos filmes de forma poética deram leveza a todo sofrimento e nos fez pensar que é preciso muito mais do que grades para aprisionar a alma humana. No desenrolar da trama, vamos notando que a poesia das vivências humanas purifica as pessoas, fazendo com que elas fiquem cada vez mais livres.

O triste é saber que mesmo tendo formas de liberdade que nos fazem mais fortes do que qualquer grade, o ser humano ainda se auto aprisiona nas cadeias de seu egoísmo e na busca de obter vantagens. O amor vem amaciar os corações, mas interesses pessoais podem corromper a humanidade.

Todo aprendizado que expresso nessas poucas linhas de uma resenha pode ser atestado com a leitura da obra “O Beijo da Mulher Aranha”. Não gastarei mais tempo em escrever, pois espero que leiam a história e tenham experiências de novos ensinamentos.

Já leram a obra? O que estão esperando?

#obeijodamulheraranha #manuelpuig #literaturaestrangeira #romance #resenhaliterária

site: https://www.instagram.com/filosofodoslivros1975/
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Bernardo Brum 12/06/2019

Filho legítimo da vanguarda artística da era em que foi escrito, O Beijo da Mulher Aranha funde a linguagem documental da academia e relatórios com o fluxo de consciência vagamente narrativo e centra grande parte da sua narração pelos diálogos, o recurso menos objetivo e mais interpretativo da narrativa literária. Com isso, sob uma ótica humanista, desejo e ideologia são colocados sob um delicado microscópio que entra na cabeça dos personagens que é constantemente degradante e melancólico, mas nem por isso menos sutil.
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Mih Alves 22/10/2009

Nem sei porque o abandonei.
Não tenho motivos logicos para ter abandonado esse livro. Comecei a ler um atarde na biblioteca e estava achando a história muito boa. Mas depois esqueci de pegar o livro e nunca mais o li...
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Italo 28/05/2010

Este foi um livro bem excentrico,mas que tratou de ter a realidade bem a vista tanto na narrativa quanto nas notas(que me impressionou muito!).O Final foi brilhante,só nao sei aonde essa marta aparece!!
Recomendo ;D
Chokito Kakarico! 26/05/2020minha estante
Deve ter sido do delírio dele que a Martha apareceu




moara 23/08/2022

finalmente
finalmente finalmente terminei e considerações
1. o filme é melhor
2. o filme é melhor pq o livro não tem a fala mais genial de todas que é "what kind of cause is this that doesnt let you eat a avocado?" (come abacate bem)
3. Marta realmente é um nome muito bonito
4. Molinita
5. o filme é melhor vejam o filme
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Py 27/05/2012

O livro relata a convivência de um preso político e um homossexual que dividem a mesma cela. Molina, o homossexual, narra para o colega filmes que mais o marcou, enquanto que Valentín, estuda política.
Ao desenrolar da história, se cria uma intimidade e uma cumplicidade entre eles, talvez por necessidade, por estarem nesse cenário, e estes acabam confundindo (ou traduzindo) alguns sentimentos.
A história é um pouco cansativa por ter muitas notas de rodapé e muitos pensamentos e sonhos que não seguem uma lógica. Mas é interessante ler a obra por um foco mais psicológico dos personagens, observando a situação e os sentimentos deles.
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Andrea 02/10/2020

Livro em ritmo de filme
A história começa com a forma como ambos os presos passam o tempo: com Molina contando filmes para Valentin. Com todos os detalhes, que vão da decoração do ambiente a descrição detalhada dos protagonistas, as histórias são um pré-sono em uma rotina que que apenas os dois dividem a cela. Estes filmes trazem recordações do mundo exterior, como amores esquecidos, assim como discussões, quando suas origens são questionáveis.

Valentin pertence a um grupo que contesta a política argentina, em meio a uma ditadura militar, tem cuidado com as palavras, pois teme entregar os seus companheiros. Ocupa os seus dias estudando e ouvindo as histórias de Molina, sendo muitas vezes grosseiro ou até mesmo esnobe com o seu colega de cela.


Molina foi preso por andar com um menor, além de homossexual, ele se vê como uma mulher, muitas vezes utilizando termos femininos para se referir a si. Sua preocupação constante é com sua mãe, que não está bem de saúde e aguarda a revisão de sua pena para ter o filho de volta ao seu lado.


Em relação a forma narrativa, ele é quase todo composto por diálogos, são poucos os momentos que entramos no fluxo de pensamento dos personagens, o que coloca um ritmo de leitura e pode fazer com que o leitor se sinta sentado na cela escutando os filmes. E aqui há um fato muito curioso, não há descrições da cela, sabemos o que está acontecendo apenas pelo que é dito entre Valentin e Molina, são suas conversas e silêncios que ditam a ação.


Gostei bastante da leitura, achei muito interessante a forma como a história é nos contada, deixando o leitor tão íntimo e tão distante ao mesmo tempo dos personagens. Ficando a curiosidade para em algum momento procurar pelo filme também.

Resenha completa no blog:

http://literamandoliteraturando.blogspot.com/2020/10/o-beijo-da-mulher-aranha.html?m=1
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