Resenhas - Flores para Algernon

Pedro.Farinha 05/02/2021

SORTEIO
O livro é narrado em primeira pessoa pelos olhos de Charlie, um adulto com QI de 65 e que trabalha em uma padaria. O começo do livro é cheio de erros gramáticas por conta da limitação do narrador. Charlie tem o sonho de se tornar inteligente, e por isso passa por uma cirurgia que promete aumentar em muitas vezes o seu QI. Os leitores acompanham, por meio de relatos, a evolução de Charlie. Os seus amigos mudam e os seus gostos também. Em pouco tempo Charlie se torna mais inteligente do que os médicos que o operaram. Porém, as coisas não permanecem bem para Charlie por muito tempo.A solidão lhe atormenta, e seu estado mental começa a desmoronar. A ideia principal desse livro é absurdamente criativa e a leitura é bastante rica. Como escritor, gostaria de ter escrito essa obra. Um livro simples, mas incrivelmente inovador pela ideia, que nos faz refletir sobre a pequena importância da inteligência em relação ao amor; mesmo que eu não ache a comparação válida. Leitura obrigatória.

No domingo sortearei esse livro para todos que comentarem uma ?. Será entregue por Sedex. Boa sorte.

Cassio Kendi 29/07/2021

Em uma sala sem ar condicionado, no verão do Maranhão em 2014, li este livro pela primeira vez. Estagiava em Alcântara, e lembro da sensação do suor constante, naquele trabalho que, apesar de ser na área de computação, era mais físico do que mental. Fiz o download do livro após o almoço, e foi como tomar um café forte: aquilo me atraiu a atenção de uma forma, um capítulo me puxando para o seguinte, que terminei o livro naquela noite. Deve ter sido o livro que li mais rápido na vida.
Depois disso, sempre que alguém pedia recomendação de um livro, eu mandava aquele pdf de 25Mb para o email da pessoa.
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ATENÇÃO - SPOILER ABAIXO
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23 de nov

Hoji eu tive um sonho. Sonhei que estava vendo o espelio e o homem no espelio comessou a falar comigo. Ele uzava umas palavras dificeis e eu tentei guardar as palavras na cabeça para olhar depois no disionario mas esqueci cuase tudo. Ele disse que cinco milioes de peçoas iam ler meu diario e meus relatorios de progreso e eu perguntei como que iscrevia e ele falou que era um numero 5 com seis zeros na frente assim - 5000000 - tive que conta treis vezes pra acerta. Era meio dificiu entender um numero tão grande emtão ele disse que se eu olhace pro ceu de noite e tivese cinco milião de estrelas seria igual quando é dia de tão claro.

Todo mundo vai passar por isso Charlie vai nacer ficar mais in telijente depois vai isquecendo das coisas, ele disse. O corpo e a cabessa vai parando de funcionar pouquinio a pouquinio igual voce, igual a gente Charlie. Mas pra nos isso foi mais rapido como si a nossa trajedia foi mais com centrada. Não entendi muito bem pra ser sinssero.

Perguntei se as pessoas que lerao o diario me axaram intelijente. Ele falou que sim, que me axaram muito isperto. Sorri, gosto di ser isperto. Mais importante, dise ele, elas axavam que eu tinha bom corassão. Eu sei que tenio bom corassão, purque quando aperto a mão no peito eu consigo sentir tum-tum tum-tum mas não sei como as peçoas sabe disso se eu não iscrevi nos meus diario. Ele disse que as pessoas iam gostar de mim, e eu perguntei igual a professora Kinnian e meus amigos na padaria, ele sorriu e disse que sim iço mesmo. Dai o homem desapareseu, e o sonho mudou e tinha um monte de estrela no ceu, e elas se transformava em jente e descia para me abrassar. Era noite mais era dia.

Acordei e iscrevi mais uma pagina aqui no diario porque não quiria isquecer deste sonho tão bom, inda mais qui agora vo pra residênsia Warren. Não quiria que aquela jente que mi abraçou mim isquessesse tambem.

Tenho medo de ficar sozinho numa caixa igual Algernon.
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ps: o filme legendado 'Os dois Mundos de Charly' está no Youtube. O ator principal ganhou um Oscar merecido pela atuação. É o filme de 1968. Tem outro de 2000, mas é bem fraco na minha opinião.
ps2: que trabalho fantástico da tradutora, Luisa Geisler. Antes de ler a versão física em português, fiquei meio reticente, mas a leitura foi tão boa quanto a primeira lá em 2014.
ps3: quem quiser o livro físico em português emprestado, o pdf em inglês ou o filme legendado numa qualidade melhor, só me mandar mensagem.

Núbia Cortinhas 22/05/2022

Delicado, profundo e comovente.
Está difícil escrever essa resenha. Não sei por onde começar, terminei o livro chorando muito. Até a capa do livro tem um novo significado, o título tem uma forte conexão com a estória, principalmente com a última frase do livro. Antes Flores para Algernon (título), não me chamava tanta atenção, mas agora tem um novo sentido todo especial.

Não quero escrever muito sobre, para que a expectativa de vocês não seja quebrada, leiam simplesmente leiam.

Não é só um livro triste, mas é um livro riquíssimo em lições.
Não é só sobre bullying, mas também sobre a falta de amor ao próximo.
Não é só sobre ser inteligente ou não o ser, mas também é sobre a soberba.
Não é só sobre família, mas também sobre abandono.
É sobre companheirismo e sobre rivalidades.
É sobre amor e também solidão.
É sobre cobaia e ser cobaia.
É sobre arrogância e sobre amargura.
É sobre vergonha e também raiva.
É sobre acúmulo de conhecimento e sobre inteligência emocional.
É sobre a razão e sobre sentimentos.
É sobre perdão e amizade.
É sobre pessoas.

*CURIOSIDADES :
- Publicado pela 1° vez em 1959 como um conto e em 1966 como um romance epistolar, ele é narrado em 1° pessoa através dos Relatórios de Progresso escritos pelo próprio Charlie Gordon.
- Tanto o conto como o romance foram premiados e um sucesso de público e crítica.
- Keyes teve sua primeira inspiração para Flores para Algernon na época em que escrevia roteiros de HQ para Stan Lee.
- Ele levou anos para reunir todas as inspirações, que vão desde artigos acadêmicos até a Poética, de Aristóteles.
- Keyes lecionava Inglês em uma turma especial de jovens com baixo Q. I. quando um estudante lhe procurou perguntando se, caso se esforçasse o bastante, poderia se tornar inteligente.
- No livro acompanhamos o progresso intelectual de Charlie através dos Relatórios de Progresso. Neles percebemos a grafia precária antes da cirurgia, assim como a sua evolução após o procedimento.
- A tradução foi feita por Luisa Geisler, que se manteve fiel ao texto original, mantendo os termos usados na época dos anos 50/60 e de acordo com o conhecimento acadêmico da época.

Obrigada Editora Aleph por ter trazido esse clássico para nós!
Aplaudindo de pé!!!

Arty 04/12/2021

Acho que uma parte de mim morreu
Cara, esse livro entra facilmente na lista dos melhores que ja li, eu recomendo mas ao mesmo tempo não pois se vc quiser ficar com uma depressão ferrada igual a minha, blz esse é o livro ideal, mas tenha preparo para a leitura e leia ja esperando algo muito triste e não seja como eu que pensei que seria um pouco mais leve e nunca mais serei feliz na vida.

Bookster Pedro Pacifico 26/06/2020

Flores para Algernon, de Daniel Keyes - Nota 8/10
Até que ponto a ciência pode interferir na natureza humana? E quais as consequências? Nessa obra, o limite entre ciência e ética foi testado. Um experimento conduzido em uma universidade promete algo aparentemente louvável: melhorar a inteligência daqueles que, por motivos diversos, vivem com alguma deficiência intelectual. ⁣⁣
⁣⁣
Charlie é escolhido para testar essa nova tecnologia. E, ao longo da obra, vemos a sua evolução por meio dos “relatórios de progresso”, que nada mais são que um diário do dia a dia do personagem. A obra é, portanto, escrita a partir da perspectiva de Charlie, sempre em primeira pessoa.⁣⁣
⁣⁣
No início, os relatórios de progresso refletem a deficiência de Charlie, que tem extrema dificuldade de escrever e se expressar. Mas não é só isso: é possível perceber como Chralie tem uma visão inocente sobre as pessoas e as situações à sua volta. Ele não percebe as discriminações que sofre dos colegas de trabalho ou até mesmo não parece entender direito o que o procedimento inovador pode mudar em sua vida. É um indivíduo que vive em sua própria realidade e, muitas vezes, é incompreendido. ⁣⁣
⁣⁣
No decorrer de sua recuperação, a melhora da “inteligência” de Charlie começa a ser vista na sua escrita e na forma mais detalhada com que ele passa a descrever os momentos do seu dia. A melhora é, inclusive, percebida pelo personagem, que passa a ter consciência da discriminação que sofria e, com isso, sua inocência acaba virando revolta. Será que ele era mais feliz? E é justamente esse o ponto que achei mais interessante no livro, como o próprio personagem vai entendo a sua condição, analisando como era ser uma pessoa que vivia a par da sociedade. ⁣
⁣⁣
Confesso, contudo, que a leitura não me cativou tanto. Talvez pelo fato de ter sido escrito em forma relatos, não consegui me apegar tanto ao personagem, o que melhor no final (senti o começo da narrativa um pouco artificial e, por isso, demorei para engatar).
⁣
Mesmo assim, recomendo a leitura, principalmente pelas reflexões sobre a perspectiva daquele que é visto como inferior! Escrito em 1959, mas muito atual!

site: http://instagram.com/book.ster

Michelle.Gandolfi 24/06/2022

O efeito Algernon-Gordon.
Aviso de antemão que, se você quiser ler este livro, esteja com o psicológico intacto.

Charlie Gordon é um homem de 32 anos, com deficiência intelectual grave. Por tal condição, é selecionado para um experimento científico, até então feito somente em ratos, que promete um aumento excessivo de QI.

Passado o tempo da cirurgia (necessária para o experimento), Charlie começa a ter diversos flashbacks de sua infância. São trechos do livro que nos sensibilizam, pois observamos uma pessoa sendo sempre ridicularizada (não somente no passado, mas também em sua vida adulta), com agressões verbais e gerando, consequentemente, traumas emocionais.

Charlie, de início, demonstra a sua inocência e ingenuidade sobre o que é a realidade. Não consegue perceber a complexidade da maldade que os outros podem ter. A vida, para Charlie, é tentar agradar as pessoas a sua volta, ter amigos e tornar-se inteligente o suficiente para ser aceito.

Sua vida quando criança girava em torno de sua mãe, que buscava em campos diversos, de forma abusiva (E PÕE ABUSIVA NISSO!!), a cura de seu filho para que ele se tornasse "normal", como todas as outras crianças.

É um livro que traz muitas reflexões. Não só como Charlie, sempre queremos mostrar, de alguma maneira, o quanto somos suficientemente "bons" para sermos aprovados socialmente.

O autor foi muito feliz em escrever o livro separado por "relatórios de progressos", como se fosse um diário de Charlie, para mostrar o seu desenvolvimento no experimento. De fato, podemos observar os erros ortográficos no começo e, ao longo do livro, sua escrita perfeita, com divagações intelectuais.

Aprendi tanto, que fico triste em ter terminado. É uma excelente obra também para nos atentarmos à maneira como tratamos pessoas com deficiência.

É um livro que cutuca a nossa consciência, que mutila o nosso ego...

Foi gratificante acompanhar a vida de Charlie.

OBS: Chorei horrores com o final! Hahhah

Cjack 29/09/2023

Gghjj
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@aprendilendo_ 13/12/2020

Resenha de Flores para Algernon
Quando uma nova cirurgia surge com a promessa milagrosa de aumentar exponencialmente o Q.I de pessoas com deficiência mental, o doce e inocente Charlie Gordon é escolhido como o primeiro paciente humano a servir de teste para a eficácia de tais estudos. A partir disso, por meio de relatórios de progresso escritos pelo protagonista, acompanhamos seu desenvolvimento racional e emocional, enquanto o próprio passa a perceber toda a maldade a qual o circundava em forma de escárnios e entende suas novas capacidades.

De início, a obra tem como principal instrumento ao seu favor a maneira de narrar a história. A partir do momento o qual acompanhamos todo o desenvolvimento pelas palavras do próprio protagonista, criamos uma empatia singular com Charlie. Causa disso é a forma magistral pela qual o autor, Daniel Keyes, consegue dar profundidade à personalidade do homem, esta, demonstrada por pensamentos e digressões inicialmente infantis, os quais com o decorrer das páginas vão sofrendo uma metamorfose curiosa e propositiva. Tudo, em um nível excepcional de detalhes os quais, em cada expressão, tomam vida própria, com novos sentidos e interpretações na análise da psique do personagem. Como consequência, tal característica traz consigo tanto uma sensação de veracidade, a qual por vezes nos faz esquecer do fato de estarmos lendo uma ficção, quanto uma instigante leitura, responsável por tornar o livro algo prazeroso de ser lido mesmo em face da temática densa.

No tanger dos fatos, outro elemento essencial para a obra é seu forte teor filosófico. De formas diversas, como analogias à árvore do conhecimento, ou ao mito da caverna de Platão, a todo momento somos colocados contra uma parede de dúvidas sobre a solidão e a perspectiva da sociedade quanto aos seres humanos. Aqui, novamente o jeito com que o escritor molda a mente de Gordon ganha destaque. As crises de ansiedade, os medos do isolamento e a maneira desastrosa do personagem em lidar com o amor e traumas antigos são dignos de uma terapia real, cheia de minucias e revoltas justificáveis, as quais, aliadas à imersão já citada, incomodam e geram sérias ponderações sobre o assunto. Nesse sentido, os debates apresentados são dispostos de modo coeso e ponderado, sem tomar espaços desnecessários ou preencher páginas inteiras em conclusões como se fossem um manifesto. Ou seja, cada ponto e reflexão é devidamente encaixado em expressões rápidas e muitas vezes disfarçadas sem se tornarem estafantes e permitindo, assim, uma maior liberdade para o leitor ter algumas conclusões por si.

Por meio de uma incessante sensação de realidade, Daniel Keyes se sai muito bem ao criar obra imersiva e propositiva, a qual consegue um balanceamento excelente entre o desenvolvimento de uma boa história e a instauração de um duro questionamento sobre a forma como a sociedade trata pessoas com deficiências físicas ou mentais.

Nota 9.3
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Victor Dantas 13/08/2020

Relatório de Progressão: 13 ago. 2020
Oi, sou o Charlie.

Não, quero dizer, ele é o Charlie. Eu sou apenas um mero leitor, que se apegou profundamente a esse personagem a ponto de chorar e sonhar com a história. Pois é.
O Charlie vive em Nova York, tem 32 anos, trabalha numa padaria, e vive uma vida normal. Bom, para ele sim, para os zotros a vida do Charlie é uma piada. Ele é motivo de piada.
Só qui ele ainda não percebeu isso.
Mas, nós leitores sim. E isso nos enoja!

Vamos começar du começo. O Charlie nasceu com uma deficiência intelectual. Desde a infância até a faze adulta, o Charlie teve dificuldades em lidar com vocabulário, ex crita, coordenação motora, informações.

O mundo ex terior sempre foi uma barreira para ele e, isso se tornou mais grave a medida que sua família não entendia as necessidades do filho, não tinha um acompanhamento psicológico ou algo do tipo que ajudasse a compreender a condissão do Charlie, e assim, acompanhá-lo e auxiliá-lo a desenvolver suas abilidades aos poucos.
Na verdade, os seus pais, ou pelo menos sua mãe, sempre o viu como anormal e, sempre pressionou o filho para se comportar como alguém “normal”.

A hostilidade e a negligência dos pais do Charlie para com ele foi ficando cada vez mais gravi, até que em um determinado momento da sua vida, o Charlie é mandado imbora de casa, pois, sua mãe o via como uma ameaça para sua irmã, a Norma.

Passam-se anos, e o Charlie começa a viver por conta própria em Nova York, trabalhando em uma padaria e, começa a frequentar uma escola para educação de jovens e adultos com dificuldades de aprendizagem. Sua professora, Kinnian, o tem como o melhor aluno da turma e, isso implicará em situassão que pode mudar a vida do Charlie. A professora, acaba recomendando-o para uma pesquisa científica comandada pelos pesquisadores, Strauss e Nemur, da Universidade de Beekman.

A pesquisa pretende, grosso modo, diminuir o retardamento mental do Charlie a zero e, torná-lo inteligenti, aumentando seu QI. Para tal procedimento, o Charlie será submetido a uma cirurgia.

Charlie, como você deve imaginar, fica eufórico, e com a esperança que vai se tornar um novo homem, um homem inteligente, que será admirado por todos a sua volta, principalmente seus pais.

Outro procedimentu da pesquisa, são os relatórios de progresso que o Charlie vai ter di escrever antes e após a cirurgia, como forma de documentar e verificar as mudanças que vão ocorrendo gradativamente no seu intelecto.
São esses relatórios que vamos ler, onde acompanharemos de pertu a evolução do Charlie.

Será que a cirurgia vai ter o sucesso esperado pelo Charlie, suprindo todas expectativas?
E quais as consequências desse processo na vida dele?

A escrita do autor é magnífica. A forma como ele moldou a obra, reflete na sua originalidade no nicho da ficção científica. Nas primeiras 50 páginas do livro, vemos o Charlie com sua dificuldade de escrita e vocabulário fielmente retratada, onde o autor escreve inúmeras palavras com erros ortográficos.
E isso talvez dificulte sua experiência de leitura, mas, eu motivo a você não desistir do livro por conta disso, pois logo a escrita muda, onde retrata o Charlie aprendendo a escrever corretamente e estender seu vocabulário com palavras até então consideradas complexas para ele.

A originalidade de “Flores para Algernon” não está apenas na escrita, mas, no enredo, a mensagem por trás da obra. Apesar de ser uma ficção científica, a história não se reduz ao experimento e as teorias em si.
O autor direciona essa experiência para o campo humano, ou seja, a subjetividade do personagem é o foco, onde surge o drama que envolve todos os que participam desse processo, principalmente o Charlie.

Nesse sentido, o leitor é bombardeado de reflexões e questionamentos, quais, o Charlie também possuí. Para mim, os principais foram:

1. Traumas de infância: vemos o Charlie revisitando suas memórias aos poucos, e temos passagens onde o Charlie é vítima de bullyng, intolerância e preconceito na escola, na vizinhança e até mesmo dentro de casa.
Chega a ser revoltante em muitos momentos.
Percebemos que as consequências de traumas da infância não tratados podem influenciar nossa vida adulta de uma forma cruel. E muito da sua infância traumática tem poder sobre o Charlie.

2. Busca incessante por aprovação: o Charlie não aceita passar pela cirurgia por motivos próprios, mas, para atender as expectativas dos outros em busca de aprovação, seus pais, seus “amigos”. Se existe coisa mais atual que esse sentimento na gente perante a sociedade, desconheço.

3. Comparação: pelo fato de buscar a aprovação do outro, o Charlie a todo momento fica se comparando as pessoas a sua volta.
A visão de si mesmo, é reflexo de um complexo de inferioridade que desde a infância foi introduzido nele. Em situações extremas, o Charlie se vê inferior até mesmo de um rato.
É difícil fazer um paralelo com a sociedade atual? Acredito que não né...

4. Normal x Anormal: o que nos define como normais? O que nos torna anormais?
Essa dicotomia, que não passa de uma construção social e histórica, é algo presente na vida do Charlie. A deficiência que o Charlie possui, e assim como outras pessoas do mundo possuem diversas deficiências, ou melhor, necessidades, é tratada com intolerância, desprezo, indiferença, por uma sociedade que sempre invisibilizou, negou, ignorou, ideias, crenças, sexualidade, pessoas, que não se enquadram no “padrão”, no “aceitável”, no “correto”.
E a forma como o Charlie vê os outros (normais) e ele próprio (anormal), é fruto desse processo.

5. Sentimentos: é nesse aspecto que o drama da história se desenrola. Vemos o Charlie buscando explicações científicas e racionais, para os sentimentos que se manifestam dentro dele. Até que em certo momento ele entende, que nem tudo é passivo de cirurgia. Sentimentos não são objetos, nem seres, e não podem ser reduzidos como tal.

6. Amizade: por buscar aprovação das pessoas em sua volta, o Charlie acredita que quanto mais inteligente ele ficar, mais amigos terá.
Mas, o que ele acaba percebendo, é que amizade é respeito ao próximo, permitir que o outro se expresse como ele é, de enxergar no outro diferenças, e não distâncias. E se o outro anula tudo isso, ele está longe de ser nosso amigo.
E é aqui compreendemos o porquê do título do livro, quando o Charlie encontra seu verdadeiro amigo.

7. Inteligência: o que nos torna inteligente de fato? Um QI alto? Um currículo acadêmico extenso? Nossa profissão? A quantidade de livros que lemos?
Para o Charlie a inteligência humana, sempre esteve relacionada a esses aspectos, mas, ao longo das situações que ele vai vivendo com os outros a sua volta após a cirurgia, e, o tratamento que ele recebe destes, o leva a compreender que a inteligência... é HUMANA.

Sendo assim, uma cirurgia, seja ela qual for, não nos torna mais ou menos humano.
A humanidade não é um estado, posse.
A humanidade é ser, valores.

Um livro necessário.

arilopes 09/06/2022

Flores para Algernon
Humano. É a única palavra que consigo exprimir ao finalizar esta leitura!

É fato que já li livros que retratam sobre nossa peculiar capacidade de humanidade, mas este, é de longe, o mais sensível, verdadeiro, lindo, límpido, sincero, cru, vívido, simbólico, tocante e humano. Eu queria ter um imenso campo lexical para descrever essa obra, mas me faltam palavras para descrevê-la. Para expressar o quão delicada e honesta ela é e quantidade de Charlie's que existe em nós mesmos e ao nosso redor. Todo ser capaz de pensar além do próprio ego, deveria lê-la!

Outro ponto que mais uma vez acentua a delicadeza desse livro, é como Keyes retrata a ignorância daqueles personagens que não sabem como lidar com nosso querido Charlie Gordon, o autor nos apresenta personagens tão alheios a empatia, ao altruísmo e a vulnerabilidade, que é impossível você não se questionar como nosso mundo ainda consegue (sobre)viver alheio a tais sentimentos. Terminei esse livro da mesma maneira como me senti após assistir/ler 13 Reasons Why, querendo, a cada dia, ser mais humanamente possível um ser melhor.

Ao que cabe a Charlie, eu sinto tanta pena dele, e não é no sentido dele ser um coitado ou inválido. É, simplesmente, pela pureza dele. A inocência e ingenuidade de querer ser aceito em um mundo em que pessoas como ele são marginalizadas, discriminadas e violentadas. Eu só consigo sentir que a busca de Charlie sempre foi para ser reconhecido como ser humano, como parte desse mundo. A única coisa que Charlie sempre buscou não foi uma superinteligência ou um Q.I. acima da média, embora ele pensasse que fosse, ele buscou a única coisa que nos conecta e torna seres humanos: construir laços com outros seres humanos. O único fim para justificar seus meios foi a necessidade de se relacionar, de se sentir incluído e amado entre os seus semelhantes. Infelizmente, talvez, o único que Charlie reconheceu como igual foi Algernon, nosso pequeno e peludo amiguinho!

Por fim, destaco o quanto a escrita de Keyes é ? e aqui, fui em busca de sinônimos para expressar a exata sensação ? singela, conscienciosa e contemplativa. Keyes não mediu esforços para criar uma narrativa íntegra e complacente para um mundo dotado de indivíduos tão, metaforicamente, análogos a Gordon! Tanto que me vejo preso no mesmo labirinto de Charlie, na incessante procura do meu lugar na mórbida humanidade.


"Nada nas nossas mentes realmente vai embora."

"Existem muitas pessoas que darão dinheiro ou bens materiais, mas poucas que darão tempo e atenção."

"O tempo é um fator fundamental."

"Sinto medo. Não da vida ou da morte ou do nada, mas de desperdiçá-la como se eu nunca tivesse existido."

Marcos 21/05/2023

Flores para Algernon
Charlie Gordon, deficiente intelectual, se submete a um experimento científico que o deixa extremamente inteligente.

A ignorância é uma benção!

Não sei bem o que pensar sobre esse livro, um misto de emoções e questionamentos?

Quando Charlie desenvolve seu intelecto, ele percebe como sofria abusos, e como seus ?amigos? ao invés de rirem com ele, riam dele.

Com essa nova perspectiva de mundo, Charlie tem extrema dificuldade em manter relações pessoas, muito em razão dos traumas sofridos em sua infância.

Em determinado momento, Algernon (o rato que passou pelo mesmo experimento) é seu único amigo?

Charlie se torna uma pessoa solitária, e o autor consegue passar essa sensação ao leitor? o que me causou desconforto na maior parte da leitura.

Com um final melancólico, Flores para Algernon é reflexivo, sobre inteligência, sanidade mental, e sentimentos.

Leitura obrigatória!

Gustavo Rodrigues 14/08/2021

Até tentei, mas não consegui gostar. Mesmo sendo favoritado por uma infinidade de gente, quase não terminei e dei alguns cochilos enquanto lia. ?

Respeito demais a opinião de todo mundo, mas dessa vez não tenho como concordar com a grande maioria. Não consegui me envolver com a história, achei a narrativa extremamente lenta e desinteressante.

Obviamente existem algumas coisas bacanas, umas reflexões legais, mas o fato da história focalizar 100% na vida e evolução do Charlie não me conquistou. Faltou alguma coisa, mas não sei bem o quê.

Mesmo não gostando, de forma alguma deixo de recomendar a leitura. Se é um livro tão adorado por muita gente, não é a minha opinião que vai determinar que não é tão bom.

Cada pessoa tem uma experiência diferente com o mesmo livro, então vai na fé que tu pode gostar. ??

Pavozzo 05/04/2021

Relatorio de progreso
Oi meu nome é Felipi e eu queria dize que gostei muintu da leitura. Fiquei felis de ve que o Charlie iscreve tudu o que ele pensa por que é isso o que tentu faze aqui. E eu tambem queru fica mais intelijente. Axo que eu e Charlie pudia se amigo.

Não sei se fiquei mais intelijente depois de le ese livru. Tem algumas palavras difíseis. Pelo menos eu pude rir e chora então não foi un livru chato.

Às vezes digo pra Deus que nada está acontesendo. Quando vou ficar mais intelijente. Acho que tenhu que ter pasiência. Eu quero ser intelijente porque as pesoas intelijentes tem muitos amigos.

De qualquer maneira, foi interessante observar ao choque de realidade sofrido por Charlie quando o mesmo passou a ter um novo nível de compreensão das coisas ao seu redor.

Se eu puder levar uma frase desse livro para a minha vida, será esta: "inteligência e educação sem doses de afeto humano não valem droga nenhuma".

Pedro 25/01/2021

Flores Para Algernon
A proposta é muito interessante mas a história é bem fraca. Eu tenho duas teorias sobre o fato de eu não ter gostado muito do livro. A primeira delas é que criaram muita expectativa em cima dele e eu me decepcionei, todo mundo que eu conheço que já leu o livro fala que é a coisa mais triste do mundo, que ficou no chão por horas e bateu a famosa depressão pós término, mas a real é que eu fiquei tipo "tão tá né". E a segunda é a narrativa como romance epistolar, que eu acho bem chata e me distancia bastante dos personagens, já que eles mudam (principalmente o Charlie) de um dia pro outro. De qualquer forma vale a pena ler pra dar hate comigo KKKKKKKKKKKKKKK

Feu Franco de Yamesh | @feu_franco 15/07/2020

RELATORIU DI PROGRESSU FINAL
2 di juliu Essi livru conta a istoria di Charlie qui é uma peçoa que sonha em ser inteligenti e ele comessa di forma bem bonita por causa di qui ele tem uma iscrita bem carinhoza qui nos faiz impatizar bem rapido com eli. nessi iniciu ele perdi para um ratu em testis di corrida. Essi ratu chamasse Algernon.

4 di juliu - Charlie passa por uma sirurgia cirurgia que almenta gradativamente a sua intelijencia e nois leitores acompanhamos em sua iscrita, tanto qui consideru um ápice o momento em que, ele, descobre, a, vírgula, e, começa, a, usar, em, seus, textos, Logo em seguida, Charlie devora livros complexos e descobre outros sinais de pontuação! Assim acompanhamos ele ficando cada vez mais inteligente e como ele lida com os sentimentos complexos dos quais começa a ter consciência da existência. Sinal da evolução? Talvez!

10 de Julho - Percebemos uma narrativa completa e cheia de nuances e significantes. Flores para Algernon é uma metáfora para a vida. Acompanhamos as percepções de Charlie Gordon em sua progressão aritmética em complexidade de pensamentos e ao mesmo tempo inexperiência de sentimentos. Assim como uma criança superdotada ou em um adolescente inseguro. É um livro cuidado em cada escolha, cena, sequencia, atos e narrativa. Uma ideia clara e explorada com perfeição, uma trama envolvente que mistura a antitrama, a minitrama com a arquitrama, disfarçadas de história simples e encantadora.

14 de Julho - Um dos melhores livros que li, o carinho que habita o espaço entre as palavras me lembrou outro livro maravilhoso (mas só lembrou), O Gigante Enterrado. Ainda assim, mesmo iscrito há 60 anos, Flores para Algernon é um livro completo e atemporal que convidará gerassões gerações a refletir sobre o que é importante na vida. Os amigos, o conhecimento, a experiência, o amor, a realização.

(leia Yamesh)

site: https://www.instagram.com/feu_franco/