Feh 16/12/2020
Natalia é uma menina que perdeu os pais aos oito anos, depois ela vai morar com seu avô no sul do país, na casa no mesmo terreno que pertence a família que seu avô é motorista. Logo de cara, ela se encanta com um dos jovens que reside na casa, Henrique é um cara extremamente fofo, simpático e muito querido, porém, ele tem um irmão gêmeo. Heitor que é totalmente diferente. Heitor é mais fechado, nada solícito e parece odiar Natalia desde que ela chegara ali.
Essa é mais ou menos a sinopse do livro e até a metade da história, a autora cumpre o que promete. Já que temos esse romance que nasceu de um “ódio” — mesmo que eu não tenha gostado nem um pouco dessa parte, mas vamos chegar lá. Na segunda metade, a autora adiciona dezenas de pontos de vista e mais centenas de narrativas paralelas desses mesmos personagens e se torna um enredo completamente maçante e desgastante de ler. E ela ignora o plot principal para focar nessas tramas que para mim foram chatas demais. E o que havia começado de uma forma interessante acaba ficando tedioso. Infelizmente.
E como o livro se passa em vários tempos diferentes, eu confesso que foi difícil me situar, já que conhecemos Natalia quando ela ainda era uma garotinha, depois ela já estava na fase adulta e depois entrou na faculdade e foi acompanhando-a até outros momentos. Eu gosto disso, gosto de acompanhar os personagens e eu não posso reclamar dessa parte que para mim não foi a pior. Foi uma das melhores, gostaria que a autora tivesse desenvolvido mais esse lado — e não deixado tão vago. Porque mesmo que eu goste foi um pouco lento para eu entender no começo — e esquecido as tramas paralelas. Teria sido mais real, principalmente porque poderíamos entender o começo do “amor” entre Natalia e Heitor.
E já que citei, o que falar sobre esse romance. Ele ainda não me desceu e faz dias que eu conclui a leitura. Como assim, o cara de quase trinta anos — pelas minhas contas, ele tem por essa idade — começa a se interessar por uma menina de quatorze/quinze anos? Desculpa, para mim não dá, isso não existe e foi a parte mais intragável de ler. O pior foi a romantização, Concordo com Henrique, impossível alguém achar isso normal. E isso de para o amor não existe idade só funciona se os dois forem maiores de dezoito anos e tiverem plena consciência do que fazem. E a desculpa do Heitor era que a Natalia era muito madura para a idade. Onde eu moro isso tem outro nome e não é amor. Heitor para mim é o pior personagem que eu li em 2020. E nem as partes que conhecemos mais sobre sua vida fez eu mudar de ideia. Odiei ler algo desse tipo e odiei conhecê-lo.
Foi por essa razão que eu dei três estrelas. O fato de eu não ter entendido muito quais eram os plots também ajudou. Já que como citei, a estória começou de um jeito, depois teve uma reviravolta na metade da história e que dá um pouco de agito e e é bem interessante, e no final acontece mais outra reviravolta e que me deixou preocupada com alguns personagens e de boca aberta. Ou seja, pensamos que já sabemos o que o livro nos guarda, mas temos surpresas no decorrer da história e que não tem nada a ver com o que foi nos prometido. Acho que esse foi o jeito da autora de incluir seiscentas páginas na nossa goela.
Mas tenho que confessar que a escrita da Danielle é muito boa e foi isso que me deu forças para não abandonar mesmo com personagens com caráter bem duvidoso, que foi o que mais teve.
Mas valeu pela experiência, mesmo que tenha sido passar raiva.