Guerra à Ruína

Guerra à Ruína Jonas de Souza Martins




Resenhas - Guerra à Ruína


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jessicailustrax 19/03/2018

Surpreendente
Todos que me conhecem sabem o quanto sou apaixonada por fantasia. Existem histórias que são tão bem feitas que você acredita que são reais, que podem ter existido de verdade. Guerra À Ruína de Jonas de Souza foi um livro que entrou nesse parâmetro por simplesmente ter sido diferente do que esperava para ele. A obra me surpreendeu em todos os aspectos, me proporcionando uma leitura fantástica com todas as faces que a palavra permite.

Livros únicos são uma coisa rara e quase nunca conseguem ser totalmente bem-feitos principalmente se tratando de uma fantasia (e de ficção-científica que marca grande presença neste livro). É fácil acabar uma obra nesse molde e ficar com aquela sensação de estar faltando algo. Mas em Guerra À Ruína, isso não ocorre assim como não ocorre a velha procrastinação que muitos autores se permitem. O autor soube dosar bem o número de páginas pela história que estava contando. Dessa forma, consegui me aprofundar melhor na história seja lidando com o lado mais ativo das ações do personagem, seja pela passividade que vem pelos pensamentos.

Mas o ponto que mais me deixou entusiasmada com a narrativa, por incrível que pareça, foi a história “não-contada”: a história que aconteceu antes do livro. Sempre gostei muito da maneira com o qual uma história se inicia contando como se chegou naquele ponto. A história de Asatana e todo o contexto que proporcionou o início da guerra foi espetacular. Foi onde o autor mais me surpreendeu, ele não se poupou à repetir um clichê, mas sim inovar transformando algo normal em extraordinário.

E por fim, mas não menos importante, gostaria de dar ênfase nos personagens. Quando um autor escreve partilhando o protagonismo sem criar casal, normalmente se perde uma característica essencial que é a singularidade. Octávio, Álex e Azai não caem nessa cilada parecendo um conjunto de alguma coisa. Cada um mantém a personalidade. Talvez pela disparidade social entre eles, absorvem o mundo e a guerra de modos diferentes. Isso cria no livro um efeito de multiverso: Não são todos iguais, são homens forjados a enxergar diferente e consequentemente à lutar por coisas diferentes.

Guerra À Ruína foi um livro surpreendente. Falando fracamente, não esperava tanto da obra e estou grata por isso. Eu indico essa obra a todos aqueles que gostam de fantasia, mas principalmente aqueles que querem algo à mais no gênero.

site: https://fanficcao.wordpress.com/2018/03/14/resenha-guerra-a-ruina-%C2%B7-jonas-de-souza/comment-page-1/#comment-2895
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Silvjenn 17/06/2018

[ RESENHA ] Guerra à Ruína
“O que vira lá foi ainda mais súbito e impensável que a floresta em si ou a pirâmide incontáveis vezes mais aterrorizador. Com milhares de vezes o tamanho de qualquer gigante, colossal, ele fitava o rapaz com o seu olhar vazio, descasando em seu trono de pedra, uma montanha sob um deus.”

No mundo de Asatna vivem não apenas os humanos, mas também seres de todas as espécies que conhecemos em histórias de fantasia, são eles: vampiros, fantasmas, fadas, harpias, ogros, gigantes e muitos outros. Asatna é dividida entre os países: Nova Crasíria, Namória, Horac, Thirlundia, Thir, Crát, Alon, Mun Nhir, Zuul e Qholo. Houve um tempo em que todos esses países estavam em constante guerra uns contra os outros, cujas histórias sobre batalhas, heroísmos e sacrifícios são lembradas até hoje pelos líderes de cada país e seus habitantes. Com o passar dos anos, eles conseguiram manter a paz desde que cada um ficasse em seu próprio território, desenvolvendo ciência, tecnologia, magia e comércio, que eram os principais recursos de cada país.

Em uma expedição a mando do líder de Horac com o objetivo de explorar um local ao extremo norte do Planeta, um capitão e seus marinheiros passam por uma longa jornada em direção ao Continente sem Nome, um local nunca antes habitado, cuja viagem trouxe muitas aventuras, perigos e até mesmo mortes, mas que no fim, deu-se lugar a glória. Pois além dos tripulantes terem visto coisas nunca antes vistas por nenhum outro ser, eles descobrem a magia em sua própria manifestação física, ou seja, um recurso de energia mágica infinita chamada de Ruína.

“Relutante, mas impulsionado pelos mesmos instintos que o fizera embarcar naquela viajem, que o fizeram adiantar-se naquela floresta surreal, os instintos habitantes dentro do coração de cada pessoa, que levaram exploradores e descobrirem novas ilhas e continentes e conquistadores a levarem seus exércitos a vitória, o rapaz pôs-se a subir degrau por degrau, instigado pela curiosidade, sedento de reconhecimento, riqueza glória e poder.”

Com a notícia de que a Ruína fora descoberta e que poderia transmitir uma infinidade de melhorias e desenvolvimento mágico para o país que o obtivesse, uma reunião entre todas as nações é solicitada, para que num debate entre os líderes mundiais, possa ser decidido como será dividido este recurso tão poderoso.

Contudo, Nova Crasíria, Namória, e Crát, não possuíam boas relações uns com os outros por conta da guerra, que apesar dos anos, parecia muito recente em suas mentes. Mas o problema se agrava quando Horac, o país que havia descoberto a Ruína, não estava disposto a dividir o recurso em grande quantidade entre os outros países. Era uma disputa, mas não em prol do bem do povo, e sim, apenas para o benefício próprio de seus líderes. Com isso, o desentendimento entre os líderes de Crát, Nova Crasíria e Namória, se intensifica, dando lugar a uma insatisfação crescente e o surgimento de lados distintos na disputa pelo recurso mágico. A Guerra à Ruína se inicia, e com isso, o surgimento dos heróis.

Octávio de Pesos é um vampiro muito ambicioso do país de Nova Crasíria, e mesmo sendo Membro da Assembleia, ele queria muito mais do que apenas supervisionar e gerenciar órgãos e bens públicos. Seu desejo era estar no meio dos políticos do Senado, participando da decisão junto dos Senadores em relação à Ruina e no que seria benéfico para o futuro da nação.

Álex Calibrium além de ser um fantasma, também era um estudante do Grêmio (uma escola localizada numa Ilha no país de Nova Crasíria, onde os alunos chamados de Talentosos, possuíam o dom da magia e desenvolviam seus poderes desde a alquimia à criação de monstros, chamados de marionetes, onde eles poderiam controlá-los). Álex sempre ouvia e lia histórias sobre grandes heróis e magos poderosos que lutaram em prol do povo. Com isso, ele sonhava em ter a chance de um dia fazer o mesmo pelo seu povo.

Por último, mas não menos importante, temos Azai Calian, do país de Namória. Azai não era apenas um humano de 44 anos, mas também era o soldado mais habilidoso que o exército namoriano já teve. Chamado de Maioral-Mor, Azi era rígido, um grande estrategista e um líder destemido e estimado por seus homens, liderando missões a serviço do Rei.
Os três personagens principais não poderiam ser mais diferentes uns dos outros, e ao longo das suas jornadas individuais, a Guerra mudará suas vidas de uma maneira bem intensa. Mas também despertará neles o desejo de fazer o que é certo.

“— Para começo de conversa, por que essa guerra começou? — Perguntou o goblin.— Por conta de injustiças e muitas outras coisas, Iandro. — "Pelo mesmo motivo que todas as outras guerras, garoto: por dinheiro e poder. Esta é uma disputa que decidira o futuro das nações, aqueles que conseguirem pôr as mãos na Ruína se tornarão os novos donos do mundo, terão o mercado, indústria, tecnologia, magia e poderio militar mais avançados e bem desenvolvidos do mundo, a ascensão a um futuro brilhante ou a queda e submissão, uma guerra à Ruína". — Mas, tantas pessoas tem morrido...! — Sim. — Tornou a concordar o vampiro. "Sacrifícios necessários ao progresso", pensou, ao mesmo tempo lembrando-se das cenas que vira no vilarejo anterior, sentindo o jantar querendo sair para fora. "É vital que vencemos esta guerra, qualquer que seja o preço a se pagar. E para isso precisamos de Fernando". — Agora, vamos dormir. Amanhã será um longo dia.”

Em uma luta para ter em mãos a Ruína, cada país entrará em guerra um contra o outro, onde batalhas serão travadas, assim como a morte brutal, cruel e violentas de muitos seres inocentes por conta da ambição dos líderes de cada nação, cujo objetivo é apenas vencer a guerra, não importa o preço que seus povos terão que pagar.

Eu confesso que nunca vi tantos seres fantásticos em um só livro haha, mas é por isso que fantasia é um dos meus gêneros preferidos. Narrado em terceira pessoa, focando na trajetória de Octávio, Álex e Azai, a escrita do autor torna-se tão envolvente, que em poucas páginas eu já estava conectada aos três personagens e torcendo por eles e suas causas. As cenas de batalha estão cheias de tensão, tanto que até prendi o fôlego em alguns momentos haha.

A história está muito bem construída, pois o autor não se preocupou apenas com a parte épica, mas também com as questões políticas de cada nação, assim como o desenvolvimento dos personagens. Principalmente porque no início, cada um deles possuía um desejo egoísta, mas que ao longo dos acontecimentos, eles percebem que o que realmente importava era o futuro de seus países. Irei parar por aqui para não dar spoiler para vocês haha.

Indico esse livro não apenas aos amantes de fantasia, com uma boa pitada de aventura, drama e até mesmo um pouquinho de romance. Mas também aqueles leitores que gostariam de se aventurar nessa história. Vale a pena conferir!



site: http://colecoes-literarias.blogspot.com/2018/06/resenha-guerra-ruina.html
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