Cultura das Mídias

Cultura das Mídias Lucia Santaella




Resenhas - Cultura das Mídias


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Jess 24/02/2021

Sou bobona por Santaella, uma das principais referências semióticas do país. Mais uma vez tive acesso a um dos seus escritos marcantes e, dessa vez, bastante premonitórios. O livro é formado por um conjunto de artigos da autora com temáticas que englobam enquanto temática o título da obra A Cultura das Mídias. A nova versão de 2020 está com uma edição a mais que vale a pena optar caso se interesse por linguística ou/e semiótica.
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Caim 02/10/2017

Clássico da Comunicação
Livro clássico da área da comunicação que apresenta uma visão sistêmica sobre a dinâmica dos meios de comunicação e sua capacidade em criar cultura.
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FerPaes 30/12/2009

Resenha: Cultura das Mídias – Lúcia Santaella
Cultura das Mídias é uma coletânea de artigos da pesquisadora Lúcia Santaella publicados entre os anos de 1976 e 1995 e que discutem individualmente os aspectos e consequências do avanço da tecnologia perante a cultura erudita e de massa e expõe as fervorosas discussões sobre este e outros temas correlatos.

Pontuando que cultura e comunicação são inseparáveis, ela inicia a discussão defendendo o termo “Cultura das Mídias”, sugerindo que, com o crescimento das mídias e seus canais de comunicações, as divisões entre a cultura erudita, cultura de massa e a popular serão abaladas e se tornará impossível delimitar onde uma cultura se inicia e onde termina por causa das interações que sofrerão entre si.

Devido à sua natureza, cada mídia tem os seus potenciais e limites e que nenhuma outra mídia possui, e estes limites e potenciais são os pontos precursores para esta interconexão. Estas interconexões entre mídias e culturas resultam em uma complexidade semiótica mais acentuada, surgindo desta relação o termo multimídia.

E multimídia nada mais é que o uso de mais de uma linguagem em uma mesma mídia, como ocorre com o jornal, por exemplo, que faz uso das linguagens: escrita, fotográfica, gráfica e diagramática.

Tais linguagens possibilitam que as mídias possuam a mesma estrutura de mensagens com elementos semióticos: sintáticas, semânticas e pragmáticas.

A multimídia também levanta outro ponto de discussões antropológicas e que envolve o termo “comunicação de massa”. Como as mensagens produzidas por algumas mídias são para poucos economicamente privilegiadas, o uso do termo “massa” torna-se equivocado, com mídias mais elitizadas e segmentadas.

O avanço na tecnologia permite o surgimento de novas mídias de forma constante, obrigando as mídias já existentes a fazerem adaptações para sua sobrevivência. Foi o que aconteceu aos jornais com o advento do rádio e da TV, que possibilitou então a instantaneidade das informações, forçando os jornais impressos a se tornarem mais um decodificador dos fatos do que um expositor como vinha sendo feito até este momento. Prova disso é a escrita, que vem sofrendo com esse avanço tecnológico desde o seu surgimento. No início era utilizada a pele de carneiro como base de apoio, depois evoluiu para o papiro e posteriormente para o papel.

Com este estopim, Santaella abre a discussão sobre o tão falado fim do jornal impresso após a revolução eletrônica encabeçada pelo advento da TV e do rádio e deixa claro ao afirmar que o jornal, assim como outras mídias mais antigas, não desaparecerá, elas apenas sofrerão alterações na sua plataforma de existência, assim como a escrita vem sofrendo ao longo do tempo.

A questão errada, segundo a autora, é questionarmos se uma mídia será substituída por outra; a pergunta mais assertada seria: como esta nova mídia vai alterar a nossa forma de enxergarmos a arte?

E esta é a questão fundamental para a sobrevivência da arte e dos museus, tendo em vista que, com o avanço da tecnologia e com a sua banalização, qualquer indivíduo consegue possuir em seu computador mais obras de arte que qualquer museu poderia possuir fisicamente. O crescimento neste potencial de armazenamento e a interconexão em rede de mídias e plataformas está ampliando a quantidade de signos a que estamos expostos no dia a dia, transformando esses computadores em extensões de nossos cérebros, possibilitando que qualquer informação seja encontrada facilmente, em qualquer local ou momento.

Esse aumento na quantidade de signos capturados pelo homem gera outro grande problema: o duplo. Ou seja, a foto que se vê em um jornal não transparece exatamente o que aconteceu na realidade, mas transparece o ângulo, o repertório e a visão do fotógrafo. Ele acaba ocultando intencionalmente ou não fatos que podem ou não abrir as portas para interpretações vagas.

Situações mais extremas são observada nas telas da TV e do cinema, onde a ilha de edição pode alterar completamente o enfoque central de um vídeo e manipular a opinião do espectador.

Os artigos presentes neste livro, apesar de datarem dos anos 80 e 90, são atuais no quesito definições e desmembramento de conceitos, de multimídias e intermídias, culturas eruditas e de “massa”.

A atualidade nestas questões nos permite traçar diversos paralelos com as novas mídias e tendências digitais, explorando os reais potenciais da internet, da nanotecnologia e da convergência digital, que mostra suas garras em produtos tudo-em-um, como o iPhone.

A tendência observada nestes anos subsequentes às datas de criação desses artigos demonstram claramente que as teorias apresentadas neles são assertivas e que prevalecerão por um longo perído, se é que elas sofrerão alterações no futuro, mas deixa claro que as teorias apresentada nesses volumes não estão atreladas ao desenvolvimento da tecnologia e sim na forma que consumimos e utilizamos as mídias em nosso dia a dia.

Créditos: Trabalho acadêmico de Pós-Graduação – Senac Lapa Scipião – Fernando Paes (http://www.fernandopaes.ppg.br/blog/2009/10/14/resenha-cultura-das-midias-lucia-santaella/)
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